Belarmino Van-Dúnem fez este pronunciamento em resposta a uma clara alusão a alguns políticos da oposição guineense e aos que naquela região se opõem ao contributo que Angola tem dado à Guiné-Bissau para a sua reconstrução e estabilidade política, social e na reedificação das suas Forças Armadas Guineenses.
Comentando à Angop o actual momento político da Guiné-Bissau na véspera das eleições presidenciais antecipadas de 18 de Março de 2012, o analista frisou que “ as acções que Angola tem implementado neste país Oeste africano, que a imprensa e a comunidade internacional reportam, são objecto de negociações”.
Enfatizou que apesar de Angola estar num processo de desenvolvimento para a consolidação da paz e de estar a se preparar para um pleito eleitoral, a realizar-se este ano, tem estado a partilhar do pouco que tem com àquele país irmão.
Informou que em 1975, a Guiné-Bissau que estava num processo de consolidação da sua independência precária, enviara para Angola militares e material de guerra “ e por quê não dar continuidade dessa partilha, até porque os partidos no poder são os mesmos e conhecem-se.
Para o também professor universitário, a cooperação bilateral entre os dois países irá continuar independentemente de quem assumir a chefia do Estado na Guiné-Bissau, pois os acordos existentes são entre ambos os Estados.
Sustenta ainda que a diplomacia angolana está num bom caminho pelo facto da implementação do processo na Guiné-Bissau estar conferir uma credibilidade ao país, porque Angola foi sempre respeitado a nível internacional do ponto de vista militar.
“Mesmo assim, Angola nunca tinha enviado oficialmente as suas Forças Armadas para um processo de observação, de manutenção de paz, como está a fazer actualmente naquele país, onde está através da Missang a formar quadros para o exército guineense", disse.
Em sua opinião, a presença militar angolana na Guiné-Bissau pode servir de trampolim para que as Forças Armadas Angolanas (FAA) possam participar de forma abrangente em futuras missões de paz das Nações Unidas, da União Africana (UA), da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) ou de outras organizações internacionais de que Angola faz parte.
A Guiné-Bissau, que as vezes, é conhecida como Guiné lusófona, em contraposição a Conakry e Equatorial, respectivamente, é um país de expressão portuguesa situada na costa ocidental de África. Faz fronteira a norte com o Senegal, a este e sudeste com a Guiné-Conakry e a sul e Oeste com o Oceano Atlântico. Proclamou unilateralmente a sua independência a 27 de Setembro de 1973, que só foi reconhecida por Portugal em 10 de Setembro de 1974.
Fonte: portalangop