O almirante Bubo Na Tchuto, detido desde 26 de dezembro de 2011, no quartel de Mansoa, a 60 quilómetros de Bissau, na primeira visita que recebeu da Liga dos Direitos Humanos, exigiu uma única condição: ser visto por um médico. Há cerca de três semanas, foi-lhe feita essa vontade. Uma carrinha com homens bem armados, escoltou o acossado almirante até ao hospital da Força Aérea, em Bissau, onde o esperava uma equipa de dois médicos. E foi ali, numa sala húmida, que o caricato que vão ler a seguir aconteceu.
Estamos a falar 'do' prisioneiro, não de um prisioneiro qualquer. Pois bem. O médico que recebeu o almirante para a consulta foi bastante prestável para o paciente Na Tchuto, disse uma fote do DC. Os militares, sempre armados, acompanharam-no até a essa sala sem nunca o perderem de vista. Assim que o Bubo levantava um pé, a bota omnipresente da tropa apagava-lhe o rasto. Pois bem...
A conversa com o médico ia avançada quando o médico pediu ao almirante que se despisse. E foi ali que o impensável aconteceu, deixando todos de boca aberta. Toca um telemóvel, mas ninguém atende. E o telefone continuava a tocar insistentemente, seria 'uma melodia vibrante', no dizer da mesma fonte. Então, um militar aproximou-se...o telefone tocava, tocava, mas... estava na cueca do almirante!!! Ou seja, quando o foram buscar na cela, Bubo estava ao telefone e assim que ouviu passos, nem teve tempo de o desligar...E enfiou-o na cueca!
Tal e qual, meus caros. O que aconteceu depois? O militar, com toda a calma tirou o telemóvel ao Bubo, desligou-o e guardou-o no bolso da farda. A consulta, que era para ser...foi chão que deu uvas! Agarraram no infeliz do Bubo Na Tchuto, enfiaram-no na carrinha e voltaram a fazer-se à estrada, a caminho de Mansoa. Lá chegados, não foi difícil chegar ao homem que forneceu o aparelho na cela ao almirante Na Tchuto. O resto foi expedito. O militar em causa foi rapidamente transferido para o Sul.
Mas o que se passou a seguir tem também a sua piada. Assim que se viu na posse do telemóvel (um aparelho da Nokia), a contra-inteligência militar pôs-se então em campo. Assentaram todos os números - chamadas feitas, recebidas, e as não atendidas. Depois, de um outro número, ligavam. "Alô, então você andou a falar com o prisioneiro Bubo Na Tchuto?". Claro que o interlocutor jurará que não, que nem sequer sabe quem é o Bubo Na Tchuto. Então, desculpam-se, dizem que foi um erro, uma linha cruzada e coisa e tal. Coisas que acontecem...
E chega a parte bonita. Esse alguém que a tropa acabou de ligar, numa atitude com tudo de impensável, talvez fruto do pânico que é ser abordado pelos militares, e sobretudo sem saber que esse telemóvel já nã se encontra na posse do Bubo, liga rapidamete para o almirante. "Estou, almirante? Aguém telefonou-me agora a perguntar se eu tinha falado contigo. Como é que pode ser?" - pergunta com a voz a tremer, completamente assustado. Do outro lado, a contra-inteligência ri-se. Está tudo gravado. E respondem: "Então você não tinha dito que não tinha falado com o Bubo...". Do outro lado, alguém está seguramente a tremer que nem uma vara verde, e a fazer contas à vida. Sabe bem que tropa já o tem na mira. E que o vai apanhar um dia destes... AAS