Presidente da República de Cabo Verde envia mensagem de condolências em memória das vítimas de acidente de viação da LAM, no norte da Namíbia.
“Senhor Presidente e caro amigo, e caro irmão,
Foi com profunda consternação que tomei conhecimento do trágico acidente aéreo ocorrido na madrugada deste Sábado e que resultou no desaparecimento físico de todos os ocupantes do avião”.
Em nome pessoal e no do povo de Cabo Verde, o Chefe de Estado apresenta as suas mais sentidas condolências e manifesta solidariedade para com o Presidente Moçambicano e o Povo amigo de Moçambique, muito em particular aos que perderam familiares e entes queridos."
sábado, 30 de novembro de 2013
Três mulheres, três países, três visões do desenvolvimento
Por: Ana Dias Cordeiro
Foto: Bruno Almeida
Em: PÚBLICO
Emília Pires, Luísa Diogo e Cristina Duarte. Três mulheres, três experiências de governação em três diferentes países de língua portuguesa, e que o PÚBLICO juntou numa conversa sobre o desenvolvimento em países pobres ou saídos de guerras civis e o papel das mulheres no poder.
Cristina Duarte, Emília Pires e Luísa Diogo fotografadas em Lisboa
As três mulheres estiveram há algumas semanas em Lisboa, para participar na conferência O Futuro da Agenda Global de Desenvolvimento: Visões para a CPLP organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian. Emília Pires, ministra das Finanças de Timor-Leste, Luísa Diogo, ex-primeira-ministra de Moçambique e Cristina Duarte, ministra das Finanças de Cabo Verde, foram oradoras nessa conferência e partilharam com o PÚBLICO a sua experiência em cargos públicos nos respectivos países.
EMÍLIA PIRES, ministra das Finanças de Timor:
“Graças ao petróleo, conseguimos conquistar a paz”
Quando as pessoas não tinham televisão, não tinham matéria para imaginar o que poderia ser a sua vida. Nesse tempo, também não havia baloiços para as crianças, nem computadores para os jovens se ligarem ao mundo.
“As pessoas não tinham uma amostra daquilo que poderia ser a sua própria vida.” Emília Pires, ministra das Finanças timorense, era ela própria adolescente quando em 1975 saiu do país, com os pais e os seis irmãos, para regressar 24 anos depois.
É ministra das Finanças do Governo de Xanana Gusmão desde 2007, quando o ex-líder da guerrilha e Prémio Nobel da Paz 1996 anunciou que não seria candidato à presidência, fundou um novo partido, venceu as primeiras legislativas e depois as de 2012, reconduzindo Emília Pires no cargo. “Tivemos que criar um amanhã.” Ou seja: construir sobre os despojos de uma longa guerra civil, recomeçar do zero, com a ajuda dos ganhos da exploração de uma riqueza natural: o petróleo.
“A maioria da população, especialmente as crianças, nasceu num ambiente de violência. Estávamos expostos a outra visão da vida”, diz Emília Pires.
Foi Xanana Gusmão quem primeiro partilhou a ideia de abrir um parque infantil em Díli, com a ministra Emília Pires que, na ligação com a comunidade internacional, estava orientada para dotar o país de escolas e hospitais na perspectiva dos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio, definidos em 2000 pelas Nações Unidas. O primeiro-ministro timorense, pai de três filhos, tentou e conseguiu fazer ver à sua ministra o valor das coisas “não tangíveis” para o desenvolvimento. “Para ele, era importante não esquecer a parte lúdica e a ideia de expor as novas gerações às mesmas experiências das crianças dos outros países. Ele achava que, só assim, elas podiam ter uma visão de futuro, e um futuro”.
Era uma forma de “criar um amanhã” – e de melhorar o país. “Vivíamos para o ontem, para a sobrevivência. Continuamos a dar muito mais importância aos que morreram do que ao futuro”, frisa Emília Pires.
A economista faz parte de uma nova geração de quadros, que se seguiu à dos veteranos da luta pela independência, que acredita que Timor-Leste pode ser o próximo “milagre do Sudeste Asiático”, como ela própria o referiu, perante os níveis de crescimento económico do novo país em contexto de crise mundial, a partir de 2008. No perfil que a revista Forbes traça dela, a ministra é uma pessoa com a ambição centrada no seu país, onde melhorar o ensino continua a ser “a grande prioridade”.
Muitas vezes, a construção da paz e do Estado faz-se com coisas que o mundo não está a medir.
Quando chegou ao Ministério das Finanças em 2007, realizou um teste para avaliar competências de funcionários e 60% tinham apenas um conhecimento de Matemática equivalente ao 3.º ano de escolaridade. Hoje, mais de cem funcionários do Ministério, da área do Direito ou da Contabilidade, estão a estudar no estrangeiro, à semelhança do que fazem muitos jovens que concorrem a bolsas do Governo ou de outros países para se formarem em universidades da Austrália, Portugal, Estados Unidos ou Indonésia. O número de pessoas licenciadas começa a dar os primeiros sinais de descolar.
Depois da licenciatura na Universidade de Melbourne, Emília Pires concluiu uma pós-graduação na London School of Economics. Quando regressou a Díli em 2009, já tinha experiência em cargos públicos na Austrália. Mesmo quando fala em português – que é língua oficial, juntamente com o tétum, em Timor-Leste – alterna com palavras em inglês, que domina.
Foi impulsionada, na ambição que tem para o país, pelas riquezas timorenses em petróleo e gás e pela presença de grandes companhias da Austrália, China, Índia, Malásia, Japão e Estados Unidos na exploração nas águas de Timor-Leste, escreve a Forbes.
O país criou um Fundo Soberano das receitas de petróleo que já ascenderam a 19 mil milhões de dólares, dos quais 14,5 mil milhões foram aplicados no exterior, em acções e obrigações. Os mais de 5 mil milhões restantes reforçaram o Orçamento e o Plano Estratégico de Desenvolvimento, para a diversificação da economia que inclui uma aposta nos sectores da agricultura e turismo, para além do sector petrolífero. O país libertou-se assim de uma dependência quase exclusiva da ajuda externa. O orçamento – 1,6 mil milhões de dólares – é hoje apenas suportado em 200 milhões pela ajuda internacional. O que é bom, diz Emília Pires. “As ajudas vêm com muitas condições e sem um grande entendimento do que o país pós-conflito precisa.”
Um exemplo foi quando o Governo teve de criar e oferecer pacotes económicos para fazer regressar os 150 mil deslocados internos da crise gerada em 2006 pelo conflito dentro das próprias forças de segurança. “Tínhamos rebeldes com armas nas mãos. As pessoas tinham medo de regressar. Tivemos de resolver o problema de quase 800 ex-guerrilheiros.”
Estes ex-militares passaram entretanto à vida civil. Seguiram os estudos, criaram pequenas empresas ou voltaram para a agricultura. Mas foi-lhes dada uma ajuda. “Sem o dinheiro do petróleo, não teria sido possível. Teria sido difícil conseguir uma ajuda de parceiros [internacionais] para isso.”
Muitas vezes, “a construção da paz e do Estado” faz-se “com coisas que o mundo não está a medir”, diz Emília Pires.
Os baloiços estão lá agora. Os computadores também, em parques ao ar livre e de fácil acesso a todos. E Timor-Leste, independente desde 2002, vai fazendo o seu caminho para o desenvolvimento, muito graças ao petróleo. “Sem os ganhos do petróleo, não podíamos estar onde estamos hoje.”
LUÍSA DIOGO:
“Não basta estar no poder. É preciso ter o poder nas mãos”
A ex-primeira-ministra de Moçambique Luísa Diogo gostaria de poder dizer o mesmo e olhar para as descobertas na bacia do Rovuma – de petróleo em 2010 e de imensas reservas de gás natural em 2013 – como verdadeiramente promissoras para o desenvolvimento do seu país.
Quando, em 1994, foi nomeada para o Governo constituído a partir das primeiras eleições livres, Moçambique era um mapa de estradas destruídas onde não se podia circular, ligado por cabos de electricidade que já não serviam as populações e onde metade das escolas e dos hospitais estava em ruínas. Era preciso construir o presente, antes de pensar o futuro. E atrair o investidor estrangeiro, favorecendo-o com condições que limitavam os ganhos para o país, como aconteceu com a oferta de isenções de taxas no projecto de instalação da Mozal (fábrica de alumínio) em Maputo.
De outra forma, não podia ser, diz Luísa Diogo, num país saído de 16 anos de guerra civil entre o Exército da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) e o movimento guerrilheiro da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) até 1992, quando o Acordo de Paz foi assinado em Roma. Em 1999, quando passou a ministra da mesma pasta (Finanças) e o país crescera com os dividendos da paz, a governante vivia intranquila no receio de ver o seu país entrar no ciclo vicioso do desenvolvimento, como acontece em muitos Estados que surpreendem pelo forte crescimento nos primeiros anos do pós-conflito, mas que depois não conseguem criar bases para o desenvolvimento.
Passou 15 anos em cargos de governação desde 1994, levada pelo então chefe de Estado Joaquim Chissano até 2009, quando foi exonerada pelo actual Presidente Armando Guebuza. Foi vice-ministra e depois ministra das Finanças, a partir de 1999, quando passou a acumular com a função de primeira-ministra.
Hoje é presidente do Conselho de Administração não executivo do Barclays (que tem mais de 46 agências no país) e lamenta o baixíssimo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que contrasta com a imagem, para fora, de país exemplar na forma como se ergueu depois do conflito. “O caso moçambicano tem de ser visto do ponto de vista dinâmico. Não como uma fotografia mas como um filme”, justifica. “É preciso ver de onde o país vem, onde está e para onde vai.”
A riqueza – Moçambique tem um Produto Interno Bruto (PIB) per capita de 600 dólares – não está a ser distribuída de forma a incluir toda a gente, aponta a economista. Os números crescem com os megaprojectos – como o do alumínio da Mozal ou o das Areias Pesadas de Moma – e os da área do gás, mas o desenvolvimento humano está entre os mais baixos do mundo. Numa lista de 178 países, Moçambique, que está no topo mundial em reservas de gás, é o terceiro pior (está no 175.º lugar) no ranking do desenvolvimento humano.
O que falha no desenvolvimento de Moçambique é “não estar a olhar para as pessoas”, diz Luísa Diogo, que não esconde a ambição de um dia vir a ser chefe de Estado – se o seu partido Frelimo, de que é membro do Comité Central, a escolher como candidata presidencial. “Cerca de 70% da população vive da agricultura. Estas pessoas precisam de políticas específicas que as façam sair da pobreza”, defende.
Com as descobertas recentes de importantes reservas naturais – que colocam o potencial de crescimento económico de Moçambique ao nível do de Angola e o país na mira de investidores estrangeiros como nunca antes aconteceu – as perspectivas são brilhantes. Mas, mais uma vez, contrastam com a realidade.
“Moçambique é um país com promessas que podem garantir um desenvolvimento brilhante.” Mas para isso, diz Luísa Diogo, é preciso seguir o exemplo dos países que tiveram sucesso, e fazer o mesmo. Um modelo para Moçambique tem sido a Noruega, onde foi criado um Fundo Soberano com as receitas do petróleo, e de onde Moçambique tem recebido assistência técnica para desenhar um quadro legal que transforme os ganhos da extracção destes recursos em ganhos para os moçambicanos. “Procuramos na Noruega uma fonte de inspiração”.
O importante, diz a ex-primeira-ministra, é Moçambique afastar-se dos maus exemplos: países onde os recursos criaram problemas de corrupção ou de conflitos criados por lutas pelo poder. Em Moçambique, o desenvolvimento não está a olhar para as pessoas
Esse debate – sobre quem beneficia das riquezas do país – está vivo e em aberto, alimentado por uma sociedade civil que duvida que Moçambique esteja no caminho certo. Organizações – como o Centro de Integridade Pública de Moçambique (CIP) – têm alertado para sinais que podem comprometer a transparência e a equidade dos contratos com as companhias de exploração do gás, carvão ou outras matérias-primas, e os próprios benefícios para o Estado.
“A força da sociedade civil moçambicana é a prova mundial de que nem sempre são os partidos da oposição que dão as melhores contribuições para o desenvolvimento de um país”, salienta. A oposição é liderada pela Renamo, partido que tem perdido apoio eleitoral.
Depois das autárquicas do passado dia 20 de Novembro, ganhas pela Frelimo e boicotadas pela Renamo, e nas quais o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) de Daviz Simango se afirmou a nível nacional concorrendo pela primeira vez em todos os municípios, Moçambique vai de novo a votos em 2014 para escolher os deputados e o Presidente da República, que nomeia o primeiro-ministro.
A Frelimo ainda não escolheu o sucessor de Armando Guebuza, que terá então completado os dois mandatos presidenciais previstos na Constituição. Mesmo não sendo da ala do partido afecta ao Presidente, Luísa Diogo não exclui a possibilidade de um dia ser ela a liderar os destinos do país. “O mundo não acaba em 2014”, diz gracejando quando questionada sobre a hipótese de ser a candidata da Frelimo quando Guebuza já não for líder. “Eu não tenho medo de qualquer cargo. Quem decide é o partido.”
Graça Machel – viúva do primeiro Presidente de Moçambique e mulher do primeiro Presidente negro da África do Sul Nelson Mandela – também é apontada, no futuro, como possível candidata presidencial pela Frelimo, partido cuja bancada parlamentar é constituída em mais de metade (53%) por mulheres. O país tem sabido “escolher os seus líderes de acordo com os desafios” do presente e do futuro, considera Luísa Diogo.
“O Presidente [Eduardo] Mondlane foi escolhido para fazer a unidade nacional, o Presidente Samora Machel fez a declaração da independência e definiu as visões de desenvolvimento do país, o Presidente Chissano negociou a paz e teve a tolerância necessária para preservar a paz, e agora o Presidente Guebuza está a fazer a necessária transformação estrutural da economia e da sociedade”, diz.
Escolher uma mulher para a Presidência da República é “uma tendência natural” num país que já teve Luísa Diogo como primeira-ministra, tem Verónica Macamo a presidir à Assembleia e onde as mulheres ocupam cerca de um quinto dos cargos de ministros e vice-ministros.
“Mas não basta estar no poder”, conclui Luísa Diogo. “É preciso ter o poder na mão, estar em postos onde o poder faz-se sentir.”
CRISTINA DUARTE:
“Maior riqueza de Cabo Verde é a vontade de participar no puzzle mundial”
O envolvimento das mulheres nos destinos de Cabo Verde vem do tempo da luta de libertação, liderada pelo PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde) neste país e na Guiné-Bissau. A tradição mantém-se e é reflexo de uma combatividade feminina à imagem do espírito de luta do cabo-verdiano que Cristina Duarte, ministra das Finanças de Cabo Verde, elege como principal riqueza do arquipélago sem os recursos naturais de Moçambique ou Timor-Leste.
“O primeiro-ministro sempre fez questão de ter uma forte presença feminina no Governo”, diz Cristina Duarte, que é militante mas não dirigente do PAICV (Partido Africano da Independência de Cabo Verde), do primeiro-ministro José Maria Neves, que escolheu outra mulher, Cristina Fontes, para vice-primeira-ministra e formou um Executivo composto, em quase metade, por elementos femininos. “Essa forte presença não é para cumprir indicadores ou quotas, mas porque ele acredita no equilíbrio”, diz sobre o primeiro-ministro, que “costuma dizer que são as mulheres que mandam em Cabo Verde”.
Além de Cristina Fontes, que é a número dois do Governo e ministra da Saúde, e Cristina Duarte que é ministra das Finanças, também as pastas da Administração Interna, Infra-estruturas e Economia Marítima, Educação, entre outras, são lideradas por mulheres.
No arquipélago lusófono, diz Cristina Duarte, o papel da mulher sempre foi preponderante. “Por sermos historicamente uma nação de emigração, com maior pendor masculino, a mulher foi obrigada a assumir várias tarefas em simultâneo.”
A ideia de combatividade feminina existe desde a afirmação pela independência. “Era um valor da luta de libertação a que demos continuidade.” Logo em 1975, “a igualdade do género passou a ser a nossa bandeira”, e desde então o PAICV governou em alternância com o Movimento para a Democracia (MPD).
A maior riqueza de Cabo Verde – arquipélago de dez ilhas, sem os recursos naturais de Moçambique ou Timor-Leste – é “a combatividade e o espírito de luta, o desejo de também participar no puzzle mundial”, diz Cristina Duarte, que foi oradora da mesma mesa de Luísa Diogo na conferência sobre Desenvolvimento na Fundação Gulbenkian. E conclui: “Este é o nosso recurso, o desejo de ser.”
Com o mesmo optimismo com que diz acreditar que Cabo Verde está no caminho certo para se tornar num ambicionado centro internacional de prestação de serviços (com os seus quatro aeroportos internacionais, a expansão recente dos seus seis portos e uma taxa de penetração da Internet de 36%), Cristina Duarte diz que “a juventude é simultaneamente um desafio e um potencial” num país onde a maioria da população é jovem e uma grande proporção dos jovens tem formação universitária, mas onde o orçamento ainda depende em mais de 70% da ajuda externa.
O objectivo é fixar a juventude, dar-lhe perspectivas de futuro e oportunidades de emprego, não que o cabo-verdiano da diáspora não seja parte integrante da nação. Cabo Verde é como um país que se estende muito além das suas ilhas, em países onde a expressiva diáspora está muito presente: Estados Unidos, França, Portugal, Holanda, e outros. E a maior conquista, dos últimos 10 anos, conclui Cristina Duarte, foi ter “o cabo-verdiano na diáspora dizer com orgulho: ‘Eu sou cabo-verdiano’”.
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
Facto
"Nos últimos anos, o jornalista António Aly Silva assumiu uma importância muito maior do que a que a Agência Noticiosa da Guiné-Bissau (ANG) alguma vez teve. Um homem só deu-nos muito mais a ler sobre o seu país do que toda uma estrutura do Estado." - Jorge Heitor, jornalista
Nunca mais!
O golpe de Estado de 12 de abril de 2012 nunca será o "último", como pregam os patetas. Será, isso sim, o toque de alvorada para outro golpe. É apenas uma questão de tempo. O Povo devia levantar-se; os sindicatos deviam, todos, mas todos, parar o País completamente. Quem quiser governar o sol e a chuva - faça o favor! E lembrem-se desta máxima: Ninguém tem a obrigação de obedecer àquele que não tem o direito de mandar! António Aly Silva
Rui Barros e José Maria Neves - um encontro na Praia
Rui Barros, primeiro-ministro de transição da Guiné-Bissau, escalou Cabo Verde ontem, no voo da Royal Air Maroc proveniente de Bissau- Rui Barros vai a caminho de França. Calhou o primeiro-ministro, José Maria Neves, estar de regresso do seu périplo europeu, e os dois mantiveram um encontro de cerca de meia hora no aeroporto internacional 'Nelson Mandela', na Ilha de Santiago. AAS
Aós, na Bissau
Esta é a Nossa Pátria Amada (Ballet Nacional)
Apresenta:
"Nó Recorda Cultura"
Danse Traditionnelle, Ensemble, Contemporaine
Sexta-feira, 29 de Novembro de 2013, às 21h
2 000 FCFA / 1 500 FCFA (aderentes)
No Centro Cultural Franco-Bissau-Guineense
Como formar analfabrutos
EDUCAÇÃO NA Guiné-Bissau? VERGONHA NACIONAL
«Caro Aly
Aceite os meus cumprimentos, e votos de muita coragem, dedicação, empenho em prol do desenvolvimento desta pátria que merece muito mais coisas boas do que o que estamos a viver, mas temos fé de que um dia as coisas vão melhorar. Sou Augusto G. C., moro no bairro de Bandim I. Zona 7.
Queria partilhar com os teus leitores as fotos que tirei na semana passada na Escola 'Bandim Bila', situada no Alto Bandim, em frente do 'estádio' CaCoMa. As imagens mostram o estado actual daquela escola primaria, imagens dramáticas, lamentáveis e tristes para um país que fala no desenvolvimento, mas que infelizmente o sector do social, nomeadamente o ensino, não faz parte das suas prioridades.
É nossa ideia, de um grupo de jovens do bairro de Bandim, encontrar pessoas ou ONGS de boa vontade para ajudar a salvar aquela escola que contribuiu na formação de vários quadros que hoje estão a servir o nosso país. Se realmente precisamos de mais quadros...é preciso salvar essa escola.
Aly,
Gostaríamos que publicasse estas imagens no seu site-web, que se calhar é uma das formas de nos ajudar a encontrar parceiros, doadores e pessoas de boa fé para ajudar a salvar aquela nossa escola que tem os dias contados se não houver uma rápida intervenção.
Favor aceite este nosso pedido que pensamos ser uma das vias para a solução dos problemas daquela escola.
Augusto G. C.»
LGDH sobre a prisão de Sanogo
Liga Guineense dos Direitos Humanos
Comunicado de Imprensa
A República do Mali mergulhou-se numa profunda crise político-militar em consequência de golpe do estado no dia 22 de Março 2013, liderado pelo Capitão Amadou Aya Sanogo. Ao longo do período de transição estabelecido pela CEDEAO, foram registadas violações graves dos direitos humanos nomeadamente, assassinatos, espancamentos, desaparecimentos forçados, entre outras, ilegalidades perpetradas pelos militares golpistas.
Com a restauração da ordem constitucional em decorrência da realização das eleições presidenciais, as Instituições judiciarias malianas abriram inquéritos para determinar as responsabilidades sobre as violações acima referenciadas com a finalidade de combater a impunidade, promover a paz social e a reconciliação com base nos critérios da justiça.
Estas corajosas ações da justiça daquele país irmão, culminaram com a detenção do Capitão Sanogo no passado dia, 27 de Novembro. Sem prejuízo do princípio universal de presunção de inocência que assiste todos os suspeitos, a detenção do Capitão Sanogo representa uma vitória inequívoca da democracia e do estado de direito na nossa sub-região e em toda África, em geral.
A LGDH enquanto instituição que pugna pela defesa intransigente dos valores da paz, da democracia e do estado de direito, congratula-se com a firmeza da justiça maliana em combater sem tréguas a impunidade em cumprimento das recomendações da Declaração de Bamako.
Por fim, a LGDH felicita a coragem e determinação do povo maliano, em particular da sociedade civil maliana, nomeadamente Associação Maliana de Direitos Humanos por terem optado pelas vias de reconciliação fundada nos valores da verdade e da justiça como único caminho capaz de conduzir o país ao progresso e ao bem-estar social.
A LGDH acredita que os bons exemplos da vitalidade das instituições malianas podem influenciar os atores políticos e judiciais da Guiné-Bissau para uma mudança de mentalidade que valorize a justiça em detrimento, das amnistias e promoção da impunidade.
Pela Paz, Justiça e Direitos Humanos
Feito em Bissau aos 29 dias do mês de Novembro 2013
A Direção Nacional
______________________
MEMBRO DE:
FIDH – Federação Internacional dos Direitos Humanos
UIDH – União Internacional dos Direitos Humanos
FODHC-PALOP – Fórum das ONGs dos Direitos Humanos e da Criança dos PALOP
Fundador do Movimento da Sociedade Civil
PLACON – Plataforma de Concertação das ONGs
MEMBRO OBSERVADOR JUNTO DE:
CADHP – Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos
EXCLUSIVO: Hoje, os serviços de imigração estacionados no aeroporto de Bissau, seguindo ordens da Polícia Judiciária, proibiram Augusto Kabi, o acossado ex-director da APGB, de sair do País, por estar envolvido no processo de espancamento do ministro de Estado e dos Transportes e Comunicações, Orlando Viegas, que ainda se encontra internado numa clínica de Dakar. Ditadura do Consenso sabe que a Polícia Judiciária mandou um ofício a proibir a saida de Augusto Kabi, e de outros elementos considerados suspeitos, do território nacional. Kabi devia viajar para Lisboa, com a filha. AAS
Excitação
- Amadu-él Baldé: Sim, concordo consigo, incansável Aly Silva. Serifo Nhamadjo, é o pior mentiroso que já existiu na Guiné-Bissau. E, podemos classifica-lo também de pior traidor de todos os tempos na nossa República! O Serifo, para além de ser mentiroso e perigoso, ele também é TRAIDOR de tamanho inimaginável. Mentiroso, cara sem vergonha, demita-se, traidor do povo guineense, imbecil.
TODA A VERDADE
Estas foram as declarações da Presidente da Comissão da União Africana, a sul-africana Dlamine Zuma, sobre a Guiné-Bissau, proferidas à margem dos «Dias Europeus do Desenvolvimento», que há dois dias terminaram em Bruxelas, na Bélgica. E dá que pensar:
'A Guiné-Bissau, na minha opinião, precisa duma abordagem muito diferente, porque o que todos nós temos feito é como pôr pensos rápidos. Ou seja, quando há um golpe de Estado, vimos e organizamos eleições e então há um Governo democrático eleito e dizemos está tudo bem. Depois, outro golpe de Estado acontece, e esse Governo dá lugar a outro. E nós fazemos a mesma coisa. Podemos esperar resultados diferentes? Penso que não, e penso que a Guiné Bissau é o exemplo de um país que precisa de desenvolvimento. Precisa de outra abordagem, porque o narcotráfico também está a desempenhar um papel na situação por que passa o país.
Precisamos olhar de forma mais abrangente, para lidar com este problema e perceber porque é que o narcotráfico ganha raízes, qual o desenvolvimento do país, porque é que toda a gente quer ir para o Governo. Porque, se o Governo é o maior empregador, se o Governo é o mais atraente, então toda a gente vai lutar para estar no Executivo, ou ter um familiar ou um amigo no Governo. Precisamos de analisar de forma mais abrangente o problema da Guiné-Bissau, incluindo o desenvolvimento. Certificarmo-nos de que as pessoas, nas áreas rurais, conseguem produzir, fazer agricultura. Não são apenas os golpes de Estado e as eleições. Tem de ser mais abrangente. E penso que só quando fizermos esta abordagem total, é que teremos uma solução sustentável.'
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
I son torossa
In: Pasmalu
Decididamente a ONU e o seu funcionário de serviço, Ramos Horta, andam a brincar com isto tudo.
Não apanharam o pé da situação e decidiram que a realidade não é aquilo que os guineenses estão a viver, mas sim as ideias estapafúrdias que têm nas suas cabeças, como a de dizer que a violência ocorre sobretudo na capital guineense (como ele, Ramos Horta, não se aventura no interior, fica-se pelos sítios onde se comem belas gambas, também a não vê, claro!) e que os incidentes não são provocados apenas por militares.
Aliás, já ontem Daba Na Walna vinha a dizer isso, com a apresentação dos tais quatro homens que segundo ele se faziam passar por militares, usando armamento desviado há muito tempo. Claro que se não percebe, se há assim tantas armas em mãos de civis, porque raio de razão não as usam, afastando os golpistas de vez!.
Mas voltando aos “alegres inoperantes”, isto é, aos anteriormente referidos funcionários da ONU… Fartos de desbaratar os rios de dinheiro que dizem estar a dar à Guiné-Bissau, mas que só serve para pagar a centena de “especialistas” que passam os dias acantonados nos ares-condicionados da sua sede em Bissau a preparar os respectivos fins-de-semana, decidiram agora reforçar o pecúlio da ECOMIB, organização militar que ninguém sabe para que serve.
Há já quase dois anos no país, esta missão militar nada fez que se visse e ouvisse. Por ela passaram crimes, violência, barbaridades. E ela não tugiu nem mugiu. Só quando a população decidiu denunciar o “trabalho” dos nigerianos no rapto de crianças é que foram a correr proteger a embaixada. Fora disto, NADA!
Pois é a estes mesmos que a ONU vai reforçar a capacidade de intervenção(?), possivelmente para as chefias militares nigerianas continuarem a pouca vergonha da prostituição no Hotel Azalai ou ao dolce fare niente a que se entregam abnegada e diariamente.
Enquanto isso, o presidente senegalês Malick Sarr, descobriu e lançou um novo candidato presidencial CEDEAO às “próximas” eleições: o seu funcionário dos petróleos, Júlio Baldé.
Afanosamente, Ramos Horta já está a preparar para breve um convívio de gambas com este novel candidato e o seu amigo do coração, o impoluto Kumba Ialá
Já não há paciência para aturar estes incompetentes que nos mandam para aqui!
E logo este prémio Nobel dos “Passageiros Frequentes”…
Nhamadjo, o mentiroso
Ouvi o Serifo Nhamadjo falar sobre mim, num vídeo. Vou responder-lhe à letra, mostrando ao MUNDO que você, SERIFO NHAMADJO, é um mentiroso e NÃO tem perfil para sentar na cadeira onde está, mas que o faz em virtude do alinhamento no golpe de Estado de 12 de abril de 2012. Mas há mais...
O próprio Serifo Nhamadjo INTERCEDEU junto de alguém, em DAKAR, para falar comigo a fim de lhe dar APOIO para as presidenciais. Fui a Dakar, disse à pessoa que SERIFO NUNCA GANHARIA ESSAS ELEIÇÕES, e portanto estava fora. Regressei a Bissau no dia seguinte, menos de 24 depois...e tranquilo.
ESTAVA CLARO PARA TODOS QUE SÓ O CARLOS GOMES JR., PODIA VENCER ESSAS ELEIÇÕES, E A QUE VIRÁ...
Hoje, telefonei para Dakar e falei com a pessoa, explicando-lhe tudo. E prometi que reagiria, também em vídeo. Incrédulo com o que acabara de ouvir, respondeu: «Esse Serifo é um traidor!» e deu-me luz verde para gravar o vídeo. Oremos. O Serifo Nhamadjo é um MENTIROSO, e todos vão saber a história verdadeira. Serifo Nhamadjo, você é um TRAIDOR do Povo da Guiné-Bissau.
Serifo Disse ainda que eu felicitei-o através de sms, que guarda. VERDADE. Fi-lo porque ele acabara de ocupar um lugar, LEGALMENTE, depois do assassinato do presidente 'Nino' Vieira. Agora o Serifo que não espere pelo meu apoio enquanto... GOLPISTA. Desafio o SERIFO NHAMADJO a tornar públicas os sms que eu lhe enviei, sob pena de ser...MENTIROSO outra vez. . Portanto, contra as mentiras do NHAMADJO, marchar, marchar!
Serifo Nhamadjo tratou-me por «esse sujeito». Muito bem, Serifo. Sou um sujeito que nunca MATOU, ROUBOU, DELAPIDOU, CONSPIROU, DEU UM GOLPE DE ESTADO. A propósito, o sujeito manda-lhe que vá bardamerda. António Aly Silva
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
UE acusa Bissau de autorizar pesca ilícita
A União Europeia (UE) identificou a Guiné-Bissau como um país que autoriza a prática de pesca ilícita nas suas águas territoriais, mesmo depois de ter sido feito uma advertência oficial às autoridades do país há cerca de um ano.
Num comunicado transmitido à imprensa em Bruxelas, esta terça-feira, a UE confirma que a Guiné-Bissau ainda não resolveu os problemas estruturais nem demonstrou vontade em lutar contra a pesca ilícita, apesar de a organização europeia ter trabalhado em colaboração com o Governo deste país africano no sentido de criar medidas de gestão e controlo das atividades de pesca.
A Comissão Europeia já aconselhou o Conselho dos Estados-membros a proibir a importação de peixes capturados nas águas da Guiné-Bissau. Para a União Europeia, a pesca ilícita (não declarada e não regulamentada) constitui um delito não só para os pescadores e mercados europeus, mas também para as populações locais.
Num comunicado transmitido à imprensa em Bruxelas, esta terça-feira, a UE confirma que a Guiné-Bissau ainda não resolveu os problemas estruturais nem demonstrou vontade em lutar contra a pesca ilícita, apesar de a organização europeia ter trabalhado em colaboração com o Governo deste país africano no sentido de criar medidas de gestão e controlo das atividades de pesca.
A Comissão Europeia já aconselhou o Conselho dos Estados-membros a proibir a importação de peixes capturados nas águas da Guiné-Bissau. Para a União Europeia, a pesca ilícita (não declarada e não regulamentada) constitui um delito não só para os pescadores e mercados europeus, mas também para as populações locais.
Descartáveis
"Meu caro amigo,
Estes politicos e militares que temos na Guiné-Bissau devem ser trocados como fraldas e pelo mesmo motivo. É impressionante as merdas que fazem.
António T."
NOTA: Também acho. Mas a começar por cima, pelo Nhemeadjo. AAS
Estes politicos e militares que temos na Guiné-Bissau devem ser trocados como fraldas e pelo mesmo motivo. É impressionante as merdas que fazem.
António T."
NOTA: Também acho. Mas a começar por cima, pelo Nhemeadjo. AAS
PAIGC: Demba Dahaba pretende retribuir ao PAIGC os seus princípios
Abubacar Demba Dahaba apresentou dia 25 de Novembro a sua candidatura para o cargo de Secretário Nacional do PAIGC. A candidatura para o VIII Congresso a ter lugar em Cacheu numa data a indicar, tem quase aderência de todos. A reacção ao aparecimento público de Demba Dahaba foi simplesmente encantador e convincente. Todos sem excepção consideraram Abubabcar Demba Dahaba, candidato real a cabeça de lista do partido nas próximas legislativas.
Muita afluência dos militantes e dirigentes do PAIGC, a fé dos veteranos num salvador do PAIGC e do País: Demba Dahaba. Dos três discursos ouvidos, destaque para, Manuel Maria Monteiro (Manecas), que em nome dos Combatentes da Liberdade da Pátria, foi o mais contundente e realista. Qualificou Demba Dahaba do único capaz de conduzir o partido e retribuir-lhe os seus princípios. Único capaz de salvar a Guiné-Bissau.
Um desafio extremamente difícil, segundo Manecas, mas ao alcance de Demba Dahaba, por várias razões. Manecas recorda ter conhecido Abubacar Demba Dahaba, ainda criança nas zonas libertadas, quando era elo de ligação entre os guerrilheiros do PAIGC. Depois foi um militante ordeiro e respeitador. “Mas o que mais me impressiona, não o seu conhecimento ao partido. É que num país onde os valores foram minados, o Demba Dahaba não se deixou corromper. Estou aqui para lhe dar força, mas para lhe dizer que se ganhar o Congresso, vai ter muito trabalho para retribuir o nosso partido os seus princípios e para recuperar os valores perdidos”, disse.
Por sua vez, o candidato subiu a tribuna para lançar muitos desafios aos militantes do PAIGC, congressistas e guineenses em geral. O momento é de mudança. E o PAIGC tem de mudar. Defendeu um PAIGC coerente com os valores que ajudou a implantar. Os valores da democracia. “O PAIGC em 1994 aceitou a queda do artº 4. Implantou a democracia. Não é aceitável, mais de 15 anos depois, se continue a reinar princípios quase que antidemocráticos. Temos que mudar e fazer do PAIGC um partido respeitador das regras democráticas e que sobretudo vai permitir a separação de poderes”, afirmou.
Sereno e com um discurso de maior responsabilidade, Demba Dahaba sentiu-se mais responsabilizado quando minutos antes de usar de palavra, ouviu Carlos Domingos Gomes, CADOGO Pai a considera-lo de uma pessoa indicada para enfrentar os momentos que a Guiné-Bissau vive. Um gestor rigoroso, mas sobretudo dirigente competente comprometido com os valores da Nação.
Antes foi Abel da Silva, Director da candidatura a fundamentar perante todos os presentes, os motivos que levaram o Grupo de Reflexão constituído por 7 quadros do partido a apostar em Abubacar Demba Dahaba como candidato ao cargo de Secretário Nacional. “Analisamos o perfil de todos aqueles que manifestaram intenções de concorrer e chegámos a conclusão que, para atingirmos as metas traçadas, o Grupo e posteriormente o partido, devem apostar no Abubacar Demba Dahaba.
Abel da Silva
Directoria
Ramos-Horta: "Direitos humanos continuam a ser violados na Guiné-Bissau" (Esta, presumo, é a novidade do século)
O representante especial do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) na Guiné-Bissau disse hoje ao Conselho de Segurança que "a situação dos direitos humanos e da segurança na Guiné-Bissau continua a deteriorar-se, com um aumento dos casos de intimidação, ameaças e limitações à liberdade de expressão e associação, assim como a contínua interferência militar nos assuntos de Estado", declarou José Ramos-Horta.
O representante especial referiu-se ao mais recente relatório sobre a situação do país, onde se considera a possibilidade de reforçar a ECOMIB, contingente militar estacionado na Guiné-Bissau, para travar o aumento de casos de violência. Em relação ao relatório anterior, datado de agosto, o documento faz um retrato mais sombrio da situação no país, sobretudo por causa do número crescente de casos de violência e intimidação. O prémio Nobel da Paz timorense sublinhou que existe um "clima generalizado de medo criado pelo comportamento fora-da-lei das forças de defesa e segurança."
"Esse clima de medo persiste e não contribui para a realização de eleições pacíficas e credíveis", disse o político. O país, que está sob um Governo de transição desde o golpe de Estado de 12 Abril de 2012, devia ter realizado eleições gerais a 24 de novembro e terminado com o período de transição a 31 de dezembro, segundo o calendário estabelecido com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), mas o Governo de transição adiou as eleições para 16 de março de 2014.
No relatório divulgado esta semana, Ban Ki-Moon condena fortemente a morte de um cidadão nigeriano. Na sua comunicação, Ramos-Horta garantiu que "foi aberta uma investigação" sobre o caso e que "10 indivíduos foram acusados formalmente e encontram-se detidos". O relatório refere ainda os ataques de grupos armados à população de bairros de Bissau, em que um funcionário da ONU foi ferido, o apedrejamento da embaixada da Nigéria, e o espancamento de um ministro de Estado, Orlando Mendes Viegas.
Quanto a este último incidente, Ramos-Horta garantiu também ter sido aberta uma investigação e que 11 pessoas já foram interrogadas. Na conferência com o Conselho de Segurança, participou também o embaixador do Brasil junto da ONU, António de Aguiar Patriota, que confirmou a sua visita ao pais em janeiro, na qualidade de presidente da Comissão de Construção de Paz. O embaixador de Moçambique, António Gumende, foi o represente da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) no encontro.
"Tenho de transmitir a nossa profunda preocupação com os episódios recentes de violência e intimidação na Guiné-Bissau, que tiveram como alvos representantes da comunicação social, defensores dos direitos humanos, artistas e políticos", expressou o diplomata, sublinhando "a ausência de ações concretas para combater a impunidade" nestes casos. O embaixador da Costa do Marfim, Oussoufou Bambao, e o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros guineense Fernando Delfin da Silva também participaram na conferência.
Uns vão para a prisão...outros forçam 'amnistia' - A diferença entre Bissau e Bamako
O general Amadou Sanogo, autor do golpe de Estado de 2012 no Mali, foi interpelado no seu domicilio em Bamako, hoje, quarta feira, 27 de novembro, pelas forças de segurança malianas, anunciou o Ministério da Defesa do Mali. Varias dezenas de soldados malianos armados introduziram-se no seu domicilio e saíram pouco depois levando-o pouco depois nas traseiras de um veiculo pick-up, segundo o jornalista da AFP no local.
O antigo capitão « bombardeado » ao grau de general em agosto passado, deve ser presente ao juiz de instrução que deve ouvi-lo sobre os abusos e maltrato cometidos pelos seus homens, assim como sobre a morte de seis pessoas aquando de uma manifestação de militares em setembro. "Ele não quis se apresentar perante a justiça, e nos viemos executar o mandato que lhe fazer apresentar-se perante a justiça do pais », declarou um militar presente no local à AFP.
"Profundamente indignado"
Amadou Sanogo fora convocado em finais de outubro por um juiz de instrução de Bamako mas recusou-se sempre se fazer presente perante o juiz, provocando a reação acessa de muitos partidos e organizações da sociedade civil do Mali. há uma semana atrás, a Frente Unida para a salvaguarda da Democracia e da Republica (FDR), coligação de partidos e organizações que se opuseram ao golpe de estado, declararam-se "profundamente indignados" que o general Sanogo não se digne a responder a uma convocação da justiça.
Nos meses seguintes ao golpe de estado de 22 de março 2012 que precipitou a tomada do Norte do Mali pelos grupos jihadistas, o quartel general de Sanogo e dos seus homens, situado num campo militar perto de Bamako, foi local onde foram cometidas vários abusos, torturas e mortes de militares considerados fieis ao presidente deposto, Amadou Toumani Touré. Muitos homens políticos, jornalistas e membros da sociedade civil, afirmaram igualmente terem sido vitimas de brutalidades. Fontes: AFP et REUTERS
Para o Daba, via EMGFA ou vice-versa
"Como é possivel ser "general, jurista"(?) e conseguir dizer tanto disparate? Passados mais de 19 meses vem agora ao publico o sr. Daba Na Walna dizer que a tropa é limpa, inocente e que os crimes, as atrocidades, as detenções arbitrárias, os espancamentos, as intimidações, os assassinatos e um número infindável de barbáries não são cometidos por militares, mas sim, por civís fardados e armados. Ó Daba Na! Por favor, poupa-te a ti mesmo. É tudo o que tens a dizer? É esta a tua intelectualidade?
Porque só agora vos ocorreu brandir esta estúpida justificação? Quer dizer, os senhores Inacuba Injai e Silvestre Alves foram espancados por "civís fardados e armados".
Ótis foi torturado e morto no quartel pelos tais "civís fardados e armados". O furriel felupe morto recentemente também foi "proeza" dos tais "civís fardados e armados". Os espancamentos e assassinatos no centro de instrução militar de Cumeré também são da autoria desses "civís". Mbé!!
Aonde é que está a autoridade? O governo não sabe nada. A polícia não sabe nada. Não sabem, não querem saber, não conseguem saber ou têm medo de saber? Os militares, esses estão nas "casernas", não têm nada a ver com isso. Aquilo é uma elite de gente fina e civilizada. Muito bem! Já agora, não se esqueçam também de dizer que aquela porrada que a polícia levou na CNE (as imagens correram o mundo) em 2012 foi dada por "civis fardaddos e armados".
Pergunto, onde estavam "esses civís fardados" antes de vocês darem o golpe?
Falam agora de proliferação de armas de fogo depois da guerra de 7 de Junho de 1998. Ó gente! Mesmo depois dessa estúpida guerra a barbárie não durou tanto. Fizeram-se eleições 5 meses depois do fim da guerra. Eleições de que vocês, os golpistas, (militares e civís) não querem ouvir falar porque seria o fim da mamadeira.
O mais espantoso e incrível em tudo isso é como um prémio nóbel se deixa enrolar na vossa teia. Ó Ramos Horta, fuja daí enquanto é tempo senão bicho pega. A nâo ser que estejas a gostar e a deleitar. Existem "civis armados e fardados" (nova versão da tropa guineense), então de quem é a culpa?
Voltarei.
Unsai Wek"
OPINIÃO: Quando o contágio se deseja
"Quando se deu o golpe de estado no Mali no dia 22 de Março de 2012, protagonizado pelo Capitão Sanogo agora promovido General de Brigada, a Guiné-Bissau vivia no pleno periodo de constestações dos resultados eleitorais que foram considerados justos, livres e transparentes pelos observadores internacionais incluindo da CEDEAO, e validados unanimamente pelos juizes do Supremo Tribunal de justiça.
Naquela altura, muitos observadores temiam aquele que viria a consumar, o chamado contágio do caso Maliano à Guine-Bissau, ou seja, golpe de estado na Guiné. Com a realização das eleiçoes presidenciais naquele país e consequente retorno a ordem constitucional, as instituições Malianas começaram a funcionar com seriedade e normalidade.
Num inquerito aberto para apurar as responsabilidades dos assassinatos que ocorreram naquele país durante o periodo de transição, o General Sanogo foi intimado no final do mês de Outubro findo para se apresentar no gabinete de um juíz de instrução criminal. Resposta do capitão foi Não, invocando os seus estatutos de antigo presidente para não comparecer no tribunal.
Ontem dia 26 de Novembro, General Sanogo foi interpelado na sua residencia em Bamako por um grupo dos militares à mando do tribunal para ser ouvido a força pela justiça. "Ele nao queria comaperecer perante a justiça, agora nós viemos executar um mandado de condução", declarou à l’AFP um militar que participou na sua interpelação.
Esta atitude da justiça Maliana é um exemplo claro da seriedade e um aviso sério aos golpistas e assassínios de que nunca ficarão impunes dos actos criminosos de que são responsaveis. Esperemos que haja também neste caso o cantagio do caso Maliano que permita a detenção e consequente julgamento de António Indjai para responder os diversos casos de assassinatos que aconteceram na Guiné-Bissau antes e depois do golpe de estado de 12 de Abril. Amen
Sigam noticia neste Link: http://news.abamako.com/h/32916.html
A."
Para a ONU, via Ramos Horta ou vice-versa
"Os altos funcionários da burocracia mundial olham para as situações como a da Guiné-Bissau, vendo nelas apenas um modo de vida (para eles próprios) com muita qualidade. Ramos Horta fez muito por Timor, ou Timor fez muito por Ramos Horta?
Tive esta dúvida genuína quando ele foi para a GB, sabendo que bastariam alguns meses para ficar esclarecido. Quando os Relatórios não descrevem minimamente o que se passa na GB, está tudo dito. Há espaço demais para palavras ocas e para carreiras assentes em coisa nenhuma. Nada a fazer; como dizia o Nietzsche, "a loucura, nos indivíduos, é a excepção, mas nas sociedades, é a regra".
Rui G."
terça-feira, 26 de novembro de 2013
Assim fica difícil...
O EMGFA, através do seu porta-voz, Daba Na Walna, voltou a gozar na cara dos guineenses e da comunidade Internacional. Acossados que estão, com a indisciplina cada vez mais recorrente nos quartéis, não foram de modas: foram às tabancas, agarraram em quatro coitados e fizeram-nos passar por impostores que usavam fardas militares para cometer assaltos.
Assaltantes de luxo, quero dizer, pois fazem-se transportar num reluzente BMW série 5, com chapa a condizer - como se algum ladrão alguma vez na vida tivesse colhões para usar uma chapa de matrícula falsa...e logo da tropa, e ainda por cima em Bissau!!! Dois deles reagiram de imediato: «Nunca cometemos assaltos nenhuns», disseram à RTP-África. Esta montagem, decididamente, não encaixou.
«Mas esse Daba Na Walna esta a gozar com quem?», pergunta, e bem, o A. da Silva, num e-mail que me fez chegar esta noite. O próprio conclui: «Ele que vá gozar com... quem eu cá sei!!!». De facto, assim fica difícil... Mais. Nunca vi, na Guiné-Bissau e em todos os meus 47 anos de vida, ladrões com tão bom aspecto depois de apanhados! - e logo na Guiné-Bissau. A coça que teriam levado... Só faltou mesmo o Xanana para o choro...
Atrevo-me a dizer que tinham até muitíssimo melhor aspecto que o Pansau Ntchama quando foi 'capturado' em Bolama. Deixem de gozar com o Povo da Guiné-Bissau, e assumam as vossas responsabilidades. AAS
PAIGC: Juliano Fernandes engrossa fileira de apoiantes de Braima Camara
Juliano Augusto Fernandes, Decano da Faculdade de Direito de Bissau, militante do PAIGC, antigo membro da JAAC, aderiu ao Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva” numa cerimónia simples, mas de grande significado, numa cerimónia presidida por Braima Camará, candidato à Presidência do PAIGC, acompanhado pelos camaradas Marciano Silva Barbeiro, Isabel Buscardini e Óscar Barbosa “Cancan”, da Coordenação Política Nacional.
Juliano Augusto Fernandes, na sua intervenção, disse ter aderido ao Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva” por considerar “ser este o momento oportuno e ideal e um gesto de solidariedade e de confiança em Braima Camará, com quem trabalhei e colaborei enquanto advogado, ocasião que tive a grata oportunidade de conhecer a sua dimensão humana, de grande empreendedor, com grande capacidade de liderança e de condução de uma equipa”, para logo acrescentar, “outra motivação importante que me levou a aderir a este Projecto, é a sua visão reestruturante do PAIGC e consequentemente do próprio país”.
Braima Camará considerou que a adesão de um quadro com o gabarito de Juliano Fernandes “era uma ocasião importante para o nosso Projecto, demonstrativo de que estamos no bom caminho e hoje mais capacitados para podermos estar a altura de darmos uma resposta positiva e consequente aos imensos desafios que temos pela frente”.
Juliano Augusto Fernandes, esteve ligado na elaboração dos grandes pacotes legislativos que conduziu o país do regime de partido único para o multipartidarismo, tendo igualmente desempenhado importantes cargos na Administração Pública guineense, nomeadamente, Procurador-Geral da República, Ministro da Comunicação Social, e Ministro de Estado, Conselheiro do Presidente da República para os Assuntos Jurídicos e Políticos. Trabalhou igualmente para a Delegação da União Europeia, em Bissau, estando actualmente a exercer advocacia e a leccionar na Faculdade de Direito de Bissau.
OPINIÃO: Apenas mais um relatório de Ban Ki-moon
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, lá vai redigindo os seus relatórios periódicos, como compete a qualquer funcionário; mas a verdade é que a resolução dos problemas guineenses não depende simplesmente de palavras, requerendo antes acções muito mais efectivas.
Jorge Heitor*
Jornalista
Num relatório dirigido esta semana ao Conselho de Segurança, o secretário-geral Ban Ki-moon afirma que o trabalho das Nações Unidas na Guiné-Bissau continua a ser prejudicado pelos atrasos na conclusão do processo de transição. E que sem um interlocutor eleito algumas das principais iniciativas da Organização tiveram de ficar suspensas. Mas o trabalho da ONU não deveria ser precisamente acabar com os atrasos na conclusão do processo, atrasos que só poderão interessar às Forças Armadas de António Indjai e ao seu amigo Kumba Ialá?
Para além disso, Ban Ki-moon diz que as restrições de recursos motivadas pela suspensão da assistência dos doadores tradicionais estão a prejudicar a capacidade das Nações Unidas para fornecer apoio adequado para reformas institucionais a longo prazo.
Por tudo o que expõe, ele acha imperativo que instâncias nacionais, regionais e internacionais continuem a trabalhar no sentido de se completar o processo de transição que só foi necessário porque as Forças Armadas amigas do chefe balanta Kumba Ialá interrompera o ano passado um processo eleitoral que iria dar à Guiné-Bissau um interlocutor devidamente escolhido pela população.
Fala agora Ban Ki-moon de uma realização atempada, a tempo e horas, logo que possível, de eleições presidenciais "credíveis", sem se manifestar aparentemente muito certo de que elas poderão concretizar-se a partir de Março de 2014, conforme anunciou o Presidente de transição, Manuel Serifo Nhamadjo. É essencial, prossegue ele, que todos se comprometam a alcançar um progresso tangível na reforma do sector da justiça e na modernização das forças de Defesa e Segurança, de acordo com padrões internacionais, promovendo um genuíno diálogo nacional e o respeito pelos direitos humanos.
Há bem mais de cinco anos que todos nós sabemos tudo isso muito bem; só que a generalidade das instâncias guineenses, a começar pelos militares e por alguns políticos, não se tem manifestado minimamente interessado no primado do Direito nem no combate efectivo ao tráfico de drogas e de armamento. As Nações Unidas alegam que continuam empenhadas em contribuir para a criação de um ambiente propício a eleições credíveis e a evitar qualquer regresso à conflituosidade. Mas parece bem que só se elas tivessem no terreno uma força internacional de alguns milhares de homens é que poderiam impedir a actividade impune do crime organizado que faz com que a Guiné-Bissau não leve por diante quaisquer eleições credíveis.
Ingenuamente, Ban Ki-moon pede às autoridades de transição, representadas pelo Presidente ocasional Manuel Serifo Nhamadjo, que "continue a colaborar com as Nações Unidas" de modo a garantir um ambiente pré-eleitoral decente e um resultado credível e pacífico das eleições já por mais de uma vez adiadas. E ao fazê-lo o secretário-geral da ONU esquece que essas autoridades não o são verdadeiramente, pois que quem verdadeiramente tem vindo a mandar nos guineenses durante estes últimos dois anos e meio é o general António Indjai, que fez com que lhe dessem a chefia do Estado-Maior General das Forças Armadas e que nele permanece entrincheirado, desde os tempos do Presidente Malan Bacai Sanhá.
O ingénuo e pouco operativo Ban Ki-moon reitera uma vez mais, no relatório agora em discussão no Conselho de Segurança, o seu apelo a todas as partes guineenses para que adoptem uma nova cultura política que acabe com o cíclico conflito político-militar e coloque o interesse nacional acima dos interesses individuais. Que foi coisa que Kumba Ialá e Manuel Serifo Nhamadjo não souberam fazer, quando não aceitaram o resultado da primeira mão das presidenciais do ano passado, que deu claramente vantagem ao líder do PAIGC, Carlos Gomes Júnior.
Seráfico, Ban Ki-moon fala da necessidade de se construírem consensos e de se garantir a reconstrução do Estado, esquecendo que estas coisas não se conseguem apenas com belas palavras nem sequer com a longa prática diplomática do seu representante pessoal no país, o antigo Presidente timorense José Ramos-Horta. Os recentes incidentes de segurança, que o secretário-geral aliás não deixa de referir, sublinharam uma vez mais a necessidade crítica de se acabar com a cultura de impunidade que vem de muito longe, de há décadas; e que fez com que nunca fossem presentes a tribunal os responsáveis por numerosos assassínios.
"O povo da Guiné-Bissau deve sentir que será feita justiça", observa o secretário-geral, referindo-se a ataques criminosos ocorridos nestes últimos dois meses, como aquele de que foi alvo o ministro Orlando Viegas. Mas, na verdade, aquilo de que os guineenses necessitam é de uma Justiça muito mais ampla, não só referente a dois ou três episódios, mas sim a muitos mais, verificados desde os tempos da luta armada, desde os tempos do assassínio de Amílcar Cabral.
Enquanto isso não for feito, enquanto não houver uma Comissão de Verdade e Reconciliação que passe a pente fino muitos episódios obscuros dos últimos 41 anos, de modo a tentar esclarecê-los de uma vez por todas, as belas palavras de Ban Ki-moon e de José Ramos-Horta serão apenas isso: palavras, palavras, palavras...
(*) Jorge Heitor, que na adolescência tirou um Curso de Estudos Ultramarinos, trabalhou durante 25 anos em agência noticiosa e depois 21 no jornal PÚBLICO, tendo passado alguns períodos da sua vida em Moçambique, na Guiné-Bissau e em Angola. Também fez reportagens em Cabo Verde, em São Tomé e Príncipe, na África do Sul, na Zâmbia, na Nigéria e em Marrocos. Actualmente é colaborador da revista comboniana Além-Mar e da revista moçambicana Prestígio.
Terra negra, pó branco
Há uns anos, uns traficantes arrojados vindos da América do Sul fizeram uma aterragem desesperada, porém bem sucedida, com um Boeing carregado de cocaína em pleno deserto, no Mali. Depois de descarregarem a valiosa carga, incendiaram o aparelho numa ousadia nunca antes vista, considerada um “descaramento” palas autoridades. Na altura, o presidente maliano, Amadou Toumane Touré, entretanto deposto por um golpe militar, abespinhou-se, e, mandando o protocolo às urtigas, proclamou aos quatro ventos: “Não quero que este país se transforme numa nova Guiné-Bissau. Isso era o que mais faltava”, afirmou o ex-chefe de Estado, que os malianos tratam carinhosamente por ATT.
Foi uma referência clara – e triste – à fama que a Guiné-Bissau, um minúsculo país africano de expressão portuguesa, ganhou de há um tempo a esta parte – relacionado com o narcotráfico internacional em grande escala – e com estilo. Com efeito, mercê da fragilidade do Estado guineense e de uma cada vez maior influência dos militares, sobretudo dos oficiais-generais, a Guiné-Bissau foi posta de cócoras pelos narcotraficantes sul-americanos.
Num final de tarde igual a tantos outros, em Abril de 2007, a Polícia Judiciária guineense deu um duro golpe no tráfico de droga: apreendendo de uma só vez uns impressionantes 630 quilos de cocaína – nas contas da ONU fala-se friamente em 50 toneladas de cocaína a transitarem anualmente por alguns países da África ocidental, Guiné-Bissau incluída. Essa droga foi depois incinerada, numa cerimónia bastante mediatizada e filmada até ao fim, com a comunidade internacional em peso, embora incrédula, a assistir e a bater palmas pelo sucesso do governo no combate a este flagelo que movimenta milhares de milhões de dólares anualmente.
Apesar desta operação, que teve enorme sucesso, nunca, em momento algum, alguém chegou a ser preso ou sequer indiciado pela prática de crime de tráfico de droga. Numa atitude de desespero, Carmelita Pires, à altura ministra da Justiça, chegou a propor a Russell Benson, o responsável para a Europa e África da DEA (agência norte-americana de combate à droga), baseado em Dakar, no Senegal, o inverossímil: sugeriu que a comunidade internacional “comprasse as ilhas”, para, justificou, “melhor controlar o narcotráfico”, tendo apelidado os traficantes de droga de “oportunistas”. Os narcotraficantes “aproveitam-se da nossa fragilidade enquanto Estado, e da vulnerabilidade dos que estão no poder”, concluiu a ministra. Ninguém agiu depois destas acusações da ministra.
Pouco depois, o governo de Carlos Gomes Júnior foi exonerado pelo presidente da República. Remodelado o governo, chamado de iniciativa presidencial, Nino Vieira haveria de reconduzir Carmelita Pires. Contudo, o tráfico de droga continuou a não dar descanso à ministra – que todos os embaixadores ocidentais com residência em Bissau admiravam.
Avion, avion
Passou pouco mais de um ano. Em Julho de 2008, a turbulência voltou a atingir o país. Um avião a jacto desafiou tudo e todos fazendo-se à pista do aeroporto internacional Osvaldo Vieira em Bissalanca, a apenas 7,5 km da capital. Proveniente da Venezuela, veio a saber-se que esse voo não tinha sequer autorização para sobrevoar o espaço aéreo guineense e muito menos para aterrar. Toda a gente foi apanhada desprevenida – menos a classe castrense, sobretudo aquela que está na base aérea, contígua ao aeroporto civil. Sabiam de tudo, ainda que dissessem o contrário.
Assim que aterrou e se imobilizou na placa do aeroporto, os militares cercaram o aparelho, armados de AK-47, e proibiram a impotente polícia científica da Polícia Judiciária de se aproximar sequer do avião. O braço-de-ferro e as trocas de acusações entre a polícia, o governo e os militares duraram desesperantes duas semanas. Porém, com o cerco a apertar-se cada vez mais, quer pela imprensa quer pela opinião pública, além da comunidade internacional, o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, Papa Camara (que os EUA tinham acusado pouco tempo antes de envolvimento no tráfico de droga, juntamente com o chefe do Estado-Maior da Armada, Bubo Na Tchuto (hoje detido numa prisão americana e que era acusado de estar por trás da sublevação do passado dia 26 de Dezembro) veio publicamente dizer que se tratava apenas de “medicamentos para as forças armadas”.
A Polícia Judiciária, através da sua directora-geral, Lucinda Barbosa Aukharie, veio logo a terreiro desmentir prontamente a tropa: “Desde o início que a PJ sabia que se tratava de droga.” E disse mais, disse algo que desarmaria a patética teoria dos militares: “As embalagens são iguais às encontradas na operação anterior.” Ainda assim, e mesmo debaixo dos olhares da impotente PJ, os militares, sempre de kalashnikov em riste, reforçaram a sua teoria e rebocaram o avião para dentro de um hangar desactivado, tendo descarregado todos os pacotes – um a um. Sem qualquer resistência. E esperaram que as coisas acalmassem. Porém, o barulho continuou, ganhando contornos cada vez mais obscuros. E mais decibéis. Assim, e perante uma cada vez mais forte pressão internacional, os militares acabaram por ceder.
Dois agentes federais norte-americanos, entre eles Russell Benson, da DEA, e também alguns portugueses chegaram a Bissau para ajudar as autoridades guineenses nas investigações que se seguiriam. Não viram um grama de cocaína (desaparecera misteriosamente, até hoje), mas em contrapartida os norte-americanos fizeram revelações surpreendentes: os pilotos eram todos venezuelanos e um deles, a cereja no topo do bolo, dava pelo famoso nome de Carmelo Vázquez Guerra, um títere procurado pela Interpol, e meio mundo mais, por tráfico de droga e a quem os norte-americanos viriam a reconhecer a façanha de, num único carregamento, ter traficado cinco toneladas e meia de cocaína do México para os Estados Unidos da América – um feito que os yankees nunca esquecerão.
Carmelo Vázquez Guerra e os seus comparsas foram detidos numa cela da Polícia Judiciária, mas, curiosamente – ou não –, e perante a incredulidade de todos, comunidade internacional incluída, a justiça guineense viria autorizar a sua libertação. Tanto de Vázquez Guerra como do resto da tripulação, que passeavam por Bissau sem receio, como quem se sente bem protegido. Russell Benson, sem nada mais poder fazer, desabafou apenas, em surdina, que o que mais desejava “era ver o senhor Vázquez Guerra ser conduzido para o México, para ser julgado por tráfico de droga”. Ficou a intenção.
Mudanças
Depois as coisas acalmaram um pouco. O tráfico passou a resumir-se a correios de droga desesperados, que, aliciados por tuta e meia, vinham do Brasil para Bissau ou Cabo Verde, em trânsito para Lisboa, onde muitas vezes eram caçados à chegada, mercê da cooperação entre as duas polícias judiciárias, a da Guiné-Bissau e a de Portugal. No ano de 2009, em Bissau, um quilo de cocaína custava 13 mil euros no “mercado” – cinco anos antes custava 8 mil euros. Mesmo assim, ainda era dez vezes menos que na Europa. Hoje o seu custo andará pelos 30 mil euros. Na opinião de um conhecido passador, “foram bons tempos, mas de repente tudo mudou, mesmo para os traficantes que cá vinham”.
Actualmente, passear num imponente Hummer ou noutro carro de alta cilindrada deixou de ser novidade. O encanto parece ter desaparecido. Aqueles que em tempos ganharam notoriedade pela façanha no narcotráfico, mudaram-se sorrateiramente para Conacri, a capital francófona de outro país famoso pelo narcotráfico, e igualmente controlado pelos militares de alta patente – a outra Guiné. Outros escolheram a Europa, outros ainda o Brasil.
A Guiné-Bissau, quer se queira quer não, não passa de uma ilusão como Estado. O abastecimento de energia eléctrica é deficitário – o país todo só dispõe de sete megawatts. E não havendo energia não há água potável. O Estado existe – e é quando existe – apenas na poeirenta capital, Bissau, onde o caos e a desorganização deixam qualquer um espantado. A corrupção atingiu limites fora do aceitável. No entender de um conhecido comentador radiofónico, que preferiu manter o anonimato, “este Estado nunca foi tão roubado como nestes últimos anos”. António Aly Silva
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
Ban Ki-Moon "preocupado" admite reforço militar
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, quer que o Conselho de Segurança da ONU considere a possibilidade de reforçar a ECOMIB, contingente militar da África Ocidental estacionado na Guiné-Bissau. O pedido é feito no mais recente relatório sobre a situação do país e que será apresentado na terça-feira ao Conselho de Segurança, em Nova Iorque, por José Ramos-Horta, representante especial do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau.
"Peço ao Conselho de Segurança que considere dar suporte a uma ECOMIB reforçada de modo a garantir segurança para o processo eleitoral e para dar assistência às autoridades que vierem a ser eleitas", refere Ban Ki-Moon nas observações finais, sem mais detalhes. O pedido é feito numa altura em que as eleições gerais foram marcadas para 16 de março de 2014 e em que, de acordo com o documento, "a capacidade de segurança nacional é cada vez menor".
"A falta de segurança está a criar uma atmosfera de medo e intimidação na população e não facilita a criação de um ambiente conducente a eleições pacíficas e credíveis", destaca-se no relatório, para justificar o pedido de reforço - que é também dirigido à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), no âmbito da qual foi acordada a criação da ECOMIB. "Apelo à CEDEAO para que aumente a capacidade da ECOMIB, tal como anunciado em maio, durante uma visita de chefes de defesa da comunidade à Guiné-Bissau", acrescenta. Em relação ao relatório anterior, datado de agosto, o documento faz um retrato mais sombrio da situação no país, sobretudo por causa do número crescente de casos de violência e intimidação.
Ban Ki-Moon condena fortemente a morte de um cidadão nigeriano, o espancamento de um ministro de Estado, os ataques de grupos armados à população de bairros de Bissau, em que um funcionário da ONU foi ferido, e o apedrejamento da embaixada da Nigéria. No relatório, pede ao governo de transição que garanta a realização de "investigações credíveis" sobre estes incidentes ocorridos nos últimos três meses, para encontrar os responsáveis e julgá-los - averiguando especialmente "as sérias alegações de que membros das forças armadas podem estar envolvidos".
O secretário-geral da ONU diz-se ainda "preocupado" pelo facto de as autoridades de transição não terem feito "progressos efetivos para por em prática as medidas necessárias para a realização de eleições credíveis que completem o processo de transição" em que o país se encontra depois do golpe de estado militar de 12 de abril de 2012. Garantido que está o financiamento do recenseamento e eleições, "o ónus recai agora sobre o governo de transição para que sejam dados os passos necessários à realização das eleições na data marcada". O escrutínio esteve marcado para 24 de novembro, mas acabou por ser adiado pelo presidente de transição para 16 de março de 2014. LUSA
PAIGC: Apuramento e eleição de delegados por Biombo passa por Bissau
Tem lugar hoje, na sede nacional do PAIGC, duas conferências - uma sectorial e outra regional. Motivo? Problemas em Biombo. Agora, o partido decidiu que será na sua sede o apuramento e a eleição do delegado para a conferência regional que dali seguirá para o congresso, que deverá realizar-se em dezembro próximo (o PAIGC tem de reunir a Comissão Permanente, o Bureau Político e o Comité Central - que fixará a data do congresso, que não pode ultrapassar a data de 15 de dezembro - correndo o sério risco de ficar de fora das eleições gerais marcadas para março de 2014 se até a essa data não organizar o seu congresso). Martinho Infulna Ié, candidato de Braima Camara, concorre a presidente da comissão política sectorial, e Jamantino Có a presidente da comissão política regional de Biombo, todos pela candidatura Por uma Liderança Democrática e Inclusiva. AAS
sábado, 23 de novembro de 2013
PRESIDENCIAIS 2014 - Júlio Baldé pondera candidatura com apoio de países da sub-região
JÚLIO BALDÉ nasceu na Guiné-Bissau no dia 3 de fevereiro de 1958. Formou-se na Universidade Técnica de Dresden (ex-RDA) e fez a pós-graduação na Universidade da Califórnia, EUA. Foi membro fundador do Partido da Convergência Democrática (PCD), ministro dos Recursos Naturais, Ambiente e Energia (2000-2002), secretário de Estado do Emprego, mulher e Luta Contra a Pobreza (2003) e desde essa data é secretário-geral da AGC - Agência de Gestão e Cooperação Senegal/Guiné-Bissau. É amigo pessoal do Presidente senegalês Macky Sall bem como do ex-presidente Abdoulaye Wade. Escreve e fala as línguas portuguesa, francesa, inglesa e alemã. É casado e pai de três filhos. AAS
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
Eu, o SEF e o Aly
Fui bem recebido, ontem, no Centro Comum de Vistos (CCV), na cidade da Praia por alguém do SEF que depois quase correu comigo do seu gabinete... Ou seja, em vez de recorrer às leis sobre visto de entrada para Portugal, tentam dificultar a vida a quem por motivos óbvios deve viajar, neste caso eu. Depois de ser recebido, expliquei muito bem ao que ia, mostrando tudo, não deixando dúvidas.
Depois de me ouvir, levanta-se e vai buscar o respectivo formulário de Visto Schengen. Qual não foi o meu espanto quando vejo os requisitos que eu devia entregar no CCV:
- Reserva de passagem de ida e volta (eu disse-lhe que vim de Lisboa, para onde regressaria agora, volvidos 3 meses, e mostrei-lhe o bilhete de passagem e a cópia do bilhete de identidade do meu filho);
- Movimento de conta bancária dos últimos seis meses (não tenho e nem nunca me foi pedido para os vistos anteriores);
- Reserva de hotel (tenho residência em Portugal, e o SEF sabe-o bem...);
- Pagamento de taxa de emolumentos: 6.603 CVE - O ÚNICO SUBLINHADO EM TODO O FORMULÁRIO... (o meu estatuto, de acordo com a lei portuguesa, ISENTA-ME de qualquer pagamento. Ou seja, é entregar o passaporte, preencher dados que nada tem que ver com os que foram solicitados;
- Seguro médico de viagem (também nunca me fora solicitado)
Reclamei, disse que era injusto. E ele disse-me «dão-lhe visto em Bissau porque o conhecem.» Até ao último visto no meu passaporte, sabia que reinava o profissionalismo entre os homens e mulheres que Portugal destaca para os nossos países. Ontem, fiquei a saber que afinal 'havia outros'...
Os meus anteriores vistos para Portugal
APENAS QUERO PASSAR O NATAL COM OS MEUS FILHOS e sair de Portugal o mais rápido possível!!! Se eu não viajar a tempo de me juntar no Natal com os meus filhos, vou meter o CCV em tribunal, aqui mesmo em Cabo Verde. AAS
Prisão da Adiato: Liga de Direitos Humanos reage
"COMUNICADO DE IMPRENSA
A Liga Guineense dos Direitos Humanos resgistou com bastante preocupação as informações que dão conta da detenção no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira da Ex-ministra da Presidência do Conselho de Ministros Sra. Adiato Djaló Nandigna ontem dia 21 de Novembro 2013, pelos Serviços de Informação e Segurança.
Independentemente das motivações que poderão estar por detrás desta detenção, os Serviços de Informações e Segurança não dispõem, à luz da lei orgânica N.º 7/2010, de competências para desencadear investigações criminais e muito menos, deter as pessoas.
A observância do princípio da legalidade e correspondente respeito pelos direitos fundamentais dos suspeitos no âmbito de qualquer procedimento judicial, constituem bases sobre as quais repousam a justiça criminal da Guiné-Bissau.
Nesta perspectiva, a LGDH considera ilegal e arbitrária a detenção de Sra. Adiato Djaló Nandigna, exigindo para o efeito a sua libertação imediata.
Por fim, a Direção Nacional da LGDH exorta mais uma vez as autoridades de segurança no sentido de conformarem as suas atuações com os princípios estruturantes do estado de direito assim como, os padrões internacionais sobre os direitos humanos.
Feito em Bissau aos 22 dias do mês de Novembro 2013
Pela Paz, Justiça e Direitos Humanos"
A DIRECÇAO NACIONAL
_________________________________
ATENÇÃO: A minha guerra com o Centro Comum de Vistos na cidade da Praia, em Cabo Verde, está apenas a começar...AAS
Artigo 36.º
[...]
Com exceção dos casos a que se referem as alíneas a),
c) e d) do n.º 1 e o n.º 3 do artigo 33.º, não pode ser
recusada a entrada a cidadãos estrangeiros que:
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) Tenham a seu cargo filhos menores de nacionalidade
portuguesa ou estrangeira, neste caso com residência
legal em Portugal, sobre os quais exerçam
efetivamente as responsabilidades parentais e a quem
assegurem o sustento e a educação.
NOTA: Tenho dois (2) filhos nascidos em Portugal, portanto portugueses, casado com uma cidadã portuguesa, mas do CCV, diz-me o carrancudo inspector do SEF: «Dão-lhe visto em Bissau porque o conhecem...» Mas, pergunto, dá-se o visto por conhecimento ou porque se reúnem as condições??!! Nada me move contra certos estrangeiros que vem para África enriquecer, travestidos de neo-colonialistas. Não me fodam...AAS
A PRISÃO DE ADIATO E O NARIZ DO RAMOS HORTA
"Aly,
É pertinente perguntar publicamente ao Ramos Horta, de que tamanho está o seu nariz neste momento... Isto, após ter enviado um relatório ao Conselho de Segurança da ONU, a dar garantias de que as autoridades civis e militares garantiram-lhe que os refugiados políticos guineenses poderiam voltar ao País em segurança. O relatório será lido na próxima semana.
Muito obrigado,
Mais uma vez solicito anonimato."
EXCLUSIVO: ADIATO NANDIGNA DETIDA NO AEROPORTO
A antiga Ministra da Presidência do Conselho de Ministros do Governo de Carlos Gomes Junior, Adiato Djalo Nandigna, foi detida ontem no Aeroporto Internacional Osvaldo Viera pelos Serviços de Informação do Estado quando regressava ao País depois de longo período de asilo forçado em Portugal.
Ela informou antes as autoridades nacionais nomeadamente o Procurador Geral da República e as Nações Unidas sobre a sua intenção de regressar ao país, mas pelos vistos isso facilitou ainda mais a sua detenção. Mal o avião da TAP estacionou na placa do aeroporto ela foi imediatamente detida, e os oficiais das Nações Unidas que foram ao aeroporto para a receber, regressaram a casa de mãos a abanar.
Esta detenção ilegal e abusiva de Adiato Djalo Nandigna é uma demonstração clara de que o regime golpista militar e ditatorial no poder na Guiné-Bissau não tem mãos a medir e é capaz de conduzir este país ao ponto de não retorno. AAS
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
PAIGC - Demba Dahaba concorre ao cargo de Secretário Nacional
Comunicado à Imprensa
Dr. Abubacar Demba Dahaba lança oficialmente a candidatura dia 25 de Novembro
O candidato ao cargo de Secretário Nacional do PAIGC, Dr. Abubacar Demba Dahaba, vai lançar oficialmente a sua candidatura no próximo dia 25 de Novembro (Segunda-feira) em Bissau. O candidato de unidade e Coesão interna no PAIGC, vai nesse mesmo dia apresentar o seu Manifesto de salvação ao partido e ao país, resumido num maior compromisso com o PAIGC e a Guiné-Bissau.
No mesmo documento, Dr. Abubacar Demba Dahaba apresenta o diagnóstico que fez sobre as persistentes crises no partido e chega a conclusão que só a separação de poderes pode ajudar a ultrapassa a situação. Dahaba continua a defender a descentralização dos poderes e alerta que, quando os estatutos dão todos os poderes a um único dirigente, dificilmente se pode livrar da ditadura ou culto de personalidade.
O candidato da Unidade e coesão interna defende ainda a cultura de prestação de contas e avisa que, aqueles que pensam o contrário, têm outras intensões.
Na região de Quinará no Domingo passado (17), Dahaba assumiu perante os guineenses o desafio de ajudar a Guiné-Bissau a sair da cíclicas crises, mas alertou que o primeiro passo tem de ser dado no PAIGC. “Enquanto não organizarmos o PAIGC; enquanto não criarmos condições de sossego no partido, este PAIGC nunca atingirá em pleno os seus objectivos. E os objectivos do PAIGC, é cumprir a sua obrigação de ajudar na tranquilidade e desenvolvimento da Guiné-Bissau”, disse.
Assim, todos os guineenses, em particular, militantes e simpatizantes do PAIGC estão convidados a juntar-se no projecto de Homem de Estado e combatente do desenvolvimento, Dr. Abubabacr Demba Dahaba.
Mais informações neste BLOG
Abel da Silva
Directoria
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Luís Norton de Matos lança academia de futebol na Guiné-Bissau
O técnico português Luís Norton de Matos lançou hoje na capital da Guiné-Bissau um projeto para criação de uma academia de futebol que deverá acolher 70 jovens e arrancar em 2014. Em conferência de imprensa no Clube Militar, em Bissau, o antigo selecionador de futebol do país africano anunciou que pretende montar uma academia "que possa potenciar as qualidades" dos jogadores guineenses.
"Se conseguirmos juntar a destreza, a ratice do jogador guineense, forjado no futebol de rua, com uma boa alimentação, poderemos formar aqui jogadores de topo", referiu Norton de Matos, que admitiu poder chamar à academia "As Estrelas Lusitanas". O treinador português tem um projeto semelhante em Dacar, capital do Senegal, em funcionamento há mais de seis anos e onde já investiu mais de 1,2 milhões de euros, segundo referiu o próprio. "Eu não tenho dinheiro, mas tenho conhecimentos", sublinhou, para explicar que em Bissau pretende "juntar os conhecimentos com a vontade dos investidores".
Os sócios no projeto vão ser os empresários guineenses Juca Fernandes, Caíto Teixeira e Tino Indjai, acrescentou. Norton de Matos considera mais importante criar hábitos, como o de uma alimentação regular, do que, antes disso, pensar logo em negociar a colocação de um jogador da academia no futebol profissional da Europa.
"É fundamental a questão da alimentação do jogador, que não pode ir para o treino sem tomar qualquer refeição", disse o técnico luso, que acredita que o seu projeto estará em andamento em 2014. De imediato, Norton de Matos e os restantes responsáveis vão tentar encontrar um espaço e possíveis patrocinadores para fazer avançar a iniciativa.
O técnico já foi selecionador de futebol da Guiné-Bissau e hoje lamentou que não tenha sido dado seguimento ao projeto. "Vinte meses depois do último jogo realizado pela seleção, diante dos Camarões", não houve mais nenhuma partida, observou Norton de Matos, que orientou a Guiné-Bissau durante ano e meio. LUSA
'Caso' Braima Camara: Absolvido! - ditou o Tribunal
Mais uma vez, aqueles que, nada fazendo, só se preocupam em caluniar, denegrir e difamar os que, como reconhecimento do seu trabalho, têm prestigio, visão e capacidade para aglutinar os guineenses num projecto politico credível e de consenso, começaram a lançar boatos, inverdades, politica baixa e suja, como só eles sabem fazer.
Esses incapazes, invejosos e cobardes, estão incomodados com os sucessos do senhor Braima Camará e, frustradamente, estão a lançar nas redes sociais calúnias sobre a sua vida.
Alias, por reconhecida incompetência e cobardia, utilizam as mesmas armas que, depois de muitas vezes repetidas, se tornaram inócuas e previsíveis.
O desespero reina nos procedimentos dos que nada fazem, mas tudo querem, porque está a vista a vitória do senhor Braima Camará no próximo Congresso do PAIGC.
É verdade, os incapazes, frustrados, invejosos, preguiçosos, difamadores e caluniadores inventam que o camarada Braima Camará fora detido julgado e condenado, em Portugal, por tráfico de droga. Que tamanha mentira!!! É fácil perceber os seus desesperos e falta de maturidade intelectual para produzir um pensamento lógico. Resta lamentar a incomensurável inoperância cerebral de quem encomendou esta infame calúnia e o seu total desconhecimento da realidade.
Assim, não é demais ajudar-lhes aconselhando a leitura do CV, o Registo Criminal do senhor Braima Camará e a Certidão do Proc. Nº 1124/93.4TCPRT da 3ª Vara Criminal do Circulo do Porto (onde figurou como suspeito por ter passado alguns cheques a um familiar que esteve preso no Porto. Desse processo o senhor Braima Camará foi absolvido durante o julgamento por nada se provar contra a sua pessoa) emitidos pelas autoridades portuguesas e que vão em anexo, ilustrando, mais uma vez, a idoneidade do Braima Camará enquanto cidadão, pai e bom chefe de família.
Porque a malvadez, a «preguicite» aguda, a incompetência e o ódio contra quem trabalha, de certeza, não lhes vão permitir ler e compreender os documentos judiciais portugueses que atestam a civilidade e honradez do cidadão Braima Camará, que aqui se anexa, vamos, numa linguagem do nível dos que encomendaram e ou produziram as calúnias, apresentar-lhes breve resenha de quem é Braima Camará:
Braima Camará, empresário, Presidente da Camará de Comercio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS) da Guiné-Bissau, Deputado da Nação, Membro do Bureau Politico do PAIGC, Ex Ministro de Estado e Conselheiro Especial durante o mandato de dois Presidentes da República da Guiné-Bissau (Nino Vieira e Malam Bacai Sanhá).
A cegueira de atingir gratuitamente a imagem do camarada Braima Camará foi tanta que o seu desprezível autor perdeu o norte ao ponto de esquecer a elementar lei da física que dita que um corpo não pode ocupar dois espaços ao mesmo tempo. Porque além de verdadeiramente falso, era impossível estar Braima Camará em Bissau como empresário de sucesso e melhor exportador da castanha de caju e ser simultaneamente preso, julgado, condenado e cumprir pena de prisão em Portugal.
Certamente encomendaram-lhe estas falsas notícias, que só aos cobardes e ociosos que ganham a vida nas facilidades, se pode pedir. Para eles, talvez o conselho de que a vida se ganha com trabalho suor, dedicação, honestidade e ambição de ser algo na sociedade guineense, sirva. A manipulação e intriga não são o que a Guiné-Bissau precisa neste momento. O que este País precisa é de gente capaz de fazer algo de bom, gente com carácter, mesmo que seja o mínimo, para o seu engrandecimento.
E quem cobardemente a encomendou é que têm a tamanha insensatez para ociosamente produzirem tal malícia, tentando, pensam eles, que hão-de atingir a personalidade dialéctica de um dos filhos da Guiné-Bissau que está a granjear respeito e admiração em todos os quadrantes do mundo.
O senhor Braima Camará é proprietário dum prestigiado património graças ao seu ímpeto, credibilidade e bom relacionamento com o sector bancário do País e de Portugal.
Tanto os autores da calúnia como aqueles que a encomendaram, o senhor Braima Camará manda o recado que não tem medo de ninguém e que jamais iria construir o seu império através de actividade ilícita muito menos a custa de cadáveres dos seus irmãos guineenses. E fica agradecido por não terem perdido de vista. Só lamenta que, por cobardia dos mandantes e autores, que não ousam apresentar a cara, ele não possa fazer o mesmo.
É pena que a campanha política suja, de baixo nível, de calúnias e difamação grosseira e gratuita contra a pessoa de Braima Camará seja comandada e orquestrada no interior do seu próprio partido, o PAIGC. Mas que fiquem sabendo que o senhor Braima, em política, não deve a ninguém e por isso nada teme.
Por isso o senhor Braima Camará desafia a todos e qualquer um apresentar o mais pequeno indício de prova da prática, tentativa de prática ou omissão de qualquer crime em qualquer parte do mundo, designadamente na Guiné-Bissau, Portugal, Espanha, Inglaterra, Itália, Estados Unidos de América, Brasil, Senegal, no espaço da CPLP, no espaço da UEMOA, OHADA União Europeia etc.
Temos a certeza que não encontrarão, por uma única razão: é que não existe.
Outrossim, estamos em crer que é absolutamente necessário que haja respeito, ética e moral quando se pretende atingir a idoneidade moral de um cidadão, que para além de pai e bom chefe de família, também tem dado uma extraordinária contribuição em prol da dignificação e desenvolvimento do nosso país, ao ponto de ser reconhecido interna e internacionalmente como um empresário de sucesso.
Cabe aqui perguntar aos detractores do camarada Braima Camará:
o Será também falta de atenção de um país com uma cultura milenar como é, por exemplo, Portugal, que o seu mais alto Magistrado da Nação aceite receber em audiência um cadastrado?
o Será também descuido, o facto de algumas chancelarias de países ocidentais, que declararam guerra aberta contra o narco, recebam cidadãos estrangeiros envolvidos na prática de crimes ligados aos estupefacientes?
o Será que a prestigiada Confederação Industrial Portuguesa iria atribuir uma medalha de mérito em ouro, por sinal o primeiro africano a ser distinguido, sabendo-se que ele é um cadastrado e condenado por tráfico de droga?
Estamos absolutamente convencidos, que há pessoas que estão arremessando pedras e a esconderam as suas mãos sujas, como num passado recente ensaiaram sem sucesso.
Vejamos porquê:
Enquanto cidadão qualquer um pode ser acusado do cometimento de um crime. Assim sendo, ele é qualificado de suspeito. Nessa qualidade ele é ouvido pelo Ministério Público que oriente todo o inquérito sobre o crime em que a pessoa é suspeita. Concluído o inquérito e não havendo provas o MP arquiva o processo e não há mais nada e o cidadão fica livre. Havendo indícios de prova o Ministério Público acusa o processo e envia-o para o Colectivo de Juízes para efeito de julgamento. Na audiência, discussão e julgamento, depois de analisadas todas as provas o suspeito poderá ser: ou condenado por haver provas consistentes de cometimento do crime ou é absolvido.
No caso concreto do camarada Braima Camará, ele é constituído suspeito num processo iniciado a 20 de Junho de 1994 e julgado e absolvido a 8 de Novembro de 1994. Cá está:
Em nome dos valores e princípios éticos e morais e principalmente em nome da isenção e imparcialidade, não estamos contra a publicação de denúncias ou outros tipos de acusação, desde os princípios deontológicos em matéria de comunicação sejam integralmente respeitados. E neste caso concreto, o camarada Braima Camará foi lançado às feras, com malévolas intenções de prejudicar a sua corrida à Presidência do PAIGC, principalmente quando já se constatou que ele e o Projecto Político que o apoia vêm conquistando posições cada vez mais fortes no decurso das últimas Conferências Regionais para a escolha dos delegados do PAIGC ao seu VIII Congresso Ordinário, quando os autores da notícia sabiam bem que o que publicaram foi um processo iniciado pelo Ministério Público de Portugal a 20 de Junho de 1994 e posteriormente julgado em Tribunal a 8 de Novembro do mesmo ano e na sequência do qual, Braima Camará foi absolvido.
Directoria de Campanha do candidato Braima Camara
terça-feira, 19 de novembro de 2013
Tartarugas-verdes dão espectáculo em ilha deserta da Guiné-Bissau
TEXTO: Luís Miguel Fonseca, Lusa
Milhares de minúsculas tartarugas-verdes atravessam o areal e as rochas da ilha de Poilão, na Guiné-Bissau, apressadas e aos tropeções, em direcção ao mar. São recém-nascidas: acabaram de sair dos ninhos escavados na areia pelas mães, onde elas colocaram 120 a 130 ovos de cada vez. Quem observa, chama-lhe um “espectáculo” real sobre a vida, sem ensaios e em cena desde tempos remotos.
Todas as noites, especialmente entre Agosto e Novembro, o cenário repete-se na ilha deserta, apenas vigiada por um acampamento de biólogos, que, nalgumas datas, acolhe pequenos grupos de turistas autorizados a visitar a ilha do arquipélago dos Bijagós. Com um perímetro de cerca de três quilómetros, Poilão está a cerca de 50 quilómetros ao largo da costa continental guineense e é o extremo mais a sul dos Bijagós.
Nalgumas noites, os funcionários do Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP) da Guiné-Bissau chegam a contar a passagem de 500 tartarugas mãe para desovar: uma visita à ilha de cerca de uma hora para fazerem o ninho nas zonas mais altas dos areais. Pesam em média 150 quilos, chegam a ter mais de um metro de comprimento e as mais velhas podem alcançar os 80 anos.
Pelo caminho, areal acima, cruzam-se com os filhos [de posturas anteriores] em sentido contrário, atraídos pelo brilho do mar, onde vão passar a maior parte das suas vidas. “Os filhotes saem durante a noite, quando a temperatura desce e quando há menos predadores”, explica Betânia Ferreira, bióloga marinha portuguesa e assistente técnica do IBAP.
“Fazem cócegas”, refere uma visitante sob a luz de uma lanterna, com os pés quase cobertos pelas minúsculas tartarugas, impossibilitada de se mexer enquanto elas não passarem, para não machucar nenhuma. Ao lado, outro membro do grupo descreve o cenário como um “espectáculo” da vida natural.
Quando o Sol nasce, ainda há muitos animais aprisionados no labirinto formado por zonas rochosas. São os biólogos do IBAP e os visitantes que os ajudam: são animais minúsculos, cabem aos três e quatro numa mão, mas são difíceis de segurar porque nunca param de se agitar, procurando o mar.
As tartarugas “são fiéis ao local onde nascem e como a ilha foi sempre protegida” pelos residentes do resto do arquipélago, as colónias conseguiram manter-se, livres da pressão humana, num local onde as mães regressam todos os anos, refere Betânia Ferreira, ao explicar a concentração de tartarugas-verdes em Poilão.
Na noite de Outubro em que a agência Lusa passou pela ilha, “foram detectadas 77 tartarugas mãe”, de acordo com o bloco de notas de Castro Barbosa, biólogo guineense e director do Parque Natural de João Vieira e Poilão. “Não foi muito, já chegámos a ver mais de 500 por noite”, sobretudo no início da época de desova, em Agosto.
A tartaruga-verde (Chelonia mydas) está ameaçada a nível mundial e a ilha de Poilão é “uma das grandes maternidades” da espécie, o que justifica o acompanhamento por parte dos funcionários do IBAP e de outros investigadores. O trabalho aqui é financiado pela fundação internacional para a natureza MAVA e pelo Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida (ISPA) de Portugal. in: PÚBLICO
Violação dos direitos humanos no Sul da Guiné-Bissau
Liga Guineense dos Direitos Humanos
Violação dos Direitos Humanos na Região de Tombali
No dia 13 de Novembro 2013, um grupo de 31 mulheres espancaram até a morte uma mulher de nome Bitchete Na Sanhã acusada de feitiçaria na aldeia de Cadeque Sector de Catio.
A vitima acabou por falecer no dia 14 de Novembro em consequência das agressões a que foi alvo pelo grupo das mulheres. As suspeitas foram detidas pelas autoridades policiais do Comando Provincial da Zona Sul, e aguardam neste momento pela instrução dos seus respectivos processos.
A LGDH condena com firmeza esta acção criminosa dos populares daquela localidade e apela as autoridades competentes no sentido de traduzirem à justiça os responsaveis destes actos inaceitaveis.
A Provincia sul que engloba as regiões de Tombali, Quinará e Arquipélago dos Bijagós, constitui o epicentro das violações graves dos direitos humanos com base nas praticas culturais nefastas tais como, casamento forçado, e precoce, mutilação genital feminina, assassinatos e espancamentos devido as acusações de feitiçaria.
Esta província que engloba regiões de Quinará, Tombali e Bolama com uma população de 184.290 Habitantes, de acordo com os dados estatísticos do recenseamento geral da população, não tem nenhum tribunal em funcionamento. Os conflitos de diversas naturezas incluindo homicídios, são resolvidos através da justiça tradicional ou privada embora alguns casos raros são encaminhados para a região de Bafatá mais de 200 Km de distância.
Este disfuncionamento dos tribunais na provincia Sul e demais outras regiões do país para além de constituir violações graves dos direitos humanos por provocar constrangimentos enormes aos cidadãos em termos de acesso a justiça, traduzem-se na violação da constituição e demais garantias que assistem aos cidadãos sobretudo mulheres e crianças.
A LGDH apela mais uma vez, a reabertura imediata do Tribunal Regional da Província Sul assim como todos os tribunais de sectores que se encontram paralisados neste momento.
Exorta ainda a construção de centros de detenções nesta localidade com vista ao combate a impunidade e assegurar o cumprimento efectivo das penas.
Pela Paz, Justiça e Direitos Humanos
Feito em Bissau aos 19 dias do mês de Novembro 2013
A Direcção Nacional
___________________________
Vitórias de Braima Camara nas conferências regionais(*)
O Sector Autónomo de Bissau (SAB), passando por Gabú, Bafatá, Quínara, Tombali e Oio asseguram uma vitória absolutamente inequívoca de Braima Camará e do Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva” no Congresso de Cacheu. Estes resultados indiciam claramente que a maioria absolutamente inequívoca dos delegados escolhidos pelas diferentes Conferências Regionais acreditam plenamente no Projecto Político “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva” no qual Braima Camará é candidato à Presidência do PAIGC.
Contrariamente aos blogs que poderiam continuar a desempenhar um papel positivo no trabalho de informação (que deve ser rigorosamente imparcial e isenta) continuamos a registar desinformação, colagens e adulteração da clara vontade expressa pelos delegados nas conferências regionais. Um claro exemplo desta descaracterização informativa, prende-se com o facto de um blog que defende ser independente e imparcial, mas que na sua prática corrente demonstra que não é nem independente e muito menos imparcial e vejamos como e porquê.
A clara e estrondosa vitória de Braima Camará e do Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva” foi publicada às 16H20 e volvidos mais de 50 minutos, é publicada uma outra notícia referindo-se à Conferência do Sector Autónomo de Bissau com os dados deturpados, quando a mesma devia ser feita muito antes da de Bafatá por ter tido lugar no dia anterior.
Numa leitura profissional, a notícia sobre a conferência do SAB, foi mandada publicar para retirar impacto à sequencia das vitórias obtidas pelo Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva” em Tombali, Quínara e agora Bafatá, evitando-se assim a descrença e a debandada nas hostes nossa adversária.
Isto tem um nome, tentativa de tapar o sol com a peneira…
Voltando as conferências regionais o Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva” reconhece com humidade que não atingiu plenamente os resultados que fixou como sua meta, ou melhor dizendo, ficou aquém das expectativas que criou para as Regiões de Bolama/Bijagós e Cacheu, mas continuamos e continuaremos junto aos camaradas dessas regiões a apresentar ideias e soluções visadas pelo nosso Projecto Político na esperança que se juntem à referida maioria absolutamente inequívoca.
Contudo, quem ganha no Sector Autónomo de Bissau (SAB), passando por Gabú, Bafatá, Quínara, Tombali e Oio com vitórias absolutamente inequívocas de Braima Camará e do Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva” no Congresso de Cacheu, pode dizer simplesmente que já faltou mais e “si canua ká ncadja, nó na tchiga”!
(*) A Directoria de campanha do candidato Braima Camara
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