quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Carta ao Engº Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC


Ex.mo Senhor
Domingos Simões Pereira
Presidente do PAIGC

Os guineenses, em Bissau e na diáspora, manifestaram através das televisões, das rádios, das redes sociais e por outros meios ao seu alcance o seu contentamento, regozijo e, porque não?, esperança pela sua eleição para presidente do PAIGC. Acho justo. Porém, ainda que soprem novos ventos, urge aqui fazer algumas propostas (elas valem o que valem) a Vexa., ao mais que previsível futuro primeiro-ministro da Guiné-Bissau. Toda a firmeza será pouca para a resolução dos vários problemas que o país enfrenta.

Do presidente do PAIGC:

Espera-se que arrume a casa, que dê o lugar de destaque a quem o merece e que não embarque em compadrios eleitoralistas - a eleição foi chão que deu uvas. Já lá vai. Hoje, Vexa. é o presidente do PAIGC.

Do Engº Domingos Simões Pereira, futuro Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau:

O mundo estará de olho em si, e os parceiros bi e multilaterais da Guiné-Bissau esperam sobretudo pragmatismo, audácia, ordem.

A meu ver (lá está, tenho sempre uma palavrinha a dizer), as primeiras medidas que o Engº deve tomar são as seguintes (e não, não se trata de 'caça às bruxas'):

1º - Exonerar imediatamente o CEMGFA António Indjai e, por arrasto, todas as chefias dos três ramos das forças armadas da Guiné-Bissau, incluindo os comandantes dos vários batalhões espalhados como cogumelos por toda a Guiné-Bissau.

2º - Mandar fazer uma minuciosa auditoria ao 'governo de transição'. Auditorias deverão também ser feitas nas Alfândegas, na APGB e em todos os organismos geradores de receitas para o Estado. Tudo para se saber o que o Estado tinha antes de 12 de abril, e o que lhe foi sonegado depois do golpe de Estado, até aos nossos dias.

3º - Mandar suspender todos os acordos/contratos assinados em nome do Estado da Guiné-Bissau por este governo ilegítimo (a favor de empresas e/ou empresários de duvidosa idoneidade). As obras públicas (principalmente a estrada Mansoa/Farim, pois consta que à custa do metro e 20 roubado ao projecto na sua totalidade, várias centenas de milhões de FCFA foram desviados para fins que se desconhece).

4º - De seguida, verificar à lupa onde o Estado foi lesado, e quem ganhou com isso. Depois, enviar tudo para o Ministério Público para as devidas responsabilizações criminais.

Sou, com consideração

António Aly Silva