quarta-feira, 6 de novembro de 2013

PA PÓ SINTI KABAKU: Quer dizer, seria preciso um membro do 'governo de transição' sentir na pele a coça da tropa para se apontar o dedo à força da ECOMIB? Mas quem pediu mesmo a presença desta força inoperante e passiva no solo guineense? Vocês! - mais ninguém! Por mim, dariam porrada - e da grossa, à moda da idade média - a um membro deste governo de impostores a cada dia que passa. AAS


José Maria Neves 'satisfeito' com as relações com Angola, 'optimista' quanto à evolução político-militar em Moçambique, e sente 'regozijo' com os avanços na Guiné-Bissau


O primeiro-ministro de Cabo Verde afirmou hoje estar "otimista" em relação à crise político/militar em Moçambique, "satisfeito" com as relações com Angola e "esperançado" na normalização da vida política na Guiné-Bissau. José Maria Neves falava aos jornalistas após receber em audiências separadas o novo embaixador do Senegal em Cabo Verde, Mamadou Makhtar Gueye, e o presidente da câmara do Tarrafal de Santiago, José Pedro Soares.

Sobre Angola, e questionado pela Lusa sobre quando fará uma visita oficial a Luanda, José Maria Neves salientou que o presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, chegou terça-feira à noite de uma visita de Estado àquele país e que não está previsto que faça idêntica deslocação em breve. "Fiz uma grande visita oficial a Angola em 2010, em que pude desenvolver um conjunto de ações importantes, que estão ainda em curso. No primeiro momento que for consensualizado, farei nova visita. Mas, se repararem, fiz, em fins de 2010, uma visita de trabalho muito produtiva a Angola", referiu.

Assegurando que as relações entre os dois países estão a funcionar "normalmente", José Maria Neves realçou que existem já vários investimentos angolanos importantes em Cabo Verde, como os do Banco Africano de Investimentos (BAI), a aquisição da operadora T+ pela Unitel - propriedade da empresária Isabel dos Santos -, bem como na empresa de combustíveis ENACOL e outros, de cariz privado, na hotelaria e nas pescas. "Há perspetivas para novos investimentos angolanos em Cabo Verde. As relações com Angola estão a funcionar normalmente", assegurou, sem adiantar, porém, quando se deslocará a Angola, tal como estava previsto para decorrer até ao final do ano em curso, após a de Jorge Carlos Fonseca.

Sobre Moçambique, José Maria Neves afirmou-se "otimista" em relação à evolução para uma solução negociada e através do diálogo, realçando que quer o presidente Armando Guebuza quer o Governo estão a envidar esforços nesse sentido. "O Governo moçambicano está atento e a fazer todos os esforços para se encontrar uma solução pela via do diálogo e da negociação. Encorajamos os esforços do presidente Guebuza e do Governo moçambicano na busca de uma solução para o diferendo que opõe a Renamo e o Governo", afirmou.

"Esperamos que as coisas funcionem e formulamos votos para que os moçambicanos possam, eles mesmos, encontrar as melhores soluções. Os sinais são positivos e demonstram claramente o nosso otimismo numa solução para este diferendo e incidente, que tem prejudicado a vida normal em Moçambique", concluiu.

Em relação à Guiné-Bissau, o primeiro-ministro cabo-verdiano disse que o Governo se regozija com os avanços já obtidos, nomeadamente em relação à data do recenseamento eleitoral (entre 01 e 21 de dezembro deste ano) e à proposta de realização das eleições gerais (até ao final do primeiro trimestre de 2014). "São sinais muito positivos, que encorajamos e apoiamos plenamente, e esperamos que as coisas funcionem, no sentido da realização das eleições, da estabilização e da redinamização do país", concluiu. LUSA

TERROR EM BISSAU: Governo responsabiliza força da ECOMIB pelo espancamento, ontem, do ministro dos Transportes, Orlando Viegas. AAS

Pânico: Guineense baleado em Portugal


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MANIFESTEM-SE, ESTAMOS EM DEMOCRACIA: Na altura em que o presidente golpista da Nigéria Goodluck-Má Sorte Johnatan pisar solo guineense, mostrem-lhe o vosso repúdio: saiam para as ruas com lenços NEGROS em sinal de medo - em total silêncio - como convém a quem sofre. Coloquem-se nas esquinas da cidade de Bissau. Se puderem, fotografem e enviem para o email: aaly.silva@gmail.com. Podem, também, escrever uma frase numa cartolina, e fazerem-se fotografar (ocultando o rosto). O mundo tem de saber o que se passa na Guiné-Bissau. Aceitem este desafio. AAS


O que é que a ECOMIB faz em Bissau? Protege quem? E, já agora, de quem mesmo? É altura de se começar a pensar numa queixa crime, num tribunal internacional, contra a ECOMIB e os países que suportam o golpe de Estado de 12 de abril de 2012, e que enviaram os seus militares para uma missão invasora e assassina no solo da Guiné-Bissau. AAS


ÚLTIMA HORA - TENSÃO EM BISSAU: Em comunicado, o PRS ameaçou abandonar o governo, e garantiu que os atacantes do seu vice-presidente estavam fardados e tinham armas automáticas. AAS


ÚLTIMA HORA: Há muita movimentação de carrinhas e viaturas militares em Bissau. A notícia que se propagou em Bissau, de que António Indjai estaria por um fio, deixou o general cheio de medo, descontrolado e perigoso. AAS

Assassinatos e espancamentos: A reacção da Liga Guineense dos Direitos Humanos


Comunicado de Imprensa

A Liga Guineense dos Direitos Humanos tem acompanhado com enorme preocupação a deterioração da situação de segurança no país, marcada pela crescente propagação de ondas de violência gratuita, num período extremamente sensível e conturbado em que se requerem a contenção e a máxima responsabilidade a todos os cidadãos, em particular aos titulares de cargos públicos.

Depois de atos de agressões físicas aos cidadãos, incluindo os agentes de defesa e segurança durante o processo de formação no Centro de Instrução Militar de Cumeré que culminou com alguns mortes e vários feridos, ontem, dia 5 de Novembro de 2013, o Ministro dos Transportes e de Comunicações do Governo de Transição Sr. Orlando Mendes Veiga foi brutalmente agredido na sua residência, sita no Alto Bandim por um grupo de indivíduos, não identificado, como tem sido hábito nos últimos tempos.

Por ser o fundamento de estado moderno e a razão de legitimação de autoridade pública, a dignidade humana e a integridade física dos cidadãos são valores invioláveis em quaisquer circunstâncias. Nesta perspectiva, a Direção Nacional da Liga Guineense dos Direitos Humanos chocada com os acontecimentos supracitados, delibera os seguintes:

1- Condenar sem reserva o ato hediondo de espancamento do Ministro dos Transportes e Comunicações de Governo de Transição, Sr. Orlando Mendes Veiga, o que evidencia de forma inequívoca a espiral da violência e a insegurança generalizada no país;

2- Exigir a abertura imediata de um competente inquérito conclusivo com vista a tradução à justiça dos responsáveis por este ato inqualificável, bem como, das agressões físicas verificadas no Centro de Instrução Militar de Cumeré recentemente;

3- Exortar as autoridades de transição em particular ao Governo de Transição para assumir as suas responsabilidades com vista a pôr cobro de uma vez por todas, os sistemáticos atos de violência que comprometem o sensível período de transição em curso, e os esforços para a consolidação da paz e estabilidade definitiva da Guiné-Bissau;

4- Exigir ao Governo de Transição para assumir as suas responsabilidades face aos agentes de defesa e segurança que ficaram gravemente feridos durante o processo de formação no Centro de Instrução de Cumeré, devendo proporcionar aos mesmos, assistência medica e medicamentosa, assim como, indemnizações adequadas aos que devido à gravidade de lesões possam ficar inabilitados de exercer temporária ou permanentemente as suas funções;

5- Questionar a permanência e a eficácia de ECOMIB na Guiné-Bissau cujo mandato se resume na manutenção de segurança e proteção dos cidadãos no período de transição, porém, mesmo com a presença desta alegada força de dissuasão há` mais de 1 ano, a situação de segurança tem-se deteriorado dia pós dia, perante olhar impotente da ECOMIB.

Pela Paz, Justiça e Direitos Humanos

Feito em Bissau, aos 06 dias do mês de Novembro 2013
A Direção Nacional
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A MINHA SINTÉTICA OPINIÃO: Matam-se entre eles...tanto melhor. Deixem é o Povo da Guiné-Bissau em paz! AAS

Notícia DC: Alguns ministros esconderam-se por temerem a mão dura da tropa. António Indjai prefere morrer a deixar-se capturar. A sua guarda pretoriana, que foi incorporada a pressão, está por tudo. A visita de Goodluck (boa sorte) Jonhatan, está claro, não traz nada de bom à Guiné-Bissau... AAS

Rectificação de notícia: A vez dos ministros...Afinal foi a sede do partido UPG que foi assaltada. Ainda deixaram um bilhetinho com ameaças ao presidente do partido - e também ministro - Fernando Vaz. AAS

Informação que DC não conseguiu confirmar dá conta que um grupo de militares assaltou a residência do ministro Fernando Vaz e pilharam muita coisa. AAS


Lubu na kumé lubu... AAS

terça-feira, 5 de novembro de 2013

ÚLTIMA HORA/TERROR EM BISSAU: O ministro Orlando Viegas, espancado esta noite por oito militares na sua própria residência, alguns deles encapuzados, ficou com uma ferida na cabeça e alguns hematomas e escoriações. A casa dele encontra-se cheio de sangue. Segundo uma fonte do DC, Orlando Viegas foi levado para as instalações das Nações Unidas. AAS


ÚLTIMA HORA: A situação em Bissau está tensa. O general António Indjai está com a paranóia de que a visita do presidente da Nigéria - e apoiante do golpe de Estado que fez a Guiné-Bissau regredir 10 anos - servirá para se desfazerem dele. Há oficiais sob vigia apertada por ordens do próprio Indjai. Fala-se de uma tentativa de envenenamento. AAS

ÚLTIMA HORA: Uma notícia não confirmada dá conta do espancamento, por parte dos militares, do ministro dos Transportes e Comunicações, Orlando Viegas. AAS

De facto, merda é íntegra, tão íntegra, que graças a ela os guineenses têm a verdadeira noção do estado do seu país! Desamparem a loja e deixem a tropa mandar!!! Saiam, saiam já! AAS


Para acabar com o imobilismo na FFGB


"É com grande sentido de responsabilidade cívica que vos anuncio a minha candidatura à Presidência da Federação de Futebol da Guiné-Bissau. Esta decisão reflete a vontade de um grupo de jovens guineenses ligados ao futebol que sente a imperiosa necessidade de tirar proveitos das virtualidades da modalidade em benefício do país, ao contrário do que vem sucedendo ao longo dos 40 anos da nossa independência.

Identificamos as principais causas dos problemas do nosso futebol e elaboramos, por conseguinte, um harmonioso e ambicioso programa de desenvolvimento da modalidade. Entendemos que não podemos contar com o nosso Estado, porquanto deve orientar as suas prioridades para outros setores primários, por isso, desenvolvemos estratégias alternativas de financiamento. Assim, garanto-vos que temos assegurado financiamento para revolucionar o futebol da Guiné.

No presente momento histórico, para além da capacidade de geração de receitas, contribuindo para o combate à nossa principal inimiga, a pobreza, o futebol pode emprestar um importante contributo à aproximação dos guineenses, sentimos, consequentemente, a obrigação de dar o nosso contributo na sua melhoria.

Certamente questionarão a pertinência do nosso posicionamento, exclamando "..mas, há eleições na Federação?!"

Muito brevemente haverá, embora haja quen prefira eternizar a presente situação, não se importando com os constrangimentos que causa a quem realmente gosta e vive do futebol.

Começamos esta iniciativa informando os atuais corpos sociais da FFGB e oferecendo-nos para ajudar a encontrar soluções para os problemas do nosso futebol. Das reuniões facilmente chegamos a conclusão que não havia condições para prosseguirem, pois era necessário uma rotura, uma mudança de paradigma no sistema de gestão e financiamento do nosso futebol.

É uma questão de tempo, que acreditamos, não será muito, para se iniciar a discussão sobre uma nova liderança da Federação.

Não reclamamos a vitória nem a supremacia da nossa mundividência. O que queremos, na verdade, é que haja mudança. Venha quem vier, mas que traga ideias expressas em projetos e explique como o financiará. Caso contrário, não vale a perderem tempo. Já chega de "i tene dinheru", porque ninguém tem dinheiro para financiar as despesas do futebol.

O nosso futebol como está não continuará porque não serve!

A Guiné-Bissau em primeiro... Fassi Bem.

Pode saber mais na página do movimento Cabi - Rumo ao Mundial Qatar 2022 no Facebook

Adilé Sebastião
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REVOLTA: «Que país é este onde muitas pessoas andam com os seus próprios pés até chegarem ao hospital para de seguida morrerem??? Salvem o Povo da Guiné-Bissau! O golpe de Estado de Abril de 2012 trouxe-nos o medo, mas também a fome; retirou-nos a esperança e tem sugado as nossas almas desprotegidas. Que elemento do Povo rapta, maltrata e mata o seu próprio Povo? Que é feito do País sonhado por Amílcar Cabral?» P.F., Bissau


O general manda, obedece quem deve...


Nguliduris di dinhero

Por decisão do Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, o General António Injai, a partir de amanhã, 6 de novembro, todas as instituições e repartições do Estado geradora de receitas passam a estar sob controlo de agentes das Forças Armadas e de Segurança mandatados pelo CEMGFA para o fim de controlar a recolha das mesmas e o seu encaminhamento para a instâncias do Estado Maior.

Os ministérios das Finanças (Direcção Geral das Contribuições e Impostos, DGA); do Comércio, das Infraestruturas, das Pescas, da Agricultura, Caça e Florestas etc são os principais visados. Para os referidos ministérios foram destacados elementos fardados das Forças Armadas e/ou da Guarda Nacional, devidamente credenciados pelo CEMGFA a quem respondem e prestam contas diretamente.

Essa "ordem" do General vem no seguimento das suas ameaças formuladas contra o Governo de Transição, o qual acusa de inoperância executiva, principalmente no tocante à incapacidade na recolha das receitas, desvios dos mesmos para fins pessoais enquanto as Forças Armadas e o sector de Segurança vivem na penúria. Prossegue assim, e sem partir um ovo, a tomada do poder absoluto pelo General. AAS

Silêncio, vai cantar o José Eduardo dos Santos


O Presidente de Angola surpreendeu a mulher - e os convidados. Veja o VÍDEO

CIDADE SOB PRESSÃO: Protestos levam ao fecho do porto de Bissau, por causa da vontade do governo em privatizar o porto. AAS


CEDEAO: Cimeira histórica voltada para a integração


A Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, realizada na semana passada em Dakar, foi considerada histórica por muitos dos participantes e por vários observadores, que destacaram o facto de, pela primeira vez em muitos anos, uma cimeira extraordinária ter sido convocada para discutir assuntos relacionados com a vida regular da comunidade, e, mais do que isso, para aprovar mecanismos e dispositivos de integração, em vez das habituais ameaças à segurança e à estabilidade sub-regionais.

Esta circunstância ficou espelhada tanto na agenda como nos debates e nas conclusões da conferência, que tomou decisões sobre a Taxa Comunitária de Integração (TCI), os Acordos de Parceria Económica (APE) com a União Europeia e o Programa de Integração Monetária na África Ocidental, dispositivos conducentes à consolidação do mercado regional.

Eliminar fronteiras aduaneiras

No respeitante à futura União Aduaneira, actualmente em fase de implementação, a conferência aprovou medidas complementares concretas de protecção relativas ao Ajustamento Fiscal à Importação (AFI) e ao Imposto Complementar de Protecção (ICP), para permitir um ajuste progressivo na aplicação harmoniosa da Taxa Externa Comum (TEC) que vai ser adoptada pelas instituições aduaneiras de todos os 16 Estados membros da CEDEAO a partir de 1 de Janeiro de 2015.

Os chefes de Estado e de Governo da África Ocidental atribuem grande importância a este mecanismo, e, com essa preocupação, mandataram o presidente da Comissão da CEDEAO, o órgão executivo da comunidade, para tomar todas as disposições necessárias a uma avaliação periódica e rigorosa da execução desse instrumento de consolidação do mercado comum.

O caso de Cabo Verde, que faz questão de fazer valer as suas especificidades pelo facto de ser um arquipélago fisicamente isolado do continente, mereceu referência concreta no comunicado final, que exorta os órgãos executivos da organização a ter em conta essa realidade na implementação da TEC.

A liberalização das trocas comerciais, através nomeadamente da aplicação estrita das regras de origem da CEDEAO, o levantamento de barreiras não tarifárias, o combate a todo o tipo de proteccionismos, a uniformização dos direitos e taxas de importação e a convergência normativa entre os vários mercados nacionais da CEDEAO são os objectivos finais da União Aduaneira e da Taxa Externa Comum.

Rumo à Moeda Única

A convergência das diferentes realidades actualmente existentes ao nível da África Ocidental para uma zona monetária abrangente baseada numa moeda única foi outro assunto debatido na cimeira da CEDEAO, que pretende que tal pressuposto seja uma realidade a partir de 2020.

Cctualmente, existe na subregião uma zona financeira, a União Económica e Monetária da África do Oeste (UEMOA), dotada de um banco central e uma moeda única, envolvendo cerca de uma dezena de países, mas encontra-se em fase de criação um segundo espaço monetário, cujo processo é liderado pela Nigéria e pelo Gana, e deverá integrar, num futuro próximo, Cabo Verde, o Mali, a Gâmbia e a Serra Leoa, países que ainda têm políticas monetárias e moedas próprias.

No horizonte de 2020, as duas zonas monetárias fundir-se-ão numa só, com base nos aspectos positivos das duas experiências, dotando a CEDEAO de uma moeda única que os dirigentes da região desejam sólida, credível e autonomamente convertível.

Até lá, todos os países membros da comunidade e futuros aderentes a esse dispositivo deverão trabalhar para garantirem a convergência das suas políticas macroeconómicas e a criação de equilíbrios orçamentais duradoiros passíveis de facilitar a efectivação dessa nova realidade grande alcance económico.

Ainda no âmbito da consolidação do mercado da CEDEAO, e tendo em atenção os futuros vínculos e compromissos externos com outros países e comunidades afins, os chefes de Estado e de Governo reiteraram o seu compromisso com a conclusão de um Acordo de Parceria Económica (APE) com a União Europeia, na base da equidade e centrada no desenvolvimento.
Horlando Rodrigues/O PAÍS

Guiné Bissau sob pressão da CEDEAO


Apesar de faltar menos de um mês para a data em referência, e pese embora o facto de as actuais autoridades guineenses defenderem a necessidade de um recenseamento eleitoral de raiz para garantir a legitimidade e a transparência do acto, os chefes de Estado e de Governo da sub-região entendem que a operação não pode sofrer adiamentos.

Vistas pela comunidade internacional como condição sine qua non para o regresso da Guiné Bissau à ordem constitucional e para o levantamento das sanções políticas e económicas que impendem sobre o país desde o golpe de Estado de Abril de 2012, as citadas eleições, a serem realizadas na data indicada, podem vir a ser, no entanto, uma faca de dois gumes.

É que, de acordo com vários observadores contactados por “O País” à margem da cimeira de Dakar, a credibilidade do acto eleitoral pode ficar em causa e os seus resultados virem a ser posteriormente contestados, caso não se consiga introduzir o elemento de transparência que a realização de um novo recenseamento pressupõe.

“Os dados referentes ao universo de eleitores recenseados encontram-se definitivamente desactualizados, e, por outro lado, há que ter em conta as disfunções denunciadas nas últimas eleições, principalmente no que toca às duplas ou múltiplas inscrições”, referiu um analista ligado aos meios diplomáticos senegaleses, acrescentando que “não é transparente organizar um novo acto eleitoral a partir de uma base cujos dados, a existirem, podem estar falseados”.

Faca de dois gumes

É neste contexto que os observadores receiam que a situação na Guiné Bissau possa caminhar para um impasse, em virtude da intransigência da CEDEAO no referente à data das eleições e da insistência das autoridades guineenses na necessidade de realização de um novo recenseamento que, objectivamente, não pode ser efectuado no tempo que ainda falta para a data de 24 de Novembro. Um dos argumentos que estão ser utilizados pela organização oeste-africana para pressionar as autoridades de Bissau a acatar a “decisão” dos chefes de Estado e de Governo reunidos em Dakar baseia-se no factor financeiro externo, do qual o Governo daquele país lusófono depende exclusivamente para a realização das eleições em causa.

O orçamento apresentado pela Guiné Bissau à comunidade internacional foi de 20 milhões de dólares, montante que alguns dos seus mais importantes parceiros, nomeadamente a União Europeia, consideraram excessiva para a operação, tomando como elemento de comparação situações vividas noutros países, africanos e não só.

E foi para evitar desculpas baseadas na falta de meios que a CEDEAO decidiu, na cimeira de Dakar, abrir os cordões à bolsa, e disponibilizar a Bissau o grosso dos fundos necessários à operação. Não foram avançados valores precisos, mas calcula-se que os meios financeiros a serem alocados pela comunidade ultrapassam os 10 milhões de dólares, a que se somam outros 2 milhões de dólares em apoios logísticos e equipamentos a serem fornecidos a título bilateral, nomeadamente pela Nigéria.

De momento, não se sabe de que forma a “pressão” da CEDEAO foi acolhida pelo Governo da Guiné Bissau, mas os observadores acreditam que não terá outro remédio senão “vergar-se” à posição da comunidade, abrindo mão do recenseamento, a não ser que se dê a hipótese, vista como improvável apenas poucos dias após a cimeira de Dakar, de o assunto voltar a ser objecto de negociação.

Máxima pressão

Ao comentar as decisões saídas da cimeira em relação à Guiné Bissau, o primeiro Ministro de Cabo Verde reconheceu a atitude de pressão da CEDEAO no sentido da realização de eleições no país vizinho na data inicialmente marcada, e chamou a atenção para a exiguidade dos prazos disponíveis. “A CEDEAO quer continuar a pressionar no sentido da realização, tão breve quanto possível, das eleições, apesar de haver dúvidas sobre se estarão reunidas as condições indispensáveis, até porque ainda não se começou o processo de recenseamento eleitoral, mas a data mantém-se”, indicou José Maria Neves, para quem tal posição é uma “forma de pressionar” as autoridades de transição, os partidos políticos e os outros intervenientes no processo para impedir que adiem indefinidamente o regresso do país à normalidade constitucional. De contrário, referiu o chefe do Governo cabo-verdiano, determinar-se-á, através dos mecanismos de seguimento próprios, quais serão os passos a seguir e, eventualmente, uma nova data para as eleições na Guiné Bissau.

Apoio cabo-verdiano

O primeiro Ministro de Cabo Verde manifestou, durante a cimeira da CEDEAO, toda a disponibilidade do seu país, em função da experiência e do know-how que detém, para apoiar tecnicamente a Guiné Bissau, tanto no processo de recenseamento como na preparação do acto eleitoral.

“Tive a oportunidade de falar longamente sobre essa questão com o presidente Serifo Nhamadjo e comuniquei-lhe que podemos apoiar a Guiné Bissau em todo esse processo, do ponto de vista técnico, claro está, uma vez que temos todas as condições para fornecer essa assistência”, afirmou, garantindo que, “se houver um pedido nesse sentido e se se proporcionar essa necessidade, Cabo Verde está inteiramente disponível para tal”.

Questionado sobre a eventualidade de alguma desconfiança por parte da Guiné Bissau, onde algumas vozes do poder instituído e próximas dele se têm erguido a acusar o Governo de Cabo Verde de agir contra os interesses dos guineenses, poder inviabilizar esse apoio, José Maria neves esquivou-se ao assunto e preferiu valorizar uma perspectiva de entendimento futuro entre os dois países. “Temos é de continuar a tentar melhorar o diálogo e recuperar a confiança entre Cabo Verde e a Guiné Bissau. O que fazemos é trabalhar no sentido de ajudar os guineenses a conseguir uma transição de sucesso”, afirmou o governante cabo-verdiano.
HORLANDO RODRIGUES/O PAÍS

OPINIÃO: Aprés moi, le déluge


«Caríssimo Aly,

Mais uma vez as minhas felicitações pelo teu inconformismo que se reflecte na qualidade e profundidade das tuas informações. Refiro-me aos factos complementares que relataste sobre o "extraordinário" e preocupante caso do recrutamento privado recentemente realizado pelo General António Indjai em Cumeré.

E também minha opinião de que esse inusitado acto de desrespeito das instituições politicas (mesmo que golpistas e transitórias), é grave e merece a mais ampla reflexão sobre o comportamento de um homem que não traça limites sobre os seus actos e as suas ambições desmedidas de ditador.

Alguém já terá escrito no teu blog de que, o General se sente cada dia que passa mais isolado e acossado, não tendo a mínima confiança na sua entourage mais próxima. Esse alguém tem plena razão sobre o estado de espirito que pavoneia a mente do "matchu dunu di Bissau".

Ciente dessa situação de isolamento cada vez mais acentuado, o General decidiu unilateralmente e a sua maneira, promover esse recrutamento que, por um lado resolvia os seus compromissos assumidos com os operacionais do golpe, como bem indicastes na tua analise, e por outro lado, permitia-lhe "renovar" e fidelizar a sua guarda pretoriana incorporando elementos novos, mais fieis e obedientes ao projeto de sobrevivência do chefe.

O General esta consciente de que muitos querem abandonar o barco desastroso que reflete o estado em que irresponsavelmente colocaram a Guiné-Bissau após o golpe de 12 de abril. Um deles, o Presidente Interino que, em tempos afirmou sic, "fui chamado para tentar remediar uma situação lamentavelmente criada com o golpe de estado, e que deixou o pais no estado em que esta. E, eu como patriota, não poderia deixar de dar a minha contribuição para tentar remediar o mal que foi causado"...ai, ai, ai. Sabe-se de fontes fidedignas, que estas palavras de "sacudir a agua do capote" do seu comparsa golpista que "pilota" a transição, deixou o General fora de si e, para tal, começou a precaver-se para o que der e vier, tanto mais, cada vez que Nhamadjo viaja para NY, fica com as orelhas a arder devido a pressão dos Norte-Americanos junto a Nhamadjo para obter a sua cabeça.

Assim, compreende-se o reforço do seu circulo de segurança para face a quaisquer tentativas de captura pelos norte-americanos, de um golpe de força interno ou mesmo de uma ação de captura engendrada pela ECOMIG. Perante estes cenários que se vislumbram a curto prazo para o seu futuro, o General, deixou passar uma mensagem bem clara junto dos seus círculos mais próximos : em quaisquer das eventualidades, ele não cairia sozinho, e que, levaria com ele na sua queda, todos aqueles que, direta ou diretamente o instigaram a dar o golpe de estado, assim como todos aqueles que, com ele beneficiaram nesse período de transição.

Resumindo, que se ponham a pau, o PRT, o PMT, Kumba Yala e demais individualidades civis e militares golpistas, sinal claro de que, mais sangue podera correr brevemente na Guiné-Bissau, por obra e graça do General AI.

Parafraseando Louis XV, o General re-dixit, "après moi, le déluge"...

Estamos para ver.

Um leitor assíduo do DC
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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

CADOGO: A 2ª e última parte da entrevista à rádio Deutsche Welle


É sobre o congresso do PAIGC. Para OUVIR

Opinião: Colapso Total


«O Povo Guineense tem um triste balanço a ponderar. De 12 abril de 2012, altura do golpe de estado que interrompeu o processo eleitoral democrático em curso, a esta data, a Guiné-Bissau encontra-se num colapso total enquanto Estado. O pais encontra-se completamente isolado e sem reconhecimento internacional credível, salvo exceção de quatro estados golpistas da CEDEAO (Nigéria, Senegal, Costa do Marfim e Burkina Faso) e da China Comunista que, mercê de uma politica sem escrúpulos, aproveita os estados de exceção dos países frágeis para a delapidação depravada dos seus recursos (exploração abusiva dos nossos mares, abates de arvores, extração de areias pesadas e explorações geológicas e ensaios prospetivos clandestinos);

O ensino publico completamente paralisado e parte do privado encontra-se inoperante por falta de ingressos e faltas de pagamentos dos encarregados de educação sem recursos para pagar a escola dos seus filhos; A saúde publica não funciona e a cólera, as doenças endémicas e transmissíveis ganham terreno de forma desenfreada e impõem as suas leis. A cólera só por si, já ceifou neste momento mais de três dezenas de vidas humanas;

Não há luz nem agua potável meses sem conta;

A justiça não funciona, porquanto hipotecada e enfeudada ao poder político-militar instalada com o golpe de estado ; A função publica e os serviços do estado estão paralisados com greves em quase todos os sectores dos serviços públicos já de si inoperantes e quase inexistentes; O Estado social esta exangue e os seus parcos bens estão a ser vorazmente dilapidados por governantes corruptos e sem escrúpulos sendo o caso do INPS o caso mais recente da voracidade insaciável desse regime de energúmenos;

O empresariado nacional esta falido e inativo, salvo exceções dos novos empresários, fachadas dos negócios interposto de elementos do regime que, através de negociatas e portas travessas se enriquecem escandalosamente, enriquecendo igualmente os seus promotores/padrinhos político-militares; Negócios ilícitos envolvendo recursos do pais proliferam como cogumelos (concessões de exploração pesqueira, mineira e de recursos naturais diversas estão a ser negociadas à socapa e à surdina a troco de "comissões chorudas" que vão directamente para os bolsos dos governantes do regime ou do poder militar;

Um regime transitório que, sem legitimidade politico constitucional, de forma irresponsável e descarada propõem-se ilegitimamente "realizar" reformas de fundo sobre o funcionamento dos órgãos e instituições do Estado, incluindo jogadas mafiosas visando a "privatizações" de bens públicos estratégicos, destacando-se os casos dos Portos de Bissau e as Redes de Telecomunicações; A violência campeia e a violação dos Direitos Humanos, civis e políticos dos cidadãos é uma constante diária, destacando-se neste particular actuações violentas e criminosas de elementos das forças armadas que mais agem como guardas pretorianas e forças milicianas ao serviço do poder militar e do PRS;

Um estado de insegurança generalizada e galopante, com destaque para agressões e assaltos à mão armada, mesmo à luz do dia, factos que se tornaram banais no quotidiano guineense e cada vez mais, com o envolvimento provado das forças da ordem que se constituem em bandos organizados para pilhagens e assaltos violentos; Raptos, privação indevida da liberdade, espancamentos, torturas, intimidações e coação física e moral de cidadãos e figuras da sociedade civil e órgãos da defesa dos direitos humanos são factos corriqueiros da vida dos passiveis citadinos guineenses;

Tendo sempre actores (alguns casos foram flagrados), elementos das Forças Armadas afetos ao General Injai, os casos de mortes suspeitas e casos de execução sumaria atingiram números recordes no pais desde o fatídico 12 de abril : mais de três dezenas de mortes confirmadas e vários desaparecimentos até agora não esclarecidos; Privatização e tribalização das forças armadas e das forças da ordem e de segurança, acentuando-se os sinais de exclusão nas fileiras das forças armadas (no geral, mais de 85% de uma só etnia, atingindo 93% nas forças especiais), realização de recrutamentos não autorizados à revelia do "poder civil" e de quaisquer regras de disciplina militar ;

Apesar de aparente acalmia, os organismos de monitorização do trafico de droga na África Ocidental, assinalam nos seus relatórios, um aumento crescente de movimentos ligados ao trafico de droga, registando a afluência, movimentações e contactos discretos de enviados de figuras destacadas do narcotráfico latino americano com elementos ligados as forças armadas, de segurança e alguns destacados políticos ; Todo este cenário de catástrofe e declínio de um Estado refém tem um rosto e responsáveis bem identificados que são : António Injai e o seu grupo de generais golpistas (os autores materiais), Kumba Yala (o mentor, eminência parda do descalabro da crise), Manuel Serifo Nhamadjo (um dos principais instigadores e co-mentores do golpe, onde se incluem o falecido Henrique Rosa, Afonso Té e Serifo Baldé).

Igualmente, como responsável moral desta deplorável situação, se nada for feito atempadamente, o Povo da Guiné-Bissau considerara para a historia, o Representante Especial do Secretario Geral das Nações Unidas, José Ramos Horta, como um dos principais responsáveis dessa hecatombe social e politica, acusando-o, de inércia, omissão de auxilio, escamoteamento da realidade dos factos, faltar a verdade e conivência passiva com a opressão e o regime instalado.

B.F., Sociólogo
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PAIGC: Dissidências marcam caminhada para o congresso


Numa sessão em Bafatá, cidade natal de Amílcar Cabral, Filomeno Barbosa, membro do Bureau Político do PAIGC e Secretário Executivo da ONG “APRODEL”, resolveu reintegrar o Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva”, por considerar na sua intervenção proferida perante a Coordenação Central e Regional do Projecto e na qual participaram todos os delegados eleitos para a Conferência Regional apoiantes de Braima Camará, “que quando olhava para trás sentia um vazio e não via ninguém e que com este regresso à equipa com quem sempre se identificou constituía o preenchimento deste vazio”.

Para Filomeno Barbosa, igualmente Director de Campanha do PAIGC nas últimas eleições legislativas e do próprio Carlos Gomes Júnior quando este se candidatou à Presidência do PAIGC, justificou o seu regresso ao Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva” liderado por Braima Camará, “depois de uma longa e profunda reflexão, pois todos nós sabemos que o PAIGC se encontra muito doente e consequentemente por tabela o próprio país e há necessidade de curá-lo imediatamente e por estar convencido que só Braima Camará o pode curar e recoloca-lo no poder, resolvi de livre e espontânea vontade regressar e poder conjuntamente com os meus camaradas e companheiros de longa data, retomar esta luta que conduzirá, disso tenho a certeza absoluta, Braima Camará a liderança do PAIGC e consequentemente um passo importante para que o nosso grande Partido conquiste com maioria absoluta as próximas eleições legislativas”.

Por seu turno, Braima Camará considerou que a reintegração do camarada Filomeno Barbosa “era uma mais-valia para o Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva” e um novo estímulo para o valioso trabalho que a equipa de Coordenação Regional estava levando a cabo, o que me leva a acreditar que ganharemos este desafio, com a clara consciência de que o PAIGC sairá mais coeso, unido e reforçado, para poder estar em condições de dar respostas aos enormes desafios que se colocam ao país e ao próprio Partido Libertador”

FONTE: Gabinete de Comunicação da Directoria de campanha do candidato Braima Camara

O povo é quem mais ordena


SONDAGEM DC

PERGUNTA: «QUEM GANHARÁ AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS?»

RESPOSTAS:

Carlos Gomes Jr.: 573 votos, (76%)

Paulo Gomes: 129 votos, (17%)

Tcherno Djaló: 19 votos, (2%)

Outro: 31 votos, (4%)

Votos apurados: 752

Matança em Cumeré: Médicos civis(?!) foram vítimas


O ‘famoso’, descontrolado e assassino recrutamento militar de Cumeré não passou de areia para olhos menos atentos. Ditadura do Consenso foi mais fundo e revela dados até agora desconhecidos.

O CEMGFA António Indjai, do alto da sua esperteza, matou dois coelhos de uma só cajadada: à pala de um acto de ‘juramento de bandeira’ (adiado vezes sem conta), Indjai aproveitou e meteu no mesmo cesto toda a sua guarda pretoriana – os jovens que foram os operacionais do golpe de Estado 12 de abril.

Houve, no entender de uma fonte militar, um acordo tácito: se o golpe falhasse, a tropa encarregar-se-ia da sua ‘prisão’, remetendo-os ao tribunal Militar. Este por sua vez acusá-los-ia do crime de ‘traição à pátria’, mas a sua liberdade chegaria logo depois; se o golpe vingasse, seriam pagos como qualquer mercenário e iam às suas vidas. Mas as coisas sairiam trocadas, e foram simplesmente integrados nas forças armadas. «Mandaram-nos fazer o golpe, e depois disseram que não havia dinheiro para nos pagar» - contou ao DC um elemento do grupo de insurrectos.

Com a prisão do Bubo Na Tchuto, apertou o cerco ao tráfico de droga. E sem dinheiro para pagar, Indjai foi obrigado a ceder. Seria a integração (sem planeamento, sem orçamento, sem qualquer base legal, o ministério da Defesa não foi tido nem achado, e o ministro não ousou sequer perguntar.) Indjai está, assim, preparado para o que der e vier. Que corram então rios de sangue...

Médicos enganados... e espancados.

O mais grave, porém, foi a baixa provocada entre os profissionais da saúde – CIVIS - nesse recrutamento. MÉDICOS civis recém graduados e outros graduados há cerca de um ano, e também enfermeiros - tudo misturado - foram também vítimas de espancamento. Uma enfermeira desabafou ao DC: «Na sua maior parte, são colegas de trabalho que foram enganados com a promessa de patentes, nomeadamente de major, e até agora nada. Foram falsas promessas e ainda por cima foram maltratados fisicamente».

DC soube no entanto que os antigos médicos, todos militares de carreira, discordaram com o estado-maior por não terem sido promovidos, e tudo voltou à estaca zero. Invocaram ainda uma das regras do hospital militar: para trabalhar lá tens que ser militar. Em desespero, Indjai não teve outro remédio: incorporá-los nas fileiras da 'sua' FARP.

A nossa fonte revela ainda que foram prometidos aos médicos salários na ordem dos 350 mil FCFA (pouco mais de 500 euros). «Por isso muitos lá foram porque o salário de um médico normal é de 130 mil... um médico não militar que está afecto à função pública. Por causa dessa diferença salarial muitos não pensaram bem e abandonaram os seus postos rumo a Cumeré, passando um mês de formação e muitos quiseram desistir mas já não podiam», conta angustiada.

Quanto ao número de mortos, a nossa fonte não tem dúvidas: «Houve três mortes, e há ainda muitas pessoas internadas em estado considerado muito grave», no hospital militar em Brá, nos arredores de Bissau. AAS

domingo, 3 de novembro de 2013

Embaixada de Angola foi vandalizada em Lisboa


O edifício da embaixada de Angola em Portugal foi vandalizado na manhã deste domingo por "elementos desconhecidos", que provocaram alguns danos materiais, confirmou à agência Lusa o assessor de imprensa.

A Rádio Nacional de Angola (RNA) noticiou este domingo que o edifício da representação diplomática, localizado em Lisboa, tinha sido vandalizado de madrugada, citando o embaixador de Angola em Portugal, Marcos Barrica. Contactado pela agência Lusa, o assessor de imprensa da embaixada de Angola em Portugal, Estêvão Alberto, disse que o edifício foi "vandalizado por elementos desconhecidos" esta manhã.

"Não sabemos ao certo quem eram, nem quantos eram", acrescentou o responsável, referindo que do incidente resultou a quebra de vidros da fachada principal do edifício, situado na Avenida da República, em Lisboa, e que os prejuízos ainda não estão contabilizados. Estêvão Alberto disse que "as autoridades policiais foram contactadas e estiveram no local a fazer a perícia".

ATIRARAM PEDRAS DA CALÇADA

Fonte da direção nacional da PSP, contactada pela Lusa, confirmou o incidente, ocorrido pelas 06h00 da manhã e adiantou que a situação foi comunicada à polícia por um segurança da embaixada.
"Verificou-se que foram arremessadas pedras da calçada" contra a fachada o edifício, que o partiram os vidros do 'hall' de entrada e da sala de visitas, acrescentou. LUSA

No que estou a pensar…!


O QUE ESTÁ EM JOGO?

Não é Bissau, Bafatá, Bissorã, Gabu, Bolama, etc.

Não é o pretu nok ou burmedju wak, fula ou mandinga, papel ou balanta.

Não é Nanias, ou guineenses verdadeiros.

Não é mortes e sentenças executórias encomendadas.

Não é escola ou analfabetismo, ou a fuga de cérebros.

Não é luz ou água, a miséria generalizada e o ceticismo em relação ao futuro.

Não é cólera ou paludismo e, muito menos, a excisão ou a sida.

Não é CPLP ou CEDEAO, ou a ONU e a União Africana.

Não é armas ou politica.

Garanto-vos!

O QUE ESTÁ EM JOGO É A GUINÉ BISSAU.

O que está em jogo é a SOBREVIVÊNCIA HUMANA da Nação.

O que está em jogo é o ESTADO.

O que está em jogo é os MELHORES FILHOS E CAPACITADOS não serem capazes de tomar em mãos o Estado.

O que está em jogo é o conhecer e INSERIR-SE A GUINÉ-BISSAU na globalização no contexto africano e mundial do séc. XXI.

O que está em jogo são REGRAS E PRINCÍPIOS UNIVERSAIS e não privados e localizados.

O que está em jogo são mais de 60% DA POPULAÇÃO QUE NÃO CONHECEU A GUINÉ-BISSAU ANTES DA INDEPENDÊNCIA.

O que está em jogo é O SAGRADO para os filhos da Guiné-Bissau. Estejam onde estiverem.

Ou seja: o que está em jogo é a PROCLAMAÇÃO DE 73: ESTADO SOBERANO, AUTÓNOMO, INDEPENDENTE E LIBERTADO PARA O BEM-ESTAR E QUALIDADE DE VIDA DA SUA POPULAÇÃO.


Carmelita Pires

sábado, 2 de novembro de 2013

NOTA DE IMPRENSA DO GOVERNO ELEITO DA GUINÉ-BISSAU


REPÚBLICA DA GUINÉ–BISSAU

cadogo candidato

NOTA DE IMPRENSA DO GOVERNO ELEITO DA GUINÉ-BISSAU

«Na sequência de uma carta que dirigiu ao Secretário-Geral da ONU, Ban Ki Moon, onde levantou várias preocupações relacionadas com o processo político da Guiné-Bissau, o ex-Primeiro-Ministro, Carlos Gomes Jr, acompanhado do Mamadu Saliu Jaló Pires, ex- Ministro dos Negócios estrangeiros, esteve na sede da ONU, em Nova Iorque, de 29 de Outubro a 01 de Novembro de 2013, em visita oficial de trabalho, durante a qual foi recebido pelo Secretário-geral Adjunto, Dr. Jeffrey Feltman, que dirige o Departamento dos Assuntos Políticos do Secretariado Geral da ONU.

Durante o encontro, Carlos Gomes Jr. Fez uma exposição das preocupações essenciais no processo politico guineense orientado para o retorno à ordem constitucional na Guiné-Bissau, através da organização de eleições presidenciais e legislativas credíveis e inclusivas.

A exposição feita pelo Carlos Gomes Jr ao Secretário-geral Adjunto da ONU, incidiu fundamentalmente nos seguintes aspetos, que não devem ser ignorados pela Comunidade Internacional, nomeadamente pelas Nações Unidas e União Africana:

1. Não obstante estar-se a poucos meses para a realização das eleições gerais na Guiné-Bissau, o poder militar que liderou o golpe de Estado de 12 de Abril do ano transacto e, sob sanções da ONU, União Africana e União Europeia, mantém-se em funções com poderes reforçados sobre o poder civil;

a. O poder militar continua a interferir na vida política do país e controla todos os poderes de Estado, incluindo os tribunais, com destaque para o tribunal militar, que é, na prática, uma extensão do Estado Maior General das Forças Armadas;

b. Não está garantido o regresso incondicional ao país, em liberdade e segurança, do Presidente do PAIGC e demais dirigentes políticos, bem como de antigos governantes e líderes de alguns partidos políticos nacionais a viver no estrangeiro como exilados políticos;

c. Desde 12 de Abril de 2012 que os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos e dos partidos políticos estão suspensos por decisão dos militares, sendo certo que a situação dos direitos humanos terá piorado com o chamado caso 21 de Outubro do ano passado;

d. Os cidadãos continuam sob ameaças dos militares e a liberdade de imprensa absolutamente proibida, com um clima de intimidação permanente sobre os políticos, sindicalistas, ativistas da defesa e proteção dos direitos humanos, jornalistas e representantes da sociedade civil;

e. O medo generalizado reinante na Guiné-Bissau pelas sistemáticas violações dos direitos humanos praticadas pelos militares guineenses, incluindo assassinatos, prisões arbitrárias e espancamentos;

f. A impunidade e o narcotráfico na Guiné-Bissau ganharam expressão de forma nunca antes visto na sociedade guineense;

g. O desprezo total do poder militar pelo poder civil instalado com o golpe de Estado de 12 de Abril, simbolizado com o recente ato de juramento à Bandeira de cerca de 2.400 novos agentes militares e de segurança, sem qualquer enquadramento legal e orçamental;

h. A total ineficácia da Força militar da CEDEAO (ECOMIB) presente em Bissau face a atuação desconforme com a Lei e a Constituição do poder militar guineense, quer na vertente da proteção dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, quer na vertente do combate a impunidade e ao narcotráfico;

Entretanto, Carlos Gomes Jr lembrou, também, ao seu interlocutor da ONU, da carta que dirigira ao Secretario Geral da ONU Ban Ki Moon, em 27 de Julho de 2012, na qual solicitara ao Conselho de Segurança a constituição de um Tribunal Internacional ad hoc para a Guiné-Bissau à semelhança do que ocorreu no passado em situações idênticas, para julgamento de todos os crimes de sangue cometidos no país.

Por outro lado, Carlos Gomes Jr, reuniu-se com o representante da União Africana na ONU e também com os Embaixadores de alguns países africanos da CPLP.

Lisboa, 02 de Novembro de 2013.

As autoridades eleitas da República da Guiné-Bissau
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Dinheirinhos


No dia 29 de Outubro de 2013, 57 milhões de Fcfa (cerca de 87 mil euros) desapareceram no Ministério do Interior da Guiné-Bissau. O referido montante destinava-se ao pagamento dos salários, e algumas pessoas foram presas. Mas segundo um inspector do mesmo ministério, trata-se de "um dinherinho"... AAS

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Morte do 'Zé da Guiné': Os restos mortais do Zé da Guiné deverão ser trasladados para a Guiné-Bissau, país onde nasceu. AAS


Adeus, amigo


Nasceu em Biombo, na Guiné-Bissau, mas desaguou em Portugal, corria o ano de 1974. Treina Karaté, faz moda, atletismo no Sport Lisboa e Benfica, mas não se fica por aí. Entra no cinema e pelo meio tira um curso de carpintaria e outro de alfaiate. Descobre o Bairro Alto nos idos ’80 e faz dele gato-sapato. Respeitado e respeitador, Zé da Guiné viveu um período difícil da sua vida. Uma doença grave - «que só me fez acalmar» - tentou reduzi-lo a um simples cidadão, que não era. Pena é que o Zé não possa viver ‘toda a vida e mais seis meses’…

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ZÉ DA GUINÉ entrevistado para o jornal 'Lusófono' pelo jornalista António Aly Silva, em 2002

Mas o início dar-se-ia no Rock House, onde Zé guardava a porta. Era uma espécie de porteiro e relações públicas ao mesmo tempo. Comunicativo e sempre com um sorriso de orelha a orelha, Zé não era muito dado a palavras. O nome por que era conhecido, ganhou-o no Rossio, entre ‘parentes’ lá da terra. Criou o Noites Longas da Casa Pia de Lisboa (antigo B.Leza), local da primeira homenagem em sua honra depois da doença chegar. A sua vida até deu um filme - "Zé da Guiné - crónica dum africano em Lisboa", sobre a vida de uma "figura emblemática" da capital, foi exibido pela primeira vez no Cinema São Jorge, em Lisboa.


zé da guiné
FOTO: AAS/DR

Zé da Guiné' morreu hoje. Que a terra te seja leve. Descansa em paz, meu amigo. António Aly Silva

Morreu hoje, no hospital de São José, em Lisboa, o Zé da Guiné. Que a sua alma descanse em paz. AAS

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Carlos Gomes Jr., com agenda preenchida nos EUA


Carlos Gomes Jr., o ex-primeiro ministro guineense deposto pelo golpe de Estado Militar de 12 de abril de 2012 e agora candidato às eleições presidenciais de 2014 na Guiné-Bissau, foi recebido hoje, em Nova Iorque, pelo secretário-geral adjunto da ONU para os Assuntos Políticos, Jeffrey Feltman. Carlos Gomes Jr., manteve ainda vários contactos com altos dirigentes da ONU. AAS

Angola, meu amor


O Presidente da República efectua, nos dias 4 e 5 de Novembro do corrente, uma visita oficial à República de Angola, a convite do Presidente da República, José Eduardo dos Santos. Visita que se pretende venha a contribuir para reforçar o diálogo político e as tradicionais relações de cooperação entre os dois Estados, bem assim os laços de amizade entre angolanos e cabo-verdianos, caldeados na história e na cultura. Uma cooperação diversificada, mas que deverá privilegiar as áreas económica, empresarial e financeira, na base de um relacionamento político cada vez mais sólido e claro.

Da visita constam como pontos altos um encontro, em privado, com o Chefe de Estado de Angola, a presença num banquete oficial oferecido pelo ilustre anfitrião, a participação, com uma intervenção política, numa sessão solene extraordinária do Parlamento angolano, antecedida por um encontro em privado com o Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade dos Santos.

Do programa de visita constam ainda a deposição de coroa de flores no Memorial Agostinho Neto, a inauguração, na nova «Centralidade do Kilamba», da Rua «Aristides Pereira», na companhia do senhor Governador da Província de Luanda e de um familiar do antigo Presidente de Cabo Verde, e visita e encontro com alunos e professores da Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto.

Como acontece habitualmente em visitas afins, o Chefe de Estado cabo-verdiano, no dia que antecede o início da visita oficial, Domingo, dia 3, pelas 16 h, na Quinta Genebra, Morro Bento, terá um encontro-convívio com a comunidade cabo-verdiana residente no país. Igualmente estará presente, no mesmo dia, num almoço com dirigentes de organizações empresariais angolanas e cabo-verdianas. 

O Presidente Jorge Carlos Fonseca far-se-á acompanhar durante a visita, para além de alguns de seus colaboradores directos e de representantes de organizações empresariais, dos Ministro das Relações Exteriores (Jorge Borges) e Deputados nacionais eleitos pela emigração África), um pelas listas do PAICV (Estêvão Rodrigues) e outro pelas listas do MPD (Orlando Dias).

BUBO 'salgado' até 2014


O antigo chefe de estado da Armada da Guiné-Bissau Bubo Na Tchuto, acusado de tráfico de droga nos Estados Unidos, será julgado apenas em 2014, afirmou à Lusa a sua advogada. "O julgamento não deve ser marcado nos próximos três meses", disse a advogada, Sabrina Shroff, salientando que ainda não recebeu a acusação judicial completa e depois receber formalmente a documentação ainda terá 60 dias para analisar o material. Segundo o calendário primeiro estabelecido pelo juiz do caso, Richard Berman, os procuradores responsáveis pela acusação, Aimee Hector e Glen Kopp, deveriam ter concluído a acusação no passado dia 25 de julho.

No entanto, “o processo está a decorrer mais lentamente do que se esperava. Neste momento, ainda estamos a receber a prova produzida pela acusação", explicou a advogada. No mês de abril, Na Tchuto e outros quatro guineenses - Manuel Mamadi Mane, Saliu Sisse, Papis Djeme e Tchamy Yala - foram detidos em águas internacionais perto de Cabo Verde por uma equipa da agência de combate ao tráfico de droga norte-americana. Os cinco homens arriscam pena de prisão perpétua.

Na Tchuto, Djeme e Yala vão responder pela acusação de conspiração para importar drogas para os EUA. Segunda a acusação, Na Tchuto cobrava um milhão de dólares norte-americanos por cada tonelada de cocaína da América do Sul recebida na Guiné-Bissau. O embaixador da Guiné-Bissau para a Organização das Nações Unidas (ONU), João Soares da Gama, disse à agência Lusa que Na Tchuto contesta que tenha sido detido em águas internacionais e que provar esse facto será uma das estratégias da defesa em julgamento.

Além da detenção do antigo militar guineense, a 04 de abril, a justiça dos EUA manifestou também intenção de deter também o atual chefe das Forças Armadas, António Indjai, que entretanto já reafirmou por mais de uma vez refutar as acusações de tráfico de droga. Lusa

Eleições 'Gucci': Recenseamento eleitoral começa no dia 1 de dezembro e termina a 21 do mesmo mês. Em África, os guineenses poderão recensear-se no Senegal, na Guiné-Conacri, na Gâmbia e em Cabo Verde. AAS


Excelência, senhor doutor e Prémio Nobel da Paz num País em Guerra, Ramos Horta: Desejo-lhe um fim-de-semana Tchuna Baby (sem desprimor para a Gucci, claro...) AAS


Matança em Cumeré: a Liga Guineense dos Direitos Humanos já reagiu


A LGDH condenou ontem os casos de violações dos direitos humanos que aconteceram no Cumeré no quadro do recente juramento de Bandeira naquela localidade que culminou com perdas de vidas humanas. Em declarações à RFI O Vice-presidente da LGDH, Augusto Mario da Silva, exige a abertura de um inquérito transparente tendente a apurar a veracidade dos factos e traduzir à justiça os autores morais e materiais de tais actos inéditos e ilegais. Nos últimos dias a organização tem recebida muitas vitimas e familiares denunciando tais actos hediondos.

Contra os golpistas, marchar, marchar!!!


Meu irmão,

É uma contribuição de alguém que apreciou imenso os teus artigos sobre o MNE - que conhece muito bem - pois é quadro do mesmo ministério. Sabendo da minha relação contigo solicitou-me que o fizesse chegar a ti. Fiz as minhas observações com o seu consentimento. Se achares interessante fica ao teu critério a sua publicação.

Ontem enviei-te algo importante que me informaram sobre as entradas de material bélico em Bissau, nesse caso na fronteira de Pirada. Não sei se o vistes e qual a importância que o atribuis. Diz-me algo sobre isso pois a fonte é da segurança e é fidedigna.

Eis o texto que me foi solicitado fazer-te chegar.

Abraços


«Caríssimo compatriota Aly,

Entre saudações da praxe, para te dizer que, sempre segui com particular interesse o teu blog, que diga-se de passagem, orgulha todo o guineense consciente e patriótico. Sigo o teu percurso, não só, pela qualidade dos teus artigos, mas também, pela veia investigadora que tem patenteado, permitindo aos guineenses espalhados pelos quatro cantos do mundo, através dos factos e denuncias que tens feito, terem conhecimento de realidades e situações anômalas que acontecem correntemente no nosso pais, os quais, sem o teu prestimoso serviço não estariam ao alcance do cidadão comum.

A sequência das tuas investigações em torno da máfia em que esta envolvida as autoridades do MNE da Guiné-Bissau, é prova cabal, de que, não escreves por prazer de escrever e não acusas por mero prazer de denigrir alguém. Com sagacidade e coragem, tens apontado os podres que gangrenam esse ministério chave da governação de um pais e, mostrado com provas, o labirinto sinuoso da rede mafiosa de que esta impregnado o MNE desde o advento do regime golpista que tomou de assalto o poder na Guiné-Bissau. Foi assim, nos tempos do falhado Faustino Fudut Imbali, assim é, e continuara a ser com o filosofo frustrado Fernando Delfim da Silva.

E bom que se diga também, que vive-se toda essa situação com a cumplicidade e coberturas mafiosa do Presidente da Republica de Transição (PRT) e o Primeiro Ministro de Transição (PMT), os quais a custa dos seus interesses pessoais e financeiros, têm irresponsavelmente promovido a ilegalidade e a máfia nesse sector nobre da actividade do Estado. Apesar de serem meras « autoridades de transição » e por conseguinte, sem poderes constitucionais para o efeito, cada um por si, nos seus restritos interesses, mafiosa e anarquicamente, vão promovendo nomeações e colocações de embaixadores e cônsules de duvidosa idoneidade pelos quatro cantos do mundo. Alias, os atropelos de poderes dessas duas figuras, particularmente o PRT, não se cinge ao circulo diplomático, estende-se até com maior gravidade ao circulo castrense cujas consequências futuras ninguém pode aquilatar neste momento.

A saga mafiosa no MNE continua o seu curso imparável e tem como principal mentor e manipulador de interesses, o Secretario de Estado das Comunidades (SEC), o Idelfrides Fernandes. E ele, quem organiza e coordenada toda a rede de interesses mafiosos e criminosos que gravitam à volta do MNE, sendo o Médio Oriente, a China e os países da sub-região o terreno predilecto da rede mafiosa que ele instalou no MNE. A emissão directa e a venda dos passaportes (diplomáticos, de serviço e ordinários), são os meios de corrupção usados para se enriquecerem de forma desmesurada e escandalosa.

Como quadro do MNE, sinto-me triste e impotente vendo o trabalho árduo de centenas de quadros competentes e honestos do ministério a ser ingloriamente esbanjados e ridicularizados por interesses mesquinhos de um energúmeno sem escrúpulos que esta a institucionalizar a cultura da máfia e do mercenarismo diplomático nessa nobre instituição. Muito trabalho de qualidade que arduamente foi edificado, tem sido abruptamente reduzido a nada, mercê de comportamentos movidos pelo mero interesse do dinheiro fácil e do banditismo diplomático.

Trabalho sério, principalmente realizado nos últimos três, tinham proporcionado um reganho qualitativo do prestigio internacional do pais outrora perdido. Hoje, todo esse trabalho esta a ser destruído por um grupo de irresponsáveis políticos e militares que, de abril 2012 a esta data estão a conduzir o pais para o principio do desespero e sem esperanças de retorno. Estou certo de que, com a máfia e o esquema da diplomacia de cadongueiros que se instalou hoje no MNE, serão necessários mais de vinte anos para reconquistar e redobrar a nossa imagem externa, tanto é a pouca vergonha e negócios sujos que ensombram hoje a nossa diplomacia.

Porém, como diz um velho ditado : « não ha mal que não tenha fim » e, por consequência, estamos esperançados, de que, esse mal que se apoderou hoje da nossa terra tera um dia o seu fim, e essas praticas serão erradicadas, pondo-se fim a esse pesadelo de desmando a que estamos hoje sujeitos.

No entanto, enquanto cidadão, faço votos, de que, esse fim não seja apenas o terminar de um ciclo negro. Ele deve consubstanciar acções de responsabilização civil e criminal contra essas pessoas que estão a desconstruir e destruir o Estado guineense em todas as suas vertentes, contribuindo assim, para a desacreditação do nome da Guiné-Bissau no concerto das Nações. Penso que essas pessoas responsáveis pela situação actual da nossa diplomacia, devem, na hora da mudança, ser traduzidos à justiça e responder pelos seus actos mercantilistas e mafiosos que têm praticado no seio do MNE.

Nesse contexto, o MNE deve ser rigorosamente auditada, tomando como base as importantes revelações e factos reportados pela Ditadura do Consenso, tais como a venda de passaportes a cidadãos estrangeiros, mormente chineses, venda de lugares e postos de embaixadores, cônsules e representantes consulares. Nomeações ilegais de nacionais e estrangeiros a postos de soberania, tais como embaixadores extraordinários e plenipotenciários, poderes esses de nomeação que, nenhum órgão ou governo de transição possui qualquer que seja o cenário de mudança politico constitucional verificado. A emissão indiscriminada de Credenciais de Plenos Poderes a nacionais e a estrangeiras de duvidosa idoneidade, para em nome do Estado guineense, negociar, vender ou hipotecar potencialidades e riquezas naturais emergentes no pais.

Enfim um levantamento exaustivo dos Embaixadores, Cônsules e Representantes do Estado da Guiné-Bissau deve ser feito com o devido rigor e competência, para se ter uma cartografia real das representações diplomáticas do pais no exterior e, assim poder fazer-se tabua raza das situações de ilegalidades em curso, permitindo assim, expurgar desse ministério estratégico, todos os mafiosos e criminosos de colarinho branco que foram ai introduzidos pelo bando formado pelo PRT, PMT, MNE e SEC.

Bem haja Guiné-Bissau

Quadro Superior do MNE
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Carta para o António Indjai (e para o Ramos Horta)


Escreve o filho de um combatente da liberdade da Pátria

«Caro amigo Aly,

Tomo a liberdade de te escrever solicitando a publicação deste meu artigo no teu/nosso blog, única voz credível que nos resta de nos intercambiar na denúncia da brutalidade que se vai praticando na Guiné-Bissau.

Sou filho de um Combatente da Liberdade da Pátria imbuído dos princípios do sacrifico e do amor à Pátria que o meu falecido Pai me ensinou em vida, por isso (embora tenha estado presente na reunião que o General convocou), faço questão de te escrever, porque é a única via que entendo poder dar respaldo a minha posição e creio de muitos Antigos Combatentes presentes nessa reunião. Assim, solicito a tua compreensão dar a minha voz no teu famoso blog. Não pretendo defender ninguém, porquanto, não devo nada a ninguém, mas tão só, querendo responder rebatendo e desmascarando em termos civilizados e com factos o General Antônio sobre as suas falsas declarações sobre os Antigos Combatentes da Liberdade da Pátria. Penso que, dando-me essa oportunidade poderei esclarecer aos Camaradas do meu Pai, quem na verdade anda a engana-los com mentiras e falsidades.

Sem saber qual o destino darás ao meu pedido, antecipadamente te agradeço, aproveitando encorajar-te na firmeza da nossa luta comum pela dignidade do Povo Guineense.
ABT

PS : se não for abusar demais da tua paciência e compreensão, caso este meu artigo seja publicado... gostaria de poder responder, também educadamente a um "Senhor" que nessa reunião teve o descaramento de intervir. Estou a falar do "Sr." Manuel Maria Santos, vulgo "Manecas". Se o olhar matasse...

Sem mais caro irmão, se me permitir, o obséquio, segue o meu artigo.

AS MENTIRAS DO GENERAL

No dia 6 de julho 2012, presenciei atónito o discurso do General António Injai na Plenária da ANP aquando da reunião com os Antigos Combatentes da Liberdade da Pátria (ACLP), surpreendentemente convocada por ele, para segundo as suas palavras, prestar « esclarecimentos sobre os motivos do golpe de estado de 12 de abril 2012 » (deve ter sido a décima versão apresentada).

Confesso-vos que, a pessoa em si e a tal reunião em nada me interessavam, mas acabei por ir, quiçá «atirado» pelo instinto do meu subconsciente, recativando-me a memoria, de sempre querer contrariar (no bom sentido), o meu falecido Pai, também ele, Antigo Combatente da Liberdade da Pátria, que estou certo, estando vivo, não punha os pés nessa reunião, nem com a baioneta às costas.

Quis assim o destino e lá fui, nada motivado, mas também nada contrariado... fui porque...fui !.

Porém, gostaria de esclarecer de que, comento este assunto porque, primeiro, sou filho de Combatente da Liberdade da Patria e como tal senti-me atingido e humilhado com as patéticas afirmações do General Antonio Injai e, segundo, porque estou seguro que, caso o meu Pai estivesse vivo, não lhe faltaria essa reação a que me proponho apresentar se me fôr permitido pelo Aly, que é : dizer a verdade, sem querer defender ninguém... apenas a verdade para combater a mentira oportunista. E, vamos aos factos,

Salão a compor-se aos poucos, as pessoas presentes entreolhavam-se desconfiados uns para os outros, como se quisessem justifica : «porque razão estou eu aqui?». Mas, como disse, como por telepatia da nossa velha «contrariedade com o meu Pai», dei comigo no hemiciclo guineense (alias, espaço interessante e mal empregado, para albergar tantos deputados de QI = 0 ao quadrado), talvez, com a missão divina de, entre os nossos reencontros ocasionais na «passarela das almas», poder contar-lhe as peripécias surrealistas dessa reunião, pois contado eu não acreditava, mas estava lá à frente do bicho..., desculpem "homem" ouvindo a vociferar incongruências atrás de asneiras..., foi de partir a tampa. Assiste e, convenci-me de que pessoas falsas na terra, pior que Judas.

Certo é que, no fim, esse sacrifício não foi em vão, pois valeu à pena no fim das contas. Por um lado, revi os camaradas de peito do meu falecido Pai, os quais pude abraçar por conta "dele" e trocar as civilidades de sempre e, mais que isso (mas, com muita magoa por não mais poder fazer), poder desejar-lhes boa saúde e coragem, porquanto a maioria deles, pena-se com o peso da idade e saúde debilitada e, por outro lado, permitiu-me ver de perto, melhor, «conhecer», lendo o caráter do General Antonio Injai. Ele falou de tudo e mais alguma coisa, mas acabou por não dizer NADA aos Antigos Combatentes que não sejam besteiras para tentar justificar o injustificável. Uma falta de respeito sem adjetivos.

Repito que, essa partida que o destino errante pregou-me, deu-me a oportunidade de conhecer de perto, uma nulidade de pessoa enquanto ser humano, vi um coisa a minha frente..., uma coisa, no pedestal da ignorância a esvair-se de ideias vazias, com um discurso hipócrita, sem princípios baseado na banal retorica da mentira (desculpem a falta de educação).

O General Antonio Injai, faltou o respeito aos Antigos Combatentes da Liberdade da Patria (ACLP) e esta a gozar com a dignidade e honra dos mesmos, sejam os vivos ou os mortos.

O General Antonio Injai, mente descaradamente, quando diz que, os ACLP recebem uns míseros 14.000 Fcfa (um pouco mais de 21 Euros). O General mente, porque na verdade, foi graças a Carlos Gomes Junior (soldado colonial segundo as suas palavras), é que os ACLP passaram a receber 30.000 Fcfa, quase 48 Euros como salario mínimo de base, pois ha ACLP que recebem de longe muito mais, dependendo dos cargos e funções que tenham desempenhado no passado e, no seu caso, caso fosse neste contexto para a reforma não receberia menos de 450 Euros (muito dinheiro para um carniceiro). Mais ainda, esses míseros dobros de CFA's agora recebidos eram pagos regularmente todos os meses pelo Governo de Carlos Gomes Junior.

O General Antonio Injai mente, quando diz que, Carlos Gomes Junior (CGJ), não respeita os ACLP. Pode-se provar que, não houve, nenhum Chefe de Governo (e houve muitos ACLP Chefes de Governo), que mais respeitou, ou defendeu os interesses dos ACLP que CGJ. Não enunciarei nomes por uma questão de respeito pelos Camaradas do meu Pai, mas sei que, CGJ, tem tomado por sua conta própria e encargo centenas de ACLP que lhe tem solicitado apoio quase diariamente, seja em bens materiais, medicamentos, evacuação médica e sanitária, pagamentos de rendas, enfim, uma infinidade de carências de um pais necessitado em tudo.

Muitos órfãos e viúvas de ACLP, indiscriminadamente da sua raça ou estrato social têm beneficiado de gestos de CGJ, pagando ele, com meios próprios bolsas de estudo internos (nas Universidades e Institutos guineenses) e, ajudar mais de uma centena de entre eles a conseguir aceder a bolsas de estudos dados por países amigos, proporcionando-lhes ir estudar para o estrangeiro, casos de China, Cuba, Venezuela, Turquia, Marrocos etc..., possibilidades que, sem o seu « cunho » e empenho pessoal, nunca conseguiriam.

O General Antonio Injai, engana e goza com os ACLP, escondendo-lhes as verdades que o comprometem. Essa atitude vergonhosa do AI, demostra que ele pessoalmente, não tem moral para falar mal de CGJ, para mais, usando a mentira e a calunia para tentar ludibriar os seus Camaradas sobre as suas verdadeiras motivações tribais do seu desastroso golpe de estado.

O General Antonio Injai, esconde muitas verdades que o comprometem seriamente, senão vejamos :

- Os filhos de AI beneficiaram até às vésperas do 12 de abril de substanciais apoios de CGJ, indo desde bolsas de estudos a apoios materiais e monetários diversos;

- Pelo menos, um dos filhos de AI a seu pedido, foi proposto com colocação garantida por CGJ num posto importante, escolhido pelo General, mas para a qual, o General desistiu a ultima, segundo ele, para «não dar que falar»;

- Consoante os pedidos formulados pelo General, muito dos seus amigos e familiares, beneficiaram igualmente de apoios e, ou influências de CGJ para acederem a algo ou beneficiarem de alguns dividendos financeiros;

- O General AI recebe mensalmente um subsidio igual a dos Ministros da Republica, valor acima de 3 milhões de Francos Cfa's (aproximadamente 4.600 Euros) ???. Muitas vezes, alegando imperativos familiares, esses montantes eram-lhes pagos antecipadamente... e na hora pelo Ministro das Finanças, José Mario Vaz;

- O General AI, vezeiro, usava sempre a situação de "instabilidade" e "movimentações suspeitas" para criar situações virtuais de "prevenção" e, assim subtrair ao erário publico, quase trimestralmente (isto é, sempre que tinha necessidade de dinheiro), dezenas de milhões de Francos CFA's (valores, entre 25 a 30 milhões de FCFA's, ou seja entre pouco mais de 38 mil euros e quase 46 mil euros). Desse dinheiro, uma ínfima parte era utilizado para criar fachadas de "prevenção" com "rondas noturnas" esporádicas e, o resto do dinheiro ia para o seu bolso direto, recebendo as outras chefias militares, naturalmente alguma parte para lhes "calar a boca";

- O General AI, esconde aos ACLP, de que, de cada vez que visita semanalmente (no minimo 2/3 vezes) o Primeiro Ministro CGJ, tem sempre uma historia penosa para lhe contar, para assim sair com alguns milhoões escondidos no bolso do seu dolmem militar. Em cada encontro, conhecendo o caracter sensivel do PM, sempre lhe contava uma historia, seja de enterro, « toca choro », fanado, mau-olhado ou outro qualquer para lhe sacar uns milhões.

Este acedia aos pedidos, não por medo dele como muitos pensam, e ele mesmo assim o pensa, mas, mais para não suscitar animosidades na sua mente complexada. Alias, fontes proximas do PM, chegaram a confidenciar de que, este em varias ocasiões desabafou, de que, o General estava a "exagerar" no mamanço, porquanto na maior das vezes, tirando os aspectos operacionais da "segurança do Estado" em que era dinheiro do Estado, o prejuizo saia do seu bolso. So no periodo de dois meses que antecederam as eleições presidênciais, por varios motivos invocados, o General AI, recebeu do erario publico e também das mãos do PM, Carlos Gomes Junior, mais de 350 milhões de FCFA's, isto é acima de 500 mil euros;

- CGJr pagou do seu proprio bolso, varios tratamentos e evacuações médicas de familiares ou prôximos de AI, entre eles, destinos como, Portugal, Cuba e Dakar..., não por obrigação ou medo, mas por uma questão de principio e respeito;

- O General AI, apesar de mentir aos ACLP de que não tem dinheiro nos bancos, comprou recentemente uma belissima casa no Senegal (Zona da VDN) onde passaram a residir os seus filhos e alguns familiares (para além dos filhos em n° de 4, essencialmente, sobrinhos, cunhados e afins da mesma tabanca) que estão por Dakar a estudar, outros ainda em França. Sabe-se que qualquer estudante, para estar relativamente à vontade em Dakar, mesmo possuindo uma casa, como é o caso, entre pagamento de estudos e alimentação AI não deve gastar menos de 100 mil Fcfa por cabeça, mais àgua e luz. O numero de pessoas que estão albergados na sua residência ultrapassam as onze pessoas, entre os vais-e-vens diarios de comer e repousar;

- O General AI, alegando a situação dos filhos no Senegal, para além do recurso ao CEMFA Senegalês, recorrentemente, solicita apoio financeiro ao CGJ para fazer a face a alegados encargos e subsistência com os seus familiares. E, este tem sempre deferido aos seus repetidos pedidos ;

Por fim, para além dessas verdades escondidas, os ACLP deviam perguntar ao General Antonio Injai, o seguinte :
Para além do conforto de lhe garantirem a sua segurança (alegava que iriam mata-lo caso aceitasse a vinda da missão Angolana a Bissau), quanto recebeu de «Ankola nunca» como «cola» (prémio) de assinatura do pedido de vinda do contigente da MISSANG para a Reforma do Sector da Defesa e Segurança;

Quanto é, e quem fica com o dinheiro dos ACLP fantasmas que constam da lista de pagamentos das FA, montante que representa quase 23% da massa global da pensão dos ACLP? Esse gap misteriosamente indetectavel, permitiria melhor no minimo o salario desses seus Camaradas, em mais de 5 mil Francos CFA's, prefazendo mais de 50 euros;
Porquê, so agora lembrar deles??

Sugeria aos ACLP, convocar agora o Generalissimo AI e pedir-lhe satisfações das suas mentiras e trafulhices. Posto estes factos e quesitos, para os quais disponho de provas irrefutaveis, gostaria eu também que, o GAI viesse a publico voluntariamente, explicar aos seus Camaradas, como ele é um 'Ancien' Combatante, versão VIP (pois a sua ponta nada produz, a não ser um autêntico Paiol).

O General tem a palavra.

ABT
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Ó Serifo, explique lá ao Mike Wang quem é este gajo...


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