quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
Na ONU, jovens da Guiné-Bissau pedem participação num futuro de esperança
Representantes do país participaram no Fórum da Juventude realizado esta semana em Nova Iorque; Rádio ONU ouviu líderes associativos, académicos e do Parlamento juvenil sobre momento o político.
Jovens líderes da Guiné-Bissau disseram acreditar num futuro de esperança durante a sua presença nas Nações Unidas. O país vive momentos de tensão política após a não aprovação do programa do novo governo pelo Parlamento em dezembro. A Rádio ONU conversou com integrantes da delegação que representou os guineenses no Fórum da Juventude, que esta semana abordou a participação do grupo na Agenda 2030.
Ambiente Político
O presidente da Associação de Estudantes da Universidade de Colinas de Boé, Alexandre Encunho, declarou que um bom ambiente político seria favorável ao avanço académico no país. “Só tendo uma vontade política é que a gente pode ter uma qualidade de ensino igual a dos outros países. Porque a globalização exige qualidade, nós fazemos parte das pessoas que querem mais essa qualidade.” Na próxima semana, a Guiné-Bissau será tema da reunião do Grupo de Contacto Internacional para o país.
Aprofundar o Diálogo
A ocasião é vista como oportuna para aprofundar o diálogo e a cooperação entre a comunidade internacional e as autoridades perante o clima de divergências políticas. O presidente do Conselho Nacional da Juventude da Guiné-Bissau, António Nhabituque, disse que deve haver maior participação de jovens em postos de decisão.
Ultrapassar Crises
“Nós em particular os jovens guineenses. Há que haver o espírito de diálogo como forma de resolução dos problemas. Não tida em conta há muitos anos a questão da resolução de problemas em fórum próprios. Nós acreditamos nesta geração está a tentar entabular essa via como forma de ultrapassar todas as crises. Que os problemas sejam resolvidos entre nós.”
A representar um órgão com mais de 100 membros, a presidente do Parlamento Infantil da Guiné-Bissau, Nela Atinja, afirma que o país enfrenta desafios de uma nação em desenvolvimento mas crê numa transição para uma nova etapa.
Assumir Responsabilidades
“A Guiné-Bissau vai mudar de paradigma de governação. Vamos ter um país onde os países pensam num bem comum em interesses comuns e não pessoais. Nós crianças temos esperanças porque somos a esperança da Guiné-Bissau. Hoje precisamos de um país digno, estável, com muita paz e onde os governantes vão assumir as suas responsabilidades. A nossa terra não pode continuar assim.”
Filinto Salla, presidente do Instituto Nacional da Juventude acredita que os jovens devem ser mais ativos no seguimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável com uma melhor representatividade na Guiné-Bissau.
Prioridade
“A juventude não faz parte do problema e não fazendo parte do problema pode efetivamente fazer parte da solução. A solução que a juventude propõe é de ser ouvida. Ser legitimada enquanto mediador isento e equidistante das partes em conflito para puder trazer à razão e pôr como prioridade os interesses supremos da nação.
Em entrevista recente à Rádio ONU, o representante do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Miguel Trovoada, disse que tenta aproximar as partes divididas mas classificou a situação política como “extremamente frágil”. Rádio ONU