segunda-feira, 12 de novembro de 2012

EXCLUSIVO: Os drones já sobrevoam o país


Como extensão da acção preparatória para a reconquista do norte do Mali, e partindo das bases norte-americanas avançadas, situadas no Burkina Faso e na Mauritânia, os drones americanos começaram já a sobrevoar a Guiné-Bissau, monitorando o mais discretamente possível todo o territorio. "Os aviões espiões não-tripulados - explicou uma fonte conhecedora do assunto - recolherão todos os dados sobre as movimentações de meios ligados ao narcotráfico (aviões, e meios em terra e no mar)".

Certas zonas do país, no entender da mesma fonte, serão mais privilegiadas. E indica a cidade de Mansoa, a de Bissorã, Gã-Mamudo, Quebo, Galomaro, Cacine, Varela na ponta norte e ainda o conjunto das ilhas que compõem o Arquipélago dos Bijagós), onde, segundo informações do Departamento norte americano do combate à droga, são as zonas de maior incidência dos movimentos dos cartéis que recentemente invadiram Bissau, fazendo o país parecer um enorme armazém de cocaína.

No entanto, e segundo fontes da ONU confirmaram ao ditadura do consenso, a totalidade da cocaína descarregada, transitando diariamente pelo territorio guineense, está perto da tonelada. "O risco maior é para a democracia", alerta o alto funcionário da ONU, sustentando: "E digo para a democracia, porque todos vimos exemplos em vários países sul-americanos tomados pelos cartéis. O que se via eram assassinatos, rebentamentos de bombas entre outras atrocidades"

Essas operações dos drones norte-americanos, ainda segundo a nossa fonte, tem a ver com perceber as rotas de escoamento da droga: pensa-se que depois do seu acondicionamento, a cocaína é reencaminhada via norte de África, mas também sai por via marítima rumo ao atlântico - mas apenas quando os niveis de vigilância estão mais baixas. Os traficantes e intermediarios locais dos cartéis internacional de droga estão, no entender da nossa fonte na ONU, "com os dias contados. Espera-se que, não sendo julgados no país, possam ser detidos assim que atravessarem as fronteiras nacionais, atravês da Interpol".

Os drones estão particularmente interessados numa imensa e bunkerizada quinta, em Mansoa, a 60 km de Bissau, assim como noutros pontos de resto bem referenciados de movimentos ligados ao narcotráfico um pouco por todo o território guineense.

Essas movimentações dos drones americanos vêm na sequência do entendimento alinhavado entre o 'presidente de transição', Serifo Nhamadjo, e a administração americana, em troca dos seus bons ofícios para o "reconhecimento internacional" do seu regime, imposto por quatro países, e levando toda a CEDEAO atrás.

AAS/António Aly Silva