domingo, 25 de novembro de 2012

PRECISAM-SE NOVAS ESTRATÉGIAS DE LUTA!


Nada melhor do que iniciar este artigo com as palavras de um dos pioneiros do movimento de direitos civis nos Estados Unidos Martin Luther King:
“Quando reflectirmos sobre nosso século, o que nos parecerá mais grave não serão os erros dos maus, mas o silêncio dos bons”.
 
A proclamação da independência da Guiné-Bissau (Há 40 anos) foi um acto heróico mas, infelizmente marcada por conflitos cíclicos que em nada abonaram a consolidação da mesma. O poder politico, motor dos processos democráticos e de integração nacional, é responsável pelas forças e fracassos do país. Os políticos devem apostar na construção duma nação sem exclusão de grupos linguísticos, religiosos e regionais criando uma identidade comum a todos; devem implantar a homogeneidade étnica em toda a esfera da sociedade guineense.
 
É necessário modernizar, adoptar novas estratégias de luta, separando a carne, do osso, a casca, do caroço. Há que saber enfrentar os desafios musculados dos tempos modernos sem uso de violência. Tomada de posse por via de armas, para além de ser tão vergonhosa para o país, é sempre uma humilhação para o povo guineense que vê o futuro comprometido, a esperança enforcada e a dignidade pisoteada.
 
Os partidos políticos devem reestruturar-se para não correrem o risco de prevalecer os interesses pessoais ou de grupos que possam promover o desvio das linhas políticas traçadas. Interesses esses, que poderão conduzir o país para uma governação autocrática e o fará cair nas garras do neocolonialismo.
A Guiné-Bissau, como um estado de direito democrático, políticos desestabilizadores com comportamentos desviados, potencialmente nocivos ao país, deviam por lei, serem proibidos de exercer funções públicas quer nos respectivos partidos, quer no governo. Indivíduos desta natureza, infelizmente estão presentes na sociedade guineense. São cidadãos insensíveis as dores e aspirações do povo. Urge, identificá-los e desmascará-los!
 
Curiosamente, palavras bonitas como: “desenvolvimento,” “justiça,” “liberdade,” “bem-estar,” não faltam no dicionário inventado pelos partidos políticos mas na realidade, triste realidade, este pacote de palavras mágicas é ignorado deixando a sensação de impotência da parte daqueles que mais sofrem, mais precisam desses bens preciosos.
Caros compatriotas, vamos unir os nossos esforços e combater sem tréguas para derrotar definitivamente as forças do retrocesso! Olhemos com seriedade para a situação nefasta do nosso país e do nosso povo! Temos que aceitar que estamos a beira do abismo e perante uma ameaça de colapso total! Devemos estar todos, na linha da frente da defesa do nosso país  que se quer livre independente e democratic!
Estamos desesperados a aguardar pela oportunidade de mudança na vida política económica e social do país. O futuro tem nos reservado muitas surpresas, oxalá que desta vez seja para o bem desta nação abandonada pelo mundo e maltratada até pelos próprios filhos.

Londres, 24/11/2012
Vasco Barros.