terça-feira, 29 de outubro de 2013

Morre-se em Cumeré


O processo de recrutamento militar e policial que decorreu nos últimos três meses na Guiné-Bissau, ficou marcado por graves violações dos direitos humanos no Centro de Instrução Militar de Cumeré. Registaram-se três mortes e várias pessoas regressaram às suas residências com sinais visíveis do espancamento de que foram alvo por grupos de militares, tidos como seus instrutores.

Trata-se de uma iniciativa com pouca explicação legal, conforme disse à PNN a esposa de uma das vítimas, que é também agente paramilitar. «Não posso ficar calada com esta situação, vou informar o ministro do Interior. O meu marido voltou para casa em estado de coma e sofre de problemas de tensão arterial, nunca vi um recrutamento deste tipo», lamentou a agente paramilitar.

tropas 1
FOTO: DR

Neste processo os alvos eram pessoas recentemente formadas em Angola, que desembarcaram na noite de terça-feira, 22 de Outubro, em Cumeré, onde se juntaram a outros elementos que lá se encontravam para o juramento de bandeira. Na sequência destas acções de agressão verbal e espancamento faleceu um dos elementos da Guarda Nacional, Lino Regna Nantchongo, que desempenhava funções de Tesoureiro da Direcção-geral de Migração e Fronteiras.

TROPA 2
FOTO: DR

«Nunca vi uma coisa assim, a minha sobrinha disse que foi violentamente espancada até por pessoas que conhece», disse uma das vítimas. Outra fonte relatou que os recém-formados são colocados no chão, para serem pisados e pontapeados pelos seus instrutores. Num total de cerca de 2.400 pessoas, entre militares e polícias da Guarda Nacional, é a primeira vez que se procede ao recrutamento conjunto entre as duas forças da autoridade, cujas missões são completamente distintas. Provenientes de Cumere, uma parte dos novos recrutas apresentou-se na manha deste Domingo, 27 de Outubro, no Estado-maior General das Forças Armadas. FONTE: PNN Portuguese News Network