terça-feira, 26 de junho de 2012

Um debate



"Aly,

Os meus melhores cumprimentos.

Como seguidor assiduo do teu blog, recentemente dado ao interesse que assunto sustiva em mim, aventurei-me e fiz uns comentarios sobre o novo «ministro» dos NE do Governo da CEDEAO para a Guiné-Bissau, Sr Faustino Fudut Imbali. Do conteudo desse artigo, sentiu-se tocada a "Sra Sara E. T", vindo defender-se, fazendo considerações sobre a minha pessoa e pondo em causa a minha legitimidade como «bom filho da Guiné-Bissau». Esse artigo não teve como mobil ofender quem ela pretende defender, pois a menção a essa pessoa surgiu na sequência da mera descrição dos factos que na verdade aconteceram. Enfim, para certos espiritos com consciência pesada... a verdade e a mentira, confundem-se como as certezas de Jumo. Posto isto, se me permitires, sinto-me no direito de me defender contra essa advogacia instintiva, sendo porém certo, de que, não mais voltarei ao assunto, qualquer seja o tratamento que e der a este meu artigo.

Sra Sara,

Contrariamente do que pensa estamos todos no mesmo fuso horario (muito perto de si do que pode imaginar) e, não sofro de insonias como pretende insinuar porque a minha consciência esta mais tranquila e sem quaisquer remorsos do que a sua. Nunca na minha vida desejei a morte de quem quer que seja e muito mesmo tirei à vida alguém. Pode crer que, de si dispenso qualquer ajuda que seja, porquanto não esta minimamente habilitada para tal, pois conclui que nada pode me ensinar sobre a vida e muito menos sobre os postulados da verdade.

Para mim, a pior ignorância, vem de quem quer negar a verdade, mesmo quando ela é limpida como àgua. A historia da Guiné-Bissau é prenhe de exemplos de "Santos" erigidos em pedestais de martires de "mãos limpas", com isso, tentando branquear muitos casos lamentaveis, que também tem destinatarios dessa dôr..., porém, silenciadas sem se poderem defender. Muitas vidas foram tolhidas da vivência dos vivos e dos seus entes, por mãos hoje, paradoxalmente brandidas como limpas e imaculadas.

Na vida, cada um e cada qual se cobre com o lençol que melhor lhe serve para se defender um ente querido que se chora e se procura pela imensa falta e saudade que nos deixa, certo porém de que, esse reencontro so no além se realizara. Esse além, onde todos nos iremos apresentar as nossas contas ao Nosso Senhor Deus.

Muitos lençois, embora tachados de sangue de vitimas de outras eras, vidas vilmente ceifadas...sejam eles, Quadros, sejam eles Seabras..., decerto, vos parecerão imaculadamente virgem, puro e santo, porque não pertence a vossa dôr. Enfim, são os olhos com os quais queremos ver a realidade perante uma dôr que não vos pertence e, nem vos interessa... Porém, essas familias, Quadros, Seabras entre outros, também se deitam e se levantam na procura da eterna paz e tranquilidade, procurando no silêncio a justiça contra os que lhes tiraram os seus entes queridos, e assim apagar as suas magôas ainda exanques de dôr.

De dizer que, a poesia, infimamente linda e sublime não tem rosto e pode vir de seres mais controversos, irracionais e insensiveis que se pode imaginar, e como tal, nada branqueia, nada apaga... alias, Adolf Hitler e Josef Mengele, embora a titulo postumo, descobriu-se que, foram também, grandes e iméritos poetas, mas não deixaram de ser o que foram para a humanidae.

Da minha parte, se este artigo fôr publicado, sera o ponto final nesta questão inopinadamente despoletada por alguém que se auto-constuiu advogada de defesa de uma causa, onde alguém, por mera coincidência e de circunstância dos factos foi citada nesse meu artigo.

Por fim fico, deixo também a Sra Sara a minha opinião sobre a sua pessoa que não considero filho digno da Guiné, pois, bons filhos da Guiné-Bissau, são-nos, os que que aceitam a verdade e saibam assumir com humildade e contrição necessaria os erros daqueles que nos são proximos e queridos e reconhecer o mal e a dôr que causou aos outros seus irmãos. Por isso, quanto a tentar julgar-me de ser ou não bom filho da Guiné-Bissau, a sua omissão e contradição com a verdade deixam-lhe mal na fotografia para me julgar.

No entanto, deixo-lhe com estes dois sabios adagios do povo : «Quem semeia ventos colhe tempestades» e «Quem com ferro mata, com ferro sera morto».

Almiro Correia