segunda-feira, 25 de maio de 2015
BAD: Guiné-Bissau cresce 4% mas desafios são enormes
A Guiné-Bissau vai crescer quase 4% este ano, mas o país continua a enfrentar enormes desafios em termos de governação e da capacidade para gerir as finanças, segundo o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
"Com uma taxa de crescimento estimada em 2,6% em 2014 e projetada para os 3,9% este ano, a retoma económica está a continuar mas continua fortemente dependente no clima sociopolítico, no desempenho do setor do caju e na ausência de contágio do Ébola pelos países vizinhos", escrevem os peritos do Banco no relatório 'Perspetivas económicas em África 2015' (African Economic Outlook, no original em inglês).
De acordo com o texto, divulgado hoje pelo BAD na sua 50.ª reunião na capital da Costa do Marfim, Abidjan, a normalização social e política na Guiné-Bissau permitiu às equipas técnicas e financeiras dos parceiros internacionais voltarem ao país e melhorarem o sistema de cobrança de impostos, "embora a capacidade do Estado para gerir a folha de despesas, melhorar a cobrança de impostos e alargar a base contributiva continuem a ser fatores determinantes na recuperação económica a médio prazo".
Por outro lado, criticam os peritos, "a situação social e humana está a piorar e a assistência social falha no objetivo por causa da fraqueza dos recursos públicos". As economias africanas deverão abrandar o crescimento, este ano, para 4,5% e poderão acelerar para 5% no próximo ano, prevê o BAD.
"Apesar da crise financeira global, as economias africanas crescerão 4,5% em 2015 e poderão atingir 5% em 2016, ultrapassando a maioria das regiões e convergindo com as atuais taxas de crescimento na Ásia; no entanto, a queda dos preços do petróleo e das matérias-primas, as consequências do surto de Ébola na África Ocidental e as incertezas políticas internas poderão atrasar o esperado retorno a níveis de crescimento similares aos verificados antes de 2008", lê-se no African Economic Outlook.
O documento prevê que a população africana triplique até 2050, argumentando que, por isso, "a modernização das economias locais será crucial para aumentar a competitividade do continente e melhorar as condições de vida da sua população". Lusa