quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A agenda de Ramos Horta


Guiné-Bissau, é uma espécie de trampolim para Ramos Horta, o representante do secretário da ONU na Guiné-Bissau cuja ambição maior - e desmedida - é, afinal, ser o sucessor de Ban Ki-Moon na ONU. Por isso, Ramos Horta 'tem' de ter sucesso na Guiné-Bissau, custe o que custar. Seria mais fácil candidatar-se a presidente da associação de feirantes do mercado de Bandim...

Timor Leste parece nem ser um membro da CPLP, uma comunidade que fala a uma só voz na questão de Bissau. E isso notou-se na reunião dos polícias da comunidade, que recentemente teve lugar em São Tomé e Príncipe. A insistência de Timor Leste - o único Estado que fez finca pé para que os representantes dos golpistas de Bissau tomassem parte da reunião, deu em nada: os restantes sete disseram 'nim' e o único representante Bissau-guineense em terras santomenses (que viajou para São Tomé apenas porque tem autorização de residência em Portugal) ficou na pacatez do hotel a comer banana-pão.

Agora, Ramos Horta virou as baterias para as pratas da casa: quer levar Xanana Gusmão e Mari Alkatiri a Bissau. Timor Leste, que tem adormecido em bancos estrangeiros cerca de dez biliões de dólares do fundo soberano do petróleo, investe pouco ou quase nada no seu próprio país - o seu presidente esteve até agora em Lisboa a mendigar ajuda para 'construir' Timor... - decidiu-se pela criação de um fundo de desenvolvimento para 'ajudar' a Guiné-Bissau: 2 míseros milhões de dólares.

Timor Leste tem de dizer de uma vez por todas se está ou não do lado da CPLP em questões chave, como é o caso da Guiné-Bissau. E deve dizer isso abertamente, sem subterfúgios. Temos de saber com quem contar, conhecer os nossos amigos e saber quem é quem. A agenda de Ramos Horta bem pode esperar... Agora, negociar a Guiné-Bissau é que NÃO - muito menos por interesses pessoais! AAS