domingo, 1 de julho de 2012

CEDEAO levanta sanções e apoiará orçamento do país



A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) levantou as sanções à Guiné-Bissau e vai ajudar financeiramente o país, disse hoje em Bissau o Presidente de transição, Serifo Nhamadjo. Serifo Nhamadjo falava aos jornalistas em Bissau, à chegada da Costa do Marfim, onde participou (sexta-feira) na 41.ª cimeira ordinária da organização regional, na qual se discutiu principalmente a situação na Guiné-Bissau e no Mali, países que sofreram recentemente golpes de Estado.
 
Num balanço sobre a reunião, o Presidente de transição afirmou que a viagem à Costa do Marfim foi "coroada de êxitos" e disse que o relatório apresentado sobre a Guiné-Bissau foi "apreciado", porque o país "teve mais sucesso". Já em relação ao Mali a CEDEAO considera que a governação não está a ser correcta e foi sugerido o envio de uma missão de avaliação e ao mesmo tempo a colocação no terreno de uma força de estabilização, disse Serifo Nhamadjo.
 
Quanto à Guiné-Bissau, disse, a CEDEAO decidiu levantar, desde sexta-feira, as sanções ao país e "organizar a nível internacional o reconhecimento do governo de transição". Serifo Nhamadjo afirmou acreditar que na próxima cimeira da União Africana também sejam levantadas as sanções à Guiné-Bissau. "Também foram instruídas a CEDEAO e a UEMOA (União Económica e Monetária Oeste Africana) para trabalharem com o governo de transição, na perspetiva de criarem condições financeiras de apoio ao orçamento geral do Estado", disse Serifo Nhamadjo, frisando que a organização regional considera "muito positivos" os progressos na Guiné-Bissau.
 
O défice orçamental da Guiné-Bissau, superior a 60 porcento, tem sido assumido pela comunidade internacional, a maioria a não reconhecer agora o governo de transição. "Havendo essa situação da comunidade internacional, ainda com certas reservas, a CEDEAO dispõe-se a dar esse apoio, há essa garantia dos chefes de Estado", afirmou Nhamadjo.