quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A 'Ruandização' da situação


Oi: Aly

Sou um leitor do teu blogue e desta vez quero que me publiques esta mensagem no seu blogue, com a assinatura que deixei em baixo:

Mais uma vez, a realidade vem provar-nos  a degradação evidente que o nosso país tem vindo a assistir nos últimos anos.

Parece-me que estamos, cada vez mais, perante 2 cenários:

1. A "Ruandização" da situação: Com supremacia militar de uma etnia que terá, a dada altura uma reposta de vários grupos étnicos das forças armadas, nomeadamente os felupes, beafadas e mandingas, de que poderá resultar um banho de sangue de consequências imprevisíveis.

2. A "Somalização" da situação: Em que entraremos numa anarquia completa, com ausência de governo e um grande controlo de bandos militares e traficantes de droga.

Também me parece, que chegamos ao ponto de nós Guineenses sermos incapazes de, isoladamente, conseguirmos dar volta à esta situação. Os ânimos, a emotividade e a exaltação toldaram-nos o pensamento.

Sendo assim, algumas saída possíveis para a nossa crise permanente poderão passar por:

1.O país passar a ser tutelado por uma missão da ONU (e digo-o com muita pena e quase numa de desespero), composta por um contingente militar importante que procederá ao desarmamento a bem ou a mal das nossas forças armadas, formando no futuro novos elementos para as mesmas ou aproveitando alguns dos actuais militares que compreendam ou passem a compreender o papel das forças armadas numa sociedade moderna, e por um componente civil que contribuirá para o governo do país, quer através de quadros nacionais competentes e livres das amarras dos partidos políticos, quer utilizando quadros internacionais por um período pré-estabelecido.

2.Criação de um Tribunal Especial para a Guiné-Bissau, que tenha o mandato para investigar, perseguir, julgar e condenar todos os crimes de sangue.

3. Criação de uma Comissão de Verdade e reconciliação, seguindo o exemplo da África do Sul. Não precisamos inventar muito.

4. Envolvimento da diáspora Guineense e dos quadros nacionais no país num “brainstorming” (numa espécie de Estados Gerais) com criação de planos a longo prazo para o desenvolvimento do país.

Resta-nos saber o nosso papel enquanto cidadãos nesta nova fase.

O.S.