sexta-feira, 15 de junho de 2012
PAIGC acusa presidente em exercício da ANP de ser uma "força de bloqueio"
Angola Press
PAIGC acusa presidente em exercício do Parlamento de bloquear funcionamento
O líder da bancada parlamentar do PAIGC, partido que estava no poder na Guiné-Bissau até ao golpe de Estado, acusou o presidente em exercício do Parlamento de estar a bloquear o normal funcionamento daquele órgão.
Em conferência de imprensa, Rui Diã de Sousa acusou Ibraima Sory Djalo de não pretender acatar as orientações saídas da reunião da comissão permanente da Assembleia Nacional Popular (ANP, Parlamento guineense) na qual ficou decidida o agendamento da eleição de uma nova mesa para presidir aos trabalhos parlamentares. Segundo o líder do grupo parlamentar do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, partido maioritário no Parlamento guineense) devem ser eleitos o novo presidente e o novo vice-presidente do órgão, diligências que Sory Djalo recusa que tenham lugar.
"Esta situação é prova inequívoca de falta de vontade política, por parte do actual presidente da mesa (da ANP), na condução do processo de retorno à ordem constitucional no país tal como vem sendo exigido quer no plano nacional quer no plano internacional", referiu Rui Diã de Sousa. A comissão permanente do parlamento guineense esteve reunida esta semana para deliberar sobre a data da próxima sessão plenária do órgão, tendo sido marcada a data de 29 deste mês para o início da sessão, mas não alcançou um consenso sobre os pontos que devem ser debatidos.
"Para o grupo parlamentar do PAIGC, o verdadeiro factor de bloqueio é o actual presidente da mesa da ANP, prova disso foi o impasse registado durante dois dias consecutivos de trabalho da comissão permanente na fixação da ordem do dia para a quarta reunião do presente ano legislativo", destacou ainda Diã de Sousa. Não foi possível à Lusa obter a reacção de Ibraima Sory Djalo, já que este se prepara para viajar hoje (quinta-feira) para o Brasil, onde vai participar numa reunião de parlamentares sobre questões ligadas ao ambiente.
Com o golpe de Estado de 12 de Abril, Raimundo Pereira, que era presidente interino do país, foi substituído na chefia do Estado por Serifo Nhamadjo, um dos vice-presidentes do Parlamento e este, por sua vez, foi substituído no hemiciclo por Ibraima Sory Djalo, também outro vice-presidente (eleito pelo PRS, maior partido da oposição). De acordo com o PAIGC, o regimento do Parlamento diz que a substituição na chefia do Estado é automática o que já não acontece no hemiciclo, onde a lei manda que se faça uma nova eleição da mesa da presidência. AngolaPress