terça-feira, 2 de julho de 2013
Se Maomé não vai à montanha...
OPINIÃO
Desde que a Drug Enforcement Administration (DEA) deitou a mão ao narcotraficante Bubo Na Tchuto, que Bissau, a capital do primeiro narcoestado em África se tornou num foco desta agência norte-americana de luta contra a droga. Depois de acusações ao CEMGFA, o general António Indjai e a mais quatro civis não identificados, a DEA mudou de táctica. Apanhar o general numa cilada já não adiantaria. Deitar-lhe a mão fora das fronteiras da Guiné-Bissau, menos ainda. Anda mais atento, deitando o olhar desconfiado sobre cada sombra. E assim, lá vai a montanha até Maomé... Empenhada que está em cumprir com o mandado internacional de captura que pende sobre a cabeça de António Indjai, a táctica norte-americana tornou-se mais refinada - e perigosa.
Agora, a DEA concentrou homens e atenções como nunca antes tinha feito. Para além dos drones, no ar, no terreno, apurou o Ditadura do Consenso, existem informadores locais. A DEA deslocou igualmente agentes (alguns norte-americanos) munidos com passaportes diplomáticos de estados terceiros. Um desses passaportes, segundo uma testemunha ocular contou ao Ditadura do Consenso, "foi entregue em mãos a um cidadão norte-americano, por um alto respresentante internacional na sala de estar da sua própria residência, em Bissau." O 'acto', garante, "foi testemunhado por mais quatro pessoas. Na altura nem me passou pela cabeça, mas agora...acho que começa a fazer algum sentido", disse, em conversa com o DC.
Os Estados Unidos da América, já se sabia, quando mordem os calcanhares não largam mais. Exemplos não faltam, e quase todos eles foram vitoriosos para os EUA. Foram ao Panamá raptar o presidente, general Noriega, que acusavam de estar a enviar cocaína para matar americanos. E para tirar Noriega da toca, que por sinal pertencia à igreja, fizeram-no com estilo: instalaram potentes colunas debitando música rock. Noriega rendeu-se e foi levado para os EUA. Durante uma década, andaram atrás de Osama Bin Laden...té na dia. Com a ajuda das autoridades colombianas, cercaram Pablo Escobar e mataram-no enquanto tentava escapar pelo telhado. Tarda, mas não falha. AAS