domingo, 10 de junho de 2012
Ó Teresinha, dinhero d'Angola dja kaba....
Alguém pergunta: "O que é que a cooperação angolana (MISSANG) fez na Guiné-Bissau durante a sua estadia?". Bom, eu talvez não consiga enumerar, muito menos descrever as obras que estavam em curso. Mas falarei daquilo que sei, e que estava à vista. As obras (todas) já haviam começado - e isto é importante:
- Ministério do Interior e Comissariado da Polícia de Ordem Pública: obras de restauração, novas coberturas e ainda alguns edifícios de raíz;
- Brigada de trânsito: a pocilga que conhecíamos (cala-boca) foi deitada abaixo. Iam construir um edifício de raíz;
- Marinha de Guerra: Novo quartel, a começar pelas fundações, na antiga 'granja dos palestinianos', no caminho para Quinhamel;
- Cumeré, o quartel onde fiz a recruta, em 1987, foi completamente recuperado. Está como novo, e hoje estão lá os 'ocupas'...;
- Obras de grande intervenção em todos os quartéis do interior do País;
- Angola gastava, só em logística, cerca de 40 mil dólares/dia. No total, obras incluídas, gastaram mais de 10 milhões de dólares norte-americanos, mas a previsão era de 30 milhões USD;
- Só nas instalações da MISSANG, davam emprego a quase uma centena de guineenses, entre outros postos de trabalho indirectos;
- Todo o material bélico, dois helicópteros (onde pilotos guineenses recebiam treino), tanques e carros de combate, ficariam para as nossas forças armadas, para além da promessa de oferta de 6 aviões MIG-21, novos em folha, que um grupo de oficiais guineenses viu na sua deslocação a Angola (todos estes materiais eram do conhecimento das chefias militares, a quem foram apresentados, numa cerimónia no futuro quartel da marinha)
- Todos os quartéis, em Bissau, seriam alvo de intervenção profunda. As obras, desde que iniciaram, nunca sofreram qualquer paragem, estava tudo cronometrado.
Mas, tudo isso caiu por terra. Os empreiteiros estão pelos cabelos - perderão muito dinheiro; os operários da construção civil, idem aspas; os empresários do ramo dos inertes, idem idem.
E o resultado de tudo isto? Está à vista: Angola levou tudo, tudo! E agora? Fácil: a CEDEAO que pague o resto do que falta fazer. AAS