terça-feira, 26 de junho de 2012
Quem será o próximo da lista?
"Já para iniciar a minha fala, permita-me trazer algumas indagações sobre o futuro motim no país. O que será do Antonio Injai, atual Chefe de Estado Maior das Forças Armada com a soltura de Bubo Na Tchuto, seu ex-comparsa no golpe de 01 de abril de 2010 que culminou com a detenção de Zamora Induta ex-Chefe de Estado Maior das Forças Armadas e Carlos Gomes Júnior (Cadogo filho) ex Primeiro Ministro? Será que a libertação de Bubo Na Tchuto complicaria futuros manobras de Injai no seio dos militares, principalmente da etnia Balanta? Quem é a próxima vitima neste cenário de turbulência? Mais uma vez, com a libertação do ex-Chefe da Marinha, Bubo Na Tchuto, o país esta marcado para surgimento do novo motim sem data marcada, a Guiné-Bissau país pequeno com grandes problemas causados pela classe castrense.
Durante trinta e oito anos da independência, a Guiné-Bissau no seu dia-a-dia foi marcada pela tristeza de diversos atos de violências, tumultos em decorrência do primeiro golpe de Estado de 14 de novembro de 1980. A instituição militar tradicionalmente não pautada pela democracia e sendo essencialmente uma instituição hierárquica e piramidal, manifesta radicalmente sua concepção autoritária no meio político-administrativo do Estado. Os militares preferem obedecer ao seu comandante de turno, em vez de obedecer ao Presidente da República ou Primeiro Ministro.
O entendimento da trajetória do exercício do poder político na Guiné-Bissau, desde os anos 1980 até hoje, é uma tarefa um tanto difícil de entender, uma vez que exige a compreensão do quebra-cabeça em que se fraguou nossa historia de independência. Parece-nos que o líder revolucionário pela independência do país, Amilcar Lopes Cabral, havia previsto o que iria acontecer com a situação político-social guineense pós-independência; uma vez que, no período da luta armada, já alertava aos guineenses e cabo-verdianos para que não confundissem a luta pela libertação nacional com a busca por privilégios pessoais.
O líder revolucionário afirmava que o objetivo do Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC) que se mobilizou e lutou pela independência, não seria somente destruir o colonialismo português e substituir a dominação lusitana por uma espécie de burguesia nacional ao estilo de um mero colonialismo interno. Mas, sim, de construir uma nação em que houvesse oportunidade, igualdade e justiça para todos os seus filhos. Com efeito, Cabral argumenta: “a nossa luta não deve ser apenas contra os estrangeiros, mas também contra os inimigos de dentro, aquela classe social que não quer o progresso da nossa terra, do nosso povo, mas apenas o seu próprio progresso e bem-estar da sua família (...). A luta para libertação do nosso país e do nosso povo, condição necessária para o progresso da nossa sociedade como um todo, deve ser dirigida pelos melhores filhos do nosso povo”.
As divergências que correspondem interesses pessoais dos oficiais das forças armadas, isso levou a uma intensa disputa no meio dos militares de quem deveria ocupar o cargo de Chefe de Estado Maior das Forças Armadas. Desde o conflito armado de 07 de junho de 1998, sempre quem assume este posto é tido como novo alvo e, por conseguinte derrubado e ou morto como é o caso de Ansumane Mané, Veríssimo Correia Seabra e Tagme na Waie, com exceção Zamora Induta, o último Chefe de Estado Maior das Forças Armadas, deposto no dia primeiro de abril de 2010 por Antonio Injai, atual Chefe de Estado Maior das Forças Armadas.
Enquanto não houver uma cultura democrática na instituição militar, dificilmente o país sairá dos motins e das turbulências típicas que caracterizam a ascensão de um militar ao cargo aludido. Hoje é fácil entender o próximo evento que irá ser causado pelos militares, podemos esperar que a próxima já foi planejada, só questão do tempo, data e a hora de ser executada, e a minha intuição que a próxima vitima será Injai, ( vamos escrever isso,ajuste de contas entre Na Tchuto e Injai, e o primeiro passará assumir o cargo mais disputado na área militar, Chefe de Estado Maior das Forças Armadas). Antigamente na era Nino Vieira, as disputas eram pautada nas fraudes, mas hoje é disputado nas balas.
Esses sucessivos golpes de Estado, bem como a tendência guineense de resolver as questões políticas através do uso da força e das armas, encontram uma explicação plausível na cultura local, denominada de “matchundadi”. Hoje políticos e militares não reflitam sobre a possibilidade de resolverem seus conflitos de forma civilizada e dialógica. Sabemos que os conflitos muitas vezes são imutáveis, mas precisamos estimular que todos busquem resolvê-los através do dialogo, com a mediação das palavras e da compreensão.
Precisamos difundir essa ideia, estamos cansados de tantas violências, não há motivo que justifique alguém tirar a vida de outras pessoas. Quem paga preço da violência causada pelos militares e políticos é a população, tudo se anda no sentido contrario, em vez dos políticos serem inquilino da população, é o último que passa ser o inquilino do primeiro. Os militares são manipulado pelos políticos que se acham GABOLA, para aproveitar das oportunidades para roubar no aparelho de Estado, a população não merece passar por tais situações.
A sociedade guineense precisa criar um Projeto contra corrupção, isso vai ajudar a denunciarem os políticos GABAROLAS, que só pensam nos seus proveitos, sem que importar com a causa do país. Vamos incentivar a população a denunciar qualquer anomalia dos políticos. Hoje muitos países tem orgulho de ter quadros humanos, investir na Educação é acreditar no futuro do país, só que os nossos governantes não priorize, aliás, não pensem nisso, na verdade, como a maiorias dos nossos representantes são analfabetos, isso mostra a não preocupação no investimento na área Educacional. Vamos lutar até o último suspiro para mudar esse quadro.
Armando. A."