segunda-feira, 7 de março de 2016
Conselho de Segurança da ONU na Guiné-Bissau para falar "com quem manda no país"
Uma missão do Conselho de Segurança das Nações Unidas visita hoje a Guiné-Bissau para falar com "quem manda no país" e tentar resolver o impasse político, disse o embaixador de Angola na ONU, Ismael Martins.
Em curtas declarações no aeroporto de Bissau, Ismael Martins, que chefia a delegação, disse estar otimista e acredita que a missão que dirige irá conseguir conciliar as partes desavindas, desde que haja vontade para isso, sublinhou. Aquele responsável lamentou que a missão tenha que encurtar a permanência em Bissau, devido ao atraso na chegada, provocado pelo nevoeiro.
"Muito se pode fazer em pouco tempo, quando há vontade política", disse o embaixador angolano na ONU, sublinhando que não há problema sem solução "desde que os homens queiram".
À chegada a Bissau, a delegação da ONU foi recebida por dezenas de jovens do Movimento de Cidadãos Indignados e Inconformados que empunhavam cartazes e gritavam palavras de ordens de incentivo aos membros do Conselho de Segurança e de repúdio face ao comportamento dos políticos locais.
Logo depois de aterrar no aeroporto internacional de Bissau, a delegação seguiu para o Palácio do Governo, onde esteve reunida, por breves instantes com o chefe da diplomacia guineense e, de seguida, juntou-se aos membros do Governo numa reunião presidida pelo primeiro-ministro, Carlos Correia.
Ainda esta tarde, a delegação da ONU reúne-se com a direção da Assembleia Nacional Popular (ANP, Parlamento) e de seguida recebe, em audiências separadas, os líderes dos dois principais partidos no hemiciclo, Partido Africano para a Independência da GuinÉ-bissau e Cabo Verde (PAIGC) e Partido da Renovação Social (PRS), que se farão acompanhar pelos respetivos chefes das bancadas parlamentares.
Os encontros terão lugar no Palácio Colinas do Boé, sede do Parlamento, de onde a delegação seguirá para uma unidade hoteleira para encontros, em separado, com organizações da sociedade civil e missões diplomáticas sedeadas em Bissau.
Antes de rumar à Dacar, capital senegalesa, de onde vai viajar para Nova Iorque, a comitiva terá uma audiência com o chefe do Estado guineense, José Mário Vaz, prestando a seguir declarações à imprensa para o balanço da missão.
A situação política na Guiné-Bissau está num impasse depois de a presidência do parlamento ter afastado 15 deputados do PAIGC que votaram contra o governo, liderado por Carlos Correia. O PAIGC, que tem maioria absoluta, afastou os deputados mas o Presidente da República, José Mário Vaz, tem contestado a decisão. Lusa