sábado, 2 de fevereiro de 2013
Reunião de candongueiros
O Governo de Transição da Guiné-Bissau consegue tirar todo o mundo do sério. Na falta de visibilidade e de resultados de governação, lança à mão a tudo o que mexe para dar nas vistas. Assim, para se mostrar, vai inventando eventos patéticos e sem nexo. Desta vez, acharam por bem inventar uma «Conferência de Cônsules» da Guiné-Bissau que deve ter-se realizado na cidade de Buba, entre os dias 20 e 30 de janeiro. A partida o que pareceria, uma medida de pilotagem governativa, não passa infelizmente, na verdade, de um acerto de contas de um circulo de negocios muito frutuoso e muito cobiçado pelos governantes guineenses devido aos dividendos que dai se consegue.
Como se sabe, a Ditadura do Consenso ja tinha divulgado recentemente, dados importantes que demostram de forma clara e irrefutavel toda a escandaleira e roubalheira mafiosa que constituem as redes mafiosas dos Consulados da Guiné-Bissau pelo mundo fora. Essa rede movimenta centenas de milhões de dolares em dinheiro cash, além de prendas majestosas que, vão desde carros de luxos, imoveis, hitec de ultimo grito e, até barcos de recreio de alto standart. Por tras desse negocio de milhões estão o Ministro dos Negocios Estrangeiros (MNE), Faustino Fudut Imbali, o seu Secretario de Estado, a Presidência da Republica e uma rede de intermediarios abalizados em agariar consules honorarios para a Guiné-Bissau de cujos postos retiram ganhos incalculaveis.
Assim, como tem sido com os governos emergentes de situações de ruptura constitucional, cada um aproveita como pode, dai convocar os cônsules para lhes dizer, que caso queiram manter o posto, têm que lhes pagar algo mais, ou perdem os postos em detrimento de outros interessados. Ao que se sabe, interessados a satisfazer as necessidades financeiras do novo regime (particularmente ligados a negocios mafiosos), é o que não falta pois os postos em questão, para além do estatuto encobre ganhos financeiros incalculaveis. O MNE, Faustino Fudut Imbali em coordenação estreita com a Presidência da Republica de Transição, cientes desse mana financeiro e avidos de recursos, tocam a chamar a tropa à formatura para pôr a ordem e mostrar-lhes quem é o novo detentor do «guichet» de pagamento dos respectivos titulos honorarios. A fantochada da conferência de Buba, não passa de um acerto de contas, para dizer aos «Cônsules» a quem devem pagar e, quanto deverão pagar para manterem os respectivos titulos e postos honorificos.
Em tudo isso, o que é mais triste, é que a maior parte desses ditos Cônsules que infelizmente «representam» a Guiné-Bissau por «n» cantos do mundo, são pessoas de duvidosa idoneidade, maioritariamente ligados a negocios e passado obscuros que, sob a bandeira do nosso pais, se dedicam a coberto da imunidade diplomatica das nossas representações diplomaticas aos mais nebulosos e inimaginaveis crimes de colarinho branco e lavagem de capitais. Pior ainda, entre esses ilustrissimos Cônsules credenciados pelo novo regime de Bissau e, que recorrentemente, são recebidos nos gabinetes da presidência de transição e do Ministro dos Negocios Estrangeiros do governo de transição, estão pessoas com ficha criminal de justiça e até cadastrados por questões ligadas à alta criminalidade.
Nada é de estranhar com esta desgraça de governantes que tomou de assalto a Guiné-Bissau, pois tudo e do pior pode esperar acontecer na Guiné-Bissau... até sermos representados pelo mundo fora por uma horda de cadastrados.
Aurélio Pinto Silva