quarta-feira, 16 de outubro de 2013

CABO VERDE: A minha verdade - actualizado


Entre os Povos da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, não metas a colher. Para começar, em Cabo Verde existe Estado desde a abertura democrática. Mas já havia um Estado antes disso. Em Cabo Verde existe Estado, ponto. Um Estado soberano, crescido e, sobretudo, respeitado no mundo. Um Governo bem dirigido, aliás, um apanágio do País desde a sua independência. Nova geração de políticos, deputados e deputadas, muitos deles jovens, convivem aprendendo com os mais 'velhos'. Mas todos eles comungam um único objectivo: estão determinados em batalhar, muito, mas muito mesmo. As armas que usam? O diálogo, e o debate político - os únicos caminhos para desenvolverem o seu País. A democracia é aguerrida mas saudável; o Estado é reconhecido internacionalmente - e apoiado. E até copiado em certas coisas.

Até 2015, Cabo verde atingirá - nas palavras do seu próprio Primeiro-Ministro, José Maria Neves e ditas na passada 2ª feira - «TODOS OS OBJECTIVOS DO MILÉNIO.» Brilhante.

De facto, o crescimento que Cabo Verde alcançou desde a sua independência, há quase 40 anos e apesar de todas as dificuldades e problemas que este País insular com 10 ilhas enfrenta - é simplesmente notável. Os cabo-verdianos só podem sentir-se orgulhosos com este e com todos os seus ex-Presidentes e Governantes. Diz-se que Roma e Pavia não se fizeram num dia - eu não sei, não conheço Pavia mas já estive pelo menos 7 vezes em Roma...e aquilo é trabalho para 100 séculos, caramba!

Mas que sei aquela que diz que um Estado constrói-se todos os dias, ah, lá isso sei - e concordo.

Exemplos? Só na ilha de Santiago (a capital política e financeira do País) existe perto de 10 fábricas - todas funcionais -, grandes empresas, muitas delas multinacionais, centenas de quilómetros de estradas atravessando as suas altas e portentosas montanhas. No alcatrão, não há buracos não. O desenvolvimento de Cabo Verde está garantido: o Povo de Cabo Verde escolhe, os políticos agradecem e trabalham para o Povo. Cabo Verde, tal como Roma e Pavia, são para ir construindo. O Povo está lá para os ajudar e dar força.

Nas forças armadas de Cabo Verde não existe combatente da liberdade da Pátria no activo - foram todos para a reforma. E são gente com dignidade, respeitada no seu País. Gente que não pegou em armas para exigir 'reforma condigna'.

Cabo Verde tem pouca água doce. Então, dessaliniza quase toda a água que é consumida no país. Outra coisa notável. Nós, que temos mais água que terra...andamos aos papéis. Não me doeu nem um pouco ver o desenvolvimento espetacular conseguido por este País. Muito pelo contrário, sinto um orgulho desmedido, e - bem, devo confessar - alguma inveja, mas no bom sentido. Inveja por não termos, na Guiné-Bissau, essa visão de futuro. Inveja por não termos um só exemplo que nos empolgue. E raiva por nós, os guineenses, termos escolhido o caminho mais fácil - o das guerras intestinais, da calúnia, do ódio, da destruição, da matança gratuitas.

Para dar um exemplo, só na ilha de Santiago foram construídas 3 barragens, que, hoje mesmo, uma está a transbordar e as outras quase cheias - aliás, pode nem chover durante dois longos anos que haverá água doce para irrigar todos os campos e respectivas plantações!!! A isto chama-se trabalho. Arrisco mesmo dizer que as obras das barragens foram as mais importantes levadas a cabo no País desde a sua independência. Em quase todas as outras ilhas, rasgam-se montanhas para erguer mais barragens. O trabalho leva ao desenvolvimento. Até parece fácil. Os cabo-verdianos uniram-se, as suas forças armadas são republicanas, obedientes ao poder político, e não andam aos tiros, sobressaltando a população, para tirar este ou aquele Governo ou impor este ou aquele Presidente. Não, caramba! É o Povo de Cabo Verde que escolhe quem quer para governar e quem quer para Presidente. Ponto.

Cabo Verde tem problemas graves como os crimes transnacionais - oh, se tem! - mas tem-nos combatido, apesar das dificuldades. O tráfico de droga, apesar de alguma falta de meios, tem sido severamente combatido e foi por várias vezes duramente atingido - dezenas de edifícios foram confiscados pelos tribunais em julgamentos mediáticos e reverteram todos a favor do Estado. Residências e viaturas de luxo e outros bens, também. Aliás, o moderníssimo edifício onde funciona o Estado Maior General das Forças Armadas é disso exemplo.

Em Cabo Verde, trabalha-se. Apesar das dificuldades, existe um bom sistema de ensino e a taxa de analfabetismo está a ser combatida; a saúde funciona. Existe uma classe média esclarecida e exigente e um povo que sabe o que é Estado e respeita-o como tal. As mulheres ocupam cada vez mais altos cargos na vida do País - da Assembleia Nacional aos municípios, do ensino à saúde, das empresas às áreas técnico-profissionais. As mulheres são, orgulhosamente, uma força bastante considerável no desenvolvimento de Cabo Verde.

Na Guiné-Bissau, pura e simplesmente não existe Estado digno desse nome. Isto pode doer - e dói. A mim dói muito, imenso. Mas é a dura e triste realidade.
AAS