sexta-feira, 12 de abril de 2013

Golpe de Estado: o balanço


365 dias depois da tomada do poder pela força das armas, em Bissau, o país continua mergulhado na anarquia, com a tropa a puxar dos galões. Controlam tudo. Da 'presidência' ao 'governo', passando pelas esquinas e ruas da decadente, assustada e triste cidade de Bissau.

- Interrupção abrupta da 2ª volta das eleições presidenciais antecipadas de 2012;
- Controlo total sobre o narcotráfico que desagua da América do Sul;
- Prisões arbitrárias de políticos, de jornalistas, de cidadãos comuns;
- Rapto, espancamento e tortura de civis e militares;
- Fuga do país (sem qualquer data para regressar) de dezenas de cidadãos;
- Assassinato de cerca de 12 cidadãos guineenses rotulados de "rebeldes de Casamança";
- Delapidação descontrolada do erário público entre outros crimes.

Um ano depois:

- O 'governo e presidente de transição' - imposto à força e com total descaramento e desprezo pelo cidadão eleitor da Guiné-Bissau - pela CEDEAO, continua teimosamente no poder, NÃO é RECONHECIDO pela Organização das Nações Unidas, pela União Africana (organização continental da qual o país está expulso), pela União Europeia (o maior parceiro bilateral de cooperação). Até alguns países da própria CEDEAO descartaram o regime de Bissau.

Resta ao Povo da Guiné-Bissau a vã esperança de que os grandes deste mundo lhes estendam a mão. Uma força de paz - e de interposição - deve ser mandatada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. AAS