NOTA: Ditadura do Consenso fez o que lhe competia: ouviu a senhora envolvida na cena de pancadaria que envolveu uma catana, na zona dos coqueiros. Devo realçar igualmente que nessa manhã eu contactei alguém da UNIOGBIS e só não falamos porque se encontrava numa reunião. E enviei também uma sms. Quando finalmente me devolveram a chamada, eu já tinha escrito a versão que ouvira.
Segundo A., os problemas começaram muito antes, numa pastelaria. E terminaram de madrugada, com ela a ser agredida pelo ex-namorado. «Telefonou várias vezes. Uma das vezes não atendi», conta. A., estava na rua a falar com as amigas, quando o ex-namorado surgiu, parando o carro ao lado dela. «Começou por me bloquear a entrada, e depois forçou-me a entrar no seu carro, onde me espancou. Agarrou-me nos cabelos e empurrou a minha a cabeça contra a porta», conta, assustada.
Quando as coisas começaram a tomar outro rumo, chegou o namorado de A. «Quem lhe telefonou foi o meu ex-namorado, ele é que tinha o meu o telefone nessa altura. Tirou-mo à força.» Ainda de acordo com A., o argentino nunca agrediu ninguém (notícia igualmente confirmada pelo DC junto de outras testemunhas no local).
«Ele, quando chegou, queria apenas afastar o rapaz para longe dela. Até gritava para as minhas colgeas «levem-na daqui», «levem-na daqui».
Aliás, testemunhas garantiram que se o argentino nao tivesse chegado cedo podia ter acontecido uma tragédia, pois o rapaz estava bastante alterado e não ouvia ninguém. Tinha, ainda segundo algumas pessoas, uma arma de fogo. Houve ainda mensagens de sms enviadas a A., como por exemplo «vou cortar a cabeça do teu namorado e enviar-te como presente».
Quanto à camisola que o argentino trazia nas mãos, há uma explicação plausível: quando recebeu a chamada, ouviu gritos e, entre outras coisas, «vou matar-te, a ti e ao argentino». O telefone era da namorada mas a voz era masculina. Estranho. E decidiu pôr-se a caminho. Quando lá chegou e o outro o viu assim, pôs-se logo em fuga (não tinha a camisola vestida por causa da pressa, ou da pressão, ou, ainda, do pânico que o telefonema despertou nele).
António Aly Silva