sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Deixa para lá, é como no cinema

Ao H., e respondendo apenas a uma pequena frase.


- “Não te pesa a consciência, nem um pouco?”.

Passemos então ao meu comentário, cingido apenas à frase supracitada. Não há dúvidas: é uma boa pergunta. Então, nada melhor que uma resposta à altura. Aperta o cinto.

No meu caso, não. Ainda não passei por nenhuma circunstância em que defender uma posição do Governo violentasse a minha consciência. Quando o Governo faz algo de positivo, bato palmas; quando erra, leva palmadas! Tão simples quanto isso.

Neste País – imagine-se o rídiculo da coisa – aquelas pessoas que estagnaram do cimo da sua mediocridade achando que os outros (os opostos do medíocre, portanto) estão no lugar que devia ser deles. E isso é grave. Grave, porque essa vergonha gera normalmente um destilar de várias coisas más, que depois só nos fazem perder tempo.

A vergonha começa com a incapacidade de comunicar com os outros, o que leva à inveja. E há de chegar a insegurança e, finalmente, a maldade. Não tem que saber, é como quando cai uma peça do dominó...

Mas a verdade, caro H., é que para este povo que ficou décadas parado no tempo, estático, a achar que merecia melhor do que o que tem (ou seja, nada!), azeda para sempre.

E agora? E nós, e o povo? O povo sabe lá se a vida que pensou ser a melhor para ele é sequer boa...quanto mais a melhor! E foi assim, amigo, que nestes anos todos, o povo viveu infeliz e a sua vida, sem saber, também.

Aliás, aposto que no final deste ano (de mais um ano) este mesmo povo vai continuar revoltado com o que não viveu. E conformar-se-á. É como no cinema. Sem arrependimentos. Ah, e eu? Eu espero divertir-me enquanto o caos se desenrola à volta e tudo desmorona.

Abraço,
António Aly Silva
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