sexta-feira, 2 de março de 2012

'Nino' Vieira, três anos depois

 
Caros compatriotas e camaradas.
Mais uma vez sinto-me só e abandonada neste canto do mundo, não tendo nada a dizer de mal de França que nos acolheu a mim e aos meus filhos nas piores horas das nossas vidas, até hoje. So temos a agradecer ao povo Francês, como também ao povo da Guiné que sinto que está connosco, ao contrário dos nossos lideres governamentais da Guiné-Bissau que quiseram ignorar esta... realidade.

Tapar o sol com a peneira, fingir, fingir e continuar a manter este silêncio tenebroso, que não deixa ninguém de bem sossegado consigo próprio, mais um ano de luto para nós e para o povo da Guiné-Bissau, três anos completados sem um único sinal de Justiça do Estado da Guiné-Bissau em relação aos assassinatos de João Bernardo Vieira (Nino), ex-chefe Presidente da República da Guiné-Bissau, e Tagma N'awai ex-chefe de Estado Maior e ainda mais dirigentes do PAIGC e do Estado da Guiné-Bissau.

Afinal que Estado de Direito temos, que futuro para os nossos filhos, quem somo nós afinal, um bando de fracos que compactua com crimes hediondo, autêntico massacre cometido por camaradas enganados para matarem o chefe-máximo dos militares e do povo, tudo isto a mando de alguém que continua à solta na nossa terra, alguns já fora do País e a passearem longe da Justiça que não se fez. Quem somos afinal, será que somos todos maus e diabos, meu Deus do Céu, acudam-nos, faça justiça divina no país que nos oferecestes para todos nós, pedimos justiça!

A Guiné-Bissau não fala disto e nada mais disse até hoje, não assumiu sequer a responsabilidade dos filhos menores do Presidente Nino, devem calcular a nossa dificuldade, dificuldade esta que nunca foi igual para todos os seus filhos deixados neste mundo, Eu, Nazaré de Pina Vieira, toda gente sabe que nunca vivi com as mãos estendidas no meu País, trabalhei sempre, onde cheguei a ser empresária e tendo exercido outras actividades de relevo no panorama social, ajudando o meu Povo. Hoje estou sem forças, não para gritar vingança, mas sim Justiça às mortes cometidos barbaramente no nosso País.

Meus queridos amigos, compatriotas, filhos da Guiné-Bissau e no mundo, ajudem-nos a reencontrar a esperança de voltar a ter paz na nossa terra e vivermos juntos na paz duradoira, peço a Deus bênção e paz para todos nós.

Obrigado Guiné-Bissau.

Nazaré de Pina Vieira