sábado, 27 de abril de 2013
Embaixadas ao deus dará
As nossas representações diplomáticas, sem excepção, estão a viver um autêntico calvário. A maior parte delas estão com mais de dez meses de salários em atraso, e é frequente ver os nossos representantes diplomáticos a pedinchar ou em cenas de pugilato com os senhorios ou, na falta de cabedal para resistirem à expulsão musculada, sair com o "rabo entre as pernas", mas deixando sempre algumas pertenças como garantia ao senhorio, não venha os nossos representantes escapulirem-se sem pagar as rendas que normalmente são mais acumuladas que os atrasados.
Esta situação começou a inquinar-se ainda mais com o último consulado presidencial e agravou-se com os novos abutres do regime de transição que, por uma palha, nomeam embaixadores como se fosse um exercício de prazer se tratasse. Qualquer pé descalço ou marginal quer ser embaixador, encarregado de negócios ou cônsul, e o resultado é o que se vê neste momento: a um sem número de representantes diplomáticos em exercício, mais os ex-representantes que nunca retornaram ao local de afectação, junta-se-lhes uma lista infindável de novos embaixadores, encarregados de negócios e cônsules nomeados por conveniência -ou dólares - pelo regime golpista de Bissau... sem qualquer orçamento para assegurarem a sua instalação e representatividade condigna.
Da minha passagem por Dakar, soube de fontes fidedignas de que a embaixada está a pão e água há mais de 8 meses e os nossos representantes andam num autêntico "sukundi-sukundi" com os respectivos senhorios, não ousando sequer andar nos seus veículos, portanto "car-rapide obligé" para mostrar ao wollof ndiaye de que estão falidos que nem o Bubo Na Tchuto, que nem um par de sapatos pode comprar (eu particularmente estou de acordo com a táctica, pois segundo ouvi dizer, o wollof até cobra dívida de morto... AAS