quinta-feira, 26 de julho de 2012

A INJUSTIÇA EM NOME DA JUSTIÇA



O termo justiça de maneira simples, diz respeito à igualdade de todos os cidadãos. É o princípio básico de um acordo que objetiva manter a ordem social através da preservação dos direitos em sua forma legal (constitucionalidade das leis) ou na sua aplicação a casos específicos da sociedade (litígio)- In Wikimedia. A INJUSTIÇA não existe de fato (bem como a JUSTIÇA), o que temos, são direitos distintos antagônicos os quais, confrontando-se e um deles prevalecendo, daí dizemos que foi (ou não.) feito "justiça".

Também este termo "INJUSTIÇA", usa-se quando queremos protestar, espernear, reclamar, lamentar, invejar, padecer, solidarizar com algo, alguém ou acontecimento determinado, dai que passo a usar este termo a partir daqui e adiante. A falta da justiça ou a injustiça em nome da justiça, cria ódios, e ódios provocam a vingança. A vingança é uma prática que acompanha a história da sociedade e do país, mas é diferentemente interpretada: alguns a defendem como necessária à constituição da justiça; outros a consideram um ato irracional. Ela pode provocar um círculo vicioso, como guerras, golpes e assassinatos.

No caso da guiné bissau, muitas se não todas a injustiças que tanto todos criticamos foram feitas invocando a defesa do estado e da nação, isso quer dizer a muito tem criados ódios através das realizações das injustiças em nome da defesa do estado e da justiça.

Nos últimos anos é notável e confirmado, assassinatos de muitos políticos (sobre tudo militantes do PAIGC e opositores de atual direção do Partido) o que é um facto muito estranho e que merece a atenção, a vida de cada guineense não tem preço, por isso não existe benefícios económicos, que o país pode trocar com a vida dos nossos irmãos, pais, familiares, amigos e companheiros. Nota-se, cidadãos tanto individuais ou em grupos, de formas diferentes empenhados na luta, para que a justiça (no seu verdadeiro sentido de ser), seja uma realidade na guine bissau.

Ninguém deve estar acima da lei, aliás ninguém está acima da lei, por isso essa luta é dever de todos nos, e devemos encara-la como um desafio da sociedade, mas enfrentar desafios e lutar para justiça não quer dizer, fazer justiça com as nossas mãos, incentivar ou apoiar a violência, muito menos reforçar as injustiças em nome de justiça.

E, para exigirmos a justiça, antes temos é que respeitar o seu sentido, respeitar o sentido da justiça por sua vez, não passa só em aceita-lo quando as nossas exigências forma satisfeitas ou quando a justiça se pronunciou a favor dos nossos protestos ou das nossas revindicações, porque nem sempre o revindicado, protestado ou queixoso tem razão.

A interpretação das leis, que definem não ou razão, merece uma determinadas preparações, isso quer dizer nem todos nos estamos em condições de faze-la, mesmo aos que foram preparados para tal, nem todos fazem da mesma forma, este facto não passou despercebido aos senhores das leis, para a resolução deste diferendo, foram criadas instituições vocacionadas para interpretar e pronunciar sobre diferentes ponte de vista que podemos ter quanto as leis, no caso da Guiné Bissau é o Supremo Tribunal de Justiça, dai que respeitar as decisões deste órgão, não é um favor da cidadão, mas sim é um dever da cidadania.

Em todos os complots de assassinatos e calúnias (se assim entendermos) na Guiné Bissau, há envolvimento do serviço de segurança de estado, e das Forças Armadas, em alguns casos as denunciam foram do próprio atual CEMGFA. Estamos perante mais um, entre muitos episódios, que fazem parte da nossa história, o desaparecimento e suposto assassinato do Deputado da Nação Roberto Ferreira Cacheu, onde desta vez, foi afastado o envolvimento das FA, mas o serviço de informação de estado não escapou.

Este governo, tal como carece de dificuldades de lidimidade perante alguns cidadãos e maior parte das organizações de comunidade internacional, assim também que o envolvimento de serviço da estado neste caso, pode de que maneira, dificultar a legitimidade da investigação deste caso.

Porque, se o serviço de informação da segurança de estado, sempre foi manipulado pelo governo, para justificar assassinatos como tentativas de golpes de estado, isto é, neste momento tal como no passado, estamos perante mesmo sistema vicioso, de encomendar a injustiça em nome da justiça. Dai, que em termos da minha contribuição, sugere ao governo o afastamento de SIE no processo, e um apelo a NU, UA, CEDEÃO, o envolvimento direto com pessoas de investigação, como forma de permitir a maior transparência do processo.

Espero que, caso foram criadas condições para que a investigação seja feita de forma seria e transparente, que possa chamar todos os presumíveis envolvidos nos assassinatos (tanto civis e militares) a justiça, muitos guineenses vão se juntar e sair a rua para exigir a todos os chamados para responder a justiça. Mas se a justiça for encomendada ou se a investigação consegue descobrir só (repito só), os autores morais, deixando os autores materiais, custara e muito alguns guineenses, solidarizar-se com mais uma injustiça em nome de justiça. Vamos todos juntos lutar contra injustiça em nome da justiça.

Ibrahim Abdul Sani.