quarta-feira, 6 de novembro de 2013

José Maria Neves 'satisfeito' com as relações com Angola, 'optimista' quanto à evolução político-militar em Moçambique, e sente 'regozijo' com os avanços na Guiné-Bissau


O primeiro-ministro de Cabo Verde afirmou hoje estar "otimista" em relação à crise político/militar em Moçambique, "satisfeito" com as relações com Angola e "esperançado" na normalização da vida política na Guiné-Bissau. José Maria Neves falava aos jornalistas após receber em audiências separadas o novo embaixador do Senegal em Cabo Verde, Mamadou Makhtar Gueye, e o presidente da câmara do Tarrafal de Santiago, José Pedro Soares.

Sobre Angola, e questionado pela Lusa sobre quando fará uma visita oficial a Luanda, José Maria Neves salientou que o presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, chegou terça-feira à noite de uma visita de Estado àquele país e que não está previsto que faça idêntica deslocação em breve. "Fiz uma grande visita oficial a Angola em 2010, em que pude desenvolver um conjunto de ações importantes, que estão ainda em curso. No primeiro momento que for consensualizado, farei nova visita. Mas, se repararem, fiz, em fins de 2010, uma visita de trabalho muito produtiva a Angola", referiu.

Assegurando que as relações entre os dois países estão a funcionar "normalmente", José Maria Neves realçou que existem já vários investimentos angolanos importantes em Cabo Verde, como os do Banco Africano de Investimentos (BAI), a aquisição da operadora T+ pela Unitel - propriedade da empresária Isabel dos Santos -, bem como na empresa de combustíveis ENACOL e outros, de cariz privado, na hotelaria e nas pescas. "Há perspetivas para novos investimentos angolanos em Cabo Verde. As relações com Angola estão a funcionar normalmente", assegurou, sem adiantar, porém, quando se deslocará a Angola, tal como estava previsto para decorrer até ao final do ano em curso, após a de Jorge Carlos Fonseca.

Sobre Moçambique, José Maria Neves afirmou-se "otimista" em relação à evolução para uma solução negociada e através do diálogo, realçando que quer o presidente Armando Guebuza quer o Governo estão a envidar esforços nesse sentido. "O Governo moçambicano está atento e a fazer todos os esforços para se encontrar uma solução pela via do diálogo e da negociação. Encorajamos os esforços do presidente Guebuza e do Governo moçambicano na busca de uma solução para o diferendo que opõe a Renamo e o Governo", afirmou.

"Esperamos que as coisas funcionem e formulamos votos para que os moçambicanos possam, eles mesmos, encontrar as melhores soluções. Os sinais são positivos e demonstram claramente o nosso otimismo numa solução para este diferendo e incidente, que tem prejudicado a vida normal em Moçambique", concluiu.

Em relação à Guiné-Bissau, o primeiro-ministro cabo-verdiano disse que o Governo se regozija com os avanços já obtidos, nomeadamente em relação à data do recenseamento eleitoral (entre 01 e 21 de dezembro deste ano) e à proposta de realização das eleições gerais (até ao final do primeiro trimestre de 2014). "São sinais muito positivos, que encorajamos e apoiamos plenamente, e esperamos que as coisas funcionem, no sentido da realização das eleições, da estabilização e da redinamização do país", concluiu. LUSA