... Volta tudo à estaca zero. Com a "reposiçao da ordem constitucional e democratica" (que merda de frase) ha ja quem faça figas para que tudo corra mal. Isto somos nos, guineenses, nascidos numa terra de guerreiros, ainda que gentios.
Tucidides escreveu que ha três coisas que empurram os homens para a guerra: A honra, o medo e o interesse proprio (resta-nos esta hipotese, infelizmente).
... E agora, Nobas di aonti:
Ontem, fui jantar fora (tenho para mim que quem quer comida caseira...come em casa. Este assunto parece arrumado). Adiante.
Ao jantar, um ministro nosso apresentou-me a outro ministro, nao nosso, dizendo: "Este aqui é um jornalista, dos perigosos". O ministro, aquele que nao é nosso, apertando-me um bacalhau daqueles, retorquiu calmamente: "Mas perigoso porquê? Deixem o homem escrever, desde que diga as verdades". Sorrimos. Eu, os ministros e mais dois convivas.
Depois do jantar, nas despedidas, outra revelaçao do ministro, daquele que nao é o nosso: "Olhe, o Presidente (o dele) nao para de me telefonar desde que cheguei a Bissau (tinha dois Nokia communicator pousados na mesa). E ironizou: "queria saber se estou a ser bem tratado e se nao me puseram hospedado numa casa de palha"...
O nosso ministro saiu-se muito bem (eu nao esperava outra coisa mesmo). Ah, e que bem que se come no restaurante da Residencial Coimbra. AAS
terça-feira, 8 de setembro de 2009
So para chatear
A juntar ao corrupio criado à volta da tomada de posse de Malam Bacai Sanha, so faltou mesmo o directo televisivo. Ah, pois, mas se fosse a paupérrima taça Amilcar Cabral la vinha um carro de exteriores desde Angola. Que falta que faz 'Nino' Vieira numa altura destas... N'punta nam dê!... AAS
Pose para a chuva
Ali esta ele de novo: o tempo nao da descanso a ninguém. A tenda instalada no estadio 24 de Setembro, apesar da carga de agua, esta tao quente, tao quente que os convidados nao param de se socorrer dos convites para se abanarem. Por falar em abanar, Pedro Pires, acabadinho de aterrar e chegado de fresco ao estadio...quase foi 'abananado' numa confusao entre seguranças dum e doutro lado. O comandante até tirou os oculos nao va o diabo tecê-las...
- A Radio Nacional esta a ser uma vergonha a todos os niveis (as outras radios também. Kapli ka tem!). Comentarios despropositados, descabidos, uma asneirada tal. Punheticies do costume...
- Nigéria abanou Bissau com dois senhores avioes! Um trouxe a 'escumalha'; no outro, a S. Exa., o Presidente. AAS
- A Radio Nacional esta a ser uma vergonha a todos os niveis (as outras radios também. Kapli ka tem!). Comentarios despropositados, descabidos, uma asneirada tal. Punheticies do costume...
- Nigéria abanou Bissau com dois senhores avioes! Um trouxe a 'escumalha'; no outro, a S. Exa., o Presidente. AAS
Pubis modja iop!
A posse de Malam Bacai Sanha, hoje, podemos dizer, vai ser de arromba: mais de 80 viaturas, centenas de convidados, e...a chuva! Manga di tchuba, pa laba bo cabeça, pa limpa kil mufunessa ku na durmi ba... Alias, chegou-me via telefone, através do meu enviado especial no estadio 24 de Setembro, que ha mais chapéus de chuva do que propriamente gente. Tchuba tchubi i modja Bissau iop! Bom, mas como sao todos lavradores, djitu tem ku tem. AAS
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Alo, daqui posto de comando
Calma, n'bé, anta bo ka kustuman nan?
Bom, era so para desejar ao meu amigo, e camarada das trincheiras de Gadamael (n'disdja luta!), Sua Excelência quase-quase Presidente da Republica da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanha, boa sorte para amanha e para os outros amanhas que virao.
Ao Governo, que dê ouvidos ao Presidente da Republica; aos militares, que nao metam o bedelho onde nao sao chamados. Nunca. Nunca mais! Tenho dito. AAS
Bom, era so para desejar ao meu amigo, e camarada das trincheiras de Gadamael (n'disdja luta!), Sua Excelência quase-quase Presidente da Republica da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanha, boa sorte para amanha e para os outros amanhas que virao.
Ao Governo, que dê ouvidos ao Presidente da Republica; aos militares, que nao metam o bedelho onde nao sao chamados. Nunca. Nunca mais! Tenho dito. AAS
sábado, 5 de setembro de 2009
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
A liberdade, essa conquista!
"Ola Aly,
Parabéns pela coragem de escrever sobre os ausentes à força (Liberdades que valem mil prisoes). Coragem porque nos falta a coragem para ouvir verdades, e coragem para ouvir ideias contrarias às nossas. Estou com saudades dos bate-papo com ideias diferentes. Para quando?
Abraço, MR"
- Ola, MR
Obrigado pela coragem também. O café ja esta à espera. Outro abraço. Aly
Parabéns pela coragem de escrever sobre os ausentes à força (Liberdades que valem mil prisoes). Coragem porque nos falta a coragem para ouvir verdades, e coragem para ouvir ideias contrarias às nossas. Estou com saudades dos bate-papo com ideias diferentes. Para quando?
Abraço, MR"
- Ola, MR
Obrigado pela coragem também. O café ja esta à espera. Outro abraço. Aly
Lebssimenti di manpassada
De cada vez que ha uma tomada de posse, seja la do que for, é ver todo o mundo a suar que nem um condenado. Ha, de facto, duas coisas que agitam o sangue na veia ou na guerla de qualquer guineense: eleiçoes e tomadas de posse (normalmente, na Guiné-Bissau, as tomadas de posse sao sempre porque um 'desconhecido' matou um conhecido de todos nos).
E a tomada de posse que se seguira - agora, sine die, foi por causa do quê mesmo? Acertaram: foi porque um 'grupo desconhecido' decidiu estragar-me a noite (que falta de respeito do catano!) matando um Presidente da Republica eleito e em funçoes quase nas minhas barbas.
Ah, e a tomada de posse (posse?! Di kê propi?!) la nos fez ferver o sangue: toca a tapar os buracos na lua, perdao, nas estradas por onde os convidados (aposto aqui que nenhum chefe de Estado em pleno gozo das suas faculdades mentais vira para a festa...guerr matchu ta bin lanta na gassali tchon, na kebra ramo, na fertcha pedra...).
E à falta de alcatrao, toca a encher cimento nos buracos. Agora, temos estradas negras com manchas brancas. Tudo isto, num pais cinzento. Pas mal, pas mal. AAS
E a tomada de posse que se seguira - agora, sine die, foi por causa do quê mesmo? Acertaram: foi porque um 'grupo desconhecido' decidiu estragar-me a noite (que falta de respeito do catano!) matando um Presidente da Republica eleito e em funçoes quase nas minhas barbas.
Ah, e a tomada de posse (posse?! Di kê propi?!) la nos fez ferver o sangue: toca a tapar os buracos na lua, perdao, nas estradas por onde os convidados (aposto aqui que nenhum chefe de Estado em pleno gozo das suas faculdades mentais vira para a festa...guerr matchu ta bin lanta na gassali tchon, na kebra ramo, na fertcha pedra...).
E à falta de alcatrao, toca a encher cimento nos buracos. Agora, temos estradas negras com manchas brancas. Tudo isto, num pais cinzento. Pas mal, pas mal. AAS
Nao posse!
Bacai Sanha, eleito Presidente da Republica, ja nao toma posse a 8 de Setembro. Motivo? So o PR tem cerca de 200 convidados, ainda que nem um avo va aparecer. Na Assembleia, nao caberao duzentas almas. No estadio 24 de Setembro, sim, mas ha a questao chuva. Assim, nao posse! AAS
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Liberdades que valem mil prisões*
Aos:
Deputados da Nação,
Procurador-Geral da República,
Presidentes da República (interino e eleito)
Primeiro-Ministro
"Tenho saudade de alguns dos meus amigos. Sinto desmedida saudade de gente que conheço (ainda que politicamente estivéssemos nos antípodas) e com quem partilhava mesas de café entre engraxadores de palmo e meio e todo o tipo de pedintes. Hoje, volvidos cinco meses desde os brutais acontecimentos sem memória nas nossas vidas, as lembranças resumem-se a outras conversas, também em mesas de cafés (nem a propósito: este texto foi escrito hoje, da parte da manhã, numa mesa de café e a meio de uma grande desconcentração).
Fomos talhados para sofrer calados. Um a um. E fomos polidos (Deus lá sabe o que faz...) para conviver depois com a canalha nas mesmas mesas tristes dos cafés de Bissau. Cento e cinquenta dias depois, sentado numa mesa de café, ainda tenho amigos lá longe. Amigos que o tempo levou e que nem uma feliz coincidência ou uma brisa mais fria atreve trazer de volta.
A liberdade destes meus amigos valem-me mil prisões. Em que País vivemos, afinal? Que Justiça almejamos? Onde estão os nosso remorsos? Qual o verde que nos empolga mais? – o da nossa bandeira ou o dos vastos arrozais? Que desconforto é esse que chega ao ponto de nos animar e que festejamos?
Por que é que esses meus amigos não regressam? Quem lhes tolhe tal direito, e com que direito mesmo? Onde está o Procurador-Geral da República? E os Deputados da Nação? Que é feito do Presidente da República interino? E o Presidente eleito, o que lhe apraz dizer? Quem é que nós, guineenses, elegemos nas urnas? Mas que merda de País é este?"
P.S. - Numa acção/missão espectacular, vou substituir a bandeira que está na Presidência do Conselho de Ministros por uma do Ditadura do Consenso. E porquê? Porque nos foi imposta uma ditadura, e nós, em consenso, acolhemo-la.
(*) Dedico este texto a todos os guineenses que, vitimados pela calúnia, pela brutalidade e pela força das armas, estao longe do seu País. AAS
Deputados da Nação,
Procurador-Geral da República,
Presidentes da República (interino e eleito)
Primeiro-Ministro
"Tenho saudade de alguns dos meus amigos. Sinto desmedida saudade de gente que conheço (ainda que politicamente estivéssemos nos antípodas) e com quem partilhava mesas de café entre engraxadores de palmo e meio e todo o tipo de pedintes. Hoje, volvidos cinco meses desde os brutais acontecimentos sem memória nas nossas vidas, as lembranças resumem-se a outras conversas, também em mesas de cafés (nem a propósito: este texto foi escrito hoje, da parte da manhã, numa mesa de café e a meio de uma grande desconcentração).
Fomos talhados para sofrer calados. Um a um. E fomos polidos (Deus lá sabe o que faz...) para conviver depois com a canalha nas mesmas mesas tristes dos cafés de Bissau. Cento e cinquenta dias depois, sentado numa mesa de café, ainda tenho amigos lá longe. Amigos que o tempo levou e que nem uma feliz coincidência ou uma brisa mais fria atreve trazer de volta.
A liberdade destes meus amigos valem-me mil prisões. Em que País vivemos, afinal? Que Justiça almejamos? Onde estão os nosso remorsos? Qual o verde que nos empolga mais? – o da nossa bandeira ou o dos vastos arrozais? Que desconforto é esse que chega ao ponto de nos animar e que festejamos?
Por que é que esses meus amigos não regressam? Quem lhes tolhe tal direito, e com que direito mesmo? Onde está o Procurador-Geral da República? E os Deputados da Nação? Que é feito do Presidente da República interino? E o Presidente eleito, o que lhe apraz dizer? Quem é que nós, guineenses, elegemos nas urnas? Mas que merda de País é este?"
P.S. - Numa acção/missão espectacular, vou substituir a bandeira que está na Presidência do Conselho de Ministros por uma do Ditadura do Consenso. E porquê? Porque nos foi imposta uma ditadura, e nós, em consenso, acolhemo-la.
(*) Dedico este texto a todos os guineenses que, vitimados pela calúnia, pela brutalidade e pela força das armas, estao longe do seu País. AAS
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Os ameaçados da terra
Tinha escrito ha dias que so voltaria a blogar quando o Procurador-Geral da Republica fosse novamente alvo de ameaças.
Hoje, a intuiçao levou-me a ele. Peço perdao, a eles: Luis Manuel Cabral, PGR, e o deputado acossado pela tropa e pelos Serviços de Informaçoes do Estado, Francisco Conduto de Pina estavam no passeio da agência de viagens do deputado, em amena cavaqueira!
Na desgraça, mesmo os inimigos (ainda que de outrora) se tornam amigos.
Do que falaram? Nao sei, mas presumo que Luis Manuel Cabral tenha ido solidarizar-se com Conduto de Pina.
Esta claro: nada mais pode o PGR garantir ao deputado! E ele sabe-o tao bem quanto eu. AAS
Hoje, a intuiçao levou-me a ele. Peço perdao, a eles: Luis Manuel Cabral, PGR, e o deputado acossado pela tropa e pelos Serviços de Informaçoes do Estado, Francisco Conduto de Pina estavam no passeio da agência de viagens do deputado, em amena cavaqueira!
Na desgraça, mesmo os inimigos (ainda que de outrora) se tornam amigos.
Do que falaram? Nao sei, mas presumo que Luis Manuel Cabral tenha ido solidarizar-se com Conduto de Pina.
Esta claro: nada mais pode o PGR garantir ao deputado! E ele sabe-o tao bem quanto eu. AAS
Da Islândia, com calor
"Olá Aly!
Parabéns pelo seu Blogue. Nao podia surgir outro melhor no ambito da informação, da formação e do entretenimento.
Adoro o blogue, é simplesmente espectacular... Tudo nele se aproveita. Soube de si há alguns anos, mas do blogue somente nos últimos sete meses. Muito obrigado.
Já o recomentdei a todos quanto pude. O meu nome é Demba, tambem um compatriota seu, e vivo na Islândia.
Parabéns e muitos anos de vida, nha ermon. Até à proxima.
Demba"
Muito obrigado, Demba. Um abraço desde Bissau. Aly
Parabéns pelo seu Blogue. Nao podia surgir outro melhor no ambito da informação, da formação e do entretenimento.
Adoro o blogue, é simplesmente espectacular... Tudo nele se aproveita. Soube de si há alguns anos, mas do blogue somente nos últimos sete meses. Muito obrigado.
Já o recomentdei a todos quanto pude. O meu nome é Demba, tambem um compatriota seu, e vivo na Islândia.
Parabéns e muitos anos de vida, nha ermon. Até à proxima.
Demba"
Muito obrigado, Demba. Um abraço desde Bissau. Aly
Letter from Brussels
“Gostei da tua arte. Revisitei o teu toque e gostei muito. Certamente já levaste muitas no quarto dos quadros... pareces um poço de eterna esperança quando escreves, mas a tua arte trai-te: perdes a esperança. Mesmo colorida, ela não é verde... Se estiveres interessado podes ilustrar um conto meu. Penso que o resultado seria sofisticao e bom... depois, era arranjar quem o publicasse. Um abraço do RG”.
Meu caro RG,
“O convite não me surpreende, vindo de ti. E está aceite. E será um prazer. Conhecemo-nos no tempo em que os animais (ainda) não falavam, somos amigos e ainda companheiros condenados a olhar com compaixão para os condenados da nossa terra. Eu aguardo. E enquanto espero, deixo-te um abraço que é extensível à tua família, Aly.
P.S. – A minha arte é isso mesmo: arte que deveria ser. Aly”
Uma profissão “estranha”
“Acho a tua profissão deveras estranha. O que achas? Um abraço, D.”
“D.,
Algumas pessoas acham a (minha) profissão de jornalista “estranha”. E eu fui ao ponto de pensar se devia mudar de profissão. Há um momento na vida de cada um em que paramos e nos perguntamos se o que estamos a fazer tem algum propósito.
Devo a um amigo a minha primeira palestra em Bissau - dada a alunos pré-universitários - para falar da minha experiência enquanto jornalista e acabei a fazer campanha política, o que deixou o professor ‘alarmado’. Isso deu azo a muita gargalhada dentro da sala, mas os alunos colaboraram bastante o que tornou a situação, digamos assim, tolerável.
Depois da aula, e já fora da sala, fui automaticamente cercado por cerca de vinte alunos, o que me assustou bastante. Na aula, tremia que nem uma vara verde. Foi a gota de água que faltava. Ou seja, palestras não são comigo. Nunca me imaginei a dar palestras longas, cansativas, divagantes e esotéricas.
Durante a guerra de 1998/99, fui convidado, na qualidade de jornalista do semanário «O Independente», e de guineense, para ser orador uma conferência na Universidade do Algarve. A coisa até que correu bem uma vez que, no final, o reitor pediu-me que oferecesse a minha comunicação à Universidade, o que fiz com muito prazer e não menos orgulho. E foi ainda enviada uma carta de agradecimento qo jornal, enaltecendo a minha intervenção no campus.
Outra vez fui até abordado para leccionar numa universidade de Bissau. Adorava de facto aquela ideia apaixonante de ensinar, mas rapidamente conclui que, no fundo, eu também não era um académico. Posto isto, deixa-me mas é ir lixar outros. E tu devias fazer o mesmo. AAS”
“D.,
Algumas pessoas acham a (minha) profissão de jornalista “estranha”. E eu fui ao ponto de pensar se devia mudar de profissão. Há um momento na vida de cada um em que paramos e nos perguntamos se o que estamos a fazer tem algum propósito.
Devo a um amigo a minha primeira palestra em Bissau - dada a alunos pré-universitários - para falar da minha experiência enquanto jornalista e acabei a fazer campanha política, o que deixou o professor ‘alarmado’. Isso deu azo a muita gargalhada dentro da sala, mas os alunos colaboraram bastante o que tornou a situação, digamos assim, tolerável.
Depois da aula, e já fora da sala, fui automaticamente cercado por cerca de vinte alunos, o que me assustou bastante. Na aula, tremia que nem uma vara verde. Foi a gota de água que faltava. Ou seja, palestras não são comigo. Nunca me imaginei a dar palestras longas, cansativas, divagantes e esotéricas.
Durante a guerra de 1998/99, fui convidado, na qualidade de jornalista do semanário «O Independente», e de guineense, para ser orador uma conferência na Universidade do Algarve. A coisa até que correu bem uma vez que, no final, o reitor pediu-me que oferecesse a minha comunicação à Universidade, o que fiz com muito prazer e não menos orgulho. E foi ainda enviada uma carta de agradecimento qo jornal, enaltecendo a minha intervenção no campus.
Outra vez fui até abordado para leccionar numa universidade de Bissau. Adorava de facto aquela ideia apaixonante de ensinar, mas rapidamente conclui que, no fundo, eu também não era um académico. Posto isto, deixa-me mas é ir lixar outros. E tu devias fazer o mesmo. AAS”
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Nao tenho maos para o blogue...
... E so volto a escrever quando ameaçarem novamente o Procurador-Geral da Republica! Porra para isto - ou seja, para as ameaças. AAS
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Últimas - ou, 'já volto'
- Luis Manuel Cabral, Procurador-Geral da República, foi ameaçado de morte via telefone (já somos muitos...). E comenta tentativa de prisão do deputado Conduto de Pina: "Nenhuma outra entidade (leia-se militares) pode intervir no processo, uma vez que foi entregue ao Ministério Público". Sobre a suposta entrada de militares na Diocese, alerta: "A Santa Sé é um Estado dentro do nosso Estado. Isto pode trazer-nos problemas diplomáticos (com o Estado do Vaticano)";
- Obras do Palácio do Governo (a maior casa de banho do mundo) e do Hospital Militar - estão paradas. Greve de operários pelo aumento do salário por hora de trabalho. Aki a gato (estamos juntos). Justino já cantara "greve pa mindjoria, na cabantada pa no sinta sabi". Houve tiros para o ar e tudo. Ah, valentes. AAS
- Obras do Palácio do Governo (a maior casa de banho do mundo) e do Hospital Militar - estão paradas. Greve de operários pelo aumento do salário por hora de trabalho. Aki a gato (estamos juntos). Justino já cantara "greve pa mindjoria, na cabantada pa no sinta sabi". Houve tiros para o ar e tudo. Ah, valentes. AAS
Perdemos um politico; teremos ganho um... Padre?
Dantes era o edificio das Naçoes Unidas. A estadia era gratuita, a segurança relativa (aqui, nao ha imunidade que salve ninguém).
Hoje, o albergue da moda é a Diocese de Bissau. Por tudo e por nada, ala que Deus esta à espera.
Conduto de Pina foi ilibado pelos tribunais mas a tropa nao se conforma: sabado, la lhe foram incomodar de novo. A soluçao foi, uma vez mais, a Diocese de Bissau, que, por este andar la tera que começar a fazer render as instalaçoes.
O Pais pode ter perdido um politico mas em contrapartida pode ter ganho um...diacono, um padre, eu sei la!!! Alguém cantou em tempos: 'Si mortu di partido panhau, nin bu raiz ka na fica'. AAS
Hoje, o albergue da moda é a Diocese de Bissau. Por tudo e por nada, ala que Deus esta à espera.
Conduto de Pina foi ilibado pelos tribunais mas a tropa nao se conforma: sabado, la lhe foram incomodar de novo. A soluçao foi, uma vez mais, a Diocese de Bissau, que, por este andar la tera que começar a fazer render as instalaçoes.
O Pais pode ter perdido um politico mas em contrapartida pode ter ganho um...diacono, um padre, eu sei la!!! Alguém cantou em tempos: 'Si mortu di partido panhau, nin bu raiz ka na fica'. AAS
domingo, 16 de agosto de 2009
Presidente Prozac?
“N.,
Obrigado pelas tuas palavras (tomei boa nota).
Antes de mais, um lead para esclarecer:
- Eu não ganhei a vida que levo, ao contrário do que escreveste – escolhi-a. Uma vida espartana, quase banal. E no entanto, não estou minimamente arrependido das escolhas que fiz. Adapto-me bem a qualquer situação, em qualquer lado. E que merda de vida eu levo!
Nha ermon,
O teu problema, eu sei, é outro. É este Presidente que vocês elegeram! Mas também o Governo (e não sei se o parlamento...).
Amigo, começo com o Governo. Existem três formas de governar - contra uns, contra todos ou contra ninguém. O teu primeiro-ministro começou mal: perdeu-se, engordou o Executivo como nunca se viu e, depois, não conseguiu encontrar o meio-termo. E depois? Bem, depois escolheu a via da confrontação. Começou por confrontar uma pessoa, depois confrontou mais uns quantos e agora está a confrontar toda a gente ao mesmo tempo. Isto, até que lhe confrontem. Não maina. I ta tarda nan son.
Quanto ao presidente eleito:
No próximo dia 8 de Setembro, a Presidência da República conhecerá um novo inquilino. É indesmentível (mesmo que para muitos seja inconfessável) que todo o País (e não apenas os 63% que elegeram Bacai Sanha) aguarda com expectativa.
Para trás, ficam quatro anos de uma presidência sempre no fio da navalha, fruto da eterna desconfiança cultivada, do ódio enraizado. Entraram em 1973. Eles – os desgraçados - e as suas armas.
Em contraponto com este período de acentuado e penoso declínio, ou talvez precisamente por causa dele, Bacai Sanha chega à Presidência como símbolo de uma ‘renovada esperança’. Dele se espera que cumpra muitos dos sonhos que os guineenses nunca sequer sonharam. Dele se espera que, mais do que uma colaboração construtiva com o primeiro-ministro, que seja o verdadeiro inspirador e mentor da acção governativa deste. Dele se espera, ainda, que seja uma reserva de bom senso e um farol da arte de bem governar.
Porém, qualquer aprendiz de ciência política compreende que o Presidente guineense não tem, pura e simplesmente, margem constitucional para almejar tamanha responsabilidade. Imaginar o contrário, meu caro, seria de uma ingenuidade desarmante.
Claro que a imbecilidade, por si só, não mata ninguém. O grave é que o sentimento é igualmente perigoso. Precisamente porque Bacai Sanha não será, não pode ser, a solução de que o País precisa. Funcionará, quando muito, como um temporário Prozac para a Nação: passada a euforia inicial, afastado durante algum tempo o sintoma, o País acabará inevitavelmente por se confrontar consigo mesmo. E como qualquer psiquiatra explicará, a depressão que se seguirá só pode ser mais severa e, em igual proporção, devastadora.
Mas nós somos mesmo assim: perversos. Temos aquela tendência reiterada para esperar homens providenciais. Temos talvez uma crença doentia num qualquer deus que projecta para fora de nós próprios a responsabilidade pelo nosso destino enquanto Povo. E a projecção não é mais do que a melhor garantia de que, no essencial, tudo continuará como dantes.
P.S. 1 - Uma coisa: quando morrer não vou para o céu (soube de fonte segura).
P.S. 2 – Outra coisa: Ontem, alguém com me cruzei por acaso disse-me: “Chegamos ao ponto de alguém desaparecer e ninguém ir à esquadra. Vão directamente aos hospitais e às morgues”. Como doeu! AAS
sábado, 15 de agosto de 2009
Take#3: 34 anu, 55 djinti(u)s
´
Cinquenta e cinco(!) militares guineenses deslocam-se amanha à Líbia para participar no 34º aniversario da revolução líbia convidados pelo Presidente Muammar Kadafi, revelou hoje o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas interino, Zamora Induta. No total, 50 soldados e cinco oficiais. Zamora Induta, CEMGFA, disse que o convite demonstra o "nível de boas relações" entre a Guiné-Bissau e a Líbia.
Por cá tudo bem, mas...
Sobre a situação militar no país, o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas interino, afirmou que está dentro da normalidade própria do país. "Está calma, mas os problemas também não faltam, porque os guineenses são assim, até deixam entender que há cenários diferentes, cada dia que saímos de um cenário, no dia a seguir acontece mais outro. Mas podemos dizer que a situação no geral está calma e está controlada", disse Induta. AAS
Cinquenta e cinco(!) militares guineenses deslocam-se amanha à Líbia para participar no 34º aniversario da revolução líbia convidados pelo Presidente Muammar Kadafi, revelou hoje o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas interino, Zamora Induta. No total, 50 soldados e cinco oficiais. Zamora Induta, CEMGFA, disse que o convite demonstra o "nível de boas relações" entre a Guiné-Bissau e a Líbia.
Por cá tudo bem, mas...
Sobre a situação militar no país, o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas interino, afirmou que está dentro da normalidade própria do país. "Está calma, mas os problemas também não faltam, porque os guineenses são assim, até deixam entender que há cenários diferentes, cada dia que saímos de um cenário, no dia a seguir acontece mais outro. Mas podemos dizer que a situação no geral está calma e está controlada", disse Induta. AAS
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Faustino Imbali foi libertado "por razões humanitárias". Outros foram-no por motivos eleitoralistas... Assim vai o mundo.
"O antigo primeiro-ministro guineense, Faustino Imbali, acusado de tentativa de golpe de Estado, tem autorização do juiz para fazer tratamento médico no estrangeiro, mas o Ministério Publico exige uma caução de 7,6 mil euros que o seu advogado considera exagerada.
Faustino Imbali encontra-se detido na prisão da primeira esquadra em Bissau há mais de um mês e, segundo o seu advogado,"sofre de graves problemas da saúde, necessitando de tratamento médico especializado" no estrangeiro.
De acordo com Silvestre Alves, o antigo primeiro-ministro tem "várias maleitas", nomeadamente fracturas em vários dedos das duas mãos e "outros problemas de saúde". Agência LUSA
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
N'ka sibi quê, n'ka sabi quê...Viva MTN!
O avental que a MTN distribuiu pelos seus revendedores, é bonito, tem compartimentos para guardar cartões e dinheiro, mas, como não há bela sem senão...é miti iagu:
- VENDADOR autorizado... Eu, no lugar de uma respeitável senhora, fugia a sete pés dos revendendores MTN - ainda por cima os 'autorizados'. Bom, mas há quem goste... Ai, ai, ai. AAS
Pára de ganir...
"Conta-me lá, ó G: Vão fazer a reforma como? Vão reformar quem? Alguém que entrega uma arma e...tem três enterradas no quintal? Vai ver se estou na ponte e não chateies! Esta reforma da segurança e da defesa ou lá o que é, será um FLOP! Aliás, acho mesmo que deveriam, primeiro, mandar para a reforma, os reformadores! Period." AAS
Hora tchiga...pa ba kau berde
Depois de uma estafante campanha eleitoral, depois de afogado em tudo o que era beira-rio, depois de... eis que chega a hora do descanso do guerreiro.
MALAM BACAI SANHA parte hoje para Cabo Verde, com livre despesa. O comandante e homólogo Pedro Pires paga tudo. Descanso incluido. Happy holliday Mr. President. AAS
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Fujam todos. Das prisões e das reformas...
- Parece que pegou de estaca. Duas prisoes (Bafata e Mansoa) estao a ser reabilitadas. Os presos que definham na 1a esquadra de Bissau (traseiras da fortaleza d'Amura) serao transferidos para Mansoa.
Em Setembro, chega uma equipa de técnicos brasileiros para trabalhar no projecto de uma prisao de alta segurança nos arredores de Bissau.
Depois, entregam o projecto de arquitectura e o orçamento para a sua execuçao, cabendo ao Governo e à ONUDC, organismo das Naçoes Unidas de combate ao trafico de drogas;
- A Reforma do sector da Defesa e da Segurança anda pelas ruas da amargura. Na passada semana, Zamora Induta tomou o Verastegui de ponta, reclamando pela demora da coisa. Este ripostou, visivelmente: "Nada se pode fazer num dia".
E eu, que nao sou bombeiro..., ponho mais achas na fogueira: Sr., general, e dois aninhos parecem-lhe... um dia? AAS
Em Setembro, chega uma equipa de técnicos brasileiros para trabalhar no projecto de uma prisao de alta segurança nos arredores de Bissau.
Depois, entregam o projecto de arquitectura e o orçamento para a sua execuçao, cabendo ao Governo e à ONUDC, organismo das Naçoes Unidas de combate ao trafico de drogas;
- A Reforma do sector da Defesa e da Segurança anda pelas ruas da amargura. Na passada semana, Zamora Induta tomou o Verastegui de ponta, reclamando pela demora da coisa. Este ripostou, visivelmente: "Nada se pode fazer num dia".
E eu, que nao sou bombeiro..., ponho mais achas na fogueira: Sr., general, e dois aninhos parecem-lhe... um dia? AAS
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
N'bê, no ka pudi diskuda nin un bokadinhu...
... E o Governo, truca, truca, truca! La nos foram ao pacote de novo. Preços dos combustiveis voltam a subir, e baixamos as calças. Truca, truca, truca!
- Gasolina: 617 fcfa
- Gasoleo: 530 fcfa
Son pa sufri. Fazer o quê mesmo, nê? AAS
- Gasolina: 617 fcfa
- Gasoleo: 530 fcfa
Son pa sufri. Fazer o quê mesmo, nê? AAS
Disco pedido
- P. indignou-se...:
"Aly, tens ideia de que ha conteúdos no teu blogue, ainda que poucos, a roçar a porcaria?"
- O Aly riu-se...:
"Olá P., então não tenho? Mas a liberdade de expressão quer dizer isto mesmo: que se pode publicar não só aquilo que apreciamos mas também o que detestamos.
A única coisa que muda com a 'porcaria' que é Ditadura do Consenso é que os ofendidos ameaçam, às vezes, muito poucas até, responder com armas e não apenas com indignação e/ou tribunais.
É que na minha cultura existe o direito a publicar porcarias - ainda que poucas. E ainda bem que assim é. O teu e-mail (perdoa-me a ousadia ou a porcaria) reflecte o País que somos. O País presente e, se tivermos o azar de lá chegar, o futuro. O único consolo que me resta? O nao haver vida eterna... AAS"
"Aly, tens ideia de que ha conteúdos no teu blogue, ainda que poucos, a roçar a porcaria?"
- O Aly riu-se...:
"Olá P., então não tenho? Mas a liberdade de expressão quer dizer isto mesmo: que se pode publicar não só aquilo que apreciamos mas também o que detestamos.
A única coisa que muda com a 'porcaria' que é Ditadura do Consenso é que os ofendidos ameaçam, às vezes, muito poucas até, responder com armas e não apenas com indignação e/ou tribunais.
É que na minha cultura existe o direito a publicar porcarias - ainda que poucas. E ainda bem que assim é. O teu e-mail (perdoa-me a ousadia ou a porcaria) reflecte o País que somos. O País presente e, se tivermos o azar de lá chegar, o futuro. O único consolo que me resta? O nao haver vida eterna... AAS"
Ideias de (A)fundaçao?
O presidente eleito reuniu-se com o MAMBAS - Movimento de Apoio a Malam Bacai Sanha (fundado pouco depois do assalto ao quartel de Tite, em 1963...).
Para ja, a ideia é perpetuar o unico movimento civico, partidario, que, de derrota em derrota, acompanhou Bacai até à conquista da presidência, mas com a ajuda preciosa da Libia entre outros.
Parece agora que ha outros planos. "Apenas lancei a ideia de uma fundaçao", disse o PR eleito.
As suas ideias sao ordens, camarada Bacai. Apenas este conselho: nao convém delirar muito com a fundaçao. E a afundaçao em que o Pais se encontra? AAS
Para ja, a ideia é perpetuar o unico movimento civico, partidario, que, de derrota em derrota, acompanhou Bacai até à conquista da presidência, mas com a ajuda preciosa da Libia entre outros.
Parece agora que ha outros planos. "Apenas lancei a ideia de uma fundaçao", disse o PR eleito.
As suas ideias sao ordens, camarada Bacai. Apenas este conselho: nao convém delirar muito com a fundaçao. E a afundaçao em que o Pais se encontra? AAS
Ultima hora
- Funeral de Vital Incopté é hoje, às 16h. Policia Judiciaria prendeu FRANKLIN ANTONIO SILVA, suspeito da agressao que levou à morte do director geral:
- Silvestre Alves, Advogado de Faustino Imbali poe em causa acordao do Supremo Tribunal de Justiça que confirmou a prisao preventiva: "Se ha gente implicada a passear na praça, como é que o meu constituinte fica preso, onde esta o perigo de fuga? O STJ precisa de uma frande limpeza, porque poe em causa a dignidade da Justiça";
- 124.000 toneladas, é a quantidade de castanha de caju ja exportada. A maior de sempre.
AAS
- Silvestre Alves, Advogado de Faustino Imbali poe em causa acordao do Supremo Tribunal de Justiça que confirmou a prisao preventiva: "Se ha gente implicada a passear na praça, como é que o meu constituinte fica preso, onde esta o perigo de fuga? O STJ precisa de uma frande limpeza, porque poe em causa a dignidade da Justiça";
- 124.000 toneladas, é a quantidade de castanha de caju ja exportada. A maior de sempre.
AAS
O meu poema preferido
"As mãos de outros
São as mãos de outros que cultivam a comida que comemos
Que cosem as roupas que vestimos,
Que constroem as casas que habitamos.
São as mãos de outros que nos cuidam quando estamos doentes
E que nos erguem quando caimos;
São as mãos dos outros que nos levantam do berço
E finalmente nos descem para o túmulo
James Stockinger"
domingo, 9 de agosto de 2009
Dirigente do PRS assassinado à catanada
O director geral do Ministério da Funçao Publica, Emprego e Formaçao Profissional, e militante do PRS dr. VITAL PEREIRA INCOPTÉ, foi ontem brutalmente assassinado à catanada (três golpes profundos na cabeça, e um no braço). Tudo aconteceu por volta das 21 horas, no espaço Lenox, no bairro d'Ajuda, quando o malogrado estava no interior do cybercafé.
A falta de assistência no local e a chegada, muito tempo depois, da equipa de socorro, levou à morte deste jovem quadro nacional.
A policia Judiciaria, que tomou conta da ocorrência, tem ja na sua posse alguns suspeitos, entre eles estao guardas que faziam serviço neste estabelecimento de diversao. Paz à sua alma. AAS
A falta de assistência no local e a chegada, muito tempo depois, da equipa de socorro, levou à morte deste jovem quadro nacional.
A policia Judiciaria, que tomou conta da ocorrência, tem ja na sua posse alguns suspeitos, entre eles estao guardas que faziam serviço neste estabelecimento de diversao. Paz à sua alma. AAS
sábado, 8 de agosto de 2009
E esta, hein? Carago!
"Falta excitador à televisão pública
A Televisão da Guiné-Bissau (TGB) está há três meses sem emissão regular devido a uma avaria no emissor que custa 150 mil euros, verba que o director-geral da estação, Eusébio Nunes, diz não possuir.
Há três meses que a TGB, única estação de televisão na Guiné-Bissau, emite escassas horas durante a noite, limitando-se a poucas notícias do telejornal e alguma publicidade.
À Agência Lusa, Eusébio Nunes explicou que a avaria no excitador do emissor (aparelho que propaga o sinal) é só parte de um "conjunto de problemas" que afectam a TGB ao ponto de os trabalhadores da estação admitirem o seu encerramento temporário.
"A avaria (no excitador) é parte de um conjunto de problemas que já existe há muitos anos. Há equipamentos que foram descontinuados, porque estão em funcionamento há vinte anos sem manutenção e as fábricas onde foram produzidos já não existem", contou o director-geral da TGB.
Eusébio Nunes deu o exemplo do excitador do emissor agora avariado mas que não pode ser substituído porque a fábrica onde foi fabricado já não existe.
O problema, referiu ainda o director da TGB, foi mais visível na campanha eleitoral para as eleições presidenciais recentemente realizadas no país, durante a qual a televisão praticamente não emitiu.
O excitador avariado foi enviado para Portugal na esperança de ser reparado pela RTP, mas chegou-se a conclusão que era melhor comprar um emissor novo, só que os custos apresentados ao Governo, 40 mil euros, afinal não correspondem ao preço real do mercado.
"O Governo arranjou esse valor, contactou-se a fábrica, só que esta já tinha sido encerrada há cinco anos. O Governo contactou um novo fornecedor que lhe indicou que um emissor novo ronda 150 mil euros", explicou Eusébio Nunes.
O Governo está agora em contacto com uma empresa espanhola e Eusébio Nunes espera que dentro de uma semana a "situação fique resolvida".
Até lá a televisão vai funcionando com uma câmara, uma unidade de montagem e uma máquina na "régie".
"Em todas as áreas há problemas: na central técnica, na régie de áudio e de vídeo, só temos uma unidade de edição com uma ilha de montagem... Torna-se difícil fazer televisão", afirmou o director da TGB.
"O telejornal é feito com uma máquina. Se não alinharmos as notícias numa única cassete, o apresentador tem que ler lento para que o técnico possa trocar de cassetes", contou.
Os estúdios da televisão não puderam ser visitados pela Lusa, "porque não há electricidade e a sala está escura".
O comité dos trabalhadores já colocou a hipótese de a estação ser encerrada até que haja condições de funcionamento. O director-geral da TGB concorda com a ideia, mas julga que o Governo nem quer ouvir falar desse cenário, devido a um imperativo constitucional.
"A constituição diz que o país deve ter uma televisão, uma rádio, uma agência de notícias e um jornal do Estado", declarou o director-geral da TGB, que tem esperança nos contactos que as autoridades de Bissau têm feito junto do Governo de Angola para resolver o problema.
Lusa/Mussá Baldé"
A Televisão da Guiné-Bissau (TGB) está há três meses sem emissão regular devido a uma avaria no emissor que custa 150 mil euros, verba que o director-geral da estação, Eusébio Nunes, diz não possuir.
Há três meses que a TGB, única estação de televisão na Guiné-Bissau, emite escassas horas durante a noite, limitando-se a poucas notícias do telejornal e alguma publicidade.
À Agência Lusa, Eusébio Nunes explicou que a avaria no excitador do emissor (aparelho que propaga o sinal) é só parte de um "conjunto de problemas" que afectam a TGB ao ponto de os trabalhadores da estação admitirem o seu encerramento temporário.
"A avaria (no excitador) é parte de um conjunto de problemas que já existe há muitos anos. Há equipamentos que foram descontinuados, porque estão em funcionamento há vinte anos sem manutenção e as fábricas onde foram produzidos já não existem", contou o director-geral da TGB.
Eusébio Nunes deu o exemplo do excitador do emissor agora avariado mas que não pode ser substituído porque a fábrica onde foi fabricado já não existe.
O problema, referiu ainda o director da TGB, foi mais visível na campanha eleitoral para as eleições presidenciais recentemente realizadas no país, durante a qual a televisão praticamente não emitiu.
O excitador avariado foi enviado para Portugal na esperança de ser reparado pela RTP, mas chegou-se a conclusão que era melhor comprar um emissor novo, só que os custos apresentados ao Governo, 40 mil euros, afinal não correspondem ao preço real do mercado.
"O Governo arranjou esse valor, contactou-se a fábrica, só que esta já tinha sido encerrada há cinco anos. O Governo contactou um novo fornecedor que lhe indicou que um emissor novo ronda 150 mil euros", explicou Eusébio Nunes.
O Governo está agora em contacto com uma empresa espanhola e Eusébio Nunes espera que dentro de uma semana a "situação fique resolvida".
Até lá a televisão vai funcionando com uma câmara, uma unidade de montagem e uma máquina na "régie".
"Em todas as áreas há problemas: na central técnica, na régie de áudio e de vídeo, só temos uma unidade de edição com uma ilha de montagem... Torna-se difícil fazer televisão", afirmou o director da TGB.
"O telejornal é feito com uma máquina. Se não alinharmos as notícias numa única cassete, o apresentador tem que ler lento para que o técnico possa trocar de cassetes", contou.
Os estúdios da televisão não puderam ser visitados pela Lusa, "porque não há electricidade e a sala está escura".
O comité dos trabalhadores já colocou a hipótese de a estação ser encerrada até que haja condições de funcionamento. O director-geral da TGB concorda com a ideia, mas julga que o Governo nem quer ouvir falar desse cenário, devido a um imperativo constitucional.
"A constituição diz que o país deve ter uma televisão, uma rádio, uma agência de notícias e um jornal do Estado", declarou o director-geral da TGB, que tem esperança nos contactos que as autoridades de Bissau têm feito junto do Governo de Angola para resolver o problema.
Lusa/Mussá Baldé"
Ainda sobre a… «1ªasneira»!
"Não se tratando propriamente de uma resposta mas de corresponder a uma solicitação, farei ‘perceber a implicância’ AO CIDADÃO DE MELHOR MEMÓRIA E FUTURO! Afinal, ainda está por contar a história do PAIGC? - Entre a Guiné-Bissau e Cabo Verde afinal, … QUEM DEVE A QUEM?! Fazendo apelo à sua brilhante memória, lembro-lhe de que nos primórdios da colonização a Guiné-Bissau foi invadida por administradores e cipaios, ao serviço da metrópole.
Mas há mais! As tímidas tentativas de uma meia-dúzia dos de ‘boa memória’ que pensavam puder tomar de assalto o país no pôs-independência, e que tiveram que se virar para relatos ‘macaronaises e/ou europeus de terceira’. Sinceramente, aconselhá-lo-ia a olhar para os «gestos» de Cabo-Verde, não na prespectiva de ‘dívidas’ mas como uma forma de RECONHECIMENTO (tardio). Pois…meu caro, se fossemos a falar de dívidas e ingratidões, poderíamos acordar os mortos e o Pedro Pires voltaria ao silêncio.
A luta pela libertação contra o colonialismo português, seus administradores e cipaios decorreu em território nacional e foi conquistada por guineenses que nas FRENTES DE BATALHA deixaram para a história de Àfrica mensagens de dignidade que novas as gerações políticas guineenses não mais deixarão ‘renegociar’. A Guiné-Bissau é um Estado e deve comportar-se como tal!
Talvez espíritos saudosistas ou de algum complexo luso-macaronaise o tivesse levado a exteriorizar o que lhe vai na alma... «achando uma boa atitude do Malam Bacai Sanha, já que não se pode ser ingrato!?» - mas, acredite que esse raciocínio é apenas para CONSUMO INTERNO DAS ILHAS. Consulte a rota da digressão ‘apressada’ de Malam Bacai: Senegal, Gâmbia, Angola e depois Cabo-Verde. É imperioso irradicar do figurino ético-deontológico dos Estados esse tipo de gestos que já NÃO fazem parte da ciência política do séc.XXI. Pense nisso e passe bem!
MP"
Mas há mais! As tímidas tentativas de uma meia-dúzia dos de ‘boa memória’ que pensavam puder tomar de assalto o país no pôs-independência, e que tiveram que se virar para relatos ‘macaronaises e/ou europeus de terceira’. Sinceramente, aconselhá-lo-ia a olhar para os «gestos» de Cabo-Verde, não na prespectiva de ‘dívidas’ mas como uma forma de RECONHECIMENTO (tardio). Pois…meu caro, se fossemos a falar de dívidas e ingratidões, poderíamos acordar os mortos e o Pedro Pires voltaria ao silêncio.
A luta pela libertação contra o colonialismo português, seus administradores e cipaios decorreu em território nacional e foi conquistada por guineenses que nas FRENTES DE BATALHA deixaram para a história de Àfrica mensagens de dignidade que novas as gerações políticas guineenses não mais deixarão ‘renegociar’. A Guiné-Bissau é um Estado e deve comportar-se como tal!
Talvez espíritos saudosistas ou de algum complexo luso-macaronaise o tivesse levado a exteriorizar o que lhe vai na alma... «achando uma boa atitude do Malam Bacai Sanha, já que não se pode ser ingrato!?» - mas, acredite que esse raciocínio é apenas para CONSUMO INTERNO DAS ILHAS. Consulte a rota da digressão ‘apressada’ de Malam Bacai: Senegal, Gâmbia, Angola e depois Cabo-Verde. É imperioso irradicar do figurino ético-deontológico dos Estados esse tipo de gestos que já NÃO fazem parte da ciência política do séc.XXI. Pense nisso e passe bem!
MP"
Alimária (excertos)
Por: Ricardo Godinho Gomes
Nota do autor
O contexto à volta do qual se desenrola a trama d`Alimária é actual, inspirado nas estórias do dia-a-dia que acabam fazendo a História dos sujeitos- e dos povos que estes formam.
A trama inspira-se num universo africano, num qualquer país da África lusófona, a partir da segunda metade do século XX. Um narrador, a «Kykia », inicia-nos na estória. Pouco ou nada fala, sendo o olho que a todos observa. Dele, que se considera o vigia da natureza humana e dos seus mais profundos recantos, virá o cimento moral da peça. É ele quem nos introduz na trama e é ele quem, dela, nos faz sair sem jamais pretender nela participar ou se imiscuir. «Um vigia apenas observa, nunca adjectiva»; ele conduz-nos à «paradimensão»- ao subterrâneo- da natureza humana: introduz--nos na dimensão animal do Homem!
A política, como espelho das interacções que regem o tecido social, um dos expoentes desse tecido e da vida cultural dos povos, mostra-nos perfeitamente o caminho percorrido por estes e o caminho que ainda falta percorrer. A peça Alimária, escrita por Ricardo Godinho Gomes em 2000 e encenada por Miguel Hurst em 2001, analisa e problematiza o tipo de relação que liga os sujeitos e que acaba cimentar a idiossincrasia dos povos.
Os homens, na terra onde reinam as «alimárias» , por mais competentes que sejam têm que falar a linguagem animal para obter o direito à palavra e à existência. Têm de virar bichos! Caso contrário, são ou esquecidos-calados, amordaçados, silenciados…- ou eliminados.
É esse mundo do não dito, dificilmente explicável mas facilmente perceptível; de imagens que falam somente a meia dúzia de iniciados; da dramatização da vida e da tradição em algo que até hoje tem destruído os bons e preservado os menos bons dentre os homens; de toda essa outra dimensão da vida que deveria ser de apenas de alguns homens mas que tende a impor-se a todos os homens, numa África que luta para se manter ao passo do resto do mundo; é esse mundo das «alimárias» que motivou o autor a escrever a peça que é dedicada a todos os que tiveram os seus princípios e a eles se mantiveram fieis.
Excertos da peça:
Ami qui kikya!
Sou eu o vigia, a coruja que tudo vê e nada faz. Não me cabe a mim o papel do Jambakos, o adivinho que vê o futuro e afasta o mal... o curandeiro que se procura em caso de doença. Procuro na noite o amanhecer. Procuro... só para saber, saber que nasce sem falta o dia de amanhã. Como nasce? Ahm? Isso já não é comigo. Nunca foi, nem o há-de ser!
Apenas canto as estórias no meu grito; estórias de vozes que lamuriam na noite, da cantiga que nasce do amanhecer certo... para morrer num qualquer anoitecer incerto.
E quem em meu canto ouvir uma voz… Então escutou falar a ancestral língua das alimárias; os outros? Ah! Esses passearão as suas vidas pelos dia... que espero, claros de esperança.
Disse-me, à nascença, um velho vigia: «Carregam todos os Homens de Deus, dentro de si um animal... UMA BESTA!!!» Há os que o sabem e os que não o sabem e por isso, entre eles, uns vivem de noite e outros de dia… esquivando-se por entre as suas próprias sombras. Mas dentre todos eles, há sempre um que vive entre uns e outros, de dia e de noite.
Esse, tal como Aquiles… e muitos outros príncipes antigos, foi confiado ao centauro Quirão, para que este o alimentasse e o mantivesse sob a sua disciplina. Esse, por ter tido por preceptor um ser metade animal e metade homem há-de, sempre que houver necessidade, saber usar uma e outra natureza.".
Era, era?
Era certo...
Coitada de Tchoca...
Ela está ali, junto a Santchu, para trabalhar. Dar o seu melhor! Tchoca só pede uma oportunidade para o mostrar, ideias é o que ela julga ter por demais. Quer agir, pô-las em prática. Tchoca não o faz por mera ambição, é mesmo vontade de servir bem os seus.
Bem lá no fundo, Santchu admira o esforço da sua subordinada. Mas ele sabe que as verdades de sua terra ultrapassam as boas vontades de Tchoca, vão um pouco mais além das universidades dos brancos que ela frequentara; vão mais fundo na Alma das gentes. Ele sabe o que a sua directora de gabinete desconhece ainda: a sua terra não é fácil!
Santchu sabe que, com as suas gentes, é infinitamente mais importante aquilo que não se diz... e tão ilusório o que abertamente se diz. Tchoca um dia o há-de saber, Santchu sabe-o e isso o faz sorrir. (C)RGG
Nota do autor
O contexto à volta do qual se desenrola a trama d`Alimária é actual, inspirado nas estórias do dia-a-dia que acabam fazendo a História dos sujeitos- e dos povos que estes formam.
A trama inspira-se num universo africano, num qualquer país da África lusófona, a partir da segunda metade do século XX. Um narrador, a «Kykia », inicia-nos na estória. Pouco ou nada fala, sendo o olho que a todos observa. Dele, que se considera o vigia da natureza humana e dos seus mais profundos recantos, virá o cimento moral da peça. É ele quem nos introduz na trama e é ele quem, dela, nos faz sair sem jamais pretender nela participar ou se imiscuir. «Um vigia apenas observa, nunca adjectiva»; ele conduz-nos à «paradimensão»- ao subterrâneo- da natureza humana: introduz--nos na dimensão animal do Homem!
A política, como espelho das interacções que regem o tecido social, um dos expoentes desse tecido e da vida cultural dos povos, mostra-nos perfeitamente o caminho percorrido por estes e o caminho que ainda falta percorrer. A peça Alimária, escrita por Ricardo Godinho Gomes em 2000 e encenada por Miguel Hurst em 2001, analisa e problematiza o tipo de relação que liga os sujeitos e que acaba cimentar a idiossincrasia dos povos.
Os homens, na terra onde reinam as «alimárias» , por mais competentes que sejam têm que falar a linguagem animal para obter o direito à palavra e à existência. Têm de virar bichos! Caso contrário, são ou esquecidos-calados, amordaçados, silenciados…- ou eliminados.
É esse mundo do não dito, dificilmente explicável mas facilmente perceptível; de imagens que falam somente a meia dúzia de iniciados; da dramatização da vida e da tradição em algo que até hoje tem destruído os bons e preservado os menos bons dentre os homens; de toda essa outra dimensão da vida que deveria ser de apenas de alguns homens mas que tende a impor-se a todos os homens, numa África que luta para se manter ao passo do resto do mundo; é esse mundo das «alimárias» que motivou o autor a escrever a peça que é dedicada a todos os que tiveram os seus princípios e a eles se mantiveram fieis.
Excertos da peça:
Ami qui kikya!
Sou eu o vigia, a coruja que tudo vê e nada faz. Não me cabe a mim o papel do Jambakos, o adivinho que vê o futuro e afasta o mal... o curandeiro que se procura em caso de doença. Procuro na noite o amanhecer. Procuro... só para saber, saber que nasce sem falta o dia de amanhã. Como nasce? Ahm? Isso já não é comigo. Nunca foi, nem o há-de ser!
Apenas canto as estórias no meu grito; estórias de vozes que lamuriam na noite, da cantiga que nasce do amanhecer certo... para morrer num qualquer anoitecer incerto.
E quem em meu canto ouvir uma voz… Então escutou falar a ancestral língua das alimárias; os outros? Ah! Esses passearão as suas vidas pelos dia... que espero, claros de esperança.
Disse-me, à nascença, um velho vigia: «Carregam todos os Homens de Deus, dentro de si um animal... UMA BESTA!!!» Há os que o sabem e os que não o sabem e por isso, entre eles, uns vivem de noite e outros de dia… esquivando-se por entre as suas próprias sombras. Mas dentre todos eles, há sempre um que vive entre uns e outros, de dia e de noite.
Esse, tal como Aquiles… e muitos outros príncipes antigos, foi confiado ao centauro Quirão, para que este o alimentasse e o mantivesse sob a sua disciplina. Esse, por ter tido por preceptor um ser metade animal e metade homem há-de, sempre que houver necessidade, saber usar uma e outra natureza.".
Era, era?
Era certo...
Coitada de Tchoca...
Ela está ali, junto a Santchu, para trabalhar. Dar o seu melhor! Tchoca só pede uma oportunidade para o mostrar, ideias é o que ela julga ter por demais. Quer agir, pô-las em prática. Tchoca não o faz por mera ambição, é mesmo vontade de servir bem os seus.
Bem lá no fundo, Santchu admira o esforço da sua subordinada. Mas ele sabe que as verdades de sua terra ultrapassam as boas vontades de Tchoca, vão um pouco mais além das universidades dos brancos que ela frequentara; vão mais fundo na Alma das gentes. Ele sabe o que a sua directora de gabinete desconhece ainda: a sua terra não é fácil!
Santchu sabe que, com as suas gentes, é infinitamente mais importante aquilo que não se diz... e tão ilusório o que abertamente se diz. Tchoca um dia o há-de saber, Santchu sabe-o e isso o faz sorrir. (C)RGG
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Deixa para lá, é como no cinema
Ao H., e respondendo apenas a uma pequena frase.
- “Não te pesa a consciência, nem um pouco?”.
Passemos então ao meu comentário, cingido apenas à frase supracitada. Não há dúvidas: é uma boa pergunta. Então, nada melhor que uma resposta à altura. Aperta o cinto.
“No meu caso, não. Ainda não passei por nenhuma circunstância em que defender uma posição do Governo violentasse a minha consciência. Quando o Governo faz algo de positivo, bato palmas; quando erra, leva palmadas! Tão simples quanto isso.
Neste País – imagine-se o rídiculo da coisa – aquelas pessoas que estagnaram do cimo da sua mediocridade achando que os outros (os opostos do medíocre, portanto) estão no lugar que devia ser deles. E isso é grave. Grave, porque essa vergonha gera normalmente um destilar de várias coisas más, que depois só nos fazem perder tempo.
A vergonha começa com a incapacidade de comunicar com os outros, o que leva à inveja. E há de chegar a insegurança e, finalmente, a maldade. Não tem que saber, é como quando cai uma peça do dominó...
Mas a verdade, caro H., é que para este povo que ficou décadas parado no tempo, estático, a achar que merecia melhor do que o que tem (ou seja, nada!), azeda para sempre.
E agora? E nós, e o povo? O povo sabe lá se a vida que pensou ser a melhor para ele é sequer boa...quanto mais a melhor! E foi assim, amigo, que nestes anos todos, o povo viveu infeliz e a sua vida, sem saber, também.
Aliás, aposto que no final deste ano (de mais um ano) este mesmo povo vai continuar revoltado com o que não viveu. E conformar-se-á. É como no cinema. Sem arrependimentos. Ah, e eu? Eu espero divertir-me enquanto o caos se desenrola à volta e tudo desmorona.
Abraço,
António Aly Silva"
- “Não te pesa a consciência, nem um pouco?”.
Passemos então ao meu comentário, cingido apenas à frase supracitada. Não há dúvidas: é uma boa pergunta. Então, nada melhor que uma resposta à altura. Aperta o cinto.
“No meu caso, não. Ainda não passei por nenhuma circunstância em que defender uma posição do Governo violentasse a minha consciência. Quando o Governo faz algo de positivo, bato palmas; quando erra, leva palmadas! Tão simples quanto isso.
Neste País – imagine-se o rídiculo da coisa – aquelas pessoas que estagnaram do cimo da sua mediocridade achando que os outros (os opostos do medíocre, portanto) estão no lugar que devia ser deles. E isso é grave. Grave, porque essa vergonha gera normalmente um destilar de várias coisas más, que depois só nos fazem perder tempo.
A vergonha começa com a incapacidade de comunicar com os outros, o que leva à inveja. E há de chegar a insegurança e, finalmente, a maldade. Não tem que saber, é como quando cai uma peça do dominó...
Mas a verdade, caro H., é que para este povo que ficou décadas parado no tempo, estático, a achar que merecia melhor do que o que tem (ou seja, nada!), azeda para sempre.
E agora? E nós, e o povo? O povo sabe lá se a vida que pensou ser a melhor para ele é sequer boa...quanto mais a melhor! E foi assim, amigo, que nestes anos todos, o povo viveu infeliz e a sua vida, sem saber, também.
Aliás, aposto que no final deste ano (de mais um ano) este mesmo povo vai continuar revoltado com o que não viveu. E conformar-se-á. É como no cinema. Sem arrependimentos. Ah, e eu? Eu espero divertir-me enquanto o caos se desenrola à volta e tudo desmorona.
Abraço,
António Aly Silva"
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Felicidade
O post em que um ex-militar português 'do Alentejo' (daquele Alentejo e dos seus jornaleiros a quem Amilcar Cabral dedicou a sua tese de mestrado) teve um final feliz.
Hoje, e filha do Sr. Reis enviou-me um e-mail. Nao fiz perguntas na minha resposta. Fico feliz - eu que toda a gente quer dividir e ver dividido - por juntar amigos de outrora e torna-los felizes novamente. Boa noite. AAS
Hoje, e filha do Sr. Reis enviou-me um e-mail. Nao fiz perguntas na minha resposta. Fico feliz - eu que toda a gente quer dividir e ver dividido - por juntar amigos de outrora e torna-los felizes novamente. Boa noite. AAS
De volta à vaca-fria...
Recomendo ao Governo da Guiné-Bissau que faça finca-pé junto da ONU, da UA, da UE, da OH OH ou la o que for:
- Doravante - podem despachar ja o muita-boba - chefe de qualquer missao diplomatica para a Guiné-Bissau, e o seu adjunto, DEVEM saber falar a lingua portuguesa.
Nisto, meus caros, tiro o chapéu a Angola: 'No portuguese? No entry'. Chapeau! Alias, Angola recusou dois nomes propostos pela ONU. E depois aceitou outros dois. E, assim, o chefe da ONU em Angola é moçambicano, e a sua adjunta caboverdeana. Touché!
É que la é Angola, e aqui, bem...aqui é a ** da joana. É pena que so copiemos Angola... 'na arti di mama taku'! AAS
- Doravante - podem despachar ja o muita-boba - chefe de qualquer missao diplomatica para a Guiné-Bissau, e o seu adjunto, DEVEM saber falar a lingua portuguesa.
Nisto, meus caros, tiro o chapéu a Angola: 'No portuguese? No entry'. Chapeau! Alias, Angola recusou dois nomes propostos pela ONU. E depois aceitou outros dois. E, assim, o chefe da ONU em Angola é moçambicano, e a sua adjunta caboverdeana. Touché!
É que la é Angola, e aqui, bem...aqui é a ** da joana. É pena que so copiemos Angola... 'na arti di mama taku'! AAS
As Nações Unidas, eu e o Aly Silva
Algum pessoal nas NAÇÕES UNIDAS decidiu embirrar-se com o Aly. Talvez seja por falta de trabalho (eu inclino-me mais por paródias e bebedeiras a mais, e promiscuidades de proporções bíblicas...); ou por tédio, ou, ainda, pelo calor que na Guiné-Bissau se faz sentir.
Não passa um dia numa semana sem que alguém me sussurre ao ouvido: «Fulano disse para ter cuidado contigo, que és perigoso e que não gostas das Nações Unidas», ou ainda «sicrano disse isto e aquilo».
Um recado às Nações Unidas (que me fez perder dinheiro, cerca de 700 euros...):
Eu, ao contrário de muita gente neste País de merda, de traidores e de analfabetos, de incompetentes e de assassinos a soldo, não presto vassalagem a quem quer que seja. Metam isto nas vossas cabeças desmioladas de uma vez por todos. E se pensam que estou a brincar, então deixo-vos isto:
POSSO PASSAR A SER UMA ESPÉCIE DE POLÍCIA DAS NAÇÕES UNIDAS, FOTOGRAFANDO AS VOSSAS PROMISCUIDADES, AS VOSSAS LOUCAS FESTAS REGADAS COM COCAÍNA, OU AS NOITES DE ORGIA DESENFREADA E OUTRAS MAIS, FOTOGRAFANDO TUDO E, DEPOIS... TUDO PARA O MEU BLOGUE. PERGUNTEM ÀQUELE CÔNSUL PATETA QUE A ESPANHA, NÃO SE SABE BEM PORQUÊ, DECIDIU ARRANJAR UM LUGAR EM CACHEU, COMO CÔNSUL HONORÁRIO... DA PESCARIA...
já estão fartos da Guiné-Bissau, País onde apenas vêm para encher os bolsos e, já agora, o vosso ego? então...o problema é vosso: basta apenas que nos deslarguem e regressem aos vossos poisos, onde quer que isso seja.
Pela parte que me toca, apenas mais isto: eu, ANTÓNIO ALY SILVA, estou FARTO das Nações Unidas. Não passam de um bando de inúteis e de salteadores! As Nações Unidas, os seus representantes, e uma boa parte dessa corja.
António Aly Silva
Não passa um dia numa semana sem que alguém me sussurre ao ouvido: «Fulano disse para ter cuidado contigo, que és perigoso e que não gostas das Nações Unidas», ou ainda «sicrano disse isto e aquilo».
Um recado às Nações Unidas (que me fez perder dinheiro, cerca de 700 euros...):
Eu, ao contrário de muita gente neste País de merda, de traidores e de analfabetos, de incompetentes e de assassinos a soldo, não presto vassalagem a quem quer que seja. Metam isto nas vossas cabeças desmioladas de uma vez por todos. E se pensam que estou a brincar, então deixo-vos isto:
POSSO PASSAR A SER UMA ESPÉCIE DE POLÍCIA DAS NAÇÕES UNIDAS, FOTOGRAFANDO AS VOSSAS PROMISCUIDADES, AS VOSSAS LOUCAS FESTAS REGADAS COM COCAÍNA, OU AS NOITES DE ORGIA DESENFREADA E OUTRAS MAIS, FOTOGRAFANDO TUDO E, DEPOIS... TUDO PARA O MEU BLOGUE. PERGUNTEM ÀQUELE CÔNSUL PATETA QUE A ESPANHA, NÃO SE SABE BEM PORQUÊ, DECIDIU ARRANJAR UM LUGAR EM CACHEU, COMO CÔNSUL HONORÁRIO... DA PESCARIA...
já estão fartos da Guiné-Bissau, País onde apenas vêm para encher os bolsos e, já agora, o vosso ego? então...o problema é vosso: basta apenas que nos deslarguem e regressem aos vossos poisos, onde quer que isso seja.
Pela parte que me toca, apenas mais isto: eu, ANTÓNIO ALY SILVA, estou FARTO das Nações Unidas. Não passam de um bando de inúteis e de salteadores! As Nações Unidas, os seus representantes, e uma boa parte dessa corja.
António Aly Silva
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Anôs i Kantu? + Bemba + Pimba
- Dados preliminares do recente recenseamento geral da população:
POPULAÇÃO: 1.548.159
População Feminina: 792.300
População Masculina: 755.859
A população cresceu, assim, desde o 1º censo (1979) passando pelo 2ª (1991) cerca de 2,9%. Trabalhava-se, estes anos todos, com números muito abaixos do real: 2,3%. Daqui a um ano, saberemos com total certeza «anôs i kantu» ou seja «quantos somos».
- O ex-líder rebelde e antigo vice-presidente da República Democrática do Congo (RD Congo), Jean-Pierre Bemba, tinha 1,7 milhões de euros no BPN de Cabo Verde, acusou o MpD. Este partido esqueceu-se foi de dizer que, há cerca de um ano, uma transferência de avultadas somas de capital foi detectada pelas autoridades caboverdianas que bloquearam imediatamente a operação. O dinheiro era do mesmo dono: jean Pierre Bemba.
Aliás o TPI pediu a colaboração das autoridades das ilhas sobre este caso, mas quem hoje faz queixinhas é o mesmo partido MpD quem não viabiliza, no Parlamento, a revisão da Constituição para que Cabo Verde coopere com este tribunal internacional.
- Hilary Clinton, a Secretária de Estado norte-americana inicia hoje um périplo por 11 países africanos. E passa mesmo aqui ao lado. Chiça!!!
Vou mas é dormir. Boa noite. AAS
POPULAÇÃO: 1.548.159
População Feminina: 792.300
População Masculina: 755.859
A população cresceu, assim, desde o 1º censo (1979) passando pelo 2ª (1991) cerca de 2,9%. Trabalhava-se, estes anos todos, com números muito abaixos do real: 2,3%. Daqui a um ano, saberemos com total certeza «anôs i kantu» ou seja «quantos somos».
- O ex-líder rebelde e antigo vice-presidente da República Democrática do Congo (RD Congo), Jean-Pierre Bemba, tinha 1,7 milhões de euros no BPN de Cabo Verde, acusou o MpD. Este partido esqueceu-se foi de dizer que, há cerca de um ano, uma transferência de avultadas somas de capital foi detectada pelas autoridades caboverdianas que bloquearam imediatamente a operação. O dinheiro era do mesmo dono: jean Pierre Bemba.
Aliás o TPI pediu a colaboração das autoridades das ilhas sobre este caso, mas quem hoje faz queixinhas é o mesmo partido MpD quem não viabiliza, no Parlamento, a revisão da Constituição para que Cabo Verde coopere com este tribunal internacional.
- Hilary Clinton, a Secretária de Estado norte-americana inicia hoje um périplo por 11 países africanos. E passa mesmo aqui ao lado. Chiça!!!
Vou mas é dormir. Boa noite. AAS
Camaradas de armas e de trincheiras
Recebi este e-mail. Se alguém puder ajudar.
Amigo Aly:
Os meus mais sinceros cumprimentos e votos de boa Saúde. Vi o seu blogue e gostei de ler e compreender certos factos ligados à política da Guiné-Bissau. Eu sou português do Alentejo. Tenho grande amizade pela Guiné e pelos guineenses.
Conheço Sami, já um homem grande, à volta dos 60 anos, e que foi meu camarada na C.CAÇ.3 em Binta/Guidage. Hoje, talvez, na Sinamar? E também José Aires dos Reis, ex-furriel que foi da 2540 Ingoré e depois Delegado da CCAÇ.3 em Bissau. Relativamente a estes dois senhores, Sami e Aires dos Reis, será possível ajudar-me a contactá-los? Fico reconhecidamente Grato.
João Manuel Félix Dias
Alcochete
Amigo Aly:
Os meus mais sinceros cumprimentos e votos de boa Saúde. Vi o seu blogue e gostei de ler e compreender certos factos ligados à política da Guiné-Bissau. Eu sou português do Alentejo. Tenho grande amizade pela Guiné e pelos guineenses.
Conheço Sami, já um homem grande, à volta dos 60 anos, e que foi meu camarada na C.CAÇ.3 em Binta/Guidage. Hoje, talvez, na Sinamar? E também José Aires dos Reis, ex-furriel que foi da 2540 Ingoré e depois Delegado da CCAÇ.3 em Bissau. Relativamente a estes dois senhores, Sami e Aires dos Reis, será possível ajudar-me a contactá-los? Fico reconhecidamente Grato.
João Manuel Félix Dias
Alcochete
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Malam Bacai Sanhá à Rádio ONU
Oiça a entrevista feita pelo jornalista Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O presidente eleito da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, disse entre outras coisas que vai convidar Koumba Yalá a integrar o Conselho de Estado. Na entrevista à Rádio ONU, desde Bissau, ele afirmou que consultará o seu adversário político sempre que necessário. O novo chefe de Estado da Guiné-Bissau disse também à Rádio ONU que sempre acreditou que um dia seria presidente, apesar das derrotas nas eleições de 2000 e 2005.
Na entrevista que nos concedeu, Bacai Sanhá falou ainda do combate ao tráfico de drogas, das relações com as Nações Unidas e da reforma do sector de defesa e segurança.
Malam Bacai Sanhá obteve mais de 63% dos votos na segunda volta das eleições presidenciais antecipadas realizada no passado dia 26 de Julho. AAS
domingo, 2 de agosto de 2009
Reticências
"Caro JF.,
Há coisas para as quais nascemos - estarás de acordo? Agitador, podia ser um belo exemplo. Eu sou o oposto daquilo que dizes. "Progressista e contribuidor", de entre um montón deles. Não sou nem uma coisa nem outra. Sou outra coisa ainda melhor: sou um fundamentalista! Sou alguém que acredita piamente que a Guiné-Bissau necessita, neste momento, agora, já! - de um partido ou um movimento nacionalista a roçar o ultra.
Não sei porque é que as pessoas tremem só de ouvirem falar na criação ou na fundação de um partido nacionalista (mas, J.F., quem não deve não teme, não é mesmo? E tu, como eu, nada temes. Não somos 'tementes', portanto. Que bom.)
Por exemplo: os últimos dez anos foram de uma estigmatização absoluta de todo e qualquer conceito de autoridade. E um país sem autoridade é um terreno fêrtil para bandidos. A previsão para os próximos dez anos... Cala-te boca!
Quanto ao Governo, é isto que têm que perceber: Carlos Gomes Junior vai pagar caro (politicamente, claro) por governar mantendo o partido (PAIGC) num canto. Um partido de funcionários políticos é sempre um desastre.
Dizes, referindo-te ao blogue, e contradizendo tudo: "Esta melhor, mas falta alguma ironia". Ainda confundi com romaria, mas, que raio!, isso também nao tem faltado. Ditadura do Consenso tem, meu caro, um toque de fina ironia que muitos, incluindo V. Senhoria, nao deixam de saber apreciar.
Afinal em que País vivemos nós? Ontem, um amigo telegrafou-me isto. Da Europa:
Olá amigo!
Andava a receber telefonemas esquesitos e optei ptempo lavar as mentes daqueles bandidos. Espero que tudo esteja mais calmo, pois em princípio regresso no mês de.............
Abraço
Custa-me ter amigos lá longe. Como é o caso. Praticamente, acompanhamos o crescimento um do outro. Ontem, porque alguém almoçou mal, lembraram-se dele. «Ah, e fulano? E se o mandássemos buscar, hum? Podemos ter algo a acrescentar...». E assina-se por baixo. Não importa de quem seja o gatafunho. E a prisão. «Ai não assina?, então é simples». E o simples é: espancamento, tortura, humilhação.
Muitos amigos e familiares recebem cartas dessas todos os dias. Ouvem coisas destas ao telefone. Diariamente. Uns foram porque convinha, outros tantos porque a isso foram forçados, outros ainda por outros motivos. E nós, que ficamos, como fazemos? AAS"
Há coisas para as quais nascemos - estarás de acordo? Agitador, podia ser um belo exemplo. Eu sou o oposto daquilo que dizes. "Progressista e contribuidor", de entre um montón deles. Não sou nem uma coisa nem outra. Sou outra coisa ainda melhor: sou um fundamentalista! Sou alguém que acredita piamente que a Guiné-Bissau necessita, neste momento, agora, já! - de um partido ou um movimento nacionalista a roçar o ultra.
Não sei porque é que as pessoas tremem só de ouvirem falar na criação ou na fundação de um partido nacionalista (mas, J.F., quem não deve não teme, não é mesmo? E tu, como eu, nada temes. Não somos 'tementes', portanto. Que bom.)
Por exemplo: os últimos dez anos foram de uma estigmatização absoluta de todo e qualquer conceito de autoridade. E um país sem autoridade é um terreno fêrtil para bandidos. A previsão para os próximos dez anos... Cala-te boca!
Quanto ao Governo, é isto que têm que perceber: Carlos Gomes Junior vai pagar caro (politicamente, claro) por governar mantendo o partido (PAIGC) num canto. Um partido de funcionários políticos é sempre um desastre.
Dizes, referindo-te ao blogue, e contradizendo tudo: "Esta melhor, mas falta alguma ironia". Ainda confundi com romaria, mas, que raio!, isso também nao tem faltado. Ditadura do Consenso tem, meu caro, um toque de fina ironia que muitos, incluindo V. Senhoria, nao deixam de saber apreciar.
Afinal em que País vivemos nós? Ontem, um amigo telegrafou-me isto. Da Europa:
Olá amigo!
Andava a receber telefonemas esquesitos e optei ptempo lavar as mentes daqueles bandidos. Espero que tudo esteja mais calmo, pois em princípio regresso no mês de.............
Abraço
Custa-me ter amigos lá longe. Como é o caso. Praticamente, acompanhamos o crescimento um do outro. Ontem, porque alguém almoçou mal, lembraram-se dele. «Ah, e fulano? E se o mandássemos buscar, hum? Podemos ter algo a acrescentar...». E assina-se por baixo. Não importa de quem seja o gatafunho. E a prisão. «Ai não assina?, então é simples». E o simples é: espancamento, tortura, humilhação.
Muitos amigos e familiares recebem cartas dessas todos os dias. Ouvem coisas destas ao telefone. Diariamente. Uns foram porque convinha, outros tantos porque a isso foram forçados, outros ainda por outros motivos. E nós, que ficamos, como fazemos? AAS"
Divagando sobre a "1ª asneira"
"Olá,
Não percebi a implicância com Cabo Verde da sua leitora identificada. Achei uma boa atitude do Malam Bacai Sanha já que não se pode ser ingrato. Em Abril, Cabo Verde organizou e acolheu 26 países e 10 organizações internacionais, num universo de 45 convidados, para debater a crise guineense e acertar os detalhes da ajuda externa. Além disso, Cabo Verde foi a primeira nação a oferecer ajuda à Guiné-Bissau quando a Junta Militar, em 1998, deu o golpe de Estado. Certamente UM POVO SEM MEMÓRIA É UM POVO SEM FUTURO.
Com os maiores cumprimentos,
Amílcar Tavares"
Não percebi a implicância com Cabo Verde da sua leitora identificada. Achei uma boa atitude do Malam Bacai Sanha já que não se pode ser ingrato. Em Abril, Cabo Verde organizou e acolheu 26 países e 10 organizações internacionais, num universo de 45 convidados, para debater a crise guineense e acertar os detalhes da ajuda externa. Além disso, Cabo Verde foi a primeira nação a oferecer ajuda à Guiné-Bissau quando a Junta Militar, em 1998, deu o golpe de Estado. Certamente UM POVO SEM MEMÓRIA É UM POVO SEM FUTURO.
Com os maiores cumprimentos,
Amílcar Tavares"
sábado, 1 de agosto de 2009
Há sempre uma primeira vez para tudo. Até para as asneiras.
De uma leitora identificada:
A 1ª asneira
"Porque terá Malam Bacai Sanha ido a Cabo Verde pessoalmente convidar o Pedro Pires para a sua investidura? Subserviência ou ignorância política declarada!? - afinal em que escola fez Malam o seu curso de ciências políticas? Pedro Pires deu o seu apoio à candidatura do Malam: te-lo-ia feito enquanto Pedro Pires, PAICV, Presidente da República - ou como simples intermediário?
Qualquer das situações, não implica a asneira - sim asneira, uma vez que a constituição guineense não diz que ele deve assim proceder. Senão vejamos:
- A sua deslocação inscrever-se-ia em que quadro normativo? No da continuidade da 'bagunçada' ou no do eterno 'pedinte'?;
- Quem custeará essa deslocação - o Malam ou o tesouro público guineense?;
- Assim procedendo, porque não vir antes a Angola ... fazendo com que os agradecimentos fossem directos e não por via «macaronaises»!?
Ainda nem foi investido e já a... 1ªGRANDE ASNEIRA! A Guiné-Bissau do Século XXI tem que parar com essas foleirices e tratar de preparar ESTADISTAS. O guineense aspira a outra dignidade que não apenas a 'camaradagem de Estado'. Três décadas depois... estamos fartos de gestões fora-da-lei e da ética política!
Meus senhores, aprendam a serem figuras públicas. O cidadão AGRADECE.
MP"
A 1ª asneira
"Porque terá Malam Bacai Sanha ido a Cabo Verde pessoalmente convidar o Pedro Pires para a sua investidura? Subserviência ou ignorância política declarada!? - afinal em que escola fez Malam o seu curso de ciências políticas? Pedro Pires deu o seu apoio à candidatura do Malam: te-lo-ia feito enquanto Pedro Pires, PAICV, Presidente da República - ou como simples intermediário?
Qualquer das situações, não implica a asneira - sim asneira, uma vez que a constituição guineense não diz que ele deve assim proceder. Senão vejamos:
- A sua deslocação inscrever-se-ia em que quadro normativo? No da continuidade da 'bagunçada' ou no do eterno 'pedinte'?;
- Quem custeará essa deslocação - o Malam ou o tesouro público guineense?;
- Assim procedendo, porque não vir antes a Angola ... fazendo com que os agradecimentos fossem directos e não por via «macaronaises»!?
Ainda nem foi investido e já a... 1ªGRANDE ASNEIRA! A Guiné-Bissau do Século XXI tem que parar com essas foleirices e tratar de preparar ESTADISTAS. O guineense aspira a outra dignidade que não apenas a 'camaradagem de Estado'. Três décadas depois... estamos fartos de gestões fora-da-lei e da ética política!
Meus senhores, aprendam a serem figuras públicas. O cidadão AGRADECE.
MP"
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