sábado, 30 de maio de 2015

Manual do Guineense para totós


Orange Vs ARN - contra nós!

Uso a internet 3G da Orange há sensivelmente um mês, e já gastei - pasmem-se - perto de 250€ em carregamentos (a Orange, mais do que ninguém, poderá confirmá-lo). Há dois dias que a 3G mais parece 10kbs...Abrir uma página leva uma eternidade.

Agora pergunto: alguém se rala? Sim, eu, pois claro! Mas alguém se mexe? Não, isso é outra história. A Autoridade Reguladora Nacional (ARN, um nome pomposo sem dúvida) é completamente ineficiente. Estão mais preocupados em longos e poeirentos passeios, o Toyota corcunda cheio delas.

- Sai um saco de carvão para a comadre e duas caixas das boas e loirinhas, para a casa três. De qualquer maneira dona kassa na dal um cabaz di fidjus! É garantido. Está escrito na pedra. Quem controla mesmo a Orange? E a ARN, alguém a fiscaliza?

Há umas coisas, pequenininhas, que precisamos saber sobre o guineense. A partir daqui, talvez passemos a entender-nos melhor
(isto não é garantido, de todo.)

O guineense comum é um fura-vidas. Não tem medo do Estado: desafia-o mesmo, leva-o ao limite do humanamente suportável; gosta de andar no meio da estrada, mesmo nos locais onde existem passeios, e dali só sai ou com uma grande buzinadela ou com um grito daqueles a mandá-lo andar no passeio, ainda que com outros modos...

O guineense não tem modos. Para ele, é sim ou sopas. Assim que entra num café espalha logo os três telefones de gama alta. E assim que recebe uma chamada grita "ministro i kuma?", "doc, kê ku tem?, anta rei bai dja? Estradas tudo fitcha, n'ka pudi tchiga praça. Ma si bim iabri n'na lokalizau." De seguida, escarra e cospe no meio das pessoas, ou solta um arroto sibilino.

O guineense é destemido, mas é ainda mais um cobarde. Pode mijar mesmo ao lado da mesa do café onde estamos sentados e ainda encarar-nos com um sorriso daqueles. Gosta de assoar com com a mão, e de limpar depois a porcaria nas calças (isto quando não tem à mão uma parede, um muro, uma árvore, um carro por perto).

O guineense foi preparado para se tornar assim, eu mesmo cheguei a pensar dessa maneira. Mas assim que a moeda caiu na ranhura, bingo:

que raio, podemos ser pobres mas não temos de ser porcos!

Característica do guineense enquanto condutor na via pública: A maioria das pessoas que conduzem nas nossas estradas são: ou analfabetas ou semi-analfabetas. Não usam os piscas, adoram buzinar (os taxistas até buzinam para conseguirem os clientes, o que causa uma poluição sonora insuportável).

Adoram andar em relanti, com as colunas a debitarem sons indecifráveis, em altos decibéis. Mas a coisa que gostam mais de usar são os intermitentes (aqui chamam 'emergência'). Tornam-se nos donos das estradas e, pior do que isso, desenvolvem instintos primitivos. Advertência: da próxima vez que vir um veículo com os quatro piscas ligados a vir na sua direcção, suicide-se logo...

Voltando à Orange, que é como quem diz ARN, desejo que ardam no inferno e que desapareçam tão rápido quanto chegaram ao nosso país! AAS