quinta-feira, 11 de julho de 2013
ELEIÇÕES LEGISLATIVAS E PRESIDENCIAIS NA GUINÉ-BISSAU
“Se é verdade que a realização das eleições gerais (entenda-se, eleições legislativas e Presidenciais) na Guiné-Bissau devem culminar com o retorno da Guiné-Bissau no convívio das nações democráticas, não é menos verdade que a transparência e a justeza das mesmas se revela fundamental, não só para os guineenses, mas também para a comunidade internacional. No entanto, crucial será termos todos a mesma leitura sobre o que se entende por eleições inclusivas livres, justas e transparentes. Em minha opinião, não será difícil identificarmos elementos objetivos que nos permitam caracterizar as próximas eleições gerais como inclusivas, transparentes e justas.
Trata-se de aspetos imprescindíveis ao exercício de um direito fundamental dos cidadãos eleitores, sem os quais não estaremos perante eleições democráticas, pois estas implicam sempre a sua justeza, transparência e inclusividade no lugar de exclusão. Por exemplo, não estaremos perante eleições livres, se a situação da suspensão dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos não for levantada atempadamente – diria mesmo, imediatamente. Nenhumas eleições podem ser consideradas livres, se até a sua realização os cidadãos e os partidos políticos não tiverem a liberdade total de expressão, de manifestação pacífica, reunião, de sair e entrar no seu próprio país, de criticar tudo o que diga respeito a gestão de coisa pública, sem receio de ser perseguido, raptado ou sequestrado, espancado ou assassinado.
Aliás, não será mesmo factível que os partidos políticos e os candidatos possam fazer as suas campanhas eleitorais sem que tais direitos e liberdades fundamentais sejam assegurados e respeitados. Nesse quadro, a comunidade internacional, personificada nas Nações Unidas, deve exigir imediatamente o levantamento das restrições aos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos impostas pelos militares, sob pena de, a serem realizadas eleições nessas condições, estas não poderem de forma alguma ser consideradas livres e justas.
A justeza, a transparência e a inclusividade das eleições implica que nenhum cidadão guineense que pretenda nelas participar possa ser impedido, sejam quais forem as razões invocadas por quem quer que seja. E isso significa que a comunidade internacional (ONU, União Africana, União Europeia, CPLP e CEDEAO, deve imediatamente criar as condições que permitam o regresso ao país de todos os políticos, incluindo os lideres partidários, bem como de qualquer cidadão guineense no exterior que se tenha sentido ameaçado pelas suas posições contrárias aos golpistas, com as necessárias garantias de segurança e em total liberdade, de modo a participarem, em pé de igualdade, com todos os restantes candidatos no processo eleitoral.
Isto porque, correm já rumores de que, por exemplo, os militares vão impedir o regresso atempado do candidato mais votado na primeira volta das eleições presidenciais do ano passado, o Sr. Carlos Gomes Júnior, por recearem que ele venha a ganhar a disputa eleitoral. Lembrem-se que o “Generalíssimo António Indjai havia dito, em declarações públicas anteriores, que não aceitariam o regresso de Cadogo porque ele iria ganhar as eleições e poderia vingar-se deles militares. Então, que fique clara a seguinte realidade:
Para haver um processo eleitoral inclusivo, torna-se premente a criação das condições de segurança necessárias para o regresso, não só de Carlos Gomes Júnior, líder do PAIGC, mas também do Dr. Iancuba indjai, líder do PST (Partido de Solidariedade e Trabalho) e o Dr. Silvestre Alves, líder do MDG (Movimento Democrático Guineense) bem como de todos os outros cidadãos guineenses que, na sequência do golpe de estado de 12 de Abril, se encontram refugiados em países estrangeiros.
Aliás, segundo fontes bem colocadas junto de alguns partidos políticos na Guiné-Bissau, parece que está sendo montada uma cabala em Bissau, contra a eventual candidatura do Cadogo, com alegação de ser um elemento desestabilizador na política guineense. Dizem-nos, inclusivamente, que entre estas vozes se encontram alguns dirigentes do próprio PAIGC. É evidente constatar-se, nesta cabala, a mão de António Indjai. Contudo, é sabido que algumas chefias militares, em geral e, Antonio Indjai, em particular, são os maiores e principais desestabilizadores da Guiné-Bissau. Facto, aliás, sistematicamente mencionado nos relatórios do SG da ONU e das estruturas de segurança da União Africana.
E, mais uma vez, se pode constatar que essa acusação de o líder do PAIGC ser um elemento desestabilizador, quer vindo dos militares e seus apoiantes, quer vindo de dentro do próprio PAIGC, se alinha claramente com as posições dos militares e do seu líder, Antonio Indjai. Mas, estaremos cá para ver se a comunidade internacional, particularmente, o representante especial do SG da ONU, Ramos Horta, a União Africana, a CPLP e o próprio partido dos libertadores irão permitir esta exclusão totalmente arbitrária, inaceitável e contrária a vontade popular; pois, seria afastar da corrida eleitoral aquele a quem o povo votou, de forma esmagadora, na primeira volta das presidenciais do ano passado. Seria na verdade uma infâmia dentro dos processos político e eleitorais guineenses, que se pretende sejam inclusivos.
Tenho dito e até amanhã, camarada.
Silvério Costa Mendes“
quarta-feira, 10 de julho de 2013
Como uma sombra...
A televisão da Guiné-Bissau, que por falta de verbas, ou de boa gestão da mesma, não tem estado a comprar cassetes novas para alinhar o falido telejornal - e saiu-lhe as favas. Para poupar, usam as antigas, onde tem...arquivos antigos. Um belo dia, ao editar-cobrir uma peça ficou um espaço que tinha imagens antigas de...Carlos Gomes Jr. Nem mais. É claro que houve azia... Bem vistas as coisas, até que nem está mal, pois foi ao PAIGC quem o Povo deu o mandato. E Carlos Gomes Jr é o primeiro-ministro reconhecido por 90 por cento do mundo civilizado... AAS
Fundação Ricardo Sanha, de novo no terreno
Ricardo Sanha, patrono da Fundação com o mesmo nome, esteve recentemente na Guiné-Bissau, para, entre outros encontros de trabalho, assistir à inauguração do centro de saúde de S. Domingos. A FRS vai evacuar brevemente para Lisboa o músico Aliu Barri, que actualmente se encontra internado na Unidade de Cuidados Intensivos do hospital Simão Mendes, em Bissau. AAS
Colérico
"Já foi confirmada o surto da cólera na Guiné Bissau através do representante da UNICEF no país. O balanço é trágico: quase 20 mortos. Agora resta saber se o ministro da Saúde Agostinho Cá irá dizer que é diarreia aguda ou outra coisa, como ele fez no ano passado. Aliás, como o governo de transição está cheio de cólera não necessitam de reconhecer esta doença. Porque os seus interesses não são o de preocupar com o povo mas sim com os seus tachos... Segundo os dados, e até ao momento: 150 casos de cólera dos quais 18 óbitos.
F. G."
O estranho silêncio do Procurador Geral da República
"Meus compatriotas,
Alguêm sabe dizer-me onde está e o que anda a fazer o senhor Procurador Geral da República, DOUTOR Abudu Mané? Onde está? Alguém por acaso viu por aí o Abdu Mané? O que andara a fazer? Ó senhor DOUTOR/Procurador; o senhor foi amordaçado ou ficou espantado e paralizado perante a evidência dos factos? Saiba que o seu silêncio é estranho, intrigante, e começa a cheirar a CUMPLICIDADE.
Então, o senhor que andou nas "passeatas" e manifestações de rua em Bissau a gritar por justiça e celeridade de processos sobre os assassinatos dos últimos anos, ficou mudo? Justamente agora que lhe compete a si levar os criminosos à barra da justiça, não faz nada? Das duas, uma: ou o senhor é MUITO IMCOMPETENTE, ou CONHECE e tem MEDO dos ASSASSINOS - ou serão as duas coisas juntas?
Sabe, senhor DOUTOR, Bissau pikinino, ma i fundo...
Passado um ano no cargo de Procurador, o senhor não dá nem um pio sobre o bárbaro assassinato do Presidente Nino Vieira?! Já interrogou o Pansau Ntchama, uma vez que, numa certa entrevista, confessou ter sido ele a proteger a Isabel Vieira de ser violada pelos seus colegas no momento da execução do seu marido? E sobre a morte de Tagme na Wae? Também nada?
Dirá também que não sabe quem são os assassinos de Helder Proença e do Baciro Dabó. Nem estranha o facto de, no mesmo processo considerado de tentativa de golpe de Estado, o senhor Faustino Fudut Imbali, também implicado, não tenha sido executado como os outros? O senhor não procura autores materiais, mas sim a pessoa ou pessoas que terão mandado cometer os crimes. E essas pessoas têm que ser exactamente aquelas que o senhor quer, à viva força, incriminar/eliminar.
Mas, diga senhor DOUTOR, terá alguma ligação com os assassinos?
Ah, ia-me esquecendo do caso de Roberto Cacheu. Já ninguem fala nisso? Nem mesmo o Nando 'Dódóte' Vaz? Poxa!
Também não tem nada a dizer sobre os crimes que aconteceram no seu tempo de Procurador. Não sabe quem raptou e matou o pobre do Otis. Também, e seguramente não sabe (ou não quer saber) quem raptou, à luz do dia e na sede do PAIGC, perante testemunhas, e espancou selvaticamente o Iancuba Injai. Da mesma maneira que não sabe quem raptou espancou o Silvestre Alves.
Sim senhor DOUTOR, o senhor tornou-se cego, surdo e mudo. E talvez até aleijadinho...
Diga também aos guineenses que não estranha o facto de, com tantas mortes no dito caso 21/22 de Outubro do ano passado, o considerado líder da intentona, porca e miseravelmente inventada, o senhor capitão Pansau Ntchama, (mais uma vez ele), não ter sofrido nem um aranhão. Na altura, o então ministro dos Negócios Estrangeiros, Faustino Imbali, perante as câmaras de televisão e apontanto para os cadáveres exibidos, disse que os mesmos falavam uma "língua estrangeira." Cadáveres que falam? Só mesmo na Guiné...
Já todos se deram conta que o procurador está mais interessado nas inventonas do que a perseguir e castigar aqueles que subverteram, pela força, a ordem constitucional e democrática. Com os golpistas de verdade o senhor vive e convive todos os dias. Aliás, você é um deles. Há outros crimes, que o senhor sabe bem, quando foi ministro das Pescas e da Economia Marítima: 300 milhões, desviados por si... Sobre a tal compra de vedetas ou barcos de fiscalização marítima - lembra-se? Voltarei...
Unsai Wek"
PENA: O embaixador dos Estados Unidos, Lewis Lukens, encontrou-se em Bissau com o presidente da Liga dos Direitos Humanos da Guiné-Bissau. Luís Vaz Martins aproveitou o momento para fazer um relato do estado dos direitos humanos no país, que na sua opinião "têm vindo a degradar-se nos últimos tempos." AAS
CCIAS apoia viúvas de combatentes
A Câmara de Comércio Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS) doou segunda-feira cinquenta alvarás à Associação das Viúvas dos Combatentes da Liberdade da Pátria (AVCLP) da Guiné-Bissau. Abel Incada, presidente em exercício da CCIA disse que as cinquenta associadas que beneficiaram de alvarás saem assim do sector informal para o formal. Por sua vez o financiador do Projecto, o empresário e presidente da CCIAS Braima Camará, disse que a iniciativa vai minimizar os problemas das mulheres nas suas actividades comerciais.
Camará prometeu ainda ajudar não só as mulheres mas também aos jovens que disse merecerem igualmente uma especial atenção. A presidente de AVCLP Elisabete Correia pediu as suas colegas para não guardarem os alvarás na mala mas sim trabalhar para ter um bom rendimento. A AVCLP ainda recebeu um apoio financeiro no valor de um milhão e meio de francos cfa das mãos do Director do Hotel Malaika.
terça-feira, 9 de julho de 2013
VISITA QUENTE: Embaixador dos EUA com residência em Dakar não garante para já apoios à Guiné-Bissau, mas afirmou, em solo guineense, que os EUA mantém a acusação contra o chefe de Estado Maior da Guiné-Bissau, António Indjai. "A acusação contra António Indjai é pública nos Estados Unidos" - disse. Recorde-se que o CEMGFA foi acusado pela DEA de "conspiração, tráfico de armas e droga" e mais dois crimes, que o podem condenar a prisão perpétua. AAS
Programa Alimentar Mundial prepara ajuda de emergência para o interior
O representante do Programa Alimentar Mundial (PAM) na Guiné-Bissau, Ussama Osman, anunciou, esta terça-feira, que está a ser preparada uma ajuda de emergência para zonas do país com carência alimentar, nomeadamente no interior.
«Há uma situação de penúria alimentar em certas regiões e faremos uma avaliação da situação, intervindo onde for necessário, muito rapidamente», revelou Osman aos jornalistas, após uma reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros, na qual o PAM assegurou que irá continuar a «acompanhar os esforços do governo da Guiné-Bissau para assegurar uma segurança alimentar sustentável».
Num relatório divulgado em junho pelo PAM e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), revelou-se que 90 por cento das comunidades guineenses só tinham alimentos para mais um mês.
Numa avaliação em sete regiões do país concluiu-se que os resultados da campanha do caju foram «desastrosos», tendo o preço médio de um quilo de caju caído de 45 cêntimos em 2012 para 17 cêntimos em 2013. No ano passado, era possível trocar um quilo de caju por um de arroz, mas este ano são precisos três quilos de caju por cada um de arroz.
Segundo Ussama Osman, o PAM está consciente da situação atual, pelo que intervenções rápidas já estão a ser ultimadas para as zonas mais afetadas. O responsável adiantou que a Guiné-Bissau tem «muito potencial, que não está a ser utilizado inteiramente, pelo que a nossa missão é acompanhar os esforços das autoridades públicas para assegurar uma segurança alimentar de toda a população».
Para a ONU, UE, UA, CPLP, CEDEAO - Guiné-Bissau deverá ser reconhecida, apenas e só, depois das próximas eleições presidenciais, marcadas para o corrente ano, e que devem ser totalmente transparentes e em consonância com as regras da democracia. As eleições deverão contar com a participação de qualquer candidato que reúna as condições exigidas por lei democráticas e da República. A simples marcação de uma data para as eleições por si só não retiram NADA à ilegalidade cometida em abril de 2012, em que um golpe de Estado - e os vários actos criminosos que se lhe seguiram, com dezenas de assassinatos - retirou a voz ao povo da Guiné-Bissau. AAS
Recordando - Um Nobel da Paz não merece o purgatório
Anda tudo num beija-mão, em Bissau, com a nomeação do timorense José Ramos Horta para o cargo de representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau, em substituição do acossado ruandês Joseph Mutaboba. Todos saúdam a escolha do Nobel da Paz, mas todos eles sabem que não há uma ponta de seriedade naquilo que pregam. Eu, e para não variar, é isto que penso:
Penso que não vão deixar o José Ramos Horta fazer nada. Para começar, já lhe tiraram as medidas. Depois, vão tentar desgastá-lo, vão levá-lo naquele eterno jogo de intrigas que se espalhou como um cancro na vida política e social Bissau-guineense. Vai ser um diz que diz, portanto. E, sobretudo, vão enganá-lo. O Ramos-Horta que não se deixe impressionar com o que ouve da parte dos políticos matreiros - são todos mentirosos e manipuladores!
Em suma, vão fazer com o Ramos Horta aquilo que fizeram com todos os anteriores representantes da ONU. Com o David Stephen ("Koumba Yalá não dá ouvidos à comunidade internacional. Diz uma coisa e faz outra"), disse, em entrevista ao jornal Lusófono; o Nana Sinkan (que se meteu em embrulhadas, cada uma mais caricata do que a outra); com o Bernardo Honwana ("os modelos adoptados pela comunidade internacional não são efectivamente aplicáveis e funcionais na Guiné-Bissau"); com o Joseph Mutaboba...enfim.
Não digo isto a rir. Digo-o com enormes doses de desânimo e de tristeza e, um dia, dar-me-ão razão. Em termos pessoais, nada a apontar ao político timorense. E, para facilitar as coisas, Ramos Horta fala a mesma língua. É triste, muito triste mesmo, ver um prémio Nobel a entrar no purgatório. AAS
Reconciliação com líderes honorários
"O tal conhecimento empírico, de que falei no texto anterior, tem a natural tendência para a superficialidade, usando frases feitas e imbuídas de alguma carga emocional, mas completamente desprovidas do tal rigor necessário ao conhecimento científico ou académico.
Olhando par ao título deste texto, torna-se óbvio que pretendo falar da tão badalada e gasta (pela superficialidade com que é referida) reconciliação nacional mas, queria primeiro esclarecer alguns pontos sobre o conhecimento empírico e científico referido no meu último texto. Para me fazer entender melhor, vou dar um exemplo com que contactei diretamente na minha passagem pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e vou usar o nome próprio, porque sinto-me na legitimidade de o fazer…
Julgo que qualquer estudante que passou pela FMUP nos anos 70 a 90 conheceu o Sr. Júlio do teatro anatómico. Era o exemplo perfeito do domínio do conhecimento empírico. Era o homem que dissecava e ajudava a alguns estudantes a dissecarem os cadáveres, expondo as estruturas anatómicas para as aulas práticas, estudo de preparação dos exames e exames propriamente dita. Portanto, de certeza que pouquíssimos alunos de Medicina, hoje médicos de várias áreas, conheciam melhor que o Sr. Júlio, as estruturas anatómicas e as suas relações quer no plano descritivo como topográfico. Mas, o que o Sr. Júlio não sabia e que os alunos de Medicina sabiam, ou tinham o dever de saber, era a constituição desses ossos, músculos, nervos e vasos sanguíneos, as suas funções e interações, para além de outros conhecimentos aportados noutras cadeiras.
O Sr. Júlio tinha o conhecimento empírico das estruturas anatómicas, como conhece de forma empírica, todos os caminhos que vão dar à sua casa, sem se preocupar com as particularidades da construção de tudo o que o rodeia. Mas, nós estávamos aí para aprender o conhecimento científico… O Sr. Júlio, não teve a sorte de um dia ser chamado para ajudar a retirar um órgão no transplante de um doente que viesse a falecer dias depois, mas teve o azar de ter tido um Regente da cadeira de Anatomia que lhe proibia sequer de esclarecer umas dúvidas aos alunos, ao que ele, dissimuladamente se furtava por vezes… Com jeitinho, de acordo com algumas “mentes iluminadas” da nossa sociedade guineense, até seria legítimo que o Sr. Júlio lecionasse Anatomia na Faculdade de Medicina da Guiné-Bissau, para não dizer ser Ministro ou Secretário de Estado da Saúde!
Mas passemos e com algum rigor, a tão badalada reconciliação entre os guineenses.
A reconciliação nacional não é a mesma coisa que o restabelecimento de relações entre pessoas desavindas ou casais separados! Antes de mais, não se pode falar de reconciliação nacional, sem antes libertar o país e o povo das garras dos opressores. Esse propósito é conseguido não só com organização de eleições consideradas livres e justas, mas também com uma verdadeira reforma no sector da defesa, segurança e essencialmente no aparelho judicial, garantindo a submissão do poder militar ao poder político e a proteção judicial dos culpados e das vítimas...
A verdadeira reconciliação nacional, seja ela em que país for, precisa de ir ao âmago da questão, tentando encontrar a verdadeira razão da desunião, identificar os culpados e as vítimas, conhecer os danos causados, as respetivas penas previstas na legislação do país e, até onde as vítimas são capazes de prescindir definitivamente dos seus direitos e compensações, face aos crimes ou outras ilegalidades cometidas contra elas.
Ora, uma verdadeira reconciliação entre os guineenses necessita de um aparelho judicial forte, um estado com algum poderio ou estabilidade económica e ainda o apoio e uma verdadeira colaboração e empenho dos líderes religiosos ou tribais do nosso país.
Nessa ótica, a reconciliação guineense teria de passar por um longo caminho, o que obviamente pesaria muito no erário público de um país em que a pobreza é uma realidade inegável …
Atrevo-me a afirmar, de forma empírica, que a reconciliação guineense deveria começar entre irmãos que um dia pegaram nas armas para travarem uma luta armada, contra um inimigo comum mas que depois, no seio da própria organização, se traíram, torturaram-se e mataram-se, conforme interesses pessoais, rácicos ou étnicos. Sabemos que alguns dos verdadeiros “n’bai luta” já não estão entre nós. Isso coloca a questão de julgamentos e perdões a título póstumo e a necessidade de, aqueles que ainda estão vivos revelarem a verdade e só a verdade, do que se passou durante a luta armada… Nessa sequência, é óbvio que tornaria necessário e desejável uma verdadeira reforma nas FARP’s, estrutura militarizada derivada da luta armada.
Depois dessa reconciliação no seio do PAIGC e das FARP e a reforma no seio desta, seria preciso que os autores dos vários golpes de estado se reconciliassem com as suas vítimas, com a confrontação judicial das várias famílias ou a título póstumo.
Ainda há outra dimensão de injustiças, violações de direitos individuais e crimes cometidos, secundários aos abusos do poder no aparelho do estado, derivados dos golpes de estado, que teriam de ser tipificados e classificados na moldura penal guineense, para que fosse possível o seu perdão ou o seu julgamento e ainda o devido registo na história do país.
Só depois dessa reconciliação entre atores militares e políticos, seria possível avançar com uma reconciliação, que de certeza exigiria menor esforço e menor gasto de recursos, que é a reconciliação do poder estatal com a sociedade civil e a reconciliação entre cidadãos e etnias desavindos.
Assistimos menções repetidas de amnistias e reconciliações com alguma ligeireza, típica do conhecimento empírico, apontando datas ou acontecimentos a partir do qual se deveria reconciliar ou amnistiar os guineenses! Os guineenses já se aperceberam que uma amnistia ou reconciliação a partir de uma determinada data ou acontecimento, seria apenas uma tentativa de ilibação de alguns criminosos pelos crimes cometidos no período que mais lhes interessa e não um uma verdadeira reconciliação do país com o seu passado, como promessa de um futuro risonho…
Até para apelar a reconciliação entre os guineenses é preciso algum rigor! Como gosto de pesquisar sobre “temas já conhecidos por todos” e aportar sempre algo mais ao meu parco conhecimento, julgo ser diferente daqueles que, ao andarem um dia de canoa num rio, julgam dominar a navegação marítima, podendo até aventurar-se na navegação oceânica!
Para terminar, tenho assistido a manifestação de estados de ânimos entre os guineenses, sobre atitudes e posicionamentos do Sr. José Ramos Horta, como se de um agente político guineense se tratasse! Peço a todos os guineenses, alguma moderação no julgamento precoce desse homem. Temos de pensar que a função do Sr. José Ramos Horta não é resolver todos os problemas da Guiné-Bissau, mas é apenas um homem mandatado pela ONU para determinadas funções na Guiné-Bissau, como poderia ser noutro qualquer ponto do planeta. Deixemos o homem fazer o seu trabalho, para depois podermos julga-lo no fim do seu mandato na Guiné-Bissau… Não podemos cair na tentação de ser igual aos golpistas, que interpretaram o posicionamento do Sr. Joseph Mutaboba a favor da legalidade constitucional e contra o crime organizado, como uma atitude de interferência na política nacional, declarando-o como “persona non grata”… Também, não são as imagens de ocasiões captadas com intuito de renovar imagens pessoais já gastas, que podemos interpretar automaticamente que José Ramos Horta é amigo da Guiné-Bissau e dos guineenses. Não é essa a função do Sr. José Ramos Horta e não vamos força-lo a sê-lo, só pela imperiosa necessidade que alguns têm de libertar o povo guineense da opressão em que se encontra ou apenas por imperiosa necessidade de autopromoção de outros.
A Guiné-Bissau tem de encontrar os seus verdadeiros libertadores entre os guineenses, assim como Timor Leste encontrou no Sr. José Ramos Horta, Xanana Gusmão, D. Ximenes Belo e outros os seus verdadeiros líderes. Precisamos de referências nacionais e temos de construí-lo entre nós. Não é com líderes honorários que encontraremos rumo para o país…
Jorge Herbert"
segunda-feira, 8 de julho de 2013
Os suspeitos do costume
As principais organizações internacionais parceiras da Guiné-Bissau reafirmaram hoje o empenho na ajuda ao país e na realização de eleições, que permitam que autoridades legítimas façam "as reformas profundas que a Guiné-Bissau necessita".
A promessa foi deixada por El Ghassim Wane, diretor do gabinete para a Paz e Segurança da União Africana (UA), que chefia uma delegação de cinco organizações internacionais que hoje iniciaram uma visita conjunta à Guiné-Bissau, a segunda após o golpe de Estado de 12 de abril do ano passado. A missão junta a UA, a ONU, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a União Europeia, e tal como em dezembro passado, quando da primeira visita, destina-se a avaliar a situação do país e as possibilidades de apoio.
Perguntar não ofende
"Alguém já se perguntou o que verdadeiramente fazem os chineses que têm uma farmácia ao lado da PNEUCAR, na Granja e andam de AUDI Q7?"
Leitora identificada
Pois...devem vender cocaína em cápsulas?
Ramos Horta, a grande desilusão (II)
Volto em contacto com os compatriotas guineenses e da língua portuguesa, através deste artigo de opinião, que designo de OPINIÃO 2, esperando que os colaboradores do Sr. Ramos Horta em Bissau o acompanhem para melhor o aconselharem em como ajudar um povo subjugado por uma tirania militar, sem ninguém que se interesse por ele, no plano internacional. Esta segunda reflexão serve para lembrar ao Sr. Ramos Horta o que quase todos os representantes do SG da ONU que lhe antecederam, incluindo o mal-amado pelo brutal regime militar de Bissau, Joseph Mutaboba, escreveram sobre quem está na base da grave e crónica instabilidade política da Guiné-Bissau – os militares guineenses, cujas chefias se envolveram profundamente no tráfico de drogas e de armas, transformando, infelizmente, o nosso território numa placa giratória do narcotráfico.
PRINCIPAL FACTOR FRAGILIZANTE DAS INSTITUIÇÕES DO ESTADO NA GUINÉ-BISSAU - (O PODER MILITAR)
É sabido por toda a gente na Guiné-Bissau, mas também da dita comunidade internacional da participação ativa de algumas chefias militares guineenses no tráfico de droga e de armas, sendo esse facto um dos fatores principais da fragilização das instituições do Estado, nomeadamente daquelas que têm como missão fundamental combater a criminalidade, em geral, e o tráfico de drogas e crime organizado, em particular.
Até a eclosão do conflito armado de 1998, os militares da Guiné-Bissau obedeciam o poder civil eleito e a instituição militar funcionava com base na disciplina e respeito pelas hierarquias. Esse conflito armado de 1998, culminou com o golpe de Estado militar que derrubou o então Presidente Nino Vieira, tendo havido, a partir dali, uma viragem total na relação entre o poder civil e os militares com a supremacia destes em relação aquele.
O poder civil passou sob tutela dos militares, em que o Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas passou a ser, na prática, o líder do país no lugar do Chefe de Estado eleito. Significa dizer que a partir de 1999, os militares nunca mais deixaram de ser os detentores, de facto, do poder na Guiné-Bissau. Sabendo disso, os narcotraficantes da América latina depressa rumaram à Guiné-Bissau, onde estabeleceram relações com aqueles que sabiam ter o poder real no país, que são os militares.
Na verdade, formalmente a Guiné-Bissau tinha um Presidente da República, um Parlamento, um Governo, um Sistema de Justiça, mas que nenhum destes órgãos de soberania tinha poder sobre os militares, pois estes, em clara violação da Constituição da República, não observavam o princípio da subordinação das Forças Armadas ao Poder civil eleito. Como é bom de ver, a partir daí a Guiné-Bissau ficou muito mais vulnerável a penetração das organizações criminosas e das redes do tráfico de drogas e de armas.
E é a partir desse novo quadro na relação entre o poder político civil eleito e algumas chefias militares já altamente comprometidas com os narcotraficantes que o país sofreu uma invasão destes agentes de crime internacional, transformando a Guiné-Bissau num local privilegiado para o trânsito da droga para a Europa e, agora, também para os Estados Unidos da América.
Repare-se que, mesmo os civis envolvidos nesse negócio da droga na Guiné-Bissau, fazem-no sempre com a proteção de algum chefe militar com o qual dividem depois os rendimentos dai resultantes. São eles que autorizam a aterragem de aeronaves em pistas no interior do país, mas também no aeroporto internacional de Bissau, sem que nem a polícia judiciária, nem o Ministério Público possam abrir inquéritos criminais contra tais militares envolvidos no tráfico.
Houve, aliás, vários casos de apreensões de droga e a prisão de militares envolvidos por parte da polícia judiciária, mas que as Chefias militares, de imediato, ordenaram a libertação imediata dos suspeitos, o que é do conhecimento de toda a comunidade internacional, pela via da ONUDC.
Ora, a conclusão que podemos tirar desse envolvimento forte de algumas chefias militares no tráfico de drogas na Guiné-Bissau, é ter enfraquecido, de forma muito acentuada, as instituições do Estado guineense de combate ao narcotráfico e ao crime organizado. Isto porque, nem a policia judiciária nem o Ministério Público e nem mesmo os juízes criminais têm a ousadia de, no âmbito de inquérito ou de investigação, convocar um militar, por mais simples que seja, para ser ouvido. Por isso, pode-se afirmar, com toda a firmeza, que a transformação do território da Guiné-Bissau num local de depósito e trânsito de drogas é da responsabilidade direta de algumas chefias militares, incluindo o próprio CEMGFA, António Indjai, sobre quem, aliás, pende um mandado de captura internacional por tráfico de drogas e armas e conspiração para liquidar norte-americanos em parceria com as FARC, de acordo com uma acusação formal do sistema de justiça americano.
Por outro lado, se a impunidade passou a ser regra na Guiné-Bissau é pelo facto de os militares dominarem todas as estruturas do Estado, incluindo as estruturas politicas (Presidente da República, Parlamento e Governo). E é, aliás, por isso que todos os assassinatos políticos executados no nosso país até a presente data não foram esclarecidos e nem algum dia serão concluídos, enquanto o quadro atual da supremacia do poder militar sobre o poder civil se mantiver – ou seja, enquanto as atuais chefias militares continuarem a dominar o poder politico. Esta é uma realidade que o Sr. Ramos Horta finge ignorar, alinhando com as posições colonizadoras da Nigéria sobre a Guiné-Bissau, que apoia cegamente os militares golpistas e narcotraficantes.
E podem crer que o narcotráfico e a impunidade continuarão a fazer parte da vida dos guineenses, na Guiné-Bissau, a não ser que haja uma intervenção externa, que modifique o quadro atual e garanta que as instituições estatais, incluindo as políticas, mas também o poder judicial, poderão, de forma livre, perseguir quem quer que seja, que tenha cometido crimes no seu território. Quero com isso dizer que, a manter-se o quadro atual de uma supremacia dos militares sobre o poder politico eleito, jamais o sistema de justiça poderá atuar para responsabilizar os criminosos envolvidos no narcotráfico e crime organizado na Guiné-Bissau.
Aliás, o próprio Ramos Horta, numa das suas declarações feitas em Bissau poucos dias após a sua chegada à capital guineense, tinha dito ser urgente serem organizados os processos crimes contra aqueles que planearam e executaram o golpe de Estado de 12 de Abril. Será que Ramos Horta se reuniu com o PGR, também ele golpista, pedindo-lhe informações sobre os processos instaurados contra os golpistas? Pediu-lhe informações sobre os crimes cometidos contra os jovens felupes naquela famigerada inventona de 12 de Outubro de 2012? Quis o Ramos Horta informar-se junto do PGR golpista sobre se instaurou inquéritos contra os militares que sequestraram e espancaram os Drs. Iancuba Indjai e Silvestre Alves?
Quis o Sr. Ramos Horta indagar ao PGR golpista sobre o processo contra os militares que executaram o Presidente Nino Vieira, por ser do conhecimento público que, através da comunicação social, houve já uma confissão do “famoso” Pansau N`Tchama sobre a sua participação no crime e tendo-o feito a ordem de quem comandava o “famoso” batalhão de Mansoa, que a época era CEMGFA, António Indjai? Sr. Ramos Horta pediu informações ao PGR golpista informações sobre se há processo-crime organizado contra General Indjai pelo sequestro do PM, Carlos Gomes Júnior e Zamora Induta, crimes cometidos em 01 de Abril de 2010, além de crime de ameaças de morte proferidas publicamente contra o Chefe do Governo de então?
Ora, com o silêncio do Sr. Ramos Horta, sobre estes assuntos que, quer as Nações Unidas, quer a União Africana quer a União Europeia exigiram a responsabilização criminal dos militares que participaram nestes crimes hediondos, só podemos concluir que certamente terá levado um puxão de orelhas do todo-poderoso General Indjai. Por isso, sobre estes assuntos de crimes dos militares, o Sr. Ramos Horta calou-se de uma vez por todas. Simplesmente, lamentável.
Com todo o respeito e consideração que podemos ter para o Sr. Ramos Horta, se é para defender e proteger os militares guineenses altamente envolvidos em todo o tipo de crimes (homicídios, narcotráfico, trafico de armas, violações dos direitos humanos, torturas, tratamento desumano e degradante a cidadãos guineenses, desvios de fundos públicos, etc), o melhor que pode fazer é renunciar o seu mandato. Porque para apoiar os militares golpistas, basta-nos a criminosa Nigéria/CEDEAO.
Por isso, aos representantes das organizações internacionais representativas da comunidade internacional (ONU, União Africana, União Europeia, CPLP) posso reafirmar, hoje, que um dos maiores desafios para o Estado guineense diz respeito a credibilidade dos sistemas democrático e da justiça bem como da melhoria do seu funcionamento, pois a situação atual continua marcada pelo estigma da impunidade e corrupção.
E sendo propriamente a Justiça um valor supremo nas sociedades civilizadas, nenhum Estado pode a ela renunciar. Por outro lado, a sua solidez está intrinsecamente ligada com a qualidade da democracia praticada no território do Estado, com o reconhecimento do primado da lei em detrimento da força, com o respeito das liberdades, direitos, e garantias dos cidadãos e correspondente responsabilização pelos seus atos de tal modo que nenhum grupo de cidadãos possa beneficiar do privilégio da impunidade. Infelizmente, para o povo da Guiné-Bissau, a realidade confirma esse privilégio da impunidade a favor dos militares, com muita pena nossa.
Pedimos a comunidade internacional para que abra os olhos sobre a situação prevalecente na Guiné-Bissau, onde, apesar da constituição daquilo que convieram chamar “Governo de Inclusão”, de inclusão nada tem. Continua a ser um governo golpista, entretanto, sem nenhum poder porque continua totalmente submetido aos militares golpistas, particularmente ao “General” António Indjai, com mandato de captura internacional por tráfico de drogas e de armas e conspiração contra os EUA. Tenho dito.
Silvério Mendes"
domingo, 7 de julho de 2013
DROGA: Capturado "Pablo Escobar" da 'Ndrangheta
Com - claro! - a GUINÉ-BISSAU na sua rota...
NOTA: E ainda ontem ouvia, entre a estupefacção e o rídiculo, o pomposo discurso do 'primeiro-ministro' Rui Barros na Assembleia Nacional Popular. Parecia até um irrefreável fanático. Meus caros, não adianta tapar o sol com a peneira!!! A Guiné-Bissau está vergada e metida até ao tutano, e ao mais alto nível, no tráfico de cocaína para matar ocidentais. Ninguém deve confiar neste governo (que já usou, segundo acusações da DEA, "dinheiro proveniente do tráfico de drogas para pagar salários aos funcionários públicos.") A Europa não deve dar um tostão que seja para financiar compras de casas, carros e sustento para comadres de golpistas promíscuos. AAS
RAMOS HORTA: A grande desilusão
"Meu caro Aly Silva,
Antes quero manifestar-lhe toda a minha solidariedade nessa luta que é de todos os guineenses contra a ditadura militar vigente no nosso país. Faço parte daqueles que te admiram pela sua coragem e determinação em defesa dos valores e dos principios que todas as sociedades livres e democraticas comungam. É nesse quadro, que, como guineense, decidí escrever uma opinião sobre o comportamento que acho totalmente inadequado do Ramos Horta, na sua qualidade de RE do SG da ONU, agradecendo a sua publicação no seu blogue. Alta e fraternal consideração.
Ramos Horta, representante do SG da ONU na Guiné-Bissau – uma total desilusão para os Guineenses – rendido aos militares golpistas e a famigerada CEDEAO.
Como guineense que sou, tinha ficado satisfeitíssimo com a escolha do timorense RAMOS HORTA para representante do SG da ONU na Guiné-Bissau, não só pela experiencia acumulada na luta pela libertação do povo maubere então subjugado pela tirania dos indonésios, mas também por ter ocupado os mais altos cargos políticos no seu país durante os últimos anos. A instabilidade politica e social que reinou nos tempos que se seguiram a independência de Timor Leste dos indonésios é em tudo semelhante daquilo que a Guiné-Bissau tem vivido desde a sua independência, em que os militares se sobrepuseram as instituições politicas.
Ora, tal como os indonésios foram muito maus para o povo maubere, porque durante o seu reinado os cidadãos timorenses perderam as suas liberdades fundamentais. O Senhor Ramos Horta foi exemplo de firmeza na luta que liderou no exterior para a defesa das liberdades fundamentais dos cidadãos timorenses e a sua independência face ao poder totalitário de então dos indonésios. Ele, Ramos Horta, sabe mais do que ninguém o valor da liberdade de um povo oprimido por um poder autoritário, brutal e violento. Ele foi forçado a viver no exilio durante muitos anos, porque o seu país estava ocupado por tiranos indonésios.
Por isso, achei que a sua escolha seria perfeitamente ajustada a necessidade de defesa a favor do povo guineense, que ao longo de décadas está privado das suas liberdades por causa da ditadura militar existente na Guiné-Bissau, que transformou os militares, seus familiares e acólitos numa classe de intocáveis perante as instituições estatais em geral e em particular as instituições da justiça.
O senhor Ramos Horta, no lugar de se colocar ao lado do povo guineense oprimido, ficou a defender aqueles que são os principais responsáveis da opressão na Guiné-Bissau, que são:
a) Aqueles que matam e espancam os guineenses,
b) Aqueles que violentam os guineenses;
c) Aqueles humilharam e humilham os guineenses;
d) Aqueles que são os responsáveis pelos crimes políticos na Guiné-Bissau;
e) Aqueles que mataram Veríssimo Seabra, Nino Vieira, Lamine Sanhá, Tagme na Waie, Ansumane Mané, Domingos de Barros, Baciro Dabó, Hélder Proença, os doze cidadãos da etnia felupe naquela inventona de 12 de Outubro e tantos e tantos outros;
f) Aqueles que raptaram e espancaram os Drs. Iancuba Indjai e Silvestre Alves;
g) Aqueles que são os principais responsáveis pelo tráfico de drogas e armas na Guiné-Bissau;
h) Aqueles que não permitiram a nenhum Governo e a nenhum Presidente da República terminarem o seu mandato outorgado pelo povo, através de eleições consideradas, pela comunidade internacional, de justas e transparentes;
i) Aqueles que com o dinheiro do tráfico de drogas e armas construíram e constroem mansões e palacetes na Guiné-Bissau;
j) Aqueles que jamais deixaram as instituições do Estado funcionarem dentro da normalidade e da legalidade e desrespeitaram sempre a vontade popular;
Em suma, o Sr. Ramos Horta está, hoje, claramente a defender e a tentar proteger os militares golpistas, narcotraficantes e criminosos em detrimento do povo guineense.
O Ramos Horta sabe que os cidadãos guineenses não gozam das suas liberdades fundamentais, porque os militares não deixam. Sabe também que nem o chamado governo inclusivo, seu primeiro-ministro, nem o presidente de transição nem mesmo o parlamento têm qualquer parcela de poder na Guiné-Bissau atual.
O senhor Ramos Horta sabe perfeitamente que quem manda na Guiné-Bissau são os militares que agora defende e protege. Quem manda no país é o Sr. António Indjai, recentemente acusado formalmente de tráfico de drogas e conspiração pelas autoridades norte-americanas.
Aliás, as declarações de Ramos Horta após o encontro com as chefias militares, onde depois de ter ouvido as ladainhas habituais destes, afirmou ter ficado de coração partido. Ele não ficou de coração partido com a violência exercida contra o povo. Não ficou de coração partido com as figuras assassinadas pelos militares. Não ficou de coração partido com os espancamentos de dirigentes políticos e vários outros cidadãos. Não ficou de coração partido ao ler os relatórios do secretário-geral da ONU, onde se reitera que há na Guiné-Bissau um medo generalizado do povo face a tirania dos militares. Não ficou de coração partido ao ler os relatórios da ONUDC sobre o envolvimento ao mais alto nível no tráfico de drogas na GB pelas altas patentes militares do país.
Sintomático foi também a afirmação deste senhor, que os guineenses pensavam que iria defende-los face a tirania militar vigente, quando em entrevista ao jornal Público, disse que a comunidade internacional só acordou para a droga na Guiné-Bissau depois do derrube do Carlos Gomes Júnior. Sr. Ramos Horta, no mínimo, quando foi designado para o cargo que ocupa em nome do SG da ONU, devia ler os relatórios da ONUDC e ficarias a saber do ridículo em que caiu com aquela afirmação. O senhor Ramos Horta se escolheu defender os militares golpistas e narcotraficantes da Guiné-Bissau, não o faça com falsas conclusões. O Senhor Ramos Horta está a ser uma tremenda desilusão para os guineenses, mas também uma vergonha para toda a comunidade de língua portuguesa. Lembro, aliás, ao Sr. Ramos Horta que nos momentos difíceis da vida do povo timorense, o povo guineense, através dos seus representantes se bateram sempre em sua defesa.
Em todo o caso, não vamos confundir o comportamento do sr. Ramos Horta com o povo timorense, porque este escolheu ficar solidário com povo guineense.
Silvério Costa Mendes"
sábado, 6 de julho de 2013
INTERNET? A passo de caracoleta
Portugal é o 20.º de 184 países e territórios analisados no "Net Index", da agência Ecofin, em velocidade da Internet, ao registar, em maio, 8,23 megabits por segundo (Mbps) de telecarregamento médio. Segundo o índice, Portugal está acima da média mundial (13,82 Mbps), mas abaixo da dos países da União Europeia (18,62 Mbps), do "G8" (17,72 Mbps) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), 17,18 Mbps).
O "ranking" é liderado por Hong Kong, com uma velocidade de telecarregamento da Internet de 47,52 Mbps, à frente da Lituânia (38,82 Mbps), Taiwan (36,34 Mbps), Holanda (34,53 Mbps) e Luxemburgo (34,06 Mbps). Macau surge na 8.ª posição mundial, com 32,99 Mbps, numa lista que, por falta de dados, não inclui a Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, mas na qual surgem Cabo Verde (76.º posto, com 7,35 Mbps), Brasil (77.º, com 7,30 Mbps), Angola (116.º, com 4,35 Mbps) e Moçambique (156.º, com 2,63 Mbps). Cabo Verde, porém, é o terceiro melhor classificado na lista da agência Ecofin, especializada na difusão de estatísticas em matéria de telecomunicações, apenas atrás de Madagáscar (68.ª posição no índex global, 8,65 Mbps), Namíbia (74.ª, com 7,66 Mbps).
Senegal trava cidadãos da UE
"Conforme informação recebida da Embaixada do Senegal em Bissau, a secção consular da Embaixada de Portugal em Bissau informa os seus cidadãos que desde dia 1 de julho, é necessário visto para entrar na República do Senegal.
O visto poderá ser obtido na Embaixada do Senegal em Bissau ou no aeroporto de Dakar, à chegada. Não é possível obter o visto nas fronteiras terrestres, nomeadamente na de S. Domingos/Ziguinchor.
Os serviços consulares da Embaixada de Portugal em Bissau"
NOTA: Esta medida é válida para todos os países Schengen. AAS
sexta-feira, 5 de julho de 2013
Parceiros avaliam
Uma missão diplomática formada por países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, da União Africana, da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, da União Europeia e da Organização das Nações Unidas chega já no próximo domingo, dia 7, a Bissau para tratar das eleições gerais previstas para o próximo mês de novembro de 2013 - ainda que muitos achem que não terá lugar. As eleições, recorde-se, tem vindo a ser defendidas pela diplomacia brasileira desde o ano passado. O país sofre com a fragilidade das instituições republicanas e com sucessivas rupturas da ordem institucional.
Em quase 40 anos de independência nenhum presidente eleito chegou ao fim do mandato. Em abril do ano passado, militares atacaram a residência do então primeiro-ministro e principal candidato às eleições presidenciais da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior. Os militares têm a hegemonia política do país desde que este deixou de ser uma colônia portuguesa, em 1973. A missão conjunta “de avaliação” decorrerá até à próxima quinta-feira, dia 11. Os diplomatas serão recebidos pelo governo de transição e manterão reuniões com partidos políticos e organizações da sociedade civil. AAS
quinta-feira, 4 de julho de 2013
Esquecer Paris
Depois de uma guerra fratricida para ocupar a Embaixada da Guiné-Bissau em Paris (três ou mais tentativas, todas eleas frustradas), por parte de Dino Seidi, nomeado embaixador na França pelo poder golpista e isolado de Bissau, mas terminantemente recusado por Paris, chegou a resposta: o secretário de Estado das Comunidades, Idelfrides Gomes Fernandes – vulgo Didi, em conivência com o Dino Seidi, mandou simplesmente bloquear o sistema informático de emissão dos passaportes ordinários na nossa representação diplomática, em Paris. Assim, do pé para a mão...
A nossa embaixada não pode, portanto, emitir os passaportes ordinários a que todos os guineenses têm direito, sobretudo nesta época de férias. Se porventura houver alguém acima do secretário de Estado Idelfrides (talvez um ministro...), então urge tomar as medidas que visem o rápido desbloqueamento do sistema informático (Logiciel) para a emissão dos referidos passaportes. AAS
TRAGÉDIA: Ontem, um agente da Polícia de Ordem Pública (POP), foi espancado até à morte na povoação de Bup, Sector de Nhacra, num assunto que tem que ver com o roubo de gado. Entretanto, há informações que dão conta que uma criança morreu, três pessoas ficaram feridas e 35 cidadãos foram detidos. A notícia foi avançada à PNN, hoje, por uma fonte do Comissariado Nacional da Polícia de Ordem Pública. AAS
quarta-feira, 3 de julho de 2013
O Morsi de hoje era o Mubarak de ontem
O corajoso Povo do Egipto pagou com o seu próprio sangue (fala-se em 20 mortos) por mais uma mudança. Morsi, que sucedera o acossado Mubarak, não aqueceu sequer o lugar. Uma ano depois, cai. Com estrondo. E a praça Tahrir voltou a produzir mártires. Os militares começaram por avisar Morsi. Deram-lhe 48 horas. Morsi recusou e desafiou 'morrer pela causa'. Hoje, os militares foram-se posicionando durante o dia, depois ocuparam a televisão estatal e outros edíficios estratégicos. O prazo dado ao desafiador Mohammed Morsi para renunciar - 48 horas - passara. Mas a hora de Morsi chegaria.
Depois, em tom solene, os militares anunciaram na televisão que a Constituição do país estava suspensa, e Morsi, o presidente destituído. A irmandade muçulmana (ainda) não ripostou. Não consta que o fará. Estará assustada com a dimensão da manifestação - pelo que vi na televisão podemos estar a falar em mais de um milhão de pessoas). Assim mesmo. O Povo corajoso chorou os seus mortos, enterrou-os com cânticos de Allah é Grande. Depois, enxugou as lágrimas e, mais determinado do que nunca, voltou às ruas, protestou, exigiu. Hoje, canta vitória. E dançará. E houve (e continua a haver) festa e fogo de artíficio; cores mil, rostos felizes. Tudo acontece na praça Tahrir.
Ao meu Povo, ao Povo da Guiné-Bissau, que continua a viver na tirania e no medo; na desconfiança e nas perseguições; que vive com medo dos raptos e dos assassinatos, nada faz. E no entanto, o Povo da Guiné-Bissau continua cheio de medo. Da farda e dos homens que a envergam. Ainda assim, não se levanta. Não morre, não vai morrer nunca! Não está para isso. Deve cansar... AAS
TRAGÉDIA - Entre a espada e a parede
Facto. Guiné-Bissau está decapitada, política e economicamente. Todos os parceiros bilaterais e multilaterais voltaram a confirmar as sanções impostas aos golpistas da Guiné-Bissau depois do golpe de Estado de abril de 2012. As sanções NÃO foram levantadas. A União Africana, organização continental, através do seu representante em Bissau, Ovídio Pequeno, reforça dizendo que as sanções que a organização impôs ao país continuam em vigor. Anunciou ainda a chegada, durante esta semana, de uma comissão conjunta composta por altos funcionários da CEDEAO, da CPLP, da União Europeia e das Nações Unidas, sob liderança da UA.
O motivo é o de discutir com as autoridades nacionais a questão dessas sanções, várias vezes violada com viagens de elementos das forças armadas ao exterior, bem como várias nomeações impostas pelos militares, como o do major Idrissa, enviado para a Gâmbia como embaixador, e, mais recentemente, da nomeação do diretor geral dos Serviços de Informações do Estado, Biom Na Tchongo - outro militar no activo, outra imposição de Antóni Indjai, curiosamente também ele alvo de acusações da DEA norte-americana por tráfico de droga e ligações ao terrorismo através da colombiana FARC. AAS
Sukuro tempo di tchuba
A partir de hoje e por tempo indeterminado, a Rádio Sol Mansi foi obrigada a encerrar as sua emissões, por decisão da Autoridade Reguladora Nacional. Assim, levantam-se várias questões no ar sobre esta medida da ARN, que alega que a estação emissora RSM "não tem filtro armónico.". Da RSM dizem ser "caricato", uma vez que a Radio Sol Mansi "tem uma emissora de sistema digital, portanto o filtro já vem incorporado no aparelho." E deixam uma pergunta no ar: "Será que não existem razões políticas para a tomada desta medida?". AAS
CRIME: Roubo de vaca acaba em morte de polícia
O polícia morto numa das tabancas do sector de Nhacra, perto da tabanca de Nhoma, foi, afinal, assassinado por um grupo de jovens daquela tabanca. A história começou, segundo apurou o Ditadura do Consenso, quando esses mesmos jovens foram roubar vacas numa outra tabanca. A população da tabanca vítima descobriu o roubo e tentaram recuperar o gado. Mas como não conseguiram, dirigiram-se para a esquadra da polícia a fim de pedir a intervenção desta.
A polícia interveio, na tentativa de obrigar os assaltantes a ir para a esquadra e foi esse instante, que os alegados ladrões de gado espancaram até à morte o pobre agente da polícia. Portanto, não se tratou de 'fogo cruzado'. É importante frisar que o roubo de gado é uma prática reiterada da população desta zona. E ai da viatura que avariar nesta zona... os populares locais roubam tudo e depois espancam os passageiros. AAS
Assassinado em Dakar
DESCANSA EM PAZ, MEU AMIGO
Um estudante guineense em Dakar foi morto pelo filho do malogrado Desejado Lima da Costa, ex-presidente da CNE, de Nome MAKAVELI. O estudante morto chama-se Bruno Perdigão, residia na Rua Angola e era filho do Fernando Marques Perdigão e da Nené Vaz. Bruno era meu vizinho. As minhas condolências para toda a família. AAS
O ALEGADO ASSASSINO, Makaveli, filho do malogrado Desejado Lima da Costa
terça-feira, 2 de julho de 2013
Se Maomé não vai à montanha...
OPINIÃO
Desde que a Drug Enforcement Administration (DEA) deitou a mão ao narcotraficante Bubo Na Tchuto, que Bissau, a capital do primeiro narcoestado em África se tornou num foco desta agência norte-americana de luta contra a droga. Depois de acusações ao CEMGFA, o general António Indjai e a mais quatro civis não identificados, a DEA mudou de táctica. Apanhar o general numa cilada já não adiantaria. Deitar-lhe a mão fora das fronteiras da Guiné-Bissau, menos ainda. Anda mais atento, deitando o olhar desconfiado sobre cada sombra. E assim, lá vai a montanha até Maomé... Empenhada que está em cumprir com o mandado internacional de captura que pende sobre a cabeça de António Indjai, a táctica norte-americana tornou-se mais refinada - e perigosa.
Agora, a DEA concentrou homens e atenções como nunca antes tinha feito. Para além dos drones, no ar, no terreno, apurou o Ditadura do Consenso, existem informadores locais. A DEA deslocou igualmente agentes (alguns norte-americanos) munidos com passaportes diplomáticos de estados terceiros. Um desses passaportes, segundo uma testemunha ocular contou ao Ditadura do Consenso, "foi entregue em mãos a um cidadão norte-americano, por um alto respresentante internacional na sala de estar da sua própria residência, em Bissau." O 'acto', garante, "foi testemunhado por mais quatro pessoas. Na altura nem me passou pela cabeça, mas agora...acho que começa a fazer algum sentido", disse, em conversa com o DC.
Os Estados Unidos da América, já se sabia, quando mordem os calcanhares não largam mais. Exemplos não faltam, e quase todos eles foram vitoriosos para os EUA. Foram ao Panamá raptar o presidente, general Noriega, que acusavam de estar a enviar cocaína para matar americanos. E para tirar Noriega da toca, que por sinal pertencia à igreja, fizeram-no com estilo: instalaram potentes colunas debitando música rock. Noriega rendeu-se e foi levado para os EUA. Durante uma década, andaram atrás de Osama Bin Laden...té na dia. Com a ajuda das autoridades colombianas, cercaram Pablo Escobar e mataram-no enquanto tentava escapar pelo telhado. Tarda, mas não falha. AAS
segunda-feira, 1 de julho de 2013
MINISTROS ANALFABETOS ABSOLUTOS OU FUNCIONAIS, “PRECISAM-SE”…
"Antes de mais, queria deixar claro a quem me ler que não tenho, nem nunca tive qualquer complexo de superioridade ou inferioridade, em relação aos graus de literacia, académicos ou de conhecimentos adquiridos. Pelo contrário, costumo não tolerar os portadores desses complexos. Mas, por vezes é necessário colocar os pontos nos “is”, de forma pragmática, para poder colocar “cada macaco no seu galho”.
Julgo que é de conhecimento comum que o termo “analfabeto absoluto” refere-se a aquele que não sabe ler nem escrever… O conceito que tem apresentado alguma variabilidade é de analfabetismo funcional, mas não fugindo muito do conceito de pessoas que andaram na escola, aprenderam a ler e escrever, mas são incapazes de utilizarem a leitura e a escrita em atividades da vida diária. Ou seja, têm dificuldade na compreensão e interpretação de textos escritos. Conforme dizem, "foi a escola, mas a escola não veio até ele".
Para completar o quadro, convém realçar dois conceitos importantes, com repercussões sociais e políticas que chegam a ser graves, como no caso da nossa Guiné-Bissau. Quando abordamos a sociedade, a política e o poder em qualquer parte do mundo, para além de termos a consciência dos conceitos de analfabetismo que referi acima, temos de ter também presente, os conceitos de “conhecimento empírico versus conhecimento técnico ou científico” e as suas repercussões na organização do estado e na sociedade.
Basicamente, o conhecimento empírico é aquele que advém do saber fazer, utilizando o senso comum. Portanto, a superficialidade torna-se uma característica inseparável do conhecimento empírico mas não deixa de ter o seu valor prático, ajudando-nos na resolução dos problemas da vida quotidiana, devido ao seu carácter prático e imediatista, na base de ação-reação, sem se perceber os mecanismos envolvidos e dessa forma conseguir prever reações de acordo com variações da ação…
Contrariamente, o conhecimento técnico ou científico adquire-se na base de processos rigorosos de observação, análise, reflexão, experimentação e demonstração. É um conhecimento assente no método, que permite compreender e prever com algum rigor os fenómenos e os acontecimentos, na vida quotidiana e em várias áreas da ciência.
É importante que qualquer universitário, académico ou intelectual perceba essa regra de aquisição de conhecimento científico, que é transversal a várias áreas da ciência e que é ensinado e aprendido nos meios universitários… Há autores que defendem hoje em dia o alargamento do conceito do analfabetismo funcional à classe universitária, abrangendo principalmente a aqueles que, apesar de andarem no meio e terem a sua disposição as informações necessárias, não conseguem fazer uso proveitoso dessas informações e do facto de estarem inseridos no meio académico… A ver vamos!
Importa também revisitar de forma resumida o conceito de ministro. Ora, apesar de sabermos que o cargo de ministro de qualquer área pode ser um cargo puramente político, também sabemos que existe o conceito de ministros técnicos apolíticos. Um ministro nada mais é, que o responsável pela gestão de uma área governativa, ou seja, o responsável máximo de uma repartição governamental. Quer dizer que um ministro tem importantes funções executivas na administração da coisa pública ou seja, do bem comum, daquilo que é de todos nós.
Então, é desejável que, apesar de ser um cargo de nomeação política, mesmo não sendo da área temática para o qual foi designado, que um ministro de uma determinada área tenha alguma formação técnica e o hábito e treino de decisão com base no conhecimento científico e não empírico. Em resumo, não convém que um ministro seja um analfabeto absoluto nem funcional, porque jamais decidirá sobre assuntos de extrema importância para a vida da população (cerca de 1.600.000 pessoas, no caso da Guiné-Bissau), com base em conhecimentos científicos. Pelo contrário, por mais conselheiros técnicos capazes que tiver no seu ministério, as decisões últimas serão dele e serão tomadas com base no conhecimento empírico, baseado no senso comum. Caso contrário, será um ministro que assina por baixo aquilo que um ou dois conselheiros disserem, aí sou obrigado a concluir que o país sustenta dois ou três ministros, em vez de ter apenas um dos conselheiros como ministro… Isso coloca outra questão, da existência daquilo que chamo “prostituição intelectual ou política”, em que um individuo tecnicamente capaz submete-se ao outro tecnicamente inferior, oferecendo-lhe toda a sua capacidade técnica, em troca de um posto seguro e até de ascensão na carreira política ou administrativa. Mas, isso é outra a questão!
Também, antes de emitirmos opiniões relacionadas com todos esses conceitos, é importante conhecer as leis e regras que gerem e moderam (pelo menos deviam gerir e moderar!) o funcionamento da nossa sociedade, como é o caso da Constituição da República.
Sabemos que, respeitando a nossa constituição, um ministro não pode ser nomeado pelo primeiro-ministro, nem por questões de confiança política nem por coisa alguma. O Primeiro-Ministro limita-se a propô-lo para o cargo de ministro. Precisamente para evitar abusos provenientes de amiguismos e compadrios no aparelho de estado e riscos de nomeações de pessoas com competências e percurso de vida duvidosos, que um ministro é proposto pelo primeiro-ministro ao Presidente da República e é este que o nomeia, depois de bem averiguado a sua idoneidade para o cargo (devia ser assim!). Também, a nossa constituição, permite que o próprio governo e os seus ministros sejam regularmente fiscalizados pela Assembleia Nacional Popular. Portanto, num país onde o estado de direito funciona efetivamente, não pode haver lugares para ministros analfabetos absolutos ou funcionais, pelo menos que consigam durar muito tempo no cargo…
Há outro conceito que importa introduzir neste texto, que é o de “propagandista”. Este é um individuo que promove um determinado produto ou pessoa, numa feira, numa loja, num comício ou em qualquer outro local. No contexto político, o propagandista é aquele que consegue estratégias para angariação de votos da população. Fá-lo com base no conhecimento empírico ou prático que tem das populações nacionais ou regionais, muitas vezes por afinidades culturais ou étnicas. Isso não quer dizer que este propagandista é automaticamente ministeriável, só pelo facto de ser um bom angariador de votos! Esse foi o erro que Passos Coelho cometeu com Miguel Relvas e que teve o resultado que todos conhecemos…
Num país onde o Presidente da República e os deputados podem ser analfabetos absolutos ou funcionais, torna-se linear termos ministros da mesma categoria e o povo, infelizmente, também ser contagiado pela epidemia do analfabetismo. É esse analfabetismo absoluto ou funcional, assente no conhecimento empírico, que leva os militares se acharem no direito de invadir a residência de um Primeiro-Ministro e de um Presidente da República, matando animais, raptarem pessoas e subtraírem bens materiais, sem que haja consequência dos seus atos. É esse analfabetismo absoluto ou funcional, assente no conhecimento empírico, que faz com que se defenda publicamente esses atos criminosos, com justificativas de defesa da soberania nacional ou a legítima defesa.
É esse analfabetismo absoluto ou funcional, assente no conhecimento empírico, que leva pseudopolíticos a instrumentalizarem os militares para assaltarem o poder e a seguir travestirem-se de pacifistas. É esse analfabetismo absoluto ou funcional, assente no conhecimento empírico, que faz com que apoiantes incondicionais dos golpistas agora andarem a travestir-se de pacifistas e melhores filhos da Guiné-Bissau.
É esse analfabetismo funcional, assente no conhecimento empírico, que faz com que se assiste a supostos representantes do estado e alguns “intelectualóides” a promoverem de forma impune a dominância ou exclusões étnicas no mosaico étnico da Guiné-Bissau. É esse analfabetismo absoluto ou funcional, assente no conhecimento empírico, que faz com que ninguém é julgado ou condenado pelas sucessivas violações da “lei magna” e das suas inevitáveis consequências económicas e sociais.
Fiquei deveras preocupado, quando, na pesquisa para a elaboração deste texto, deparei com a informação que no Brasil existem cerca de 70% de analfabetos absolutos e funcionais! Pensei, quantos teremos na Guiné-Bissau e na di áspora!? É um dado a descobrir… Que nenhum guineense, analfabeto absoluto ou funcional, permita ser usado como escudo para ataques entre analfabetos funcionais ou quadros técnicos bem formados, minimizando-o ou hipervalorizando-o, conforme as necessidades pessoais e corporativistas.
Conforme disse antes, cada macaco no seu galho. Nunca confundir a obra-prima do mestre com a prima do mestre da obra.
Jorge Herbert"
Já que a CEDEAO se chegou à frente no que toca ao reconhecimento do golpe de Estado de 12 de abril de 2012 (a única organização a nível mundial a ousar desafiar o resto do mundo); já que a CEDEAO tem dado suporte político ao regime golpista e ilegal da Guiné-Bissau; já que a CEDEAO, sempre a CEDEAO, tem dado cobertura a militares acusados de tráfico de drogas, terrorismo, violando as leis internacionais, então a CEDEAO que pague os 5 milhões necessários para a realização das eleições presidencias de 2013. Parece-me uma boa ideia. AAS
Relatório do FMI
O Conselho de Administração do Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu a consulta com a Guiné-Bissau ao abrigo do Artigo IV em 21 de Junho de 2013.
Contexto
Um golpe de Estado militar em Abril de 2012 fez regredir alguns dos progressos alcançados em anos anteriores no sentido da adopção de melhores políticas macroeconómicas. Este golpe levou a uma queda acentuada do volume das exportações de castanha de caju e à suspensão da ajuda dos doadores tradicionais, apenas parcialmente contrabalançada pelo aumento do apoio ao orçamento proveniente da região. Em resultado, a economia sofreu uma contracção de 1,5% em 2012. Apesar de algumas pressões no sentido da subida dos preços provocadas pela falta de alimentos e combustíveis, o impacto sobre a inflação global foi mitigado à luz da baixa pressão da procura interna. A inflação a 12 meses era de cerca de 2% no final de 2012. O défice da conta corrente externa aumentou, reflectindo também a queda dos preços de exportação do caju. A considerável redução das receitas orçamentais que daqui resultou levou a uma deterioração na composição da despesa e no controlo orçamental.
Ao abrigo do Artigo IV do Convénio Constitutivo do Fundo Monetário Internacional, o FMI mantém discussões bilaterais com os seus países membros, normalmente com uma periodicidade anual. Uma equipa de especialistas visita o país, recolhe informações de natureza económica e financeira e discute com as autoridades a evolução da economia e as políticas económicas do país. De regresso à sede do FMI, os especialistas elaboram um relatório que constitui a base para as discussões do Conselho de Administração. Concluídas as discussões, a Directora-Geral, na qualidade de Presidente do Conselho, resume os pontos de vista dos Administradores, e este resumo é transmitido às autoridades do país. A ligação a seguir contém uma explicação dos principais qualificadores empregados nos resumos:
IMF
Acumularam-se alguns atrasados internos em 2012, embora o governo tenha cortado completamente os gastos de capital financiados com recursos internos. O crescimento económico recuperará parcialmente em 2013, mas as perspectivas globais continuam a ser difíceis. Partindo do princípio de que as exportações de caju vão recuperar e o apoio dos parceiros regionais vai continuar, o produto interno bruto (PIB) real poderia crescer cerca de 3,5% em 2013. Mas a perspectiva a curto prazo depende de uma rápida resolução da crise política actual. A maioria dos parceiros de desenvolvimento mantém apenas relações de trabalho limitadas com o governo provisório. Enquanto a situação política não se normalizar e os parceiros de desenvolvimento não reatarem a pleno o seu apoio financeiro ao governo, a economia continuará a ser altamente vulnerável e é provável que se verifique uma deterioração das condições sociais. As pressões inflacionistas deverão, segundo as projecções, permanecer moderadas. Também segundo as projecções, o défice da conta corrente deverá diminuir relativamente a 2012, devido à retoma das receitas das exportações de caju.
As perspectivas económicas estão sujeitas a riscos externos e internos. É provável que a crise política persistente continue a comprometer os fluxos financeiros externos, o que poderia dar origem a derrapagens orçamentais e a um abrandamento do crescimento económico. Um atraso na campanha de exportação de caju também representa um risco de deterioração da conjuntura. Por outro lado, o aumento das taxas de desemprego na zona euro pode ter um impacto negativo nas remessas e na procura interna.
Avaliação do Conselho de Administração.
Os Administradores tomaram nota das frágeis condições económicas da Guiné-Bissau em meio a uma situação política delicada, ao reduzido apoio dos doadores e aos riscos descendentes para o sector externo. Embora a expectativa seja de recuperação da economia em 2013, o restabelecimento da estabilidade macroeconómica, a normalização da situação política, a restauração da confiança dos doadores e investidores e a aceleração das reformas estruturais serão necessárias para reduzir as vulnerabilidades e assegurar o crescimento sustentável e inclusivo.
Os Administradores realçaram a importância da aprovação atempada de um orçamento prudente para 2013 assente em projecções realistas de receitas e num envelope de despesas restrito. Dadas as opções limitadas de financiamento, o rígido controlo orçamental e a planificação de contingências devem ajudar a proteger os gastos sociais e evitar um forte aumento dos atrasados. Os Administradores saudaram a intenção das autoridades de aumentar a transparência da gestão do Fundo de Promoção à Industrialização dos Produtos Agrícolas (FUNPI).
Para o médio prazo, os Administradores destacaram a importância de criar uma margem de manobra orçamental. Com o apoio da assistência técnica contínua, os esforços devem concentrar-se no aumento da arrecadação fiscal, através do alargamento da base tributária, do reforço das administrações fiscal e aduaneira e do fortalecimento da gestão financeira pública. Os Administradores salientaram a necessidade crítica de adoptar políticas orçamentais e de gestão da dívida prudentes para preservar a sustentabilidade da dívida.
Os Administradores salientaram a importância de reformas estruturais para estimular a concorrência e alcançar o crescimento inclusivo e diversificado, o que também será essencial para reduzir a vulnerabilidade a choques. Deve-se dar prioridade à melhoria do ambiente de negócios e das infra-estruturas físicas e à facilitação do acesso aos serviços financeiros. Os Administradores apoiaram a intenção das autoridades de melhorar o acesso ao crédito por parte dos grupos excluídos dos serviços financeiros e de reexaminar as leis laborais visando a promoção do emprego.
As Notas de Informação ao Público (PIN) inserem-se no esforço do FMI de promover a transparência acerca das suas opiniões e análise da evolução da economia e das políticas económicas. Mediante autorização do país (ou países) em análise, são emitidas PIN após as deliberações no Conselho de Administração, no âmbito das consultas efectuadas ao abrigo do Artigo IV aos países membros, relativamente à supervisão da evolução a nível regional, ao acompanhamento pós-programa e a avaliações ex post dos países membros com compromissos programáticos a mais longo prazo. As PIN também são emitidas na sequência das deliberações do Conselho sobre questões gerais, salvo decisão em contrário do Conselho de Administração em casos específicos.
sábado, 29 de junho de 2013
FAGB - Renato Moura ganha eleição com 100 por cento dos votos
DEPOIS DA VOTAÇÃO, A FOTOGRAFIA PARA A POSTERIDADE
O DISCURSO DA VITÓRIA
Quero, em primeiro lugar pedir um minuto de silêncio em memória do nosso Juíz de partida Ubaldo da Gama, recentemente falecido.
Como devem calcular, é enorme a alegria que sinto neste momento. Acabo de ser reeleito Presidente da F.A.G.B. fruto dos objectivos previamente traçados e felizmente alcançados. Não foi fácil devido à conjuntura económico/social em que vivemos, mas a determinação é algo que acaba sempre por provar a sua preponderância nas nossas vidas.
Tive momentos um tanto difíceis neste mandato que agora termina, mas foram certamente aspectos com que tive que lidar enquanto Presidente e momentos que irei certamente reviver, ciente de que contribuirão para uma melhor formação da minha pessoa, como homem e como responsável máximo pela nossa Federação. A maturidade é extremamente importante e sei que qualquer um dos presentes sente que de facto, estes quatro anos liderança, vieram a confirmar a minha dedicação ao Atletismo e consequentemente ao Desporto Nacional.
Quero aqui expressar o meu profundo agradecimento aos treinadores da Federação, aos nossos Delegados Regionais, também técnicos, e endereçar um forte abraço a todos os atletas da Guiné Bissau, estando dentro ou fora do País. É para vocês que trabalhamos pois é nosso dever trabalhar para vocês. Enquanto Presidente para os próximos quatro anos, o que aqui assumo, é de que esta Federação terá uma estrutura ainda mais coesa, com inovações no nosso método de trabalho que, concerteza nos levarão a alcançar níveis aceitáveis em termos de progresso e rendimento.
À Comunicação Social, agradeço profundamente todo o apoio e carinho que nos deu.
Ao Pedro Aimé, criador do nosso Facebook e do site oficial da F.A.G.B. estamos-te eternamente gratos.
Um especial agradecimento ao C.O.G.B. pelo apoio que vem dando à nossa e às outras Federações para o desenvolvimento das suas actividades. Também uma palavra de apreço à empresa de Telecomunicações MTN e ao primeiro clube que a F.A.G.B. irá apresentar nesta nova Época Desportiva, o BAO. Obrigado por acreditarem no nosso trabalho!
A todas as pessoas que nos apoiaram ao longo destes quatro anos através da rádio, televisão, internet e de feedbacks nas ruas, a todos os meus amigos que sempre seguiram a minha carreira como atleta e até hoje me apoiam, a toda a minha família (incluindo os que já não estão connosco), aos meus pais que, só Deus sabe o que fazem por esta Federação esta minha reeleição é vossa.
Que venham mais 4 anos!
Muito Obrigado!
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PROGRAMA 2013-14
COMPETIÇÕES NACIONAIS
2013/2014
• Jornadas Regionais
• Jornadas no SAB
• Campeonatos Nacionais
• Captação Novos Talentos (Dia Mundial de Atletismo)
• Taça Ubaldo Elísio Soares da Gama (ex. Juíz de Atletismo recentemente falecido)
• 5ª Edição Meia Maratona de Bissau
• Formação Treinadores
COMPETIÇÕES INTERNACIONAIS
2013/2014
• Campeonatos do Mundo Pista Coberta – Polónia, Março 2014
• Campeonatos do mundo ½ Maratona - Dinamarca, Março 2014
• Campeonatos do Mundo de Juniores – EUA, Julho 2014
• Campeonatos Iberoamericanos – Brasil, Junho 2014
• Jogos Olímpicos Juvenis (C.O)- China, Agosto 2014
• Jogos Africanos Juvenis – Botswana Setembro 2014
• Campeonatos de África – Marocos, Junho 2014
sexta-feira, 28 de junho de 2013
quinta-feira, 27 de junho de 2013
APGB - O cerco continua
Um despacho do ministro de Estado e dos Transportes e Comunicações, Orlando Viegas, determina a proibição da Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB) realizar despesas com valor superior a 5 milhões de Fcfa (cerca de 7 mil euros). Estão proibidos também a autorização de isenção e "créditos a terceiros" (como se a APGB fosse um banco...)
Em relação a Armando Correia Dias, o acossado presidente do Conselho de Administração da APGB, o ministro de Estado e dos Transportes e Comunicações exige a "eliminação da assinatura" de Armando Dias de todas as contas bancárias onde, doravante, passa a ser obrigatória as assinaturas do diretor-geral da APGB, Augusto Cabi e do director administrativo e financeiro. AAS
Conferência de paz com Guiné-Bissau como tema
O Coordenador do Grupo Parlamentar do Reino Unido para a Guiné-Bissau, Peter Thompson, irá discursar sobre como o crime organizado afecta a construção da paz numa cimeira de alto nível, patrocinada pelo Governo Suíço, que terá lugar na próxima semana em Genebra. A conferência, denominada “O Crime Organizado e o seu Impacto nos Esforços de Construção da Paz”, foi organizada pela Divisão de Segurança Humana do Departamento Suíço das Relações Exteriores, em conjunto com a Plataforma de Construção de Paz de Genebra, uma organização que junta as quatro maiores instituições suíças que lidam com a paz e a resolução de conflitos.
Centrado na questão da Guiné-Bissau e comparado o que se passa neste país africano com a Irlanda do Norte, de onde Thompson é natural, e onde o crime organizado dominou durante o conflito nesta região do Reino Unido, Peter Thompson irá discutir esta questão em conjunto com um mediador sénior do Governo Suíço e representantes da União Africana, das Nações Unidas e do Comité Internacional da Cruz Vermelha. Thompson irá também discursar numa sessão pública desta conferência destinada a apresentar o seu mais recente estudo, “Responsabilidade e Reconciliação na Guiné-Bissau”, publicado pela Universidade de Defesa Nacional dos Estados Unidos de America. Esta cimeira terá lugar nos dias 02 e 03 de Julho no Hotel d’Angleterre, em Genebra.
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