quarta-feira, 14 de novembro de 2012
MANDADO de DETENÇÃO - A entrevista de António Aly Silva
Para ler no INFORMADOR
Declaração de interesses. Conheci o António Aly Silva há uns nove anos. Na época eu editava o Internacional de o Independente. O Aly tinha sido lá jornalista e, após um período de afastamento, começou a reaparecer na redacção. Ia ver os amigos e também deixar um exemplar do Lusófono, o projecto em que se aventurou e onde era director, jornalista, paginador, revisor e distribuidor. O Lusófono era um jornal quinzenário. Tinha notícias, entrevistas e reportagens,sobretudo, sobre as comunidades angolana, guineense e moçambicana.
Aos poucos, o Aly conseguiu convencer alguns amigos e intelectuais ilustres da lusofonia a contribuir com os seus artigos. E o jornal teve algum sucesso. Até que, em 2004, fechou. Nessa altura já éramos amigos. Entretanto, o Aly voltou à Guiné-Bissau onde transformou o blogue ditadura do consenso num dos mais lidos de África. É ali que, há anos, a comunidade guineense espalhada pelo mundo obtém a maior parte das informações sobre o seu país. Entre muitas outras, foi ele quem deu a notícia do ataque à casa de Nino Vieira e publicou as primeiras fotografias do corpo do presidente da República assassinado. Foi também ele que revelou que o general António Indjai estava por detrás do golpe de Estado de 12 de Abril. E isso teve um preço: o Aly já foi preso, espancado e, recentemente, obrigado a deixar a Guiné-Bissau. Está em Portugal e conta aqui o que aconteceu. Nuno Tiago Pinto