sábado, 2 de fevereiro de 2013

Falem-me de paz e união


FALEM-ME DE PAZ E UNIÃO…

Falem-me de paz, sem antes fazerem guerra.

Falem-me de união, sem antes desunirem.

Falem-me de concórdia, sem antes provocarem a discórdia.

Falem-me de irmandade, sem antes provocarem o desentendimento.

Um homem de paz, união, concórdia e irmandade, defende esses valores, independentemente da posição, cargo ou estatuto que tiver.

Serifo Nhamadjo só depois de conquistar o poder é que se lembrou de apelar a valores e princípios morais que sempre violou! Agora quer unir os guineenses com discursos de engodo, esquecendo-se que foi um incendiário dentro do próprio PAIGC! Desrespeitou a disciplina partidária ao recusar o candidato escolhido pelo partido, apresentando-se de seguida como candidato independente! Contestou os resultados de uma votação por ter sido efectuado com as mãos no ar, mas não se hesitou em aceitar o cargo a que sempre aspirou, mesmo contra a clara vontade popular manifestada nas urnas, não se coibindo de pactuar com a opressão do próprio povo para a conquista e manutenção do seu “lugarzinho ao sol”!

Serifo Nhamadjo que hoje anda a fazer uma campanha de auto-promoção pelo país e com enviados para dialogar com a diáspora, foi o mesmo que esteve com Kumba Yalá no prenúncio do último golpe de estado! Também foi o mesmo que, já com o golpe consumado, tentou antes a manobra de assumir o comando do país, via presidência da Assembleia Nacional Popular…

Foi o mesmo Serifo Nhamadjo, na qualidade de Presidente ilegítimo da Guiné-Bissau que se tem mantido num silêncio “ensurdecedor”, em relação as várias e flagrantes violações dos direitos humanos ocorridos no país, após o golpe de estado, que não vale a pena aqui elencar!

É o próprio Serifo Nhamadjo que quer unir o país, excluindo alguns guineenses incómodos à sua ambição desmedida… Convém recordarmos que foi dessa forma que se iniciou o percurso dos mais ferozes ditadores que o mundo conheceu…

Portanto, vamos chamar as coisas pelo seu nome, com toda a responsabilidade legal inerente, Serifo Nhamadjo é tão golpista quanto António Indjai, Kumba Ialá e outros três candidatos a Presidência da República, contestatários dos resultados eleitorais.

Como um golpista identificado, Serifo Nhamadjo não tem moral para vir falar ao povo guineense (a quem ele traiu em troca de um lugar no poleiro) de valores que ele antes fez questão de violar e espezinhar, apenas com a desmedida ambição de chegar ao poder.

Serifo Nhamadjo é um dos principais responsáveis pela actual situação económica, social e política da Guiné-Bissau. É dessa forma que a história da Guiné-Bissau deve ser escrita e é dessa forma que o nome de Serifo Nhamadjo, António Indjai, Kumba Ialá, outros candidatos à Presidência da república e o actual Governo dito de transição, devem constar da história do nosso país. Não adianta andarem a criar “bodes expiatórios” e “bichos-papão” como Governo Português, CPLP, Paulo-Portas, etc. Cada um que assuma as devidas responsabilidades dos seus actos…   

A propósito da sua campanha de auto-promoção, no dia 27/1/2013 realizou-se na cidade do Porto uma reunião/encontro dos mandatados do Presidente ilegítimo da Guiné-Bissau com parte da comunidade residente no Porto. Não me foi possível participar nesse encontro, como muitos guineenses, devida a senda da incompetência que tem caracterizado os golpistas. Os denominados conselheiros do Presidente ilegítimo terão comunicado ao Cônsul honorário da Guiné-Bissau nesta cidade a vontade de reunir com a comunidade e a necessidade de um espaço para tal encontro, cerca de 24 horas antes. A comunidade guineense no Porto terá sido convocado com 12 horas de antecedência, chegando a haver duas convocatórias, uma para as 9h30min e outra para as 14h30min! Pessoalmente, tive conhecimento do dito encontro cerca de 90 minutos do seu início… É com essa desorganização e incompetência que querem ouvir e unir a diáspora!? Tive pena não ter estado presente nesse encontro, para lhes dizer tudo aquilo que agora escrevi.

Independentemente dos que vão juntando aos pouco aos golpistas, o povo guineense deve continuar a rejeitar e não pactuar com todos aqueles que chegam ou acham que conseguem chegar ao poder, pela via das armas, da opressão e da intimidação do povo e dos adversários políticos.

Jorge Herbert