terça-feira, 25 de dezembro de 2012

PAIGC: Candidato Braima Camará reuniu-se com a Direcção da Célula do PAIGC em Portugal


Braima Camará (Bá Quecutó)), evidencia-se na corrida à Liderança do PAIGC.
 
O empresário Braima Camará, vulgo Bá Quecutó, Membro do Bureau Político do PAIGC e Candidato declarado à presidência desta que é, de longe a maior formação política da Guiné-Bissau, acabou de dar mais um passo para a consolidação da sua posição de liderança na corrida à substituição de Carlos gomes Júnior na Presidência do Partido de Amílcar Cabral.
 
Pelo menos esta foi a convicção, quase unânime dos que estiveram reunidos com ele no dia 22 de Dezembro, no Hotel Tivoli, em Lisboa, num encontro que teve como objectivo auscultar a opinião dos Militantes do Partido, dos Jovens Quadros e dos Guineenses em geral, na diáspora, sobre a sua pessoa, tendo em conta a sua decisão de se candidatar à liderança do PAIGC, e que segundo o próprio Braima Camará, serviu para dar uma oportunidade àquela que é a verdadeira história da sua vida.
 
Nesse encontro que durou mais de 5 (cinco) horas com a Direcção da mais poderosa representação do PAIGC além fronteiras (a Célula de Portugal), que se notabilizou essencialmente pela sua coesão e por apresentar um elenco de luxo, composto por um leque de Quadros com inquestionável experiência política e que contou ainda com a presença de jovens Quadros Independentes (sem qualquer filiação partidária), Braima Camará fez-se acompanhar de quatro elementos integrantes do seu Projecto.
 
Dirigindo-se aos presentes, depois das devidas introduções feitas pelo Presidente da Célula do Partido, Sr. Iafai Sani, Braima Camará começou por fazer uma retrospectiva história do Partido, que passo a transcrever na íntegra:
 
Fundado a 19 de Setembro de 1956, em Bissau, na antiga Guiné Portuguesa, hoje Guiné-Bissau, por Amílcar Cabral, Aristides Pereira, Luís Cabral, Júlio de Almeida, Fernando Fortes e Elisée Turpin, O PAIGC - Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, um dos Partidos mais conhecidos de África, que a par do MPLA (Angola), da FRELIMO (Moçambique) e do MLSTP, (São Tomé e Príncipe), escreveu das mais belas páginas de resistência dos povos oprimidos pela Autodeterminação e Independência, encontra-se praticamente à deriva, em virtude do permanente reacender das clivagens internas de cunho racial, religioso e tribal, resultantes de divergências recalcadas e adiadas, do inconformismo e do descontentamento interno, reflectindo as consequências de questões mal resolvidas no passado e que se manifestam sobretudo por alturas da realização das suas reuniões magnas (Congressos), quando as divergências internas do Partido saltam para a ribalta da cena política guineense, arrastando na sua turbulência toda a sociedade, cuja maioria esmagadora se identifica com os ensinamentos de Amílcar Cabral e com o seu Partido.

Apesar de tudo, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde continua a ser a maior referência política do País. Apesar da ampla aceitação nacional de que continua a gozar na sociedade guineense, o PAIGC é hoje um Partido profundamente dividido e enfraquecido que continua a definir-se como um Movimento de Libertação e que necessita urgentemente de profundas reformas, a semelhança do que aconteceu no MPLA e na FRELIMO, reformas essas que visam fazer dele um Partido de novo tipo, capaz de corresponder às expectativas do mártir povo guineense, que nele deposita toda a esperança de uma vida melhor.

Hoje, o PAIGC, em virtude de tantos atritos e desentendimentos internos, vive o momento mais dramático da sua existência e, resta saber até que ponto conseguirá, de mais este jogo de inclusões e exclusões de Militantes e Responsáveis Partidários, tão antiga como a própria história da sua existência, refazer-se da conflitualidade interna, ressentimentos e desconfianças que normalmente decorrem dos seus Congressos e afirmar-se como um Partido Moderno, recuperando o seu prestígio de outrora e o seu lugar de honra na história que ajudou a escrever.

Sendo o PAIGC um património nacional, cuja preservação e engrandecimento constitui um dever patriótico de todos os guineenses, sem excepção, um desafio que devemos enfrentar, enquanto povo e Nação que se preza, decidi aceitar o desafio de liderá-lo neste momento particularmente difícil da sua história, porque estou convicto das minhas capacidades e disponibilidades para o fazer e porque, como filho de Combatente da Liberdade da Pátria, acho que chegou a hora de saldar a minha dívida para com todos os que lutaram para a nossa Independência Nacional e para a inserção do nosso País no contexto das Nações Livres do Mundo.

Na sequência disso, deixo aqui uma certeza: Se eu for o preferido dos Delegados ao Congresso, farei questão de convidar todos os guineenses, sem excepção, a participar no nosso Projecto, desde que tenham capacidade e vontade de ajudar no desenvolvimento do País e estejam dispostos a contribuir para engrandecer o Partido de Amílcar Cabral e do nosso povo
”.

Com esta exposição, Braima Camará deixou transparecer um profundo conhecimento das causas que estão na origem das contradições internas que dilaceram o PAIGC e sobretudo da imprescindibilidade de se proceder a reformas de fundo com vista a adequá-lo às expectativas do povo guineense, apelando a participação e contribuição de todos, independentemente de serem ou não Militantes do Partido.

O que maior impressão causou nos presentes, foi sem dúvida a disponibilidade revelada por Braima camará de falar da sua vida, como ele próprio o definiu, “sem reservas nem tabus” de forma a esclarecer todas as questões que possam ser relevantes para a avaliação da compatibilidade da sua pessoa para um cargo de tão alta responsabilidade nacional.

Com esta exposição “de tirar o chapéu” Braima Camará maravilhou a audiência com surpreendente humildade, frontalidade, determinação, coragem e sobretudo profunda tolerância e capacidade de ouvir e acatar as propostas, ao ponto de, no fim do encontro, os Quadros presentes o encorajarem a avançar e se disponibilizarem para ajudar na elaboração do seu projecto, caso venha a ser necessário, considerando que chegou a hora da juventude assumir as suas responsabilidades históricas, para que os mais velhos possam finalmente descansar.

Para a maioria esmagadora dos presentes, Braima Camará reúne requisitos muito importantes, como por exemplo a humildade, a tolerância, a facilidade de diálogo, a procura de consensos e de equilíbrio social, o respeito pelo próximo, que fazem dele o homem do momento. E esperam que essas qualidades o ajudem a encontrar uma linguagem comum com os diferentes grupos de interesses instalados, para possibilitar as profundas reformas de que o País necessita.

Para terminar, respondendo ao apelo de quase todos os intervenientes, declarou-se aberto ao diálogo com todos os outros Candidatos, para evitar futuras divisões no Partido, que neste momento precisa de congregar todos os seus Militantes a volta de um Projecto Inclusivo, Realista (do ponto de vista da sua implementação), Abrangente (do ponto de vista estratégico) e Ambicioso (tanto no que se refere as reformas no Partido, como no Estado).

Boa Sorte, Braima Camará e que Deus te Abençoe!