terça-feira, 31 de março de 2015
Os Antónios não se rendem
«Ainda que o frio te queime, ainda que o medo te morda, ainda que o sol se ponha e se cale o vento... Não te Rendas.» - Mário Benedetti
segunda-feira, 30 de março de 2015
ÉBOLA: "Fantasmas" desviam mais de 8 milhões de euros na Serra Leoa
Metade dos 16,6 milhões de euros de fundos destinados à luta contra o Ébola na Serra Leoa não tem justificativo de aplicação e quase um terço do valor é oficialmente considerado "desaparecido", revela uma auditoria esta segunda-feira divulgada.
De acordo com uma análise feita às contas públicas de entidades responsáveis pelo combate ao Ébola na Serra Leoa entre maio e outubro de 2014, alguns valores foram canalizados para "funcionários fantasmas", enquanto outros foram pagos a instituições que nunca conseguiram demonstrar como os fundos foram utilizados.
"As conclusões do relatório alegam que o dinheiro que de outra forma devia prestar socorro e resgatar vidas não foi utilizado, na sua maior parte, para o fim a que se destinava", disse o coordenador da organização independente de defesa da transparência pública da Serra Leoa, Ibrahim Tommy, citado hoje pela agência de notícias IRIN, das Nações Unidas.
ANGOLA: Economista do FMI avisa que petróleo baixo pode subir tensões sociais
O chefe de departamento de ‘commodities’ (mercadorias) do Fundo Monetário Internacional considerou esta segunda-feira, em declarações à estação de televisão norte-americana NBC, que a descida dos preços do petróleo pode “exacerbar as tensões sociais em Angola”. “A dramática queda nos preços do petróleo está a obrigar alguns países exportadores de petróleo com um limitado espaço orçamental a consolidarem [o Orçamento], o que pode exacerbar as tensões sociais”, disse o economista Rabah Arezki em declarações reproduzidas na CNBC.
De acordo com este órgão de comunicação social, “os tumultos económicos e sociais em países como a Venezuela e a Rússia – principalmente por causa da queda dos preços do petróleo – desviaram as atenções de Angola, um país membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo que é o segundo maior produtor de África”.
O artigo da CNBC com o título ‘Angola junta-se à Venezuela entre os maiores perdedores com a queda do petróleo’, diz que a situação económica angolana “não é tão má como na Venezuela, mas ainda assim é bastante má”.
Para sustentar a afirmação, os autores exemplificam com a queda de 12% nas exportações, no ano passado, para 24 mil milhões dólares, levando Rabah Arezki e notar que o país enfrenta os mesmos problemas de outros países fortemente dependentes da exportação de uma matéria-prima para equilibrarem os orçamentos e garantirem o financiamento para os programas sociais e para os investimentos públicos.
Tal como na Venezuela, a crise do petróleo levou a moeda angolana a sofrer uma forte desvalorização nos últimos meses, perdendo terreno face ao dólar, com implicações significativas ao nível da política orçamental e monetária. “Outros países exportadores de petróleo com mais folga orçamental podem decidir acondicionar o choque usando ‘almofadas'”, acrescenta o especialista do FMI, notando que o panorama é ainda mais preocupante no caso dos países que são importadores líquidos de petróleo.
Apesar da situação diferente, as escolhas políticas que os governos angolano e venezuelano vão ter de fazer são igualmente difíceis, afirma um professor de Economia e Políticas Públicas na Universidade Claremont McKenna.
“É aqui que as coisas se tornam mesmo difíceis, decidir quais os aspetos do Orçamento que vão ter de ser cortados”, diz William Ascher, notando que é preciso definir quais são as partes do setor público que vão ser cortadas, e quais os segmentos da população que vão ser mais afetados.
“É uma questão de distribuição, logo, é uma questão política”, a que se junta o problema de aumento do custo dos empréstimos, dado que os investidores percecionam o aumento das dificuldades em servir a dívida, e consequentemente aumentam os juros exigidos para emprestar dinheiro.
Angola, assim como outros países dependentes do petróleo, vão notar que pagar as dívidas vai ser mais caro, dado que as receitas fiscais do petróleo diminuem e a depreciação das suas moedas tornam a dívida, geralmente em dólares, mais onerosa, lembrava a Brookings Institution num relatório recente.
Angola colocou cerca de 750 milhões de euros em dívida pública durante o mês de março, no mercado primário, segundo dados do banco central angolano compilados esta segunda-feira pela Lusa.
Na última semana deste mês, as maturidades das Obrigações do Tesouro variaram entre os 2 e os 5 anos, com as taxas de juro a oscilarem entre os 7 e os 7,77%. No caso dos Bilhetes do Tesouro, as taxas de juro variaram entre os 6,10 e os 8,15%, para as maturidades respetivas de 91, 182 e 364 dias.
A emissão de dívida pública e a contração de empréstimos comerciais e de instituições financeiras mundiais tem sido a principal arma do Executivo angolano para compensar a queda das receitas fiscais, que obrigou à revisão do preço de referência do barril de petróleo de 81 para 40 dólares, no Orçamento do Estado para este ano. Lusa
domingo, 29 de março de 2015
Ditadura Esclarecida
"Meu caro!
De todas as sondagens que tens publicado esta última é a melhor. :-)))) Não sei se todos os teus leitores compreenderão a subliminaridade da coisa!... ;-)
Eu estou por uma Ditadura Esclarecida de Consenso desde que nela se incluam todos os guineenses inteligentes e de boa vontade. Daria bons resultados com certeza.
Saudades camarada. Abraço,
J.N."
M/R: Está claro que 99% não perceberam...mas também não temos escolha. Abraço, AAS
sábado, 28 de março de 2015
Presidente da República pede a guineenses que regressem
O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, apelou hoje em Lisboa à comunidade guineense em Portugal para que considere regressar ao país e ajudar na sua reconstrução.
“Eu vim cá precisamente para apelar-vos: comecem a pensar no vosso regresso. Os riscos que vocês assumem aqui em Portugal, devem aceitar corrê-los na vossa terra natal”, declarou, num encontro com a diáspora guineense no Fórum Lisboa.
Depois de sublinhar que conhece bem os problemas dos emigrantes em Portugal, o chefe de Estado guineense acrescentou: “Não estou aqui para vos dar uma lição, estou aqui para ouvir conselhos e para vos dizer como vai a terra que vos viu nascer”. “A Guiné-Bissau é um país de oportunidades, porque nada está feito, está tudo por fazer – e 1,1 milhões de dólares é muito dinheiro”, observou José Mário Vaz, referindo-se à ajuda financeira da comunidade internacional que fez questão de agradecer.
“Muito obrigado à comunidade internacional, que nunca virou costas à Guiné-Bissau, apesar de nós não termos sido muito corretos no seu uso: dinheiro dado para comprar copos foi gasto a comprar viaturas…”, exemplificou, desencadeando o aplauso no auditório quase cheio. Salientando que “agora, a bola está do lado da Guiné-Bissau”, o Presidente classificou a atual situação do país como “uma oportunidade para os guineenses que estão em Portugal”.
“Temos uma grande responsabilidade, meus concidadãos, e cada um tem de fazer o que sabe fazer: temos bons pedreiros, bons carpinteiros, bons eletricistas, bons empresários… Não pensem em ir para a Guiné-Bissau para serem ministros, secretários de Estado, funcionários públicos”, advertiu.
“Devem regressar para concorrer com os demais para a concretização de projetos” que contribuam para “a construção do país”, porque, acrescentou, se os guineenses não aproveitarem os recursos financeiros disponibilizados pela comunidade internacional “outros estão à espera”.
José Mário Vaz explicou que “hoje, na Guiné-Bissau, o Estado é o maior empregador e não pode ser”. “O Estado não pode ser tudo, porque senão enfrenta problemas sérios; o Estado não pode criar riqueza e não pode criar emprego, isso cabe ao setor privado, e temos de ter a coragem de fazer essa reforma”, defendeu.
Instando mais uma vez os seus concidadãos a regressar, neste seu primeiro encontro com a diáspora desde que foi eleito, em junho de 2014, o Presidente guineense fê-lo na forma de pedido.
“Eu vou pedir: temos de limpar essa mágoa, esse ódio que está no interior dos guineenses; devemos esquecer o passado e olhar para o futuro, para a construção do país”, insistiu, recordando ser sua ambição “contribuir para a mudança radical da Guiné-Bissau”, porque acredita que “o Presidente da República tem de ser o homem que está sempre à procura de consensos”.
sexta-feira, 27 de março de 2015
Para eles é um...figo
O presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB), Manuel Nascimento Lopes, afastou "qualquer hipótese" de o país apoiar o português Luís Figo na corrida nas eleições da FIFA no próximo mês de maio. Em declarações aos jornalistas, em Bissau, Nascimento Lopes afirmou que a decisão de apoiar a recandidatura do suíço Joseph Blatter já foi tomada e não será anulada, nem com a intervenção das autoridades do país.
"Peço às pessoas que parem com as especulações, porque não é o secretário de Estado (da Juventude, Cultura e Desporto) que vota, não é o primeiro-ministro, nem é o Presidente da República. Quem tiver o seu compromisso com o Luís Figo que vá ter com ele. Eu vou votar no Joseph Blatter", disse Nascimento Lopes.
O dirigente acrescentou que a Guiné-Bissau não pode apoiar a candidatura de Figo, alegando que este nunca se interessou pelo futebol guineense. "A questão do apoio ao Figo está fora do contexto do voto da Guiné-Bissau. Ele sabia que a Guiné-Bissau existe, porque é que ele nunca cá pôs os pés", questionou Nascimento Lopes, que tem estado fora do país nos últimos três meses, disse, à procura de apoios para o futebol.
O presidente da federação guineense não esteve presente na reunião que o Governo convocou na quinta-feira com os membros do Comité Executivo para, entre outros assuntos, pedir um esclarecimento sobre o apoio do país nas próximas eleições da FIFA. Nascimento Lopes justificou o seu voto em Blatter: "Já o disse, desde o primeiro momento, se formos ver o que o Blatter fez para o futebol africano, ninguém poderá pensar sequer em colocar o Figo à frente do Blatter. Paremos com a brincadeira."
O presidente da Federação guineense anunciou uma série de apoios que o país vai receber da FIFA para a reabilitação de dois estádios, um em Bissau e outro em Canchungo, norte da Guiné-Bissau.
Elementos da Guarda Nacional e polícias da Guiné-Bissau detidos por suspeita de roubo e destruição no estádio nacional
As autoridades da Guiné-Bissau anunciaram esta sexta-feira a detenção de guardas e polícias suspeitos de terem roubado cabos e destruído o sistema do estádio nacional, danos estimados em 410 mil euros. O recinto está sem condições para a prática desportiva nos próximos tempos, explicou à agência Lusa o diretor do estádio, Simão da Rocha.
Com capacidade para 15 mil espectadores, o estádio 24 de setembro é o único com relvado natural e foi construído nos anos 90 pela cooperação chinesa. Segundo Simão Rocha, tudo aponta para que o roubo tenha sido feito por guardas ali colocados pelo ministério da Administração Interna: «Quatro indivíduos foram detidos: dois polícias e dois elementos da Guarda Nacional.»
Os suspeitos terão cortado cabos para vender o cobre no mercado negro e destruído todo o sistema elétrico, pelo que a corrente só será restabelecida com uma nova instalação. O ministro da Administração Interna, Octávio Alves, prometeu «mão dura» caso fique provado o envolvimento dos agentes. O Procurador-Geral da República, Hermenegildo Pereira, também garantiu que o inquérito iria ser rigoroso para apurar responsabilidades.
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