terça-feira, 11 de dezembro de 2012
MALI: Primeiro-Ministro demite-se depois de ser detido
O Primeiro ministro maliano anunciou esta terça-feira de manhã à televisão nacional a sua demissão e do seu governo. Um anuncio que se seguiu poucas horas apos a sua detenção pelos ex-militares golpistas que destituiram o president Amadou Toumani Touré em março ultimo. "Eu Cheick Modibo Diarra, apresento a minha demissão e do meu governo", declarou esta terça-feira de manhã o Primeiro-ministro maliano aquando de uma breve alocução à Radio Televisão do Mali (ORTM) sem dar mais explicações sobre a sua demissão.
Ar grave e crispado, Cheick Modibo Diarra, vestindo um fato de cerimonia e gravata sobrios, simplesmente agradeceu aos seus colaboradores e desejou à "nova equipa" que lhe sucederá sucessos na sua missão num pais onde o norte do territorio esta totalmente ocupado pelos islamistas armados ligados a Al-Qaïda. A sua intervenção aconteceu apenas algumas horas apos a sua detenção no seu domicilio de Bamako por uma vintena de militares sob as ordens do capitão Amadou Haya Sanogo, antigo chefe dos golpistas. Esta informação é confirmada de fontes seguras.
Estava prevista a partida de Cheick Modibo Diarra a partir de segunda-feira passada a fim de se submeter a um contrôlo médico em França, de acordo com o seu circulo mais proximo. "Ele preparava-se para partir para o aeroporto quando soube que as suas bagagens tinham sido desembarcadas do avião que devia leva-lo à França" regressando assim ao seu domicilio onde foi posteriormente detido pelos militares. Cheick Modibo Diarra tem-se pronunciado sucessivamente a favor de uma intervenção rapida de uma força militar internacional no norte do Mali.
Esta detenção suscita muitas interrogações quanto ao futuro do Mali, que atravessa ha mais de um ano uma crise sem precedentes que conduziu a divisão do pais e uma intervenção militar armada estrangeira esta em estudo tendo como objectivo escorraçar os islamistas armados ligados a Al-Qaïda que ocupam a parte norte do territorio, a qual é contestado vigorosamente em particular pelo capitão Sanogo.
Aquando da sua arrestação os militares "deitaram literalmente a porta da residência do Primeiro Ministro abaixo levando-o brutalmente", acrescenta, sob cobertura do anonimato, um membro proximo das relações do primeiro-ministro que assistiu à sua detenção.
Fonte: L'EXPRESS.fr