segunda-feira, 16 de julho de 2012

CARTA DE DESPEDIMENTO POR JUSTA CAUSA...


Srs. Poderosos da CEDEAO,

Lamentamos informar que a Guiné-Bissau não está mais interessada nos vossos serviços anticonstitucionais, marcados pela incapacidade, interesses económicos de alguns países, corrupção e ineficiência na resolução de conflitos na sub-região.

Analisamos o vosso triste papel de interlocutor das partes em conflito no nosso país e concluímos que até agora, não só não produziu qualquer efeito de paz, mas aumentou a beligerância dos guineenses. Ela foi baseada no conceito errado que premia os golpistas em vez de penaliza-los e provoca mais agressões contra a vítima que é o povo.

Esta palhaçada denominada mediação, falhou em tudo:

a)​Mapeamento e análise do conflito;
b)​Desenho do processo de diálogo;
c)​Princípio da Imparcialidade;
d)​Construção de consenso.

Podemos apontar algumas atitudes vossas que não são próprias dum mediador:
a)​O mediador não é juiz, porque nem impõe um veredicto, nem tem o poder outorgado pela sociedade para decidir pelos demais;
b)​O mediador respeita os direitos humanos e da democracia e ajuda as partes a resolver litígios sem procurar assistência judiciária;
c)​O mediador deve ser credível, imparcial e capacitado;
d)​O mediador não é um negociador que toma parte na negociação, com interesse directo nos resultados;
e)​O mediador é somente um auxiliar, que ajuda a esclarecer os reais interesses que possibilitarão o acordo final;
f)​O mediador deve saber identificar os reais interesses das partes envolvidas.

A mediação não é arbitragem, o meio de solução pelo qual os litigantes elegem um árbitro ou um tribunal para dirimir o conflito. Portanto, não se deve impor uma solução para as partes envolvidas. Ao contrário, deve-se trabalhar para criar um compromisso. Até porque, na mediação tudo deve acontecer entre as pessoas directamente envolvidas no conflito.

Ao mesmo tempo em que solicitamos a vossa retirada para consolidar o vosso afastamento definitivo, agradecemos a vossa prontidão duvidosa, os vossos serviços medíocres prestados, ignorando o apoio de outros parceiros desta nação livre e independente (Guiné-Bissau) que também faz parte da vossa organização. Queremos agradecer ainda, a vossa intervenção espectaculosa na libertação do presidente interino (legítimo), Sr. Raimundo Pereira e do candidato preferido pelo povo na primeira volta das eleições presidenciais, Sr. Carlos Gomes Júnior.
 
Cordialmente,
“Povo”
T. adap. Por: Vasco Barros