segunda-feira, 9 de abril de 2012

Segue o teu caminho

"Caro Aly,

Antes de mais o meu agradecimento e reconhecimento pelo teu empenho e patriotismo inegavel que tens dispensado à causa da Guiné-Bissau. Ouvi vozes discordantes criticando a tua postura recente, querendo condiconar-te. Também ouvi e gostei da tua resposta, pois soubeste estar à altura e reagiste de forma adequada, pondo ponto final a essa ingerência quiça encomendada sobre o teu trabalho. Não deves nada a ninguém e não deves prestar contas a quem quer que seja. Segue o teu caminho que nos estamos contigo.
 
Tenho seguido a situação na Guiné-Bissau com muita apreensão, muita coisa registei através das tuas noticias preciosas, tantas de entre elas quase me impeliam expontaneamente a reagir e a dizer algo sobre o que se disse, ou o que se noticiou… enfim, fui aguardando, analisando a situação para melhor me posionar.
 
Ao assunto que faz actualidade no pais, a situação de instabilidade pos-eleitoral, não pude resisitir e, como humilde de um cidadão preocupado com o seu pais, permita-me o privilégio de, através do teu site, dizer o seguinte:
 
Mais uma vez, constata-se que o problema da Guiné-Bissau continua a ser a luta pelo poder que, traz à colação o problema candente de extrema perigosidade que é a relação premiscua entre os politicos e os militares. Estando o poder em causa, o elo forte dessa promiscuidade fez a sua aparição e fez-se sentir da forma mais eloquente possivel. Kumba Yala, foi a votos e ficou de acordo com os resultados na segunda posição (23% dos votos), habilitando-se a concurrer à segunda volta com o candidato mais votado, Carlos Gomes Junior, sufragado com 49% dos votos. Porém, mercê dessa promiscuidade degenarativa da nossa democracia, Kumba Yala acha-se o «mestre do jogo» e vai dando cartas no actual cenario politico pos-eleitoral, impondo, entre diabruras e ameaças as suas condições do jogo, instalando o medo e a instabilidade de novo no pais. Enfim, a sua especialidade favorita.
 
Nos podemos estar equivocados no nosso exercicio sobre a situação actual no pais, porém Kumba Yala, ele, esta certo da sua « força » para querer, no contexto actual, impôr as regras do «seu» jogo. Essa ponderação Kumbista é simples, mas exequivel no contexto actual que se vive no pais e que, ele mesmo esta a manipular a seu bel prazer.
 
Kumba Yala sabe que é ostensivamente rejeitada, senão «vomitada» por larga maioria da população guineense que, jamais lhe concederia uma segunda oportunidade para desgovernar a Guiné-Bissau e envergonhar o seu Povo, tal como fez no seu triste consulado de 2000/2003. Porém, Kumba Yala, sabe que, para além do seu resultado eleitoral, 23% no presente pleito, detém também, o pulso e o controlo nevralgico da franja mais agitadora, insubordinada e radical do exercito, destacando-se entre eles, um grupo restricto de «comandos-suicidas» espalhados nas diversas unidades de elite das forças armadas que lhe obedecem à olho e ao dedo.

Esse grupo constituido essencialmente de jovens balantas, entre soldados, sargentos e até majores, é responsavel pelas maiores atrocidades e insubordinações levadas a cabo pelas forças armadas de uns tempos a esta parte, com particular destaque ao ataque ao MAI que culminou no assasinato de 3 agentes, ao primeiro ataque à residência do falecido presidente Nino Vieira entre tantos outros de ma memoria. A perigosidade desse grupo, chega ao ponto de pôr mesmo em sentido as mais altas chefias militares… que o diga o actual CEMGFA, hoje, refém-psicologico desse grupo de morte.
 
Kumba Yala sabe de antemão, que num quadro democratico normal não tem minimas chances perante o candidato Carlos Gomes Junior. Sabe muito bem Kumba Yala, mais do que ninguém, de que indo as urnas na segunda volta sera copiosamente derrotado e humilhado politicamente, impondo-se o seu fim politico de anarquismo e chantagens. Kumba Yala, sabe que estas eleições representa a sua derradeira cartada politica, o seu fim de mise en scene, pois esta ciente de que, a sua aura de autrora, de carismatico lider politico fonte mobilizadora de massas ja não existe nele (sabe que so lhe resta o fidelismo do seu eleitorado  étnico reconfirmado no resultado destas ultimas eleições).

Kumba Yala sabe que, hoje nem as suas palhaçadas e tiradas de mau gosto suscitam hoje qualquer interesse mesmo por parte da garotada que em tempos enchiam os seus comicios. Também sabe que, o seu estado de saude não lhe ajuda (da minha parte, pelo que me deu a constactar nestes dias da campanha, o filosofo do nsum nsum não a tem a saude na melhor bitola… nem fisica e muito menos mental).
 
É minha convicção de que, é com base nos pressupostos étnicos e de força acima enunciados que, o maquiavélico Kumba Yala quer inverter a tendência e a vontade democratica do povo da Guiné-Bissau, assaltando o poder através da força contando com a cumplicidade de uma franja bem definida das Forças Armadas.
 
Ninguém pode negar de que, existem sinais latentes, alguns evidentes de tentativas de tomada do poder pela força. A posição debutativa e incoerente do CEMGFA nestes ultimos tempos, é o exemplo mais claro deste estado de coisas que muita gente sabe e não quer dizer nem assumir. Começaram com uma patética querela, para arranjar o pretexto para, desarmar quase por completo todo o corpo de policia, em particular a PIR. Depois, veio a recente pressão sobre a presença da MISSANG na Guiné-Bissau nestes ultimos dias como se fosse o CEMGFA a decidir quem deve e pode estar na Guiné-Bissau. Tudo isso é prova eloquente de que existem intentos maquiavélicamente concertados entre uma franja de classe politica derrotada nas eleições com os militares de querer inverter o processo democratico em curso pela via da força. Ontem…esteve quase.
 
Caros concidadãos, estou certo e creio que voçês também, de que os mentores do Golpe de força têm a consciência de que a presença da MISSANG os incomoda e os inibe profundamente nos seus intentos. Têm o receio dessa força que esta na Guiné-Bissau, todos nos sabemos no interesse e defesa do Povo Guineense e com claro intuito de criar um clima propicio de equilibrio e de PAZ NA GUINE-BISSAU. Pretendem que a MISSANG va embora, pois sabem que, SEM A MISSANG no terreno teriam o caminho livre para cometer todas as barbaridades que lhes desse na gana: prender, matar e voltar a esquartejar como num passado recente fizeram NA MAIOR IMPUNIDADE do mundo.

A Quinta Coluna e o CEMGFA temem e não querem a MISSANG na Guiné-Bissau, pois so se sentem «matchus» quando têm todos os meios de matança nas mãos e as suas vitimas estarem completamente indefesas para cometerem as suas barbaridades. Sempre foi assim, sempre agiram assim. Em pé de igualdade, não assim tão « matchus »… são um grupo de reles e assassinos cobardes.
 
Quanto aos outros seguidores de Kumba Yala, somente quem os não conhecem poderão questionar o seu aparelhamento aos planos golpistas de Kumba Yala. Senão vejamos:

Henrique Rosa, sob a capa de um «homem de paz» oportunisticamente conquistada à custa da boa-fé da Igreja Catolica, é um homem de pretensões obscuras e ambições desmedidas. Ele é useiro e vezeiro em fazer pactos de sangue com os militares. Quem não se lembra da vergonhosa condecoração-recompensa outorgada ao falecido General Baptista Tagmé Na-Wayé apos o barbaro assassinato do Major General Verissimo Correia Seabra. Este foi assassinado às mãos e a mando de quem se sabe… hoje parceiros na parelha de contestarios de sem vergonha.

Henrique Rosa fez essa condecoração-recompensa no seu exclusivo interesse, para conseguir ter as graças e os beneses dos generais no seu tempo de interino… e, também colhé-los, como hoje esta a fazer, neste tempo de candidato frustado e envergonhado pela sua estrondosa derrota que o coloca na devida pequenês da pessoa que na verdade é. Esse Senhor de falsos principios, traiu uma larga franja da sociedade que acreditava nele como um homem de paz e de principios…essa sociedade de guineense enganados o julgara a seu tempo, alias ja começaram a julga-lo.

Serifo Namadjo. Embora so agora decidiu mostrar o seu manifesto de intenções e maqiavelismos ao publico, trata-se porém de um calejado nessas andanças. O seu alinhamento à Quinta Coluna fez submergir da sua ambigua aparência de homem calmo e ponderado, um mestre do complôt e da intriga. Eximio na técnica do dividir para melhor reinar, possui o felling da boa escola do intigrismo (nos dois sentidos)… e também uma tutoria abalizada nessa matéria através da Adja Satu Pinto Camara.

Tem compromissos assumidos na sub-região (fala-se, com o Presidente do Burkina, com o Reino de Marrocos) e também com grupos de duvidosa idoneidade supostamente ligados ao narcotrafico e lavagem do dinheiro. Esses compromissos, baseados no pressuposto de que ganharia as eleições, colocam-no hoje na situação de inapelavel derrotado, numa situação desconfortavel de pagador de promessas sem ter meios para tal…, dai entrar de pés e cabeça no jogo do vale tudo. Ambição e geito para golpadas não lhe falta.

Coronel Afonso Té, mera continuação de um percurso de golpista. Antes inter-pares com os seus colegas de armas, depois palacianos e, agora eleitoral. Aparentemente versatil em toda a sua vida, não teve dificuldades em reconverter-se… pois, de militar aprumado com ascensão duvidosa a comerciante caloteiro de campanha de castanha de caju e, deste, a mentor de golpes de força pos-eleitorais, foi um apice.

Serifo Baldé, a pequenez e insignificância do sujeito torna dificil perceber o seu papel em todo esse embroglio, porém, uma coisa é certa… simples figura de numero é que não faz. Um caso a estudar.
 
Espero Caro Aly, que esta minha contribuição sirva para, por um lado, despertar o espirito dos guineenses para movimentações perigosas que estão sendo congenturadas por um grupo de anti-democratas apoiados na sombra por militares/milicianos e por outro, exorta-los a fazerem face com todas as suas forças e coragem a mais um espiral de instabilidade cujo promotor não é mais ninguém, o factor X : KUMBA YALA KOBDE NHANCA.
 
Do compatriota e admirador,
Benasante Na-Bontchi"