terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Drogas e tráfico de crianças...


O Coordenador do Grupo Parlamentar Britânico para a Guiné-Bissau defendeu que uma rede nacional de representantes das comunidades cristã e muçulmana poderia identificar e derrotar o tráfico de crianças nas comunidades locais. Peter Thompson, que é mediador numa comissão especializada em reconciliação nacional na Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, fez estas declarações no Sudão do Sul, onde se encontra, integrado numa delegação britânica, que está de visita a este país africano para partilhar as lições do processo de paz na Irlanda do Norte.

Numa entrevista recente a um jornal irlandês, Thompson destacou o problema do tráfico humano na Guiné-Bissau, apelando aos guineenses para estarem vigilantes. Poucos dias depois deste apelo ter chegado à imprensa guineense, 20 crianças que tinham sido raptadas foram descobertas numa carrinha nos arredores de Bula (região de Cacheu). Até agora, mais de 50 crianças foram recuperadas desde os comentários de Peter Thompson, originariamente feitos na sequência do assassinato violento de um cidadão nigeriano nos arredores de Bissau.

As comunidades islâmicas e cristãs na Guiné-Bissau são a ´base´ da sociedade guineense e têm estruturas organizadas extensas. Acredito que as comunidades religiosas podem formar uma rede coordenada de vigilância e partilha de informação que irá cessar o tráfico humano na Guiné-Bissau”.

“Se os líderes religiosos fizerem esforços combinados, esta rede pode ser uma arma formidável contra a escravatura humana. Há precedentes de sucesso neste modelo noutros locais”.

Thompson é natural da Irlanda do Norte, uma região do Reino Unido que durante décadas viveu um conflito religioso e que recentemente aprovou um dos pacotes legislativos mais duros sobre tráfico humano na Europa. Thompson realçou que os especialistas que redigiram estas leis poderão aconselhar na criação desta rede de comunidades religiosas na Guiné-Bissau. A questão do tráfico humano foi abordada na sua mais recente publicação “Responsabilidade e Reconciliação”, publicada pela Universidade de Defesa Nacional dos Estados Unidos da América.