quinta-feira, 31 de outubro de 2013
Contra os golpistas, marchar, marchar!!!
Meu irmão,
É uma contribuição de alguém que apreciou imenso os teus artigos sobre o MNE - que conhece muito bem - pois é quadro do mesmo ministério. Sabendo da minha relação contigo solicitou-me que o fizesse chegar a ti. Fiz as minhas observações com o seu consentimento. Se achares interessante fica ao teu critério a sua publicação.
Ontem enviei-te algo importante que me informaram sobre as entradas de material bélico em Bissau, nesse caso na fronteira de Pirada. Não sei se o vistes e qual a importância que o atribuis. Diz-me algo sobre isso pois a fonte é da segurança e é fidedigna.
Eis o texto que me foi solicitado fazer-te chegar.
Abraços
«Caríssimo compatriota Aly,
Entre saudações da praxe, para te dizer que, sempre segui com particular interesse o teu blog, que diga-se de passagem, orgulha todo o guineense consciente e patriótico. Sigo o teu percurso, não só, pela qualidade dos teus artigos, mas também, pela veia investigadora que tem patenteado, permitindo aos guineenses espalhados pelos quatro cantos do mundo, através dos factos e denuncias que tens feito, terem conhecimento de realidades e situações anômalas que acontecem correntemente no nosso pais, os quais, sem o teu prestimoso serviço não estariam ao alcance do cidadão comum.
A sequência das tuas investigações em torno da máfia em que esta envolvida as autoridades do MNE da Guiné-Bissau, é prova cabal, de que, não escreves por prazer de escrever e não acusas por mero prazer de denigrir alguém. Com sagacidade e coragem, tens apontado os podres que gangrenam esse ministério chave da governação de um pais e, mostrado com provas, o labirinto sinuoso da rede mafiosa de que esta impregnado o MNE desde o advento do regime golpista que tomou de assalto o poder na Guiné-Bissau. Foi assim, nos tempos do falhado Faustino Fudut Imbali, assim é, e continuara a ser com o filosofo frustrado Fernando Delfim da Silva.
E bom que se diga também, que vive-se toda essa situação com a cumplicidade e coberturas mafiosa do Presidente da Republica de Transição (PRT) e o Primeiro Ministro de Transição (PMT), os quais a custa dos seus interesses pessoais e financeiros, têm irresponsavelmente promovido a ilegalidade e a máfia nesse sector nobre da actividade do Estado. Apesar de serem meras « autoridades de transição » e por conseguinte, sem poderes constitucionais para o efeito, cada um por si, nos seus restritos interesses, mafiosa e anarquicamente, vão promovendo nomeações e colocações de embaixadores e cônsules de duvidosa idoneidade pelos quatro cantos do mundo. Alias, os atropelos de poderes dessas duas figuras, particularmente o PRT, não se cinge ao circulo diplomático, estende-se até com maior gravidade ao circulo castrense cujas consequências futuras ninguém pode aquilatar neste momento.
A saga mafiosa no MNE continua o seu curso imparável e tem como principal mentor e manipulador de interesses, o Secretario de Estado das Comunidades (SEC), o Idelfrides Fernandes. E ele, quem organiza e coordenada toda a rede de interesses mafiosos e criminosos que gravitam à volta do MNE, sendo o Médio Oriente, a China e os países da sub-região o terreno predilecto da rede mafiosa que ele instalou no MNE. A emissão directa e a venda dos passaportes (diplomáticos, de serviço e ordinários), são os meios de corrupção usados para se enriquecerem de forma desmesurada e escandalosa.
Como quadro do MNE, sinto-me triste e impotente vendo o trabalho árduo de centenas de quadros competentes e honestos do ministério a ser ingloriamente esbanjados e ridicularizados por interesses mesquinhos de um energúmeno sem escrúpulos que esta a institucionalizar a cultura da máfia e do mercenarismo diplomático nessa nobre instituição. Muito trabalho de qualidade que arduamente foi edificado, tem sido abruptamente reduzido a nada, mercê de comportamentos movidos pelo mero interesse do dinheiro fácil e do banditismo diplomático.
Trabalho sério, principalmente realizado nos últimos três, tinham proporcionado um reganho qualitativo do prestigio internacional do pais outrora perdido. Hoje, todo esse trabalho esta a ser destruído por um grupo de irresponsáveis políticos e militares que, de abril 2012 a esta data estão a conduzir o pais para o principio do desespero e sem esperanças de retorno. Estou certo de que, com a máfia e o esquema da diplomacia de cadongueiros que se instalou hoje no MNE, serão necessários mais de vinte anos para reconquistar e redobrar a nossa imagem externa, tanto é a pouca vergonha e negócios sujos que ensombram hoje a nossa diplomacia.
Porém, como diz um velho ditado : « não ha mal que não tenha fim » e, por consequência, estamos esperançados, de que, esse mal que se apoderou hoje da nossa terra tera um dia o seu fim, e essas praticas serão erradicadas, pondo-se fim a esse pesadelo de desmando a que estamos hoje sujeitos.
No entanto, enquanto cidadão, faço votos, de que, esse fim não seja apenas o terminar de um ciclo negro. Ele deve consubstanciar acções de responsabilização civil e criminal contra essas pessoas que estão a desconstruir e destruir o Estado guineense em todas as suas vertentes, contribuindo assim, para a desacreditação do nome da Guiné-Bissau no concerto das Nações. Penso que essas pessoas responsáveis pela situação actual da nossa diplomacia, devem, na hora da mudança, ser traduzidos à justiça e responder pelos seus actos mercantilistas e mafiosos que têm praticado no seio do MNE.
Nesse contexto, o MNE deve ser rigorosamente auditada, tomando como base as importantes revelações e factos reportados pela Ditadura do Consenso, tais como a venda de passaportes a cidadãos estrangeiros, mormente chineses, venda de lugares e postos de embaixadores, cônsules e representantes consulares. Nomeações ilegais de nacionais e estrangeiros a postos de soberania, tais como embaixadores extraordinários e plenipotenciários, poderes esses de nomeação que, nenhum órgão ou governo de transição possui qualquer que seja o cenário de mudança politico constitucional verificado. A emissão indiscriminada de Credenciais de Plenos Poderes a nacionais e a estrangeiras de duvidosa idoneidade, para em nome do Estado guineense, negociar, vender ou hipotecar potencialidades e riquezas naturais emergentes no pais.
Enfim um levantamento exaustivo dos Embaixadores, Cônsules e Representantes do Estado da Guiné-Bissau deve ser feito com o devido rigor e competência, para se ter uma cartografia real das representações diplomáticas do pais no exterior e, assim poder fazer-se tabua raza das situações de ilegalidades em curso, permitindo assim, expurgar desse ministério estratégico, todos os mafiosos e criminosos de colarinho branco que foram ai introduzidos pelo bando formado pelo PRT, PMT, MNE e SEC.
Bem haja Guiné-Bissau
Quadro Superior do MNE»