sábado, 9 de junho de 2012

E, assim, lá foram os angolanos da MISSANG, considerada "uma saída triste" pelo vice-embaixador de Angola em Bissau


Os últimos 96 militares da missão de Angola na Guiné-Bissau (Missang) deixaram hoje Bissau, pondo termo à cooperação técnico-militar do governo de Luanda. Com o fim da missão ficam também cancelados os apoios que Angola estava a dar à Guiné-Bissau, nomeadamente na construção e remodelação de infraestruturas de defesa e segurança.

«Todos os financiamentos que tinham sido preparados para o projeto militar com a Guiné-Bissau estão interrompidos», disse hoje aos jornalistas, na sede da Missang, o encarregado de negócios de Angola em Bissau, Luís dos Santos. O governo angolano interrompeu a Missang (missão técnico-militar na Guiné-Bissau de apoio à reforma do setor de Defesa e Segurança) na sequência de atritos com as forças armadas guineenses. É, segundo Luís dos Santos, uma «saída triste», porque acontece «num momento de grandes problemas» na Guiné-Bissau. «A Missang esteve cá ao abrigo de um acordo entre os dois países e a sua interrupção acontece por acontecimentos políticos internos», disse o responsável, acrescentando que ainda assim a missão angolana «cumpriu o seu papel» e sai «com o sentimento do dever cumprido».

As últimas componentes da Missang, militares e material, partiram em três aviões angolanos, um Boeing e dois Ilyushin (de carga) e a saída foi supervisionada pela ECOMIB, Força da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) que está no país, na sequência do golpe de Estado de 12 de abril passado. Gninga Barro, o chefe da ECOMIB, esteve no aeroporto de Bissau a despedir-se dos últimos homens da Missang. A força angolana, constituída por cerca de 200 militares, estava num antigo hotel de Bissau, um edifício comprado pelo governo de Angola e que a partir de segunda-feira passa a ser a embaixada de Angola na Guiné-Bissau. LUSA