sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Não sair de cena


Caro Aly

Muitas das vezes quando ouço ou leio notícias da Guiné-Bissau não consigo conter-me e prefiro procurar um lugar isolado para tirar algumas lágrimas sem que alguém me veja. Esta tua intenção de retirar da cena é mais uma dessas, apesar de serem centenas de notícias triste que temos do nosso país, principalmente, a partir desta inventona de 21 de Outubro. Só posso pedir-te para que tenhas coragem e força de todo o mundo. A tua saída da cena é uma vitória para estes feiticeiros que estão a mandar e desmandar na Guiné neste momento.

Quero fazer uma pergunta e talvez mereço uma resposta de quem de direito

Onde está o Procurador Geral da República? Este homem que se gaba ser uma pessoa que luta contra os assassinatos. Esta pessoa que organizou milhares de marchas com pretexto de lutar contra a impunidade, contra as matanças. Onde está este Homem? cegou e ensurdeceu? Quantos assassinatos, sequestros e espancamentos, perseguições a jornalistas e bloogers aconteceram neste curto espaço de tempo de reinado deste nosso procurador geral da republica? O que é que o homem fez?

Uma pessoa é sequestrada da sua casa a vista dos filhos e familiares, torturado até a morte. Os familiares que nada podem fazer, porque todos os direitos fundamentais são zero neste momento, reclamam apenas que lhes seja entregue o corpo do seu ente querido e não conseguem, porque os todo poderosos não permitem que nem lavem o corpo dauele que foi pai, marido e irmão. Em que país estamos?

Todas essas barbaridades estão a ser ignoradas pela comunidade internacional. porquê? A CEDEAO é cumplice de tudo isso, por isso pedimos ao povo do Senegal, da Nigéria, do Code ivoire para manifestarem pelo povo guineense, porque aqui ninguem tem a coragem de fazer isto, sob pena do seu corpo ir parar ao morgue do hospital nacional simão mendes ou a uma das estradas desertas do país.

Pedimos ainda as organizações dos direitos do homem do senegal, da nigéria, da Costa do Marfim para manifestarem pelo povo guineense, porque as organizações que temos cá não podem fazê-lo, sob pena dos seus activistas serem assassinados.

Olhem para este povo.

Bolingo Cá