Na sexta-feira passada, o CEMGFA António Indjai teve uma reunião com as chefias dos três ramos da forças armadas. Na agenda, um único ponto. O general quer que todos permaneçam nas casernas, e nem quer ouvir falar da tropa imiscuir-se nos assuntos políticos. E foi tudo. Mas houve o antes.
Quando, na Assembleia Nacional Popular, e a pedido do Estado da Guiné-Bissau, os deputados se debruçaram sobre a vinda de uma força, neste caso angolana, portanto estrangeira, para a Guiné-Bissau, estava-se longe de pensar nos amargos de boca que a MISSANG viria a travar com a classe castrense guineense. E não se têm dado mal...
Um dia, António Indjai lamentou-se de 'falta de material bélico' nas nossas forças armadas. Angola, astuta como sempre, prontificou-se 'mas só se fosse o Estado guineense a pedir', e, 'apenas e só no âmbito da MISSANG'. E lá chegaram três senhores tanques de combate, bem equipados, que foram estacionados no recinto da MISSANG. No dia da apresentação dos ditos ao CEMGFA, este, conta quem assistiu, estava de queixo caído e fez, entre outras, perguntas sobre o custo daquela maquinaria letal, de guerra. Ouviu números estrondosos, e assobiou para o lado, contou a mesma fonte do DC.
Então, assim que a Guiné-Bissau se preparou para entrar novamente em ebulição, António Indjai, empurrado pelos que estão à sua volta, e por outros, lembrou-se primeiramente dos tanques. E mandou chamar o boss da MISSANG ao Estado-Maior. Queria testá-lo, saber até onde pode esticar a corda, ou, se, pelo contrário, esta podia ficar-lhe nas mãos... Assim que entrou o angolano atirou 'ó senhor general, você está em forma!', e de seguida abraçaram-se calorosamente.
António aindjai começou por perguntar ao angolano 'que armas têm aqui', e acabou a dar-lhe 'ordem de explusão'. Tal e qual! Chegou mesmo a exigir ao angolano que este mandasse pôr os tanques 'à guarda do EMGFA'. Queria! Invocou ainda questões de soberania e, até, da deselegância que era ter uma força estrangeira, armada até ao pescoco, no nosso solo. O angolano ouviu atentamente e depois desarmou-o. "Sr. General, estamos na Guiné-Bissau com base num acordo entre Estados, o que não vincula directamente o Estado-Maior". O angolano falava com conhecimento de causa. Demovido mas não convencido, o general não desistiria facilmente. Foi, pouco depois, um Indjai furioso, aquele que o general angolano viu quando este lhe deu "48 horas para a MISSANG abandonar o País".
De seguida, o General Indjai foi ter com o Presidente da República interino, Raimundo Pereira, com queixas sobre a conversa que mantivera com o chefe da MISSANG. Acusou ainda o general da MISSANG de o acusar de estar a preparar um golpe de Estado, e depois ainda disse ao PR ter preparado, para o dia seguinte, uma conferência de imprensa para anunciar a expulsão da missão angolana de apoio às reformas das forças armadas e de segurança da Guiné-Bissau. Não passou disso mesmo - ameaças. António Indjai parece conformado. Água na fervura - é o que é. Então, o PR mandou chamar o angolano, e, na presença do António Indjai, este desmentiu-o, contando de seguida ao PR o que realmente se tinha passado. "Disse ao general Indjai que os nossos serviços de informação falaram-me da iminência de um golpe de Estado", disse o angolano ao PR. Volte ao primeiro parágrafo deste texto...para saber o fim desta história. Para já... AAS