segunda-feira, 27 de maio de 2013
Angola põe UA a mexer
Angola pode cantar vitória, pois ao presidir o Conselho de Paz e Segurança da UA, 'forçou' os líderes africanos, reunidos na XXI Cimeira da UA, em Addis Abeba, ao estabelecimento de uma força de intervenção rápida para acudir a situações de emergência. Os olhos, para já, estarão postos no Mali e...na Guiné-Bissau.
Líderes africanos decidiram nesta segunda-feira criar imediatamente uma força militar de reação rápida para lidar com emergências regionais, buscando tornar a segurança do continente menos dependente dos fundos e contingentes de outras origens. A decisão, tomada em uma cúpula da União Africana na Etiópia, atende aos apelos de vários líderes preocupados com os diversos conflitos e rebeliões em curso na África.
Os planos para uma Força Africana de Prontidão já existem há mais de uma década, e os sucessivos adiamentos na sua criação geram críticas de que o continente depende em excesso da ajuda da ONU e de doadores ocidentais. O texto adotado pela Assembleia da UA, ao qual a Reuters teve acesso, disse que a força de reação rápida será formada com contribuições voluntárias de soldados, equipamentos e verbas a serem feitas por países africanos que estiverem em condições para isso. A iniciativa está sendo chamada de Capacidade Africana para a Resposta Imediata a Crises (Caric), e seria uma solução provisória até a formação definitiva da Força de Prontidão.
Entre os desafios de segurança enfrentados nos últimos dois anos pela UA estão os golpes militares da Guiné-Bissau e Mali, as ofensivas de grupos militantes islâmicos no Mali e Nigéria, e conflitos envolvendo rebeldes no leste da República Democrática do Congo e da República Centro-Africana. No começo deste ano, a França interveio militarmente no Mali, ex-colônia sua, para impedir o avanço de rebeldes islâmicos, numa ação que causou constrangimento à UA, por demonstrar sua incapacidade de defesa própria.