domingo, 17 de junho de 2012
Angola - Antes de a criticar, é preciso compreendê-la
"Prezado Aly,
Sou caboverdeana, vivo em Angola país que amo e que me deu a chance de crescer como pessoa e como mulher de negócios. Leio freqüentemente o seu blog que considero ser uma lufada de ar fresco num cenário kakfiano em que a GB se tornou.
À distância, pelo que capto nos media, sinto que o seu país que se perdeu acima de tudo por não ter encontrado um líder (porque não uma líder) capaz de levar o barco a bom porto. Acho que a Guiné tem gente tão capaz (muitos amigos meus) e intelectuais como você que gostam de GGMarques, de Tolstoi (visitei a Casa-Museu em Moscovo) que todos juntos qual Fénix a faríam renascer das cinzas e exorcisar esses demónios que encrustaram-se na sua alma.
Acho que esse exercicío, passaría por uma catarse colectiva, algo como uma Comissão da Reconciliação e da Verdade como a África do Sul fez e agora o Brasil, num tributo para com as vitimas da ditadura está a levar a cabo. Como blogger e como representante de um grupo de pressão......não dá para sugerir? Tente ajudar o seu país a romper esse ciclo de dor, de tantas mortes inutéis e injustificadas, de tanta impunidade.
A vida política da nossa querida Guiné parece uma daquelas soap operas mexicanas, que aliviam o tédio de donas de casa que lêem pouco....hoje um apoia este, amanhã o porta voz aborrece-se com o cicrano....a criatura insurge-se contra o criador enfim ......e a procissão ainda ai no adro.....Rs......
Quanto a Angola, antes de a criticar, é preciso compreende-la, a sua grandeza, a sua generosidade, a sua vontade de protagonismo (e porque não, ela vai ultrapassar a Nigéria logo q o campo Pazflor do Bloco 17 resolva uns problemas operacionais e vai ser o maior produtor de petroleo de Africa) num contexto em que a geopolitica não ajuda (a sub região em que a GB se insere com a França os seus tentáculos sempre atentos). É preciso entender que com os recursos que ela tem, o seu crescimento ela não tem necessidade de fazer uma incursão na GB para tutelar ou locupletar-se de eventuais riquezas da Guiné. Do fundo do coração acho que as Forças Armadas teríam muito a ganhar com essa cooperação. Num mundo em crise , não é inteligente nem estratégico perder um aliado como Angola.
Continue com essa força e essa coragem a cumprir a sua missão de informar.
Abraço
Isabel"