Em declarações aos jornalistas, Armindo Maurício admitiu que teve informações de candidaturas sobre alegadas fraudes, mas que as mesmas não foram "precisas e concretas", pelo que aguarda mais informação. "Há algumas questões relacionadas com os cartões (de eleitor), há de facto nalgumas zonas, mas não podemos constatar quantas, mas parece que não são muitas porque as pessoas que colocam o problema não dizem quantas são", disse o chefe da missão de observadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Sobre o assunto, o cabo-verdiano Armindo Maurício precisou que o problema se prende eventualmente na "não existência de alguns cartões de eleitores, que poderão não ter sido distribuídos, apesar de a CNE (Comissão Nacional de Eleições) afirmar que foram todos distribuídos".
"A questão do registo dos cadernos está normal, até agora não vimos qualquer reclamação sobre registo das pessoas nos cadernos", disse. Armindo Maurício disse que a missão da CPLP falou com organizações não-governamentais, chefias militares e outras missões de observadores. Todos os observadores constataram "que o clima é tranquilo, está pacífico, os cidadãos estão descontraídos".
"Desde a manhã estamos em Bissau, já percorremos várias mesas de voto, assistimos à abertura de algumas mesas e constatamos um bom nível de organização a nível da CNE em termos de as mesas estarem todas preparadas à hora, com os membros a postos, com todo o material, e também já com gente em fila para poder votar", disse. O responsável disse que a missão da CPLP falou com representantes das "candidaturas com maior peso" nas mesas e constatou "que tudo está a decorrer num clima normal" e que "não há reclamações de relevo nem protestos".
O candidato Henrique Rosa disse, após votar, que havia fraudes, mas não explicou que tipo, nem onde. A Guiné-Bissau realiza eleições presidenciais antecipadas após a morte do presidente eleito em 2009, Malam Bacai Sanhá, em janeiro. Perto de 600 mil guineenses são chamados a escolher o novo presidente entre nove candidatos. JN