quinta-feira, 5 de setembro de 2013
Guiné-Bissau: Georges Chikoti defende importância da reforma das forças armadas
O ministro angolano das Relações Exteriores, Georges Rebelo Chikoti, defendeu hoje, quarta-feira, em Lisboa, a necessidade da exploração de todas as possibilidades que conduzam à paz na Síria, porque qualquer intervenção militar naquele país só poderá causar mais danos, mortes e destruição.
No final de um encontro com o secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Murade Isaac Murargy, no quadro da sua visita oficial a Portugal, que termina hoje, o chefe da diplomacia angolana destacou a importância da paz no mundo, que “hoje depende mais das grandes potências”.
Durante o encontro, Georges Chikoti e Isaac Murargy abordaram, entre outros, temas como a situação pré-eleitoral na Guiné Bissau, “para onde a CPLP vai nomear um representante permanente”, e a possível integração da Guiné Equatorial no organismo lusófono.
Sobre a Guiné Bissau, o ministro angolano das Relações Exteriores defendeu a importância da reforma no sector da defesa e segurança, num momento que este país caminha para o pleito eleitoral de 24 de Novembro, "por ser necessário haver condições para que o governo que saia das eleições possa governar”.
Contudo, Georges Chikoti garantiu que tem havido concertação entre CPLP, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e outros parceiros, "para se conseguir um aumento da presença militar, com vista a facilitar a reforma no sector de defesa e segurança e, ao mesmo tempo, dar-se segurança ao processo de transição Guiné Bissau”.
Quanto à Guiné Equatorial, o secretário executivo da CPLP remeteu para os Estados-membros a “decisão final” em torno da adesão na CPLP daquela antiga colónia espanhola”, embora reconheça que o processo esteja "no bom caminho” e que "a Guiné Equatorial esteja a cumprir o plano de acção estabelecido com a CPLP”.
“Há Estados-membros que têm ainda as suas reservas relativamente à vida política da Guiné Equatorial, no respeitante aos direitos humanos – a questão da pena de morte – que faz com que Portugal ainda mantenha reservas, mas esperamos que a Guiné Equatorial dê passos significativos para que esta questão não impeça a entrada do país na CPLP”, reforçou Isaac Murargy.
Já sobre a língua portuguesa, outra das condicionantes do referido processo, disse estar a ser ultrapassada, porque, acrescentou, “a Guiné Equatorial está a incrementar, no seu sistema de ensino, a língua portuguesa, assim como “está a realizar muitos programas” para o efeito.
Murargy disse ter também abordado com Georges Chikoti “a questão da própria CPLP”, pois, “passados 18 anos da sua fundação, devemos repensar o que ela quer no futuro, tendo em conta os novos desafios que se colocam a nível mundial”. “Este é um debate que para que possamos ter uma nova visão da CPLP nesta era da globalização, nomeadamente, o que pretende ser: uma comunidade dos povos ou uma organização internacional”, rematou Murargy, que foi convidado a visitar oficialmente Angola no decorrer da segunda quinzena de Outubro. Angop