quarta-feira, 7 de outubro de 2015
UA/OVÍDIO PEQUENO DEIXA 'AVISO' A JOMAV: UA poderá responsabilizar quem coloca em causa os interesses da Guiné-Bissau
Ovídio Pequeno, representante da União Africana na Guiné-Bissau, disse ontem que devem ser atribuídas responsabilidades àqueles que “colocam em causa” os interesses do povo guineense, aludindo-se à crise política que assola o país vai para dois meses.
Falando aos jornalistas depois de um encontro que os diplomatas mantiveram com Domingos Simões Pereira, primeiro-ministro demitido pelo presidente da República, e líder do PAIGC, o representante da União Africana considerou ser "insustentável" a situação de impasse que se vive no país.
“Há que assacar responsabilidades a todos aqueles que de uma forma ou de outra não estejam a trabalhar para os interesses supremos deste povo. O nosso apelo, mais uma vez, é para que haja um entendimento e que seja urgente e duradouro”, disse Ovídio Pequeno.
"Antes de tudo", salientou o representante da UA, "deve haver um diálogo entre os líderes guineenses na medida em que o país não pode continuar no impasse político em que se encontra."
“O povo está a sofrer, há grandes dificuldades e carências e o mais importante é que as pessoas tenham a capacidade de ultrapassar os problemas que enfrentam”, reforçou. O representante da UA diz que “há mais de um ano” tem vindo a chamar a atenção dos líderes guineenses para os riscos de levarem o país para a situação em que hoje se encontra.
“Algumas pessoas fizeram ouvidos de mercador e agora estamos nesta situação”, acrescentou. “Amanhã, espero que não se venha outra vez a responsabilizar a comunidade internacional”, sublinhou Ovídio Pequeno. O representante da UA em Bissau disse ainda que a comunidade internacional tem dificuldade em apoiar a saída desta crise, na medida em que os próprios guineenses não admitem a existência de problemas.
“Quando um doente diz que não está doente, então a comunidade internacional não saberá por onde começar a ajudar”, defendeu Ovídio Pequeno. As instituições do exterior não pode sob qualquer circunstância substituir os líderes nacionais, as instituições do Estado guineense, concluiu.