domingo, 5 de agosto de 2012
MUDANÇA DE ATITUDE NÃO É COVARDIA
Após ao golpe de estado de 12 de Abril, do corrente ano, acho eu, que tudo está a acontecer muito rápido... A entrada da tropa da CEDEAO no nosso território, a retirada da missang, a formação do governo de transição e até a crise que se instalou na economia e, pior do que isso, nas mentes das pessoas.
Esta mediação ou seja, peça teatral organizada por alguns países da CEDEAO para impor os seus interesses obscuros, não só põe em causa o prestígio desta organização (arrogante e insensível ao sofrimento dos povos) mas sim, assombra o futuro de todos nós. Quando digo nós, refiro-me a sub-região e particularmente a Guiné-Bissau que se encontra mergulhada numa grave e profunda crise.
A organização mostrou a incapacidade de encontrar soluções para os conflitos. Perdeu o norte, e pelos vistos, deixou as coisas ao "Deus dará" e a batata quente nas mãos do governo de transição.
O Ministro da Presidência, Sr. Fernando Vaz, por outras palavras disse (avisou/ameaçou?) a comunidade internacional: “não nos venham dizer depois que não vos avisamos! Se por ventura, não cumprirmos as nossas promessas atempadamente por falta de verbas, a culpa será vossa...!!”
Esta afirmação veio confirmar claramente que o processo de transição política na Guiné, encontra-se nitidamente debilitada e começa a apresentar sinais de impasses aparentemente difíceis de superar quer no domínio económico como no funcionamento das instituições.
1. Os políticos governantes da Guiné-Bissau têm muito que trabalhar para atingir os objectivos traçados, antes da data final do período de transição. Começa a escassear o tempo para que o governo ponha fim à transição política e eleja um novo Presidente da República segundo um plano apoiado pela CEDEAO.
Dentro desse contexto de incertezas que surgem em diferentes momentos, é oportuna e mesmo urgente, uma reflexão e análise com mais clareza das partes envolventes. É necessária a implementação dum mecanismo que conduza a uma mudança de atitudes, sob pena de se transformar numa transição prolongada, com promessas falhadas e inviabilizar todo o processo.
Na Guiné, o governo de transição funciona (a meio gás) com um nível baixo de eficiência. Ainda se vive na incerteza do desfecho do conflito e o problema se agrava com as dificuldades económicas, com a piora das condições humanas, aumento de tráfico de droga, corrupção e impunidade segundo a comunidade internacional.
Existe no país, o perigo de um colapso ou morte lenta pelo prolongamento indefinido de uma transição com problemas políticos internos e estruturais, que se diz inconstitucional, que não é reconhecida internacionalmente, que não é sustentável economicamente e nem é apoiado financeiramente pelos principais parceiros. Essa questão merece uma análise um pouco mais detalhada...!! Parece existir urgência em algumas correcções importantes que tem de ser feitas.
Há que se trabalhar juntos, coordenar esforços de todos os parceiros da Guiné-Bissau ( UA, UE, CPLP, E A CEDEAO) para agilizar a transição política no país, consolidar a democracia em prol do bem-estar do povo guineense e desenvolvimento do nosso país.
É bom que fique bem claro, que não sou militante nem simpatizante de nenhum partido político. O artigo é simplesmente a opinião de um poeta cidadão ou talvez de um cidadão poeta, que ama esta nação valente que o viu a nascer.
I LOVE YOU GUINÉ-BISSAU!
Londres, 4/08/12
Vasco Barros.