quinta-feira, 14 de março de 2013

Os suspeitos do costume...


A União Europeia e as Nações Unidas estão em sintonia quanto a medidas a tomar pela comunidade internacional para apoiar a resolução da crise na Guiné-Bissau, segundo um comunicado ontem divulgado em Bissau pela representação europeia. O comunicado surge na sequência de uma reunião, na terça-feira, entre o embaixador da União Europeia em Bissau, Joaquín González-Ducay, e o representante especial do secretário-geral das Nações Unidas no país, José Ramos-Horta.

No final da reunião, segundo o comunicado, González-Ducay afirmou-se satisfeito com a "convergência completa de pontos de vista" sobre "as alternativas que a Guiné-Bissau tem pela frente, e as diferentes medidas que a comunidade internacional poderia adotar para favorecer a conclusão da crise atual e para criar as bases de uma democracia sólida, orientada ao desenvolvimento social e económico do país, em harmonia com os seus parceiros da sub-região".

Os dois responsáveis falaram "da exigência de uma abordagem inclusiva" para "garantir um roteiro de regresso à democracia baseado em eleições esperadas antes do fim de 2013", e da necessidade de se "enfrentar de forma definitiva a questão da impunidade, assim como a situação dos três refugiados humanitários que se encontram na Delegação da União Europeia na sequência dos acontecimentos de 21 de outubro de 2012", diz o comunicado. Evitar mais mortos e atos de violência e de intimidação "foi considerado como uma condição essencial para alcançar qualquer progresso na busca de uma solução duradoura", adianta o documento.

José Ramos-Horta reuniu-se recentemente em Bruxelas com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e com outros responsáveis da Comissão e do Conselho. A 12 de abril do ano passado os militares fizeram um golpe de Estado e depuseram os governantes eleitos. As autoridades de transição que se seguiram ainda hoje não são reconhecidas pela maioria da comunidade internacional. A 21 de outubro uma suposta tentativa de golpe de Estado provocou cinco mortes. O capitão Pansau N´Tchama é acusado de ter comandado os elementos que tentaram fazer o golpe e está a ser julgado em Bissau. LUSA